Nova “Zona Morta”
Reaparece uma “Zona Morta” ao largo da costa do Oregon
Por CORNELIA DEAN
Publicado em 6 de agosto de 2006
Pelo quinto ano em seguida, padrões incomuns de ventos ao largo da costa do Oregon produziram uma grande “Zona Morta”, uma área com tão pouco oxigênio que os peixes e caranguejos sufocam. A zona ocupa uma área aproximadamente do tamanho de Rhode Island [nota do tradutor: o menor estado dos EUA, com uma superfície de 3.144 km²].
Esta zona morta é diferente daquelas no golfo do México e em outros lugares, resultantes do acúmulo de fertilizantes, esgotos e emissões de cirações de porcos e aves. A zona do Oregon aparece quando o vento gera fortes correntes que levam água rica em nutrientes, mas pobre em oxigênio, do mar profundo para a superfície próxima à costa,um processo chamado de ressurgência.
Os nutrientes estimulam o crescimento de plancton, o qual, eventualmente, morre e desce para o fundo do oceano. Bactérias consomem o plancton, usando oxigênio.
Jane Lubchenco, uma bióloga marinha da Oregon State University, diz que o fenômeno não parce ter ligação com os recorrentes El Niño ou La Niña, ou ciclos de longa duração dos movimentos oceânicos. Isso fez com que a Dra. Lubchenco imaginasse se a mudança climática poderia ser um fator, disse ela, acrescentando: «Não existe outra causa, em tanto quanto podemos determinar».
A zona morta, que aparece no fim da primavera e dura algumas semanas, quadruplicou de tamanho, desde que apareceu em 2002 e, neste ano, cobriu uma área quase tão grande quanto o Estado de Rhode Island, disse a Dra. Lubchenco. A zona se dissipa quando o vento muda.
Não se sabe ainda o efeito que a zona morta possa ter na futura pesca e captura de caranguejos, disse a Dra. Lubchenco. Até agora, disse ela, a zona morta não tem se formado antes que a estação de captura de caranguejos Dungeness [N.T: cancer magister] tenha quase acabado.
Hal Weeks, um ecologista marinho que dirige o Marine Habitat Project para o Departamento de Pesca e Vida Selvagem do Oregon, disse que a formação de áreas com pouca oxigenação, ou hopóxicas, até agora têm causado “disrupções localizadas” na pesca, mas nenhum declínio nas capturas e nenhuma interferência na pesca recreativa.
O Dr. Weeks disse que essas áreas podem ter ocorrido no passado e não terem sido percebidas. Mas ele acrescentou que, quando ele realizou uma reunião entre cientistas e pescadores, cerca de 18 meses atrás, para discutir a questão, os pescadores disseram não se lembrarem de problemas ocorrendo com uma tal regularidade.
«Com base nas lembranças das pessoas», disse o Dr. Weeks, «ele não tinham um padrão ou periodicidade para isso».
Ele e a Dra. Lubchenco disseram que os cientistas levarão um barco de pesquisas para o mar e, na terça-feira, baixarão um veículo-robô para fotografar o fundo do mar para verificar a mortalidade de peixes e caranguejos.
«Você, normalmente, não puxa para cima uma armadilha e acha quaisquer caranguejos mortos nela», disse a Dra. Lubchenco. «E todos os caçadores de caranguejos com quem falei, mencionaram caranguejos mortos».
O Dr. Weeks disse esperar que o cruzeiro de pesquisa ajude a explicar o que está acontecendo. «Eu deveria dar a melhor acessoria técnica a meus superiores», disse ele, «e receio que, agora mesmo, eu não tenha as respostas para eles».
Em 2002, quando a zona morta apareceu pela primeira vez, disse a Dra. Lubchenco, ela e outros pesquisadores deram pouca atenção ao que pensaram ser uma anomalia interessante. «Mas, agora, cinco anos em seguida, nós estamos começando a pensar que houve alguma mudança fundamental nas condições do oceano ao largo da Costa Oeste», disse ela, provavelemente por causa das mudançaas nas “correntes de jato” causadas pelo aquecimento global.
Enquanto isso, ainda há gente (e gente de nomeada) que acha que o “Protocolo de Kioto” é junk science e apoia o indizível presidente arbusto em seus delírios de pascácio ganancioso…
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