Raios em erupções vulcânicas

 Traduzido de: A New Kind Of Lightning ]

Um tipo de raio vulcânico foi descoberto durante a erupção do Monte Redoubt em janeiro de 2009.

26 de janeiro de 2010

Por Emilie Lorditch
Inside Science News Service

Mount Reboubt Lightning

Imagem ampliada

Raios na nuvem de cinzas no topo do Monte Redoubt na erupção de 28 de março Crédito: Bretwood Higman, GroundTruthTrekking.org


WASHINGTON (ISNS) — Quando o sismologista vulcanólogo Stephen McNutt do Instituto Geofísico Fairbanks da Universidade do Alaska viu estranhos picos nos dados sismográficos da erupção do Monte Spurr em 1992, ele não fazia a menor ideia de que suas pesquisas iriam enveredar por um caminho eletrizante.


“Os sismógrafos estavam na verdade captando a queda de raios”, lembra McNutt. “Eu sabia que tinha que sair à procura de físicos que estudassem os raios”. 

Quando a curiosidade de McNutt sobre raios vulcânicos começou a lançar faíscas, ele se associou ao físico e engenheiro elétrico Ronald Thomas e à estudante de pós-graduação Sonja Behnke, que estudava física atmosférica no Instituto de Mineração e Tecnologia do Novo México em Socorro, formando uma equipe ímpar para estudar melhor os raios vulcânicos.

Quando o vulcão do Monte Redoubt começou a apresentar atividade sísmica em janeiro de 2009, McNutt avisou Thomas e Behnke esta seria uma grande oportunidade para capturar alguns dados novos sobre raios vulcânicos. Quando o vulcão entrou em erupção em março, a equipe já tinha quatro Dispositivos de Mapeamento de Raios (Lightning Mapping Arrays = LMA) posicionados para monitorar os raios emitidos pela erupção.

“O LMA é basicamente uma velha antena de TV, calibrada para receber o canal 3 – a mesma frequência de irradiação dos raios”, explica Behnke.

Posicionar os LMAs a cerca de 80 km do vulcão, através de um curso d’água conhecido como Cook Inlet no centro-sul do Alaska pode não parecer o posicionamento ideal, mas, como explica a equipe, existem obstáculos para a colocação dos LMAs próximo do vulcão.

“Nós não poidíamos posicionar os LMAs no vulcão, porque este é um lugar remoto e selvagem e as estações precisam de energia e de internet para funcionar”, lembra Thomas.

Quando começaram a chegar os dados da erupção, a equipe encontrou algo inesperado.

“Vimos vários raios – de 20 a 30 minutos de raios”, recorda Thomas.
“Vimos ainda mais raios do que normalmente se vê durante uma grande trovoada”. 

Não só a quantidade de raios era atípica, como também o tipo de raios que vinham do vulcão.

“No momento em que a erupção começou, apareceram essas centelhas vindas da chaminé do Redoubt que duravam apenas entre 1 e 2 milissegundos”, diz McNut. “Esse era um tipó diferente dos raios que tinhamos visto antes”. 

Os habitantes da região e os cientistas que testemunharam as explosivas erupções do Monte Redoubt descreveram os eventos como uma visão de tirar o fôlego.

“Todos eles disseram que foi o maior espetáculo de raios que eles jamais viram”, afirma Thomas.

A equipe também esteve estudando como os recém-descobertos raios vulcânicos se comparam aos conhecidos raios de trovoadas.

“É algo fascinante aprender como os raios vulcânicos são semelhantes – e, no entanto, tão diferentes – dos raios de trovoadas”, afirma Behnke.


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