“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (4/2/09)

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4 de fevereiro de 2009

A Grande Mancha Vermelha Ficou Menor

Imagens mais nítidas mostram que a maior tempestade de Júpiter está encolhendo
Por Phillip F. Schewe
Colaborador do ISNS

Os cientistas que estudam a Grande Mancha Vermelha de Júpiter — o “furacão” joviano que gira rapidamente e tem duas vezes o diâmetro da Terra — produziram o melhor mapa, até agora, das velocidades dos ventos no planeta gigante, um lugar onde as rajadas de vento são freqüentemente de 480 km/h ou mais. Os mapas consistem de dezenas de milhares de medições de velocidades e fornecem uma imagem nítida do que está acontecendo com a Mancha.

Com efeito, de acordo com Xylar Asay-Davis, um cientista da Universidade da Califórnia em Berkeley, esses mapas representam os mapas planetários [de Júpiter] com a maior definição e maior precisão jamais produzidos. A Mancha é uma tempestade “anti-ciclônica” com a forma de um losango que tem exibido sua fúria em Júpiter por pelo menos três séculos. Tal com meteorologistas que estudam os furacões da Terra para compreender melhor o comportamento de tempestades violentas, os astrônomos planetários tentam registrar imagens detalhadas da Mancha para compreender melhor o tempo em Júpiter — um planeta sem uma superfície sólida visível e que é, pelo menos de nosso ponto de vista, somente um complexo de condições atmosféricas.

Imagens  detalhadas são difíceis de obter, uma vez que a Mancha está sempre em movimento e tem que ser imageada por meio de uma complicada dança. Em primeiro lugar, o planeta como um todo gira a mais de 44.000 km/h no seu equador, o que o torna o planeta que gira mais rápido no Sistema Solar. Aí então, a Mancha está em movimento ao longo de sua faixa horizontal, uma faixa de nuvens que se estica em torno de todo o planeta. Por sua vez, a faixa está em movimento com relação a outras faixas paralelas em outras latitudes. Além disso, a mancha gira no sentido anti-horário, completando um giro a cada seis dias terrestres. Finalmente, a câmera que tira as fotografias, montada em espaçonaves que passam próximas a Júpiter, inclusive as Galileo e Cassini, estão, elas próprias, atravessando o espaço a milhares de quilômetros por hora.

Asay-Davis explica que uma outra complicação para medir a Mancha, é o fato de que as nuvens que não fazem verdadeiramente parte da Mancha, ficam pairando nas proximidades. Algumas dessas nuvens arrancam pedacinhos da Mancha, ou são, por sua vez, absorvidas pela Mancha. A única maneira confiável para medir a extensão e amplitude da Mancha, prossegue ele, é medir as velocidades dos ventos em escala planetária.

Os mapas de alta definição criados por Asay-Davis e seus colegas extraem dados da Galileo, Cassini e de observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble Space Telescope, e são processados por software sofisticado. A partir de toda essas contas, a equipe de cientistas deduziu que a Mancha encolheu nos últimos doze anos. A Mancha tem sobrevivido pelos últimos 300 anos e não corre o risco de se dissipar, explica Asay-Davis.  As nuvens vizinhas que se chocam regularmente com a Mancha, podem retirar de ou adicionar energia à mesma.

Asay-Davis’s relatou suas descobertas em uma reunião da divisão de dinâmica dos fluidos da American Physical Society.
(link para uma imagem de alta definição da Grande Mancha Vermelha)
(link para uma animação do comportamento da Grande Mancha Vermelha, na WikPedia)


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

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