Aparentemente, nada a ver…

Via EurekAlert, um artigo me chamou a atenção:
Pesquisadores da Universidade de Minnesota descobrem que as palavras de um CEO podem antecipar inovaçõs futuras em uma companhia
Muitos acionistas gostariam de poder olhar em uma bola de cristal e predizer o desempenho de uma firma. Pesquisadores da Universidade de Minnesota descobriram que eles precisam de algo bem menos místico para prever as futuras inovações das firmas. “A resposta reside nas palavras do CEO,” afirmou Rajesh Chandy, professor de marketing da Carlson School of Management. “Pela simples contagem de frases dirigidas ao futuro nos relatórios anuais, podemos predizer as inovações futuras em uma firma.” [Nota do tradutor: o anglicismo “CEO” está tão consagrado, que eu não me dei ao trabalho de traduzir para “Presidente”, “Presidente Executivo”, ou qualquer outro título em português. No final, quer dizer: “quem manda”]
Na publicação “Managing the Future: CEO Attention and Innovation Outcomes” (“Gerenciando o Futuro: Resultados da Atenção e Inovações do CEO”), a ser publicada no Journal of Marketing, Chandy e os co-autores Manjit Yadav, da Texas A&M University, e Jaideep Prabhu do Imperial College, London University, mostram que os CEO que focalizam sua atenção em eventos futuros, bem como nas atividades externas à firma, levam suas firmas a uma adoção e invenção de tecnologias mais precoce, assim como um maior e mais rápido desenvolvimento de inovações. Em contraste, mais atenção a operações internas leva a uma detecção, adoção e implementação mais lenta de novas tecnologias.
As palavras, não só as ações, do CEO estabelecem o tom para inspirar, impelir e motivar inovações pelos empregados de uma firma. Para investigar sua teoria, Chandy e seus co-autores estudaram dados empíricos, coletados da industria de online banking, ao longo de um período de oito anos, para determinar o desempenho delas quanto à rapidez de detecção, velocidade de desenvolvimento e amplitude da aplicação da tecnologia. Contando o número de palavras e frases com referência ao futuro em cartas aos acionistas, durante esse período de tempo, eles foram capazes de predizer o nível de inovação da firma até cinco anos depois.
“A pressão diária de dentro da corporação tende a ocupar a maior parte do tempo de um CEO, sobrepujando sua capacidade de atenção”, explica Chandy. “Entretanto, porque o CEO estabelece o tom e a cultura, não raciocinar adiante e para fora da firma tem conseqüências altamente negativas para a inovação”.
Os pesquisadores alertam os CEO para direcionar sua atenção para o que está fora de suas firmas, em lugar dos problemas internos, cuja solução estará melhor colocada em outras mãos. “A tentação em se focalizar em incêndios dentro a firma pode levar a esquecer seu trabalho”, afirma Chandy. “Um CEO que focaliza o quadro geral, não as picuinhas, vai influenciar o processo de inovação e os resultados futuros da firma mais do que um que tenha um foco mais no cotidiano”.
****************************************
Extrapolando de negócios particulares para negócios públicos, talvez seja este um dos problemas da Administração Pública. Não que os erros do passado não devam ser corrigidos, mas está faltando “pensar no futuro”.
Talvez, se “deixássemos para lá” os erros do passado (leia-se: ficar buscando os “culpados” pelo atual estado de coisas) e nos concentrássemos no que temos que fazer no futuro, não seríamos tão surpreendidos pelo presente…
Criticar as falhas que já aconteceram, é muito fácil… (ninguém precisa ser cozinheiro para saber se a comida está com bom sabor…) Planejar o futuro é que exige verdadeiros estadistas.

Simples assim…

Via EurekAlert, chega esta notícia de fundamental importância:
University of Cambridge
Hormônio regula o fascínio por comida
Nova pesquisa fornece um insight no gosto e desejo por comida
Cientistas descobriram que a leptina, u, dos hormônios chave responsáveis pela redução da fome e o aumento da sensação de saciedade, também controla nosso fascínio por comidas.
Uma equipe da University of Cambridge, chefiada pelos Dr. Sadaf Farooqi e Dr. Paul Fletcher, descobriram que as propriedades que despertam as apetitosas qualidades da comida, têm fortes efeitos nas mesmas regiões chave responsáveis pela recompensa de emoções e desejos. Com o uso de tecnologia de imagem, eles demonstram que estas áreas do cérebro “se acendem” quando se mostra a indivíduos deficientes em leptina, imagens de comidas.
A fome influencia o que e o quanto comemos, mas não é o único determinante de nosso padrão de comportamento alimentar. Comer é uma atividade muito agradável e as propriedades de “recompensa”, ou de serem “apetitosas”, da comida desempenham um papel de destaque e podem levar a excessos alimentares, quando suplantam os sinais biológicos que governam a fome e a saciedade.
Compreender o comportamento alimentar. portanto, significa que devemos levar em conta os caminhos fisiológicos e hormonais, bem como os processos cerebrais evocados pela visão, cheiro, gosto, ou mesmo o simples pensamento em comida. Mais desafiador, ainda, é desenvolver uma compreensão das maneiras em que esses dois conjuntos de processos – o fisiológico e o cérebro/neural – interagem para moldar nossos padrões de alimentação.
Os autores pensaram em achar uma conexão entre os caminhos cerebrais que sabem quando alguém está com fome ou saciado, e as partes do cérebro envolvidas em quanto as pessoas desejam e apreciam comida. Eles postularam que a leptina, um dos principais hormônios envolvidos no controle do peso, poderia ser a chave.
O hormônio leptina é feito de células graxas e circulam pela corrente sanguínea, até atingir o cérebro, onde age para reduzir a sensação de fome e ampliar a de saciedade. Os autores estudaram pacientes com uma rara desordem genética que resulta em uma completa ausência de leptina. Esses pacientes comem excessivamente, gostam de todos os tipos de comida (inclusive comidas pouco atraentes) e desenvolvem uma severa obesidade. Após o tratamento com leptina, sua fome fica reduzida, eles se tornam mais exigentes em matéria de comida e perdem peso.
Neste estudo, patrocinado por MRC e o Wellcome Trust, se pedia aos pacientes para olharem para uma série de figuras, enquanto sua atividade cerebral era monitorada, com o uso de Imagens de Ressonância Magnética Funcional (Functional Magnetic Resonance Imaging = fMRI). O scanner de fMRI mostra quais partes do cérebro são ativadas, ou “se acendem”, em resposta a diferentes imagens. O padrão de ativação do cérebro em resposta às figuras de comida foi comparado ao observado com o de figuras de itens não relacionados com comida, tais como árvores, carros e barcos. Algumas das comidas eram realmente apetitosas (bolo de chocolate, morangos, pizza), enquanto outras eram razoavelmente indiferentes (couve-flor, brócolis).
Os autores mostraram que, nos pacientes com falta de leptina, várias áreas do cérebro – conhecidas coletivamente como regiões estriadas – respondem a figuras de comidas. Essas áreas já foram associadas a emoções e desejos agradáveis e compensadores. Quando os pacientes foram tratados com leptina, a resposta a figuras de comidas nessas áreas foi reduzida.
Uma das regiões estriadas – o nucleus accumbens – era especialmente responsivo a figuras de comidas geralmente tidas como mais apetitotsas. Por exemplo, sua atividade era mais alta em resposta à figura de um bolo de chocolate do que à figura de um brócoli. Em voluntários saudáveis, a ativação do nucleus accumbens por comidas apetitosas só aparecia quando a pessoa estava com fome (após um jejum noturno).
Nos pacientes com deficiência de leptina, o nucleus accumbens mostrava esta resposta distinta (maior para comidas largamente apreciadas) quando os pacientes estavam com fome (após um jejum noturno), mas também quando eles tinham acabado de comer. Após o tratamento com leptina, a resposta desses pacientes ficou tão normalizada que o nucleus accumbens era ativado, predominantemente por comidas das quais gostavam e somente quando tinham passado a noite sem comer e estavam com fome.
Consideradas em conjunto, estas descobertas têm importantes implicações para a compreensão de como dois sistemas chave – os caminhos que controlam a fome e o processo cerebral envolvido no gosto e desejo por comidas – podem interagir. Os cientistas estabeleceram que a fome claramente tem um impacto na ativação das regiões estriadas do cérebro, em resposta a figuras de comida, e que o consumo de comida modifica estas respostas. Esta modificação necessita do hormônio leptina, uma vez que, na sua ausência, estas regiões do cérebro permanecem altamente sensíveis à presença e ao tipo de figuras de comidas, mesmo após uma refeição.
Dr Farooqi, do Departamento de Bioquímica Clínica da Universidade, diz: “Enquanto o peso corporal permanece estável para muitas pessoas por um longo período de tempo, outras pessoas ganham peso muito facilmente. Mais estudos são necessários para descobrir como essas respostas variam em pessoas com problemas de peso em geral. A pesquisa é necessária para descobrir como a leptina aciona outras substâncias químicas no cérebro e como a alteração desses caminhos contribuem para a superalimentação e obesidade˝.
“Compreender como os sistemas cerebrais interagem com hormônios que sinalizam a fome e armazenamento de energia, nos fornecerá um quadro mais completodos fatores que controlam o comportamento alimentar e, se espera, nos levará além das presunções prevalescentes e simplistas acerca do porque algumas pessoas têm problemas em controlar o quanto elas comem˝.
“Tal entendimento será um passo fundamental na prevenção e tratamento da obesidade. De forma importante, a descoberta que o gosto por comidas tem um fundo biológico, deve encorajar uma atitude mais cooperativa para com pessoas com problemas de peso”.

###

AMÉM!… Eu passei, em meus 56 anos de vida, lutando contra a obesidade e sendo vítima de um incontável número de imbecís com diploma de medicina, mais interessados em prolongar minha agonia do que em me curar…
Um pensamento de humor-negro: já pensaram que alguém pode pensar em substituir o “Fome-zero” por uma ampla distribuição de leptina?… Pelo menos, ninguém mais “passaria fome”…

A importância da pré-escola

Via EurekAlert, um novo estudo comprova o importante papel da pré-escola na integração social de indivíduos nascidos nas classes economicamente menos favorecidas.
University of Minnesota

Um relatório da Universidade de Minnesota diz que a intervenção na tenra infância melhora o bem-estar dos aultos jovens
Estudo é o primeiro a demonstrar que programas de escolaridade têm impacto duradouro
Estudantes que fizeram a pré-escola, vindos de famílias de baixa renda, que participaram de uma ampla intervenção educacional, se sairam melhor em termos de educação, integração social e economicamente, ao entrarem na fase de jovem-adulto, de acordo com um relatório dos professores Arthur Reynolds e Judy Temple, da Universidade de Minessota. O estudo foi publicado hoje (6 de agosto) no Journal of the American Medical Association’s (JAMA) Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Reynolds é um professor de Desenvolvimento Infantil no Colégio de Educação e Desenvolvimento Humano e Judy Temple é uma professora no Departamento de Economia Aplicada e no Instituto Huphrey de Assuntos Públicos.
“Este estudo é o primeiro a mostrar que programas estabelecidos a longo prazo, realizados por escolas podem ter efeitos duradouros, até a fase de adultos, em termos de saúde geral e bem-estar”, diz Reynolds. “Programas para o início da infância podem promover não só o sucesso educacional, como também o estado de saúde e comportamental”.
O grupo de pesquisas de Reynolds descobriu que, com cerca de 24 anos de idade, crianças que participaram em programas de pré-escola têm mais probabilidade de completar o segundo grau, freqüentarem cursos de nível superior e terem Planos de Saúde, e menos chance de serem presos por pequenos delitos, irem para a cadeia ou desenvolver sintomas de depressão. Por exemplo, o grupo com pré-escola obteve taxas maiores de formatura de 2º grau, com uma taxa de 71,4%, em comparação com a taxa de 63,7% dos que não tiveram pré-escola. Os que tiveram pré-escola também obtiveram uma taxa maior de Planos de Saúde, com 70,2%, comparados aos 61,5% dos que não tiveram pré-escola. As crianças do programa também tiveram taxas mais baixas de detenção por pequenos delitos, com 16,5%, comparados aos 21,1%, e menos sintomas de depressão, com 12,8%, comparados a 17,4%.
O estudo dirigido por Reynolds é chamado de “Estudo Longitudinal de Chicago” e começou, em 1986, a investigar os efeitos dos programas de pré-escola estatais para 1.539 crianças nas Escolas Públicas de Chicago. O grupo de Reynolds estudou os efeitos de longo prazo no Centro de Crianças e Pais e Chicago. Um total de 1.539 crianças de minorias de baixa renda, nascidas entre 1979 e 1980, que freqüentaram programas em 25 lugares, entre 1985 e 1986, foram comparados a 550 crianças que participaram de programas alternativos de pré-escola de tempo integral, disponíveis para famílias de baixa renda. As crianças foram rastreadas até os 24 anos, usando-se diversos métodos, que incluíram histórico escolar, registros médicos (Medicaid) e agências municipais, estaduais e federais, bem como uma pesquisa complementar, realizada pelos participantes entre os 22 e 24 anos de idade.
“As intervenções no início da infância demonstraram efeitos positivos consistentes na saúde e bem-estar das crianças”. de acordo com as informações do artigo da JAMA. Os tipos de programa que receberam o maior aporte de recursos nas verbas públicas foram programas de pré-escola para crianças em grupos de risco de 3 a 4 anos que fornecem serviços tanto educacionais, como de apoio familiar, em um ambiente criado em torno de um Centro. Uma dessas intervenções, o programa do Centro de Crianças e Pais em Chicago, fornece instrução de pré-escola a 2º grau com professores qualificados, taxas pequenas de professor-por-aluno, serviços de saúde e nutrição, e um programa intensivo para os pais que inclui envolvimento com as atividades em sala-de-aula, excursões e visitas em domicílio.
As crianças que participaram do programa durante a pré-escola e os primeiros anos escolares, apresentaram uma chance maior de ter empregos de expediente integral (42,7%, contra 36,4%), completaram mais anos de escolaridade e tiveram menores chances de prisão por crimes (13,9% contra 17,9%) e de receber assistência por invalidez (4,4% contra 7%).
O fato dos resultados positivos do programa se estenderem além das realizações educacionais não é surpreendente, dado às ligações entre a saúde física, educacional e comportamental, afirmam Reynolds e Temple em seu estudo. “Já que despesas com assistência médica e o sistema de justiça atingem cerca de 20% do PIB, a economia potencial em custos para governos e contribuintes é considerável”
“As crianças que participaram deste programa têm uma melhor compreensão de que a maior escolaridade, com maior qualidade, é o caminho para se livrar da pobreza”, diz Reynolds.
“As crianças que participaram no programa do Centro de Crianças e Pais se tornaram, de maneira geral, mais socialmente engajadas e adeptas da educação”, afirmou Reynolds. “Esses benefícios foram fruto do impacto precoce do programa sobre a preparação para a escola, desemepenho escolar e o envolvimento dos pais na escolaridade das crianças”
****************************************
E desde o ano passado a Proposta de Emenda Constitucional, apresentada pela então Senadora Heloisa Helena, de incluir a pré-escola no sistema público de educação (que, inexplicavelmente, com um governo que se jacta de ser “popular” e “esquerdista”, permaneceu 4 longos anos sendo sabotada pela base governista) entrou em vigor…
Agora, só falta tirar do papel e por em prática, isso se chegarem a alguma conclusão sobre de onde vão tirar os recursos necessários. Bem que poderia ser das fortunas que se gasta em fazer publicidade dos diversos níveis de governo, para “dar visibilidade” a programas de exeqüibilidade duvidosa e de mero clientelismo.
Funcionou em uma sociedade muito menos paternalista (vejam a preocupação com Planos Privados de Saúde) do que a brasileira e – por que não dizer? – muito mais competitiva e individualista. Quando mais não seja, para economizar os impostos na construção de penitenciárias…
Por favor, deixe seu comentário aqui

Physics News Update nº 835

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 835, de 3 de agosto de 2007 por Phillip F. Schewe e Ben Stein. PHYSICS NEWS UPDATE
LENTES OPACAS. Os físicos da Universidade de Twente, Holanda, são capazes de focalizar um feixe de luz, enviando-o através de um meio opaco. Normalmente, uma substância opaca, tal como leite ou tinta, serve somente para espalhar as ondas de luz. Mas, por meio da cuidadosa escultura do feixe laser incidente — processando pequeninas partes da frente de onda que move para a frente — os pesquisadores holandeses foram capazes de focalizar o feixe até uma intensidade 1.000 vezes mais luminosa do que a transmissão difusa normal no mesmo ponto anterior. Eles fazem isto primeiro enviando a luz através do meio e, com uma câmera CCD, gravando a atenuação do feixe em vários pontos atrás da amostra.
A partir disto, se pode calcular os coeficientes de espalhamento correspondentes ao grau de espalhamento estatístico, através da face da amostra. Um dispositivo óptico, chamado modulador de fase, é usado para antecipar e corrigir o espalhamento que está para acontecer em uma base ponto-por-ponto. Para ver a animação do espalhamento antes e depois da modulação de fase, ver em esta página da Universidade de Twente.
A amostra de Óxido de Titânio normalmente admite a passagem de 10% da luz (através de toda a amostra), mas, com o modulador em posição) a transmissão vai às alturas. Um dos pesquisadores de Twente, Ivo Vellekoop, diz que a difusão de luz em um meio dispersivo, após isso, não é inevitável e que a espectroscopia e a microscopia (até mesmo de células isoladas no tecido humano) podem ser altamente aperfeiçoáveis. (Vellekoop e Mosk, Optics Letters, 15 de agosto de 2007)
UM FERROMAGNETO SUPERCONDUTOR EM PRESSÃO NORMAL foi obtido a partir dos elementos Urânio, Cobalto e Germânio pelos físicos da Universidade de Amsterdam e da Univesidade de Karlsruhe.
Normalmente, o magnetismo é anátema para o delicado emparelhamento de elétrons no coração do fenômeno da supercondutividade. Isto seria especialmente verdadeiro para o ferromagnetismo, o mais robusto dos estados magnéticos (no qual os átomos alinhados por um magneto externo, mantém sua coordenação, mesmo quando o campo externo é retirado).
Há alguns anos, se encontrou diversos materiais que suportavam supercondutividade e ferromagnetismo, mas somente sob condições de alta pressão ou temperaturas extremamente baixas (ver Physics Today, set2001).
O que acontece é que, em vez do emparelhamento normal de dois elétrons com spins opostos (um com spin para cima e outro com spin para baixo; um estado de “singleto de spin”), nestes materiais ferromagnéticos-tolerantes, o emparelhamento envolvem elétrons cujos spins têm a mesma direção (um estado de “tripleto de spin”). O material permanece supercondutor e ferromagnético, tanto a pressões ordinárias, como a uma temperatura, 1°K, cerca e quatro vezes maior do que qualquer outra relação material e pressão ambiente.
De acordo com uma dos pesquisadores, Anne de Visser, a presença de flutuações magnéticas, necessárias à preservação do estado ferromagnético, podem complicar, de maneira interessante, o mecanismo BCS que, normalmente, funciona nos supercondutores de baixa temperatura. (Huy et al., Physical Review Letters; website do laboratório)
O Boletim PHYSICS NEWS UPDATE entrará em recesso por várias semanas
*********************
PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
**************
Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

Violência gera mais violência

Artigo extraído do EurekAlert:
Tulane University
Exposição a crimes de guerra pode prejudicar os esforços para obter a paz
Pessoas que foram traumatizadas pela exposição a crimes de guerra, têm uma tendência a escolher medidas violentas e rejeitar medidas não-violentas para obter a paz, diz um estudo conjunto da Univesidade Tulane e Universidade da Califórnia em Berkeley, na edição de 1 de agosto do Journal of the American Medical Association.
Desde a década de 1980s, o Exército de Resistência Divino, um grupo rebelde, tem realizado atos de guerra no Norte de Uganda, matando e mutilando um número incontável de civis e seqüestrando dezenas de milhares de adultos e crianças. Mais de um milhão e meio de pessoas foram parar em campos de refugiados.
A equipe Tulane/Berkeley de pesquisadores pesquisou 2.585 adultos com 18 anos ou mais, em vilas e campos no Norte de Uganda, no período de abril e maio de 2005. Apesquisa, conduzida com questionários, foi projetada para determinar o nível de exposição à violência relacionada com a guerra e a prevalência de sintomas da Disfunção de Stress Pós-trumático (posttraumatic stress disorder = PTSD) e de depressão, e estabelecer como essas variáveis são relacionadas com as visões dos questionados acerca da paz.
A violência relacionada com a guerra teve um notável impacto no bem estar psicológico do povo na região, descobriram os pesquisadores. Cerca de três quartos dos questionados relataram sintomas de PTSD e cerca de metade obteve diagnóstico de depressão. Os pesquisadores descobriram, ainda, que os entrevistados com sintomas de PTSD e/ou depressão estavam mais inclinados a identificar menos meios não-violentos do que meios violentos para a obtenção da paz.
Os autores sugerem que esses resultados devem ser considerados, junto a outros fatores, quando da implementação de mecanismos dirigidos à promoção da justiça e reconciliação, tais como anistias, julgamentos de crimes e comissões de investigação.

###

Quem quiser aplicar os dados às periferias das conurbações brasileiras, estará com toda a razão. Quem pode tirar a razão do que é dito nesta reportagem da BBC?

Physics News Update nº 834

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 834, de 27 de julho de 2007 por Phillip F. Schewe e Ben Stein. PHYSICS NEWS UPDATE
HIDROGÊNIO-SETE. Uma experiência na instalaçao GANIL na França foi a primeira a fazer, observar, identificar e caracterizar o mais pesado isótopo de Hidrogênio, até agora, o H-7, que consiste de um solitário próton e 6 nêutrons. (Uma experiência anterior observou indícios inconclusivos para este este estado — ver Korsheninnikov et al., Physical Review Letters, 8 de fevereiro de 2003.)
Todos os isótopos mais leves de Hidrogênio já foram vistos: H-1 (Hidrogênio normal), H-2 (Deutério), H-3 (Trítrio) e de H-4 a H-6. Tecnicamente falando, O estado H-7 (tal como H-4, H-5 e H-6) não são núcleos totalmente ligados. Ele é considerado uma ressonância uma vez que (além de ter uma vida muito curta) é necessário usar energia para forçar um nêutron extra a aderir aos outros núcleons. Em um núcleo verdadeiro é necessária energia para remover um nêutron.
Na experiência do GANIL, um feixe de íons de Hélio-8 (eles mesmos bastante raros) é espatifado de encontro a um núcleo de Carbono-12 que reside em um gás de butano (ver figura em http://www.aip.org/png/2007/283.htm). Em algumas raras ocasiões, o He-8 doa um de seus prótons para o Carbono-12, produzindo H-7 e N-13, respectivamente. O H-7 rapidamente se desmancha em H-3 e 4 nêutrons livres. Enquanto isso, o N-13 é observado no detector de alvos-ativos MAYA (cujo nome vem de uma personagem de quadrinhos, Maya, a abelha, cujos favos de mel lembram as placas catódicas hexagonais da experiência), um dispositivo muito semelhante a uma câmara de bolhas, que permite a dedução de suas energia e trajetória.
Levando-se em conta a conservação de momento e energia, a efêmera existência do H-7 é extraída dos dados do N-13 (ver figura em www.aip.org/png). Foram observados 7 eventos da formação de H-7. Se pode inferir grosseiramente uma duração de menos de 10-21 segundos para o H-7.
O núcleo de Hélio-8 (2 prótons + 6 nêutrons), usado para criar o H-7, é por si próprio interessante, uma vez que se acredita que ele seja constituído de um núcleo nuclear [nota do trdutor: em inglês, “nuclear core”. Se alguém tiver uma tradução melhor, me avise…] com dois nêutrons de “halo” orbitando por fora. Este espécime radiativo tem que ser cuidadosamente reunido, a partir de colisões Carbono-Carbono (em um estágio separado) e, então, acelerados para participar da experiência do H-7.
Um dos pesquisadores do GANIL, Manuel Caamaño Fresco, diz que uma das principais razões para procurar o H-7 é obter uma melhor capacidade de manipular matéria exótica nuclear.
O núcleo de H-7, durante sua breve existência, pode consistir de um núcleo de H-3 mais duas flancoguardas com 2 nêutrons, ou mesmo uma bolha de 4 nêutrons por fora. Talvez seja possível observar isótopos ainda mais pesados de Hidrogênio, tais como H-8 e H-9. (Caamaño et al., Physical Review Letters, artigo em publicação; Tese de PhD em http://www.usc.es/genp/maya/)
FABRICAÇÃO DE GELO COM LASER. Os físicos da Universidade de Goettingen conseguiram, pela primeira vez, fazer água super-resfriada congelar, usando pulsos de laser. O super-resfriamento ocorre quando uma amostra de água é resfriada abaixo do ponto de congelamento (0° C) sem que ocorra a cristalização. Isto pode acontecer em uma amostra pequena e se nenhum ponto de “nucleação” aparecer, em torno do qual o gelo sólido (uma estrutura cristalina) possa se formar.
O pulso de laser incidente causa uma quebra óptica: algumas das moléculas de água são ionizadas, criando um plasma transitório. O plasma quente se expande e forma uma bolha de vapor d’água que colapsa muito rapidamente. São as ondas de pressão, emitidas pelo pequeno plasma e o colapso da bolha, que, como acreditam os cientistas do Goettingen, disparam a rápida cristalização.
Já se viu anteriormente um equivalente acústico — sonocristalização — mas esta é a primeira vez que a cristalização é iniciada por um pulso de laser.
Um dos pesquisadores, Robert Mettin, sugere que a fabricação de gelo com laser pode ser estendida à solidificação de outros materiais. (Lindinger et al., Physical Review Letters, 27 de julho de 2007)

*********************
PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
**************
Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

A energia nuclear conta-ataca!…

Extraído do EurekAlert, uma apaixonada defesa em favor da energia nuclear e contra a bio-energia.
Inderscience Publishers

Energia renovável acaba com o ambiente

A energia renovável não passa no teste ambiental

“Renovável” naõ significa “verde”. Isto é o que clama Jesse Ausubel da Rockefeller University em Nova York. Em um artigo no Inderscience’s International Journal of Nuclear Governance, Economy and Ecology, Ausubel expica que construir um número suficiente de geradoras eólicas, barragens em um suficiente de rios e cultivar a biomassa suficiente para atender as necessidades globais de energia, vai acabar com o ambiente.
Ausubel analisou a quantidade de energia que cada uma das, assim chamadas, fontes de energia renovável podem produzir, em termos de Watts de potência fornecida por metro quadrado de terra perturbada. Ele também compara a destruição da natureza pelos renováveis com a necessidade de espaço para energia nuclear. “Energia nuclear é verde”, ele argumenta, “Considerando os Watts por metro quadrado, a energia nuclear tem uma vantagem astronômica sobre seus competidores”.
Nesta base, ele argumenta que as tecnologias obtém sucesso quando a economia de escala faz parte de sua evolução. Nenhuma economia de escala favorece os renováveis. Mais kilowatts renováveis precisam de mais terra em uma escala constante ou pior ainda, porque a terra boa para energia eólica, hidroelétrica, biomassa ou energia solar pode ser usada antes.
Uma consideração acerca de cada, assim chamada, fonte renovável, por sua vez, pinta um quadro sombrio do impacto ambiental dos renováveis. Hipoteticamente, alagar toda a Província de Ontario, Canada, cerca de 900.000 quilômetros quadrados, com todos seus 680.000 bilhões de litros de chuva, e armazenar tudo atrás de uma barragen de 60 metros, somente geraria 80% da energia total produzida pelas 25 usinas nucleares do Canadá, explica ele. Colocando de outra forma, cada quilômetro quadrado de terra inundada pela barragem só forneceria a eletricidade para apenas 12 canadenses.
A energia de biomassa também é terrivelmente ineficiente e destruidora para a natureza. Para energizar uma grande parte dos EUA, vastas áreas precisariam ser desmatadas ou plantadas anualmente. Para obter a mesma quantidade de eletricidade, a partir de biomassa, de uma única usina nuclear, seria necessário plantar 2.500 km² da melhor terra de Iowa. “O aumento do uso de combustível de biomassa de qualquer natureza é criminoso”, observa Ausbel. “A humanidade precisa guardar terras para a natureza. Cada automóvel necessitaria de um pasto de 1 a 2 hectares”.
Voltando-se contra a energia eólica, Ausubel aponta o fato de que, enquanto que as “fazendas de vento” sejam entre três e dez vezes mais compactas do que uma “fazenda de biomassa”, se precisa de uma área de 770 km² para produzir tanta energia quanto uma usina elétrica nuclear de 1.000 Megawatts. Para atingir a demanda de 2005 dos EUA, teria que se cobrir uma área de aproximadamente 780.00 km², uma área do tamanho do Estado do Texas, com estruturas para extrair, armazenar e distribuir a energia.
Uma centena de metros quadrados para os ventos, um bom tamanho para um apartamento em Manhattan, poderiam fornecer energia para uma lâmpada elétrica ou duas, mas não para as máquinas de lavar, fornos de microondas, TV de plasma e computador. A Cidade de Nova York precisaria que cada metro quadrado de Connetcticut se tornasse uma “fazenda de ventos” para fornecer a energia para todos os seus equipamentos e gadgets elétricos.
A Energia Solar também entra na crítica. Uma usina de células fotovoltaicas necessitaria pintar de preto cerca de 150 km², mais a terra necessária para a armazenagem e recuperação, para se equiparar a uma usina eletronuclear de 1.000 MW. Além disso, cada forma de energia renovável envolve uma vasta infraestrutura, que inclui concreto, aço e estradas de acesso. “Sendo um Verde, um dos meus credos é ‘nada de estruturas novas’, porém os renováveis envolvem dez vezes ou mais material por kW do que gás natural ou energia nuclear”, diz Ausubel.
Enquanto que as marcas da mineração de Urânio possam acrescentar umas poucas centenas de km² , e existam considerações acerca de armazenagem de resíduos e segurança, o denso coração do átomo deixa, de longe, a menor marca na natureza do que qualquer outra forma de fonte de energia. Com os benefícios da economia de escala, a energia nuclear poderia multiplicar sua vazão de energia e até encolher o sistema de energia, da mesma forma que computadores se tornaram menores e mais poderosos.
“Renováveis podem ser renováveis, mas não são verdes”, afirma Ausubel”, “Se queremos minimizar novas estruturas e o estupro da natureza, a energia nuclear é a melhor opção”.

###

(Sonoro palavrão omitido), esse tal Ausubel deve ser advogado!… Nunca vi uma defesa tão repleta de falsas-verdades e mentiras deslavadas como essa… Senão, vejamos:
Em matéria de hidrelétricas, você não precisa alagar Ontário (por falar nisso, por que será que ele não propõe drenar os Grandes Lagos para construir mais usinas nucleares?…); mas se pode e se deve sacrificar muita terra para usinas hidroelétricas e criar hidrovias internas. Essa combinação de produção de energia com o meio menos gastador de energia para o transporte é economicamente viável. Principalmente para países tropicais. Se não o é para o Canadá, que pena!…
Quanto à energia de biomassa, onde o perpetrador autor deste artigo mistura bio-combustíveis com outras formas de energia a partir de biomassa, esquecendo que o lixo orgânico é uma fonte plausível, o fulano esquece que um dos dados relevantes para a agricultura é, exatamente, o fator de rendimento do solo. E por que tanta preocupação com a geração de energia elétrica? Bio-combustíveis servem para substituir, principalmente, combustíveis fósseis em todos o seus empregos. Não será o mais eficaz para geração de eletricidade, talvez…
Mas a razão se torna clara quando ele aborda a energia eólica. O problema não é só gerar energia. É não parar de desperdiçar energia com todos os gadgets que fazem as delícias de uma economia podre e em processo de falência.
E outras argumentações falaciosas, tais como considerações sobre “construir estruturas” para armazenagem e distribuição de energia, valem para qualquer fonte de geração de eletricidade, inclusive a atômica.
Eu não desprezo a energia nuclear como fonte para geração de eletricidade, mas os problemas de segurança e do manejo de resíduos não são tão pequenos como o imbecil autor faz crer. E, não nos esqueçamos: a matéria-prima para a energia nuclear também é uma fonte não-renovável e particularmente escassa.
Ah!… Sim… Eu até já estou vendo a nanotecnologia produzindo chips geradores de energia eletronuclear…
Em matéria de “defesa” o paspalhão autor perdeu uma excelente ocasião para ficar calado…

Big Brother is watching you!

Notícia da BBC Brasil:

24 de julho, 2007 – 19h32 GMT (16h32 Brasília)

Grã-Bretanha orienta escolas sobre como colher digitais de alunos

As escolas britânicas estão recebendo um guia com diretrizes sobre como poderão usar e armazenar dados biométricos de alunos, tais como impressões digitais.

Atualmente, existem colégios britânicos que utilizam dados biométricos de estudantes para aferir comparecimento, permitir que alunos paguem por refeições e pegar livros emprestados das bibliotecas escolares.

Críticos da medida afirmam que armazenar impressões digitais de alunos é algo que fere a privacidade de crianças e levantaram dúvidas sobre a possível legalidade dessa prática.

Eles também protestaram contra o fato de que a coleta de dados biométricos não dependerá da aprovação de pais das crianças.

Dados temporários

O governo refuta as críticas, afirmando que a coleta de dados biométricos é feita de forma a não expor os estudantes e acrescenta que os dados precisam ser destruídos pelos colégios assim que os estudantes abandonam a instituição.

Segundo a Becta, a agência responsável pelo setor de educação na Grã-Bretanha, o consentimento dos pais não é compulsório, mas a entidade aconselhou as escolas a envolver o maior número possível de pais e alunos em suas decisões de usar dados biométricos.
”Essas informações não podem ser compartilhadas com terceiros e têm de ser eliminadas no caso de um estudante deixar a escola”, afirmou o ministro da Educação britânico, Jim Knight.

Os sistemas biométricos nos colégios britânicos funcionam de forma que não seja possível ver a imagem propriamente dita da impressão digital do aluno.

De acordo com a Becta, o sistema funciona da seguinte forma: quando as crianças colocam a sua impressão digital em um aparelho capaz de registrá-la, o equipamento gera um valor numérico.

Cada vez que for lida a impressão digital do estudante, um novo valor numérico é gerado. Ele é comparado com outros números armazenados, dessa forma é possível estabelecer a identidade do autor da impressão digital entre os vários alunos e os números correspondentes a eles.

Antidiscriminatório

A agência afirma também que o sistema pode ser positivo para os alunos que almoçam no colégio, especialmente para os mais pobres, que não podem pagar por suas refeições, e que contam com isenções.

Graças à leitura biométrica, diz a Becta, esses estudantes não podem ser identificados por seus colegas e, dessa forma, não estão sujeitos a ser discriminados devido à sua condição social.

O órgão comenta ainda que graças ao sistema, os alunos não têm de trazer carteiras ou dinheiro para a cantina, portanto não estão sujeitos a perder cartões automáticos e nem estão sujeito a roubo por parte de outros colegas.

Outra precaução, segundo o guia fornecido pela agência governamental, é a necessidade de firmar que cada colégio é um ”controlador de dados”, ou seja precisa prestar contas do porquê de estar armazenando a informação e assegurar que a coleta desses dados está sendo feita dentro da lei e não será mantida além do prazo necessário.
***************************************************
E a Scotland Yard também é absolutamente confiável e jamais assassinou um inocente…

Sentimento de culpa e motivações

Através do EurekAlert encontrei este interessante artigo sobre o sentimento de culpa e as respostas psíquicas que ele causa.
Association for Psychological Science

Foi mal!… Porque sentimos culpa em primeiro lugar

A Culpa tem um papel essencial no estabelecimento do comportamento social. A sensação preocupada em nossas entranhas freqüentemente serve como o ímpeto que nos leva a procurar a redenção. No entanto, os psicólogos têm problemas em concordar sobre a função desta emoção complexa.
Por um lado, o sentimento punitivo da culpa pode impedir você de repetir o mesmo comportamento transgressor no futuro, o que os psicólogos chamam de “motivação supressora”. Por outro lado, alguns pesquisadores enfocam a função da culpa em um contexto social, no qual ele mantém as pessoas dentro dos comportamentos previstos nos padrões morais de suas comunidades. Este enfoque enfatiza uma experiência emocional mais positiva e é associada com “motivação aproximativa”.
Em um novo estudo, a ser publicado na edição de junho da Psychological Science, publicada pela Association for Psychological Science, o psicólogo da Universidade de New York, David M. Amodio, e seus colegas, Patricia G. Devine e Eddie Harmon-Jones, tentam combinar os dois campos. Os pesquisadores acreditam que a culpa é, inicialmente, associada à motivação supressora, que, então, se transforma em motivação aproximativa, quando se apresenta uma oportunidade para a reparação. Além disto, os pesquisadores visaram testar estas questões acerca da função da culpa no contexto da redução do preconceito racial.
Para testar sua teoria, os pesquisadores mostraram aos participantes figuras com fisionomias Brancas, Negras, ou Asiáticas, enquanto monitoravam sua atividade cerebral com um EEG. Aí, os pesquisadores mostravam “resultados” aleatórios aos participantes, dizendo se eles tinham respondido positiva ou negativamente às figuras de brancos, negros e asiáticos.
Após receber um resultado que indicava que eles tinham respondido negativamente às fisionomias dos negros, os pesquisados relatavam sentimentos ampliados de culpa, ansiedade e tristeza. O aumento da culpa foi maior do que a modificação de qualquer outra emoção. Seus relatos eram confirmados pelo EEG, que mostrava uma significativa redução na assimetria frontal esquerda, após o resultado. Grande parte da literatura indica que a assimetria frontal esquerda corresponde à motivação aproximativa. Portanto, neste caso, os participantes estavam, inicialmente, sentindo os efeitos punitivos da culpa, ou motivação supressora.
Os participantes, então, completavam outro estudo, no qual eles liam uma série de manchetes de revistas. Interpoladas a outras manchetes, incluídas para “encher linguiça”, havia três manchetes cujo título se relacionava com a redução do preconceito racial (“Melhorando suas relações inter-raciais”. “10 maneiras de reduzir o preconceito racial na vida quotidiana,” e “Meios para eliminar seu próprio racismo no novo milênio”). Os participantes a quem tinham contado que tinham respondido negativamente às fisionomias de negros, revelaram uma grande mudança para o lado esquerdo em sua atividade cortical frontal, enquanto liam os títulos referentes à redução de preconceito racial, indicando uma motivação aproximativa.
Ou seja, quando se dava aos indivíduos uma oportunidade para a reparação, seus sentimentos de culpa pode predizer seu interesse em comportamento redutor do preconceito. Anteriormente, as emoções eram consideradas como estados emocionais relativamente imutáveis, básicos. A pesquisa de Amodio apresenta uma nova idéia de que as emoções servem uma dinâmica de funções motivacionais para o estabelecimento do comportamento. Estas descobertas também sugerem que, embora seja um sentimento incômodo, a culpa tem um papel crítico na promoção de mudanças pró-sociais no comportamento, e o estudo de Amodio demonstra este efeito no contexto da redução do preconceito racial.

###

Physics News Update nº 833

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 833, de 19 de julho de 2007 por Phillip F. Schewe e Ben Stein. PHYSICS NEWS UPDATE
SINAIS DE ULTRASSOM ALERTAM PARA CÂNCER DE SEIO. Estudos, realizados pelo Karmanos Cancer Institute e a Wayne State University descobriram uma correlação entre a velocidade do ultrassom, transmitido pelo tecido do seio, e a densidade desse tecido. Isto é potencialmente importante porque grandes quantidades de tecido denso no seio são assoiadas com o aumento de risco de câncer no seio. A utilização de ultrassom evita o uso dos Raios-X ionizantes, empregados na mamografia típica. Os pesquisadores são parte de uma equipe que vem desenvolvendo uma nova forma de realizar tomografia por ultrassom, uma em que o paciente fica de bruços, com um dos seios se projetando para dentro de um banho de água. O seio fica circundado por um transceptor em forma de anel, para o envio e coleta de ondas de som para e de dentro dos seios, de todos os lados. A resultante detecção do ultrassom captura tanto as ondas de som transmitidas, como as refletidas. A partir disto, uma densitometria ultrassônica do seio (ultrasound percent density = USPD) — que se acredita, ser um bom sucedâneo para a densitometria mamográfica
— pode ser realizada. O processo foi experimentado em um teste clínico com uma coorte de 100 pacientes e mostra que a USPD corresponde bem às medições, tanto qualitativa, como qualitativamente, com as densitometrias mamárias correntes. Esses resultados serão relatados, na próxima semana, no encontro da Associação Americana dos Físicos em Medicina (American Association of Physicists in Medicine = AAPM) em Minneapolis. Um dos cientistas, Carri Glide, diz que eles esperam a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) e colocar o dispositivo em uso geral. Maiores informações sobre o dispositivo podem ser encontradas em www.karmanos.org/cure. (Infomações sobre o encontro da AAPM em AAPM VirtualPressRoom)
MINIATURIZAÇÃO DA TERAPIA DE PRÓTONS. Usando conceitos inovadores de física, pesquisadores propuseram um sistema que, algum dia, possa tornar disponível a terapia de prótons, um processo de tratamento para câncer, no “estado-da-arte”, correntemente disponível apenas em um punhado de centros, para centros de trapia radiológica e pacientes de câncer em toda a parte. Em comparação aos Raios-X convencionalmente usados na radioterapia, os prótons são potencialmente mais eficazes, na medida em que podem depositar uma maior radiação letal para células nos tumores-alvo e menos, no tecido saudável circundante. Entretanto, para matar os tumores, os prótons devem ser acelerados a energias suficientemente altas, o que, correntemente, tem que ser obtido em grandes e caros aceleradores que tomam o espaço de uma quadra de basquete. Thomas Mackie, um professor da Universidade de Winsconsin e co-fundador da companhia de radioterapia TomoTherapy, dará uma conferência no encontro da AAPM, onde apresentará um projeto de próton-terapia baseada em um dispostivo bem menor, conhecido como “acelerador de Wall dielétrico” (“dielectric wall accelerator” = DWA). Atualmente em construção como protótipo no Lawrence Livermore National Laboratory, o DWA pode acelerar prótons até 100 milhões de elétron-volts em apenas um metro. Um DWA de dois metros, potencialmente, será capaz de fornecer prótons com energia alta o suficiente para tratar todos os tumores, inclusive aqueles profundamente inseridos no interior do corpo, e caberá em uma sala de radioterapia convencional.
O DWA é um tubo oco, cujas paredes consistem em um isolante muito bom (um dielétrico). Quando a maior parte do ar é removia do tubo, para criar um vácuo, a estrutura do tubo pode suportar os gradientes muito altos dos campos elétricos necessários para acelerar prótons a altas energias em uma distância curta. Além de seu tamanho menor, um sistema de terapia por prótons com base no DWA teria outro benefício: ele poderia variar tanto a energia dos prótons, como a intensidade do feixe de prótons, duas variáveis que não podem ser simultaneamente ajustadas nas instalações existentes de tratamento por prótons. Mackie adverte que os testes clínicos do sistema estão a, pelo menos, cinco anos de distância. Mas se a abordagem do DWA se mostrar factível, prótons podem, eventualmente, representar uma opção mais abrangente, em lugar de limitada, para o tratamento do câncer. (Publicação AAPM, TH-C-AUD-9.)
UM INTNSIFICADOR DE IMAGENS
EM ESTADO SÓLIDO PARA RAIOS-X (SOLID STATE X-RAY IMAGE INTENSIFIER = SSXII), atualmente em desenvolvimento, deve aumentar grandemente a resolução espacial das imagens médicas por Raios-X. Na angiografia (imagens de vasos sanguíneos , usando maiores exposições a raios-X, a fim de obter uma imagem para diagnóstico de qualidade muito alta e baixo ruído) e fluoroscopia (imagens em tempo real, com exposições menores a raios-X para imagens de orientação), é importante minimizar a dose de raios-X para o paciente e maximizar a sensibilidade dos detectores que gravam a imagem. Usualmente se emprega um amplificador de imagem para raios-X (x-ray image intensifier = XII) ou um detector de painel plano (flat panel detector = FPD). Estes são dispositivos usados para converter a imagem dos raios-X em uma imagem digital. O XII sofre de distorções inerentes nas imagens, devidas ao processo de intensificação de imagem que incluem a sensibilidade ao Campo Magnético da Terra. Em função disto, os XII estão sendo substituídos pelos, mais novos, FDP que superam estes problemas de distorção. Infelizmente, os FDP sofrem com o excessivo ruído da própria aparelhagem, o que resulta em uma pobre qualidade de imagem nas exposições menores a raios-X, necessárias para a fluoroscopia. Ambos os detectores têm uma resolução espacial limitada.
Agora, os cientistas da Universidade de Buffalo estão desenvolvendo uma versão em estado sólido do intensificador de imagens de raios-X tradicional, um que se baseia em CCDs multiplicadores de elétrons, para obter uma amplificação de sinal variável em estado sólido. O resultado deve ser um dispositivo que incorpore todas as características positivas dos aparelhos de imagens fluoroscópicos, no corrente “estado-da-arte”, mas com distorções mínimas, não afetadas por campos magnético, um nível de ruído muito baixo do instrumento, sensibilidade variável até muito baixas exposições a raios-X, e mais do que o dobro da resolução espacial.
Andrew Kuhls, que trabalha no grupo de física de imagens médicas do Professor
Stephen Rudin, diz que testes in-vivo do dispositivo estão planejados, com testes clínicos em seguida. (Três palestras no encontro da AAPM: WE-C-L 100J-3, 2007, WE-C-L 100J-4, 2007 e WE-C-L 100J-6, 2007)
*********************
PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
**************
Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

Sobre ScienceBlogs Brasil | Anuncie com ScienceBlogs Brasil | Política de Privacidade | Termos e Condições | Contato


ScienceBlogs por Seed Media Group. Group. ©2006-2011 Seed Media Group LLC. Todos direitos garantidos.


Páginas da Seed Media Group Seed Media Group | ScienceBlogs | SEEDMAGAZINE.COM