Não bastava o CO2 e agora vem o O3
Ozônio gerado pela atividade humana vai prejudicar as culturas, de acordo com estudo do MIT
Produção pode ser reduzida em mais de 10% até 2100
Descobertas esperadas e inesperadas
Os resultados para os impactos das mudanças climáticas e aumento das concentrações de dióxido de carbono (presumindo que os negócios continuem como hoje, sem restrições de emissões) trouxe poucas surpresas. Por exemplo, o dióxido de carbono e os aumentos de temperaturas beneficiariam a vegetação em grande parte do mundo.
Os efeitos do ozônio são decididamente diferentes.
Sem restrições às emissões, o crescente consumo de combustíveis [fósseis] vai empurrar a média de ozônio mundial para cima em 50% até 2100. Este aumento terá um impacto desproporcionalmente grande na vegetação porque as concentrações de ozônio em muitos lugares vai subir além do nível crítico, onda os efeitos adversos são observados nas plantas e ecossistemas.
As culturas serão as mais duramente atingidas. As previsões dos modelos mostram que os níveis de ozônio tendem a ser maiores nas regiões onde as culturas são plantadas. Além disto, as culturas são particularmente sensíveis ao ozônio, porque são fertilizadas. “Quando as culturas são fertilizadas, suas estromas se abrem e absorvem mais ar. E quanto mais ar inspirarem, mais danos por ozônio ocorrem,” diz Reilly. “É mais ou menos como sair e fazer exercício pesado em um dia rico em ozônio.”
Qual é o efeito total das três mudanças ambientais? Sem restrições às emissões, o crescimento das florestas e pastagens diminui um pouco, ou mesmo aumenta, por causa do clima e dos efeitos do dióxido de carbono. Mas as colheitas das culturas vão cair no entorno de 40% pelo mundo todo.
Entretanto, essas quebras de safra não se traduzem diretamente em perdas econômicas. De acordo com o modelo econômico, o mundo se adapta, alocando mais terra para as culturas. Esta adaptação, no entanto, tem seu custo. O uso de recursos adicionais traz uma perda econômica global de 10 a 12% do valor total da produção das culturas.
O ponto de vista regional
As estimativas globais não contam, entretanto, toda a história, à medida em que os impactos regionais variam significativamente.
Por exemplo, as regiões temperadas do Norte se beneficiam das alterações climáticas por que as temperaturas mais altas estendem sua estação de crescimento. No entanto, as perdas de safra associadas com altas concentrações de ozônio serão significativas. Em contraste, os trópicos que já são quentes, não se beneficiam de um maior aumento na temperatura, mas não são tão duramente atingíveis pelos danos do ozônio porque as emissões precursoras do ozônio são menores nos trópicos.
Resultado final: regiões tais como os Estados Unidos, China e Europa vão ter que importar comida e fornecer essas importações será um benefício para os países tropicais.
Reilly alerta que as projeções do estudo sobre o clima podem ser otimísticas demais. Os pesquisadores estão incorporando, agora, uma simulação climática mais realística em suas análises.
Os colaboradores de Reilly são do MIT e do Marine Biological Laboratory. A pesquisa foi apoiada pelo Departamento de Energia, a Agência de Proteção Ambiental, a Fundação Nacional de Ciências, a NASA, a Administração Nacional Oceanográfica e Atmosférica (NOAA) e o MIT Joint Program on the Science and Policy of Global Change.
Ele faz parte da MIT Energy Initiative (MITEI), uma iniciativa multidisciplinar do MIT projetada para auxiliar a transformar o sistema de energia global para fazer face aos desafios do futuro. A MITEI inclui pesquisa, educação, gerenciamento da energia no campus e atividades externas, uma abordagem interdisciplinar que cobre todas as áreas de fornecimento e demanda de energia, segurança e impacto ambiental.
Bom… Quem está dando essas notícias são cientistas responsáveis e de uma instituição de renome. Não são “ecochatos”, nem “ecolôs” (achei engraçadíssima esta expressão “eco + gigolô”), nem o Al Gore!
Só gostaria de saber se o Luboš Motl ainda continua com aquele selinho no Blog dele, contando os dólares “desperdiçados” no Protocolo de Kioto e chamando isso de junk science… (Não!… não me contem… foi apenas retórica…)
Cabelos ruivos…
Cabelos Ruivos e Sardas…
Estudos genéticos mostram que alguns Neanderthals podem ter tido cabelos ruivos ou louros e pele de cor mais clara
Os remanescentes fósseis dos Neanderthals pintam um quadro incompleto; eles não podem nos dizer algo sobre suas capacidades cognitivas ou nos dar detalhes sobre suas aparências. Desde que os cientistas da equipe de Svante Pääbo do Insituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, em Leipzig, começaram a olhar para dentro do DNA dos Neanderthals, fizeram algumas novas e surpreendentes descobertas. Ainda na semana passada, os cientistas de Leipzig publicaram sua descoberta da variante do gene humano FOXP2 em nossos parentes mais próximos. E agora eles revelaram outro detalhe interessante: ao menos um porcento dos Neanderthals na Europa podem ter tido cabelos ruivos, de acordo com um relatório dos pesquisadores que trabalham com Carles Lalueza-Fox na Universidade de Barcelona, Holger Römpler na Universidade de Leipzig e Michael Hofreiter no Instituto Max Planck em Leipzig, na edição online da Science (Science Express, 25 de outubro de 2007).Fig.: Neanderthals ruivos e homens modernos, cara a cara.
Imagem: Knut Finstermeier, Instituto Max Planck para Antopologia Evolucionária; original da reconstituição do Neanderthal: Reiss Engelhorn Museums, Mannheim
Uma revista de modas perguntou recentemente qual ia ser a cor da moda para os cabelos neste ano, profetisando uma extraordinariamente grande quantidade de homens e mulheres com cabelos ruivos pelas ruas. Tendo em vista a ganhadora do “Germany’s Next Top Model”, Barbara, do popular reality show com esse nome, a revista declarou que “ruivo ia ser o novo louro”! Na verdade, somente dois por cento da população mundial (e da população germânica têm cabelos naturalmente ruivos – causados por uma mutação no gene mc1r. A mudança resultante na proteína que ele controla faz com que as pessoas que tenham esta mutação tenham feomelanina no lugar da melanina escura em seus pele, cabelos e olhos. Isto lhes dá uma pele muito mais sensível e clara, e, em muitos casos, montes de sardas.
Os cientistas do Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária, em colaboração com seus colegas nas Universidades de Leipzig e Barcelona descobriram, agora, que um por cento dos Neanderthals na Europa tinham cabelos ruivos – e definitivamente não eram tingidos. Os pesquisadores rastrearam a cor dos cabelos dos Neanderthals por meio da análise genética: primeiro, eles tentaram multiplicar um pedaço do gene mc1r de um extrato de DNA de Neanderthal. Ao fazer isto, eles encontraram uma variante que jamais tinha sido observada em humanos modernos.
Graças a uma série de testes complexos, os biólogos moleculares foram capazes de eliminar a possibilidade de que as amostras experimentais, contendo a variante, pudessem ter sido contaminadas com DNA humano moderno, ou fosse um resultado aleatório, causado por DNA danificado ou por erros de PCR (PCR, ou polymerase chain reaction, é um processo para multiplicar DNA). Testes funcionais mostraram, então, que esta variante é muito menos ativa do que a variante humana normal. “Variantes genéticos com atividade reduzida similarmente são igualmente conhecidos no homem moderno – embora sejam um resultado de outras mutações,” afirma Michael Hofreiter. “Nas pessoas, elas levam a cabelos ruivos. Portanto, podemos presumir que parte da população Neanderthal pode ter tido cabelos ruivos ou de cores claras e, possivelmente, até uma pele mais clara,” de acordo com o paleoantropologista.
Se os cabelos ruivos entre os Neanderthals era considerado paticularmente erótico, ou mais uma aberração é algo que, é claro, os cientistas não podem dizer. Trabalho original:
Carles Lalueza-Fox, Holger Römpler, Michael Hofreiter et al.
A melanocortin 1 receptor allele suggests varying pigmentation among Neanderthals.
Science, 25 de outubro de 2007
Ora, ora, quem diria?… Seria interessante saber o que neo-nazistas e outros racistas teriam a dizer sobre o assunto…
Aquecimento Global é fogo!…
Só que agora apareceu um efeito subsidiário que afeta uma região particularmente rica e importante do país mais “importante” do planeta… Os incêndios (“firestorms” = tempestades de fogo) no Sul da Califórnia.
Via EurekAlert, um estudo da Universidade do Oregon:
Incêndios generalizados na Califórnia são consistentes com alterações climáticas globais
CORVALLIS, Ore. – Os incêndios catastróficos que estão varrendo o Sul da Califórnia são consistentes com o que modelos de alterações climáticas vêm predizendo por anos a fio, dizem os experts, e podem ser apenas um prelúdio para muitos outros eventos iguais no futuro – à medida em que a vegetação cresce mais densa do que o usual e, então, pega fogo durante períodos de secas prolongados.
“Isto é exatamente o que vínhamos prevendo que poderia acontecer, tanto nas previsões a curto prazo para incêndios neste ano, como para padrões a longo prazo que podem ser associados às mudanças climáticas globais”, declarou Ronald Neilson, professor da Oregon State University e bioclimatologista do Serviço Florestal do Departamento de Agricultura dos EUA.
“Você não pode olhar para um evento como este e dizer com certeza que ele é causado por uma mudança climática”, diz Neilson, que também foi um contribuidor nas publicações do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), um dos co-ganhadores do Prêmio Nobel da Paz de 2007.
“Mas coisas exatamente como esta são consistentes com o que os mais recentes modelos mostram”, afirmou Neilson, “e pode ser uma nova peça de indício de que a mudança climática é uma realidade, uma com sérios efeitos”.
Os mais recentes modelos, disse Neilson, sugerem que partes dos EUA podem experimentar padrões de precipitação pluviométrica de longos prazos – menores variações anuais, porém, em lugar disso, uma seqüência de anos chuvosos, seguidos por vários anos de secas maiores que o normal.
“À medida em que o planeta se aquece, mais água se evapora dos oceanos e toda essa água tem que voltar a cair em algum lugar como chuva”, prossegue Neilson. “Isso pode resultar, por vezes, ao surgimento súbito de uma vegetação mais densa e a criação de uma remenda carga de combustível. Mas o aquecimento e outras forças climáticas também vão criar secas periódicas. Se você tiver uma fonte de ignição durante estes períodos, os incêndios podem se tornar simplesmente explosivos”.
Os problemas podem ser agravados, diz Neilson, pelos eventos “El Niño” ou “La Niña”. Um episódio de “La Niña” que está presentemente em curso, provavelmente está amplificando a seca no Sul da Califórnia, ele argumenta. Porém, quando as chuvas retornarem por um período de anos, a vegetação queimada pode, inevitavelmente, crescer de novo para níveis muito densos.
“No futuro, incêndios catastróficos, tais como os que estão acontecendo agora na Califórnia, podem ser, simplesmente, uma parte normal da paisagem”, declarou Neilson.
Modelos de previsões de incêndios, desenvolvidos pelo grupo de Neilson na OSU e no Serviço Florestal, se baseiam em vários modelos climáticos globais. Quando combinados, eles previram precisamente tanto os incêndios no Sul da Califórnia que estão acontecendo, como a seca que recentemente atingiu partes do Sudeste, inclusive os estados da Georgia e Flórida, causando danosas faltas d’água.
Em estudos publicados a cinco anos, Neilson e outros pesquisadores da OSU predisseram que as condições do Oeste Americano poderiam se tornar tanto mais quentes, como mais úmidas no século em curso, condições estas que levarão a repetidos e catastróficos incêndios, maiores do que quaisquer outros da história recente.
Naquela ocasião, os cientistas sugeriram que aumentos periódicos nas precipitações, combinados com temperaturas mais altas e taxas crescentes de dióxido de carbono na atmosfera, iriam acelerar o crescimento da vegetação e aumentar mais ainda as já existentes reservas de combustível, causadas por décadas de supressão de incêndios.
Secas ou ondas de calor, diziam os pesquisadores em 2002, levariam, então, a níveis de incêndios descontrolados, maiores do que os observados desde a colonização européia. As projeções eram baseadas em vários modelos de “circulação geral” que mostravam tanto o aquecimento global como o aumento nas precipitações pluviométricas durante o século XXI.###
Isto pode ter o efeito “benéfico” de “acender as luzes de alerta” no país que mais rejeitou o Protocolo de Kioto… Afinal, é a mansão do magnata famoso de Holywood e do Vale do Silício que está pegando fogo, e a “batalha” pelos seguros não vai mais ser travada por um bando de crioulos pobres, como foi em Nova Orleans… O mercado também vai “pegar fogo” com isso… Sem contar que o governador da Califórnia é do Partido Republicano…
Atenção! Se isto serve para as condições climáticas do Oeste Americano, pode ser ainda mais grave para as Regiões do Pantanal (que está passando por uma seca sem precedentes), para uma Amazônia cada vez mais desmatada e, principalmente, para os Campos Cerrados do Planalto Central que se pretende transformar em “fontes de bio-combustível”.
É melhor planejar a “expansão das frontiras agrícolas” com base nesses novos dados e montar uma rede decente de meteorologia, do que correr o risco de tornar todo o Brasil em um “Raso da Catarina”!…
Atualizando em 15/10/2007 – Notícia da BBC-Brasil: Etanol é ameaça ao cerrado, afirma relatório da ONU
Entre Piratas e Corsários…
Mas será esta uma moeda com uma só face?… Então, me valendo do “Aulete Digital” vou apresentar dois verbetes:
Pirata:
(pi.ra.ta)
s2g.
1 Ladrão que cruza os mares unicamente para roubar e pilhar.
2 P.ext. Indivíduo que rouba ou assalta ; LADRÃO; GATUNO.
3 Lus. Indivíduo que seqüestra avião para fazer exigências em troca ; TERRORISTA.
4 Bras. Indivíduo astucioso, espertalhão, tratante
5 Fig. Fantasia carnavalesca baseada nas vestes do pirata dos mares.
6 Fig. Indivíduo galanteador, sedutor.
7 Fig. Indivíduo que enriquece por meios ilícitos, fraudulentos e/ou violentos, como tráfico de influência e extorsão.
a2g.
8 Copiado sem autorização legal (CD pirata, software pirata). [Antôn.: autêntico, original.]
9 Rád. Telv. Que opera ou faz transmissões clandestinamente (rádio pirata) ; CLANDESTINO.
10 Que opera numa linha de transporte coletivo sem autorização legal (ônibus pirata).
11 Ref. ou pertencente a pirata (navio pirata).
[F.: Do it. pirata, der. do lat. pirata, ae < gr. peiratés.]
Pirata do ar
1 Pessoa que se apodera pela força de uma aeronave (subjugando com armas a tripulação e os passageiros) para, por meio de chantagem, impor certas condições e exigências.
Pirata eletrônico
1 Ver cracker e hacker.
Corsário
(cor.sá.ri:o)
a.
1 Ref. a corso¹ (navio corsário)
2 Diz-se de calça justa feminina que chega até o meio da perna
sm.
3 Navio destinado ao corso¹
4 Comandante desse tipo de navio
5 Navio destinado à pirataria
6 Pirata, bucaneiro, flibusteiro
[F.: Do it. corsaro]
corso¹ (cor.so) [ô] Mar.
sm.
1 Operação de guerra naval em que um comandante de navio mercante recebe do Estado a missão de atacar o tráfego do inimigo
Ou seja, o “corsário” é um “pirata com carteira assinada”. Mas, a propósito do que eu estou me atendo a essas “firulas”?
Porque o artigo referido não leva em conta o verdadeiro “corso” que todos os governos (e o brasileiro, em particular) praticam. E praticam seja descaradamente (e.g: a miríade de impostos “embutidos” em todo produto ou serviço que o babaca cidadão consome), seja por fazer vista grossa nas práticas flibusteiras dos ditos fabricantes/fornecedores formais (afinal, quanto maior o faturamento dos ditos, maior a arrecadação dos impostos).
Outro dia mesmo eu dizia ao Osame, em um comentário no “Roda de Ciência”, que os bancos estão cobrando dos otários clientes uma “Taxa de Antecipação” para a quitação antecipada de empréstimos. Legal, né?… Você antecipa o pagamento, e paga mais por isso… E o Banco Central acha isso perfeitamente natural!… Claro!… Mais CPMF para o bolsinho da viúva!… E mais “Superavit Primário” para o governo fazer demagogia…
Hoje, eu me deparei com mais uma forma de “assalto oficializado” (não bastasse o logro que foi a mudança da forma de cobrança da telefonia, de “impulsos” para “minutos” que, traduzida em miúdos, significou 40% de reajuste nas tarifas telefônicas, com direito a um imposto de 33,333…% para os pobrezinhos dos Estados, que nunca têm dinheiro para escolas, hospitais, delegacias e viaturas de serviços…): a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE) veio trocar o hidrômetro da velha casa de vila onde estou morando.
A desculpa apresentada (e fartamente endossada pela mídia) é que “os velhos hidrômetros enguiçavam e não mediam corretamente o consumo”. Invariavelmente, as novas contas de água e esgoto (calculado sobre o consumo d’água) “vão para o espaço”! Só que eu descobri o truque: trata-se do “golpe da pasta de dentes”, em nova versão…
Não conhecem?… Foi um artifício inventado pela indústria de dentifrícios para aumentar o consumo, sem que o consumidor percebesse: aumentar, em cerca de um milímetro, o diâmetro do orifício de vazão do tubo de pasta de dentes. Acostumado a espalhar uma tripa de um certo comprimento na escova, o luser nem percebe que está gastando mais…
Pois é!… A CEDAE está aumentando a bitola dos hidrômetros. Resultado: aumento da pressão na rede e maior desperdício… Claro que a conta vai subir! Mas o trouxa consumidor vai pensar que seu hidrômetro velho é que estava sempre registrando “a menor”…
Considerando que está em curso uma grande estiagem e – pior ainda! – que é sobejamente conhecido que a água é um bem escasso, um tal artifício só pode ser taxado de escrotice falta de bom-senso.
Então – querem saber de uma coisa? – eu estou içando minha “Jolly Rogers”!… Forçado pelos “corsários”, eu dou “vivas” aos “piratas”! Se eu vou ser roubado, que seja por um “pé-de-chinelo” marginalizado por essa indecência que passa por “governo”. Eu sei o quanto me custou, em termos de sacrifício de minha saúde e de minha família, meus proventos de reformado. E não obrigo ninguém a ganhar meu dinheiro. Já que ele vai acabar parando na mão dos desonestos, que o faça pela via mais curta.
Dixit!
Dicionário Digital
Já instalei o meu. E é tão raro eu escrever alguma coisa aqui para elogiar que eu estou com medo de ter alguma reação alérgica…
Muito obrigado, Maria Guimarães por esta “trouvaille”!
Simples assim…
University of Cambridge
Hormônio regula o fascínio por comida
Nova pesquisa fornece um insight no gosto e desejo por comida
Cientistas descobriram que a leptina, u, dos hormônios chave responsáveis pela redução da fome e o aumento da sensação de saciedade, também controla nosso fascínio por comidas.
Uma equipe da University of Cambridge, chefiada pelos Dr. Sadaf Farooqi e Dr. Paul Fletcher, descobriram que as propriedades que despertam as apetitosas qualidades da comida, têm fortes efeitos nas mesmas regiões chave responsáveis pela recompensa de emoções e desejos. Com o uso de tecnologia de imagem, eles demonstram que estas áreas do cérebro “se acendem” quando se mostra a indivíduos deficientes em leptina, imagens de comidas.
A fome influencia o que e o quanto comemos, mas não é o único determinante de nosso padrão de comportamento alimentar. Comer é uma atividade muito agradável e as propriedades de “recompensa”, ou de serem “apetitosas”, da comida desempenham um papel de destaque e podem levar a excessos alimentares, quando suplantam os sinais biológicos que governam a fome e a saciedade.
Compreender o comportamento alimentar. portanto, significa que devemos levar em conta os caminhos fisiológicos e hormonais, bem como os processos cerebrais evocados pela visão, cheiro, gosto, ou mesmo o simples pensamento em comida. Mais desafiador, ainda, é desenvolver uma compreensão das maneiras em que esses dois conjuntos de processos – o fisiológico e o cérebro/neural – interagem para moldar nossos padrões de alimentação.
Os autores pensaram em achar uma conexão entre os caminhos cerebrais que sabem quando alguém está com fome ou saciado, e as partes do cérebro envolvidas em quanto as pessoas desejam e apreciam comida. Eles postularam que a leptina, um dos principais hormônios envolvidos no controle do peso, poderia ser a chave.
O hormônio leptina é feito de células graxas e circulam pela corrente sanguínea, até atingir o cérebro, onde age para reduzir a sensação de fome e ampliar a de saciedade. Os autores estudaram pacientes com uma rara desordem genética que resulta em uma completa ausência de leptina. Esses pacientes comem excessivamente, gostam de todos os tipos de comida (inclusive comidas pouco atraentes) e desenvolvem uma severa obesidade. Após o tratamento com leptina, sua fome fica reduzida, eles se tornam mais exigentes em matéria de comida e perdem peso.
Neste estudo, patrocinado por MRC e o Wellcome Trust, se pedia aos pacientes para olharem para uma série de figuras, enquanto sua atividade cerebral era monitorada, com o uso de Imagens de Ressonância Magnética Funcional (Functional Magnetic Resonance Imaging = fMRI). O scanner de fMRI mostra quais partes do cérebro são ativadas, ou “se acendem”, em resposta a diferentes imagens. O padrão de ativação do cérebro em resposta às figuras de comida foi comparado ao observado com o de figuras de itens não relacionados com comida, tais como árvores, carros e barcos. Algumas das comidas eram realmente apetitosas (bolo de chocolate, morangos, pizza), enquanto outras eram razoavelmente indiferentes (couve-flor, brócolis).
Os autores mostraram que, nos pacientes com falta de leptina, várias áreas do cérebro – conhecidas coletivamente como regiões estriadas – respondem a figuras de comidas. Essas áreas já foram associadas a emoções e desejos agradáveis e compensadores. Quando os pacientes foram tratados com leptina, a resposta a figuras de comidas nessas áreas foi reduzida.
Uma das regiões estriadas – o nucleus accumbens – era especialmente responsivo a figuras de comidas geralmente tidas como mais apetitotsas. Por exemplo, sua atividade era mais alta em resposta à figura de um bolo de chocolate do que à figura de um brócoli. Em voluntários saudáveis, a ativação do nucleus accumbens por comidas apetitosas só aparecia quando a pessoa estava com fome (após um jejum noturno).
Nos pacientes com deficiência de leptina, o nucleus accumbens mostrava esta resposta distinta (maior para comidas largamente apreciadas) quando os pacientes estavam com fome (após um jejum noturno), mas também quando eles tinham acabado de comer. Após o tratamento com leptina, a resposta desses pacientes ficou tão normalizada que o nucleus accumbens era ativado, predominantemente por comidas das quais gostavam e somente quando tinham passado a noite sem comer e estavam com fome.
Consideradas em conjunto, estas descobertas têm importantes implicações para a compreensão de como dois sistemas chave – os caminhos que controlam a fome e o processo cerebral envolvido no gosto e desejo por comidas – podem interagir. Os cientistas estabeleceram que a fome claramente tem um impacto na ativação das regiões estriadas do cérebro, em resposta a figuras de comida, e que o consumo de comida modifica estas respostas. Esta modificação necessita do hormônio leptina, uma vez que, na sua ausência, estas regiões do cérebro permanecem altamente sensíveis à presença e ao tipo de figuras de comidas, mesmo após uma refeição.
Dr Farooqi, do Departamento de Bioquímica Clínica da Universidade, diz: “Enquanto o peso corporal permanece estável para muitas pessoas por um longo período de tempo, outras pessoas ganham peso muito facilmente. Mais estudos são necessários para descobrir como essas respostas variam em pessoas com problemas de peso em geral. A pesquisa é necessária para descobrir como a leptina aciona outras substâncias químicas no cérebro e como a alteração desses caminhos contribuem para a superalimentação e obesidade˝.
“Compreender como os sistemas cerebrais interagem com hormônios que sinalizam a fome e armazenamento de energia, nos fornecerá um quadro mais completodos fatores que controlam o comportamento alimentar e, se espera, nos levará além das presunções prevalescentes e simplistas acerca do porque algumas pessoas têm problemas em controlar o quanto elas comem˝.
“Tal entendimento será um passo fundamental na prevenção e tratamento da obesidade. De forma importante, a descoberta que o gosto por comidas tem um fundo biológico, deve encorajar uma atitude mais cooperativa para com pessoas com problemas de peso”.
Um pensamento de humor-negro: já pensaram que alguém pode pensar em substituir o “Fome-zero” por uma ampla distribuição de leptina?… Pelo menos, ninguém mais “passaria fome”…
A importância da pré-escola
University of Minnesota
Um relatório da Universidade de Minnesota diz que a intervenção na tenra infância melhora o bem-estar dos aultos jovens
Estudo é o primeiro a demonstrar que programas de escolaridade têm impacto duradouro
Estudantes que fizeram a pré-escola, vindos de famílias de baixa renda, que participaram de uma ampla intervenção educacional, se sairam melhor em termos de educação, integração social e economicamente, ao entrarem na fase de jovem-adulto, de acordo com um relatório dos professores Arthur Reynolds e Judy Temple, da Universidade de Minessota. O estudo foi publicado hoje (6 de agosto) no Journal of the American Medical Association’s (JAMA) Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Reynolds é um professor de Desenvolvimento Infantil no Colégio de Educação e Desenvolvimento Humano e Judy Temple é uma professora no Departamento de Economia Aplicada e no Instituto Huphrey de Assuntos Públicos.
“Este estudo é o primeiro a mostrar que programas estabelecidos a longo prazo, realizados por escolas podem ter efeitos duradouros, até a fase de adultos, em termos de saúde geral e bem-estar”, diz Reynolds. “Programas para o início da infância podem promover não só o sucesso educacional, como também o estado de saúde e comportamental”.
O grupo de pesquisas de Reynolds descobriu que, com cerca de 24 anos de idade, crianças que participaram em programas de pré-escola têm mais probabilidade de completar o segundo grau, freqüentarem cursos de nível superior e terem Planos de Saúde, e menos chance de serem presos por pequenos delitos, irem para a cadeia ou desenvolver sintomas de depressão. Por exemplo, o grupo com pré-escola obteve taxas maiores de formatura de 2º grau, com uma taxa de 71,4%, em comparação com a taxa de 63,7% dos que não tiveram pré-escola. Os que tiveram pré-escola também obtiveram uma taxa maior de Planos de Saúde, com 70,2%, comparados aos 61,5% dos que não tiveram pré-escola. As crianças do programa também tiveram taxas mais baixas de detenção por pequenos delitos, com 16,5%, comparados aos 21,1%, e menos sintomas de depressão, com 12,8%, comparados a 17,4%.
O estudo dirigido por Reynolds é chamado de “Estudo Longitudinal de Chicago” e começou, em 1986, a investigar os efeitos dos programas de pré-escola estatais para 1.539 crianças nas Escolas Públicas de Chicago. O grupo de Reynolds estudou os efeitos de longo prazo no Centro de Crianças e Pais e Chicago. Um total de 1.539 crianças de minorias de baixa renda, nascidas entre 1979 e 1980, que freqüentaram programas em 25 lugares, entre 1985 e 1986, foram comparados a 550 crianças que participaram de programas alternativos de pré-escola de tempo integral, disponíveis para famílias de baixa renda. As crianças foram rastreadas até os 24 anos, usando-se diversos métodos, que incluíram histórico escolar, registros médicos (Medicaid) e agências municipais, estaduais e federais, bem como uma pesquisa complementar, realizada pelos participantes entre os 22 e 24 anos de idade.
“As intervenções no início da infância demonstraram efeitos positivos consistentes na saúde e bem-estar das crianças”. de acordo com as informações do artigo da JAMA. Os tipos de programa que receberam o maior aporte de recursos nas verbas públicas foram programas de pré-escola para crianças em grupos de risco de 3 a 4 anos que fornecem serviços tanto educacionais, como de apoio familiar, em um ambiente criado em torno de um Centro. Uma dessas intervenções, o programa do Centro de Crianças e Pais em Chicago, fornece instrução de pré-escola a 2º grau com professores qualificados, taxas pequenas de professor-por-aluno, serviços de saúde e nutrição, e um programa intensivo para os pais que inclui envolvimento com as atividades em sala-de-aula, excursões e visitas em domicílio.
As crianças que participaram do programa durante a pré-escola e os primeiros anos escolares, apresentaram uma chance maior de ter empregos de expediente integral (42,7%, contra 36,4%), completaram mais anos de escolaridade e tiveram menores chances de prisão por crimes (13,9% contra 17,9%) e de receber assistência por invalidez (4,4% contra 7%).
O fato dos resultados positivos do programa se estenderem além das realizações educacionais não é surpreendente, dado às ligações entre a saúde física, educacional e comportamental, afirmam Reynolds e Temple em seu estudo. “Já que despesas com assistência médica e o sistema de justiça atingem cerca de 20% do PIB, a economia potencial em custos para governos e contribuintes é considerável”
“As crianças que participaram deste programa têm uma melhor compreensão de que a maior escolaridade, com maior qualidade, é o caminho para se livrar da pobreza”, diz Reynolds.
“As crianças que participaram no programa do Centro de Crianças e Pais se tornaram, de maneira geral, mais socialmente engajadas e adeptas da educação”, afirmou Reynolds. “Esses benefícios foram fruto do impacto precoce do programa sobre a preparação para a escola, desemepenho escolar e o envolvimento dos pais na escolaridade das crianças”
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E desde o ano passado a Proposta de Emenda Constitucional, apresentada pela então Senadora Heloisa Helena, de incluir a pré-escola no sistema público de educação (que, inexplicavelmente, com um governo que se jacta de ser “popular” e “esquerdista”, permaneceu 4 longos anos sendo sabotada pela base governista) entrou em vigor…
Agora, só falta tirar do papel e por em prática, isso se chegarem a alguma conclusão sobre de onde vão tirar os recursos necessários. Bem que poderia ser das fortunas que se gasta em fazer publicidade dos diversos níveis de governo, para “dar visibilidade” a programas de exeqüibilidade duvidosa e de mero clientelismo.
Funcionou em uma sociedade muito menos paternalista (vejam a preocupação com Planos Privados de Saúde) do que a brasileira e – por que não dizer? – muito mais competitiva e individualista. Quando mais não seja, para economizar os impostos na construção de penitenciárias…
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A energia nuclear conta-ataca!…
Inderscience Publishers
Energia renovável acaba com o ambiente
A energia renovável não passa no teste ambiental
“Renovável” naõ significa “verde”. Isto é o que clama Jesse Ausubel da Rockefeller University em Nova York. Em um artigo no Inderscience’s International Journal of Nuclear Governance, Economy and Ecology, Ausubel expica que construir um número suficiente de geradoras eólicas, barragens em um suficiente de rios e cultivar a biomassa suficiente para atender as necessidades globais de energia, vai acabar com o ambiente.
Ausubel analisou a quantidade de energia que cada uma das, assim chamadas, fontes de energia renovável podem produzir, em termos de Watts de potência fornecida por metro quadrado de terra perturbada. Ele também compara a destruição da natureza pelos renováveis com a necessidade de espaço para energia nuclear. “Energia nuclear é verde”, ele argumenta, “Considerando os Watts por metro quadrado, a energia nuclear tem uma vantagem astronômica sobre seus competidores”.
Nesta base, ele argumenta que as tecnologias obtém sucesso quando a economia de escala faz parte de sua evolução. Nenhuma economia de escala favorece os renováveis. Mais kilowatts renováveis precisam de mais terra em uma escala constante ou pior ainda, porque a terra boa para energia eólica, hidroelétrica, biomassa ou energia solar pode ser usada antes.
Uma consideração acerca de cada, assim chamada, fonte renovável, por sua vez, pinta um quadro sombrio do impacto ambiental dos renováveis. Hipoteticamente, alagar toda a Província de Ontario, Canada, cerca de 900.000 quilômetros quadrados, com todos seus 680.000 bilhões de litros de chuva, e armazenar tudo atrás de uma barragen de 60 metros, somente geraria 80% da energia total produzida pelas 25 usinas nucleares do Canadá, explica ele. Colocando de outra forma, cada quilômetro quadrado de terra inundada pela barragem só forneceria a eletricidade para apenas 12 canadenses.
A energia de biomassa também é terrivelmente ineficiente e destruidora para a natureza. Para energizar uma grande parte dos EUA, vastas áreas precisariam ser desmatadas ou plantadas anualmente. Para obter a mesma quantidade de eletricidade, a partir de biomassa, de uma única usina nuclear, seria necessário plantar 2.500 km² da melhor terra de Iowa. “O aumento do uso de combustível de biomassa de qualquer natureza é criminoso”, observa Ausbel. “A humanidade precisa guardar terras para a natureza. Cada automóvel necessitaria de um pasto de 1 a 2 hectares”.
Voltando-se contra a energia eólica, Ausubel aponta o fato de que, enquanto que as “fazendas de vento” sejam entre três e dez vezes mais compactas do que uma “fazenda de biomassa”, se precisa de uma área de 770 km² para produzir tanta energia quanto uma usina elétrica nuclear de 1.000 Megawatts. Para atingir a demanda de 2005 dos EUA, teria que se cobrir uma área de aproximadamente 780.00 km², uma área do tamanho do Estado do Texas, com estruturas para extrair, armazenar e distribuir a energia.
Uma centena de metros quadrados para os ventos, um bom tamanho para um apartamento em Manhattan, poderiam fornecer energia para uma lâmpada elétrica ou duas, mas não para as máquinas de lavar, fornos de microondas, TV de plasma e computador. A Cidade de Nova York precisaria que cada metro quadrado de Connetcticut se tornasse uma “fazenda de ventos” para fornecer a energia para todos os seus equipamentos e gadgets elétricos.
A Energia Solar também entra na crítica. Uma usina de células fotovoltaicas necessitaria pintar de preto cerca de 150 km², mais a terra necessária para a armazenagem e recuperação, para se equiparar a uma usina eletronuclear de 1.000 MW. Além disso, cada forma de energia renovável envolve uma vasta infraestrutura, que inclui concreto, aço e estradas de acesso. “Sendo um Verde, um dos meus credos é ‘nada de estruturas novas’, porém os renováveis envolvem dez vezes ou mais material por kW do que gás natural ou energia nuclear”, diz Ausubel.
Enquanto que as marcas da mineração de Urânio possam acrescentar umas poucas centenas de km² , e existam considerações acerca de armazenagem de resíduos e segurança, o denso coração do átomo deixa, de longe, a menor marca na natureza do que qualquer outra forma de fonte de energia. Com os benefícios da economia de escala, a energia nuclear poderia multiplicar sua vazão de energia e até encolher o sistema de energia, da mesma forma que computadores se tornaram menores e mais poderosos.
“Renováveis podem ser renováveis, mas não são verdes”, afirma Ausubel”, “Se queremos minimizar novas estruturas e o estupro da natureza, a energia nuclear é a melhor opção”.
Em matéria de hidrelétricas, você não precisa alagar Ontário (por falar nisso, por que será que ele não propõe drenar os Grandes Lagos para construir mais usinas nucleares?…); mas se pode e se deve sacrificar muita terra para usinas hidroelétricas e criar hidrovias internas. Essa combinação de produção de energia com o meio menos gastador de energia para o transporte é economicamente viável. Principalmente para países tropicais. Se não o é para o Canadá, que pena!…
Quanto à energia de biomassa, onde o perpetrador autor deste artigo mistura bio-combustíveis com outras formas de energia a partir de biomassa, esquecendo que o lixo orgânico é uma fonte plausível, o fulano esquece que um dos dados relevantes para a agricultura é, exatamente, o fator de rendimento do solo. E por que tanta preocupação com a geração de energia elétrica? Bio-combustíveis servem para substituir, principalmente, combustíveis fósseis em todos o seus empregos. Não será o mais eficaz para geração de eletricidade, talvez…
Mas a razão se torna clara quando ele aborda a energia eólica. O problema não é só gerar energia. É não parar de desperdiçar energia com todos os gadgets que fazem as delícias de uma economia podre e em processo de falência.
E outras argumentações falaciosas, tais como considerações sobre “construir estruturas” para armazenagem e distribuição de energia, valem para qualquer fonte de geração de eletricidade, inclusive a atômica.
Eu não desprezo a energia nuclear como fonte para geração de eletricidade, mas os problemas de segurança e do manejo de resíduos não são tão pequenos como o imbecil autor faz crer. E, não nos esqueçamos: a matéria-prima para a energia nuclear também é uma fonte não-renovável e particularmente escassa.
Ah!… Sim… Eu até já estou vendo a nanotecnologia produzindo chips geradores de energia eletronuclear…
Em matéria de “defesa” o paspalhão autor perdeu uma excelente ocasião para ficar calado…
Big Brother is watching you!
Notícia da BBC Brasil:
24 de julho, 2007 – 19h32 GMT (16h32 Brasília)
Grã-Bretanha orienta escolas sobre como colher digitais de alunos
As escolas britânicas estão recebendo um guia com diretrizes sobre como poderão usar e armazenar dados biométricos de alunos, tais como impressões digitais.
Atualmente, existem colégios britânicos que utilizam dados biométricos de estudantes para aferir comparecimento, permitir que alunos paguem por refeições e pegar livros emprestados das bibliotecas escolares.
Críticos da medida afirmam que armazenar impressões digitais de alunos é algo que fere a privacidade de crianças e levantaram dúvidas sobre a possível legalidade dessa prática.
Eles também protestaram contra o fato de que a coleta de dados biométricos não dependerá da aprovação de pais das crianças.
Dados temporários
O governo refuta as críticas, afirmando que a coleta de dados biométricos é feita de forma a não expor os estudantes e acrescenta que os dados precisam ser destruídos pelos colégios assim que os estudantes abandonam a instituição.
Segundo a Becta, a agência responsável pelo setor de educação na Grã-Bretanha, o consentimento dos pais não é compulsório, mas a entidade aconselhou as escolas a envolver o maior número possível de pais e alunos em suas decisões de usar dados biométricos.
”Essas informações não podem ser compartilhadas com terceiros e têm de ser eliminadas no caso de um estudante deixar a escola”, afirmou o ministro da Educação britânico, Jim Knight.
Os sistemas biométricos nos colégios britânicos funcionam de forma que não seja possível ver a imagem propriamente dita da impressão digital do aluno.
De acordo com a Becta, o sistema funciona da seguinte forma: quando as crianças colocam a sua impressão digital em um aparelho capaz de registrá-la, o equipamento gera um valor numérico.
Cada vez que for lida a impressão digital do estudante, um novo valor numérico é gerado. Ele é comparado com outros números armazenados, dessa forma é possível estabelecer a identidade do autor da impressão digital entre os vários alunos e os números correspondentes a eles.
Antidiscriminatório
A agência afirma também que o sistema pode ser positivo para os alunos que almoçam no colégio, especialmente para os mais pobres, que não podem pagar por suas refeições, e que contam com isenções.
Graças à leitura biométrica, diz a Becta, esses estudantes não podem ser identificados por seus colegas e, dessa forma, não estão sujeitos a ser discriminados devido à sua condição social.
O órgão comenta ainda que graças ao sistema, os alunos não têm de trazer carteiras ou dinheiro para a cantina, portanto não estão sujeitos a perder cartões automáticos e nem estão sujeito a roubo por parte de outros colegas.
Outra precaução, segundo o guia fornecido pela agência governamental, é a necessidade de firmar que cada colégio é um ”controlador de dados”, ou seja precisa prestar contas do porquê de estar armazenando a informação e assegurar que a coleta desses dados está sendo feita dentro da lei e não será mantida além do prazo necessário.
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E a Scotland Yard também é absolutamente confiável e jamais assassinou um inocente…
Sentimento de culpa e motivações
Association for Psychological Science
Foi mal!… Porque sentimos culpa em primeiro lugar
A Culpa tem um papel essencial no estabelecimento do comportamento social. A sensação preocupada em nossas entranhas freqüentemente serve como o ímpeto que nos leva a procurar a redenção. No entanto, os psicólogos têm problemas em concordar sobre a função desta emoção complexa.
Por um lado, o sentimento punitivo da culpa pode impedir você de repetir o mesmo comportamento transgressor no futuro, o que os psicólogos chamam de “motivação supressora”. Por outro lado, alguns pesquisadores enfocam a função da culpa em um contexto social, no qual ele mantém as pessoas dentro dos comportamentos previstos nos padrões morais de suas comunidades. Este enfoque enfatiza uma experiência emocional mais positiva e é associada com “motivação aproximativa”.
Em um novo estudo, a ser publicado na edição de junho da Psychological Science, publicada pela Association for Psychological Science, o psicólogo da Universidade de New York, David M. Amodio, e seus colegas, Patricia G. Devine e Eddie Harmon-Jones, tentam combinar os dois campos. Os pesquisadores acreditam que a culpa é, inicialmente, associada à motivação supressora, que, então, se transforma em motivação aproximativa, quando se apresenta uma oportunidade para a reparação. Além disto, os pesquisadores visaram testar estas questões acerca da função da culpa no contexto da redução do preconceito racial.
Para testar sua teoria, os pesquisadores mostraram aos participantes figuras com fisionomias Brancas, Negras, ou Asiáticas, enquanto monitoravam sua atividade cerebral com um EEG. Aí, os pesquisadores mostravam “resultados” aleatórios aos participantes, dizendo se eles tinham respondido positiva ou negativamente às figuras de brancos, negros e asiáticos.
Após receber um resultado que indicava que eles tinham respondido negativamente às fisionomias dos negros, os pesquisados relatavam sentimentos ampliados de culpa, ansiedade e tristeza. O aumento da culpa foi maior do que a modificação de qualquer outra emoção. Seus relatos eram confirmados pelo EEG, que mostrava uma significativa redução na assimetria frontal esquerda, após o resultado. Grande parte da literatura indica que a assimetria frontal esquerda corresponde à motivação aproximativa. Portanto, neste caso, os participantes estavam, inicialmente, sentindo os efeitos punitivos da culpa, ou motivação supressora.
Os participantes, então, completavam outro estudo, no qual eles liam uma série de manchetes de revistas. Interpoladas a outras manchetes, incluídas para “encher linguiça”, havia três manchetes cujo título se relacionava com a redução do preconceito racial (“Melhorando suas relações inter-raciais”. “10 maneiras de reduzir o preconceito racial na vida quotidiana,” e “Meios para eliminar seu próprio racismo no novo milênio”). Os participantes a quem tinham contado que tinham respondido negativamente às fisionomias de negros, revelaram uma grande mudança para o lado esquerdo em sua atividade cortical frontal, enquanto liam os títulos referentes à redução de preconceito racial, indicando uma motivação aproximativa.
Ou seja, quando se dava aos indivíduos uma oportunidade para a reparação, seus sentimentos de culpa pode predizer seu interesse em comportamento redutor do preconceito. Anteriormente, as emoções eram consideradas como estados emocionais relativamente imutáveis, básicos. A pesquisa de Amodio apresenta uma nova idéia de que as emoções servem uma dinâmica de funções motivacionais para o estabelecimento do comportamento. Estas descobertas também sugerem que, embora seja um sentimento incômodo, a culpa tem um papel crítico na promoção de mudanças pró-sociais no comportamento, e o estudo de Amodio demonstra este efeito no contexto da redução do preconceito racial.