Música, Maestro!
US Department of Homeland Security – Science and Technology
Música cerebral
Pondo as trilhas sonoras do cérebro para funcionar
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Todo cérebro tem uma trilha sonora. Seu andamento e tom podem variar,
dependendo do ânimo, do estado de espírito e outras variáveis do próprio cérebro. Quando essa trilha sonora é gravada e reproduzida – para um operador de central de emergências, ou um bombeiro – ela pode aguçar seus reflexos durante uma situação de crise e acalmar seus nervos, depois.
Durante a última década, a influência da música no desenvolvimento cognitivo, no aprendizado e bem estar emocional emergiu como um campo “quente” de estudos científicos. Para explorar a potencial relevância da música para respostas a situações de emergência, o Diretório de Ciência & Tecnologia (S&T) do Departamento de Segurança Nacional começou um estudo sobre uma forma de neuro-treinamento chamado de “Música Cerebral” que usa música criada anteriormente a partir das ondas cerebrais do próprio ouvinte, para ajudá-lo a lidar com dificuldades comuns, tais como insônia, fadiga e dores de cabeça resultantes de ambientes estressantes. O conceito de Música Cerebral é usar a frequência, a amplitude e a duração de sons musicais para levar o cérebro de um estado de ansiosidade para outro de maior relaxamento..
O Gerente de Programa do S&T, Robert Burns, disse: “A tensão vem junto com um trabalho em respostas a emergências, de forma que estamos interessados em descobrir maneiras de tornar mais fácil para esses trabalhadores permanecerem no máximo de suas capacidades quando estiverem no serviço, e conseguirem um repouso de qualidade quando sairem de seus turnos. Nossa meta é descobrir novas maneiras de auxiliar os encarregados das primeiras respostas a terem o melhor desempenho possível, sem aumentar suas tarefas, treinamento ou níveis de estresse”.
Se o cérebro “compõe” a música, a primeira tarefa dos cientistas é escrever as notas e é exatamente isso que a Human Bionics LLC de Purcellville,
Virgínia, faz. Cada gravação é convertida em duas composições musicais únicas, projetadas para disparar as respostas naturais do corpo; por exemplo, aumentando a produtividade no trabalho, ou auxiliando o ajuste a uma escala de serviço cujo horário varia frequentemente.
Testes clínicos demonstraram que essas composições são capazes de provocar, em cada indivíduo, um dos dois seguintes estados mentais: relaxamento, para um estresse reduzido e um reposo melhor; e alerta, para uma melhor concentração e tomada de decisões. Cada trilha, com duração de 2 a 6 minutos, é uma música tocada em um só instrumento – usualmente um piano. A trilha de relaxamento, diz Burns, soa como “uma sonata tranquila e melódica de Chopin”, enquanto que a trilha de alerta pode ser parecer “mais com uma obra de Mozart”. (Parece que há um gênio — talvez dois gênios — da música erudita em cada um. Um exemplo de uma trilha sonora de alerta pode ser ouvida em www.dhs.gov/xlibrary/multimedia/snapshots/st_brain_music_active.mp3 )
Depois de ter suas ondas cerebrais transformadas em música, cada pessoa recebe uma lista de reprodução específica, personalizada a seu ambiente de trabalho e necessidades. Se empregada de maneira correta, a música pode aumentar os níveis de produtividade e energia, ou acionar as respostas naturais do corpo contra o estresse.
A música criada pela Human Bionics LLC está sendo testada como parte do Programa de Otimização da Prontificação (Readiness Optimization Program = ROP) da S&T, um programa de bem estar que combina a educação da nutrição com o neurotreinamento, para avaliar uma população de encarregados de respostas iniciais que inclui agentes federais, policiais e bombeiros. Um grupo selecionado de bombeiros locais será a primeira equipe de encarregados de respostas a emergências a fazer parte do projeto.
O componente “Música Cerebral” do ROP deriva de tecnologia patenteada, desenvolvida pela Universidade de Moscou, para emprego de ondas cerebrais como mecanismo de feedback para a correção de condições fisiológicas.
Como dizia Cervantes: “Quem canta, seus males espanta”.
Nota do tradutor: quem já leu a trilogia “Fundação” de Isaac Asimov, deve se lembrar da trama que leva o mutante “Mula” a dominar toda a Fundação — exatamente o domínio das emoções mediante o emprego de música. Asimov tem outra estória curta sobre o mesmo tema (me esqueci o título), onde “descobrem” que a música de “When the Saints Go Marchin’ In” tem o “poder” de acalmar e tirar da depressão um paciente.
Agora, que tem algo de muito sinistro nos fatos de, primeiro, ser uma tecnologia desenvolvida na Universidade de Moscou (leia-se: KGB) e adotada pelo Departamento de Segurança Nacional dos EUA, tem…
Discussão - 1 comentário
Isso aí parece muito com sincronização de ondas cerebrais (brainwave entrainment) por pulsos binaurais ou por terapia transcranial magnética.
A musiquinha é legal, mas tem muitos acordes dissonantes pro gosto do meu cérebro...