A volta da Arca de Noé

[ Racing the Clock: Rapid Climate Change Forces Scientists to Evaluate Extreme Conservation Strategies ]

Cientistas debatem se, quando e como recolocar plantas, animais e inse­tos cujos habitats tenham sido danificados pelas mudanças climáticas

Photo of a tortoise on the edge of Athens, Greece.

Uma tartaruga na periferia de Atenas, Grécia.
Crédito e imagem ampliada

25 de maio de 2009

Os cientistas estão, pela primeira vez, avaliando objectivamente meios para au­xi­liar as espécies a se adaptarem a rápidas mudanças climáticas e outras amea­ças ambientais, através de estratégias que eram consideradas radicais demais para serem levadas a sério a meros 5 a 10 anos. Entre essas estratégias radi­cais que estão sendo consideradas, está a assim chamada “relocação geren­ciada”. A relocação gerenciada, também conhecida como “migração assistida”, en­volve levar manualmente espécies para habitats mais favoráveis onde elas não são atualmente encontradas.

Uma nova ferramenta revolucionária para auxiliar os responsáveis pela tomada de decisões a estabelecer se, quando e como usar a relocação gerenciada é des­crita na edição de 25 de maio de 2009 da Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) por um grupo de trabalho multi-disciplinar.

Parcialmente financiada pela Fundação Nacional de Ciências (NSF), o grupo de trabalho é co-liderado por Jessica Hellmann e Jason McLachlan da Universidade de Notre Dame, Dov Sax da Universidade Brown, e Mark Schwartz da Univer­sidade da Califórnia em Davis. David Richardson da Universidade Stellenbosch da África do Sul liderou a redação do artigo.

A ferramenta dos pesquisadores é revolucionária porque a relocação gerenciada tem sido repudiada por alguns cientistas por medo de que as espécies relocadas sobrepovoem seus novos habitats, causem a extinção de espécies locais, ou entupam canalizações de água, como os mexilhões zebra, invasores, fizeram nos Grandes Lagos. Mesmo assim, alguns conservacionistas e grupos já usaram a relocação gerenciada ou estão considerando fazê-lo atualmente.

Fazer alguma coisa ou fazer coisa alguma?

Então por que a relocação gerenciada, uma estratégia considerada tabu e po­ten­cialmente danosa, está sendo agora considerada seriamente? Helman diz: “Porque está se tornando avassaladoramente patente que as mudanças climá­ticas são uma realidade – e elas são rápidas e grandes. As consequências vão sur­gir em décadas, não em séculos. Por isso as ações parecem muito mais im­por­tantes agora do que pareciam a 5 ou 10 anos atrás, quando as concen­trações atmosféricas de gases de efeito estufa eram menores. Agora, nós esta­mos confrontando graus maiores de mudanças climáticas”.

O que é pior, uma resposta “fazer coisa alguma” às mudanças climáticas envol­ve riscos significativos. Hellman prossegue: “Nós antes podíamos dizer ‘deixe a natureza seguir seu curso’. Mas, por causa das alterações que a humanidade já causou no mundo, não existe mais isso de deixar a natureza seguir seu curso. Agora, tanto a ação, quanto a inação têm consequências negativas em poten­cial”. E Richardson acrescenta: “Portanto, temos que desenvolver novas ferra­mentas e novas maneiras para aquilatar os riscos da ação em comparação com a inação”.

A relocação gerenciada não é a única estratégia de adaptação controversa que está sendo considerada pelos cientistas. Outras estratégias que tais, incluem a fertilização dos oceanos para aumentar sua capacidade de absorção de gases de efeito estufa e, assim, reduzir as mudanças climáticas, a conservação de enor­mes corredores de migração que podem se estender por milhares de quilô­metros, e a preservação da diversidade genética das espécies ameaçadas em bancos de sementes.

A pressa pode matar

Muitas espécies sobreviveram a períodos anteriores, mais lentos, de mudanças climáticas através da evolução ou pela migração para habitats mais hospi­taleiros por seus próprios meios. Mais tais estratégias de sobrevivência estão agora frequentemente impedidas por: 1) a presença de cidades e outros obstá­culos não naturais que impedem que os organsmos alcancem novos locais; e 2) a velocidade das mudanças climáticas, que podem aumentar a temperatura média da terra em até 6 graus nos próximos 100 anos — uma mudança grande e rápida pelos padrões da natureza.

Na medida em que as temperaturas aumentam, porcentagens significativas de espécies do mundo acabam apanhadas em uma armadilha — como peixes fora da água — em habitats que se tornaram muito quentes, muito secos, ou muito qualquer-coisa para elas. Assim, elas podem se extinguir ou perder segmentos gene­ticamente importantes de suas populações. Tais perdas podem estragar grandes ecossistemas e causar danos a sistemas agriculturais, culturais e econômicos.

Negócio arriscado

As considerações do grupo de trabalho sobre a relocação gerenciada não encer­raram as controvérsias que cercam o emprego dessa estratégia que, algumas vezes, colocava os próprios membros do grupo em confronto. Por que a relo­cação gerenciada é tão controversa? Porque ela não responde à pergunta: Nós real­mente sabemos o suficiente para predizer como os organismos irão se com­por­tar nas novas localizações e se eles serão prejudiciais aos habitats que os receberem?

“Os resultados da introdução intencional ou acidental de espécies em novos habitats nos ensinou um bocado sobre as implicações de levar organismos a novos habitats”, diz Richardson. “Não obstante, as predições sobre se as espé­cies introduzidas irão dominar as novas áreas e os possíveis impactos, sempre envolverão incertezas. Mas podemos fazer uma previsão razoavelmente boa, dentro de margens de incerteza pré-estabelecidas”.

Para isso, a ferramenta dos pesquisadores é projetada para auxiliar a expor os riscos da relocação gerenciada, os compromissos e custos — considerações que frequentemente estão ausentes da tomada de decisões quanto aos recursos naturais. Ela fornece, especiicamente, aos detentores do poder decisório um sistema de pontuação individual para cada relocação proposta com base em critérios multidisciplinares. Esses critérios multidisciplinares incluem a probabi­lidade de sucesso de uma relocação proposta, seu potencial risco de danos ao ecos­sistema hospedeiro, seus custos, seu potencial de violação da Lei de Proteção às Espécies Ameaçadas e a importância social e cultural das espécies atingidas.

As comparações dos escores dos tomadores de decisões os auxiliarão a iden­tificar as fontes de suas divergências de forma a poder resolvê-las. A ferra­menta não consegue., entretanto, produzir recomendações de gerenciamento.

“A ferramenta tira vantagem do fato de que, embora a ciência não possa nos dizer exatamente o que acontecerá no futuro, ela pode nos dizer o quanto um resultado favorável é possível — o que é útil para os tomadores de decisões”, diz a Diretora de Programa da NSF Nancy Huntly.

Aplicável não só a especies ameaçadas

Além de abordar relocações gerenciadas de espécies ameaçadas, a ferramenta dos pesquisadores pode abordar também:

  • Relocações gerenciadas de espécies que não estão ameaçadas. Por exemplo, o artigo do grupo de trabalho na PNAS aplica a ferramenta ao debate acerca do plantio de certas espécies de madeiras de lei norte-americanas além do seu limite Norte, em florestas de coníferas. Essa aplicação seugere que tais relocações podem ser apoiadas por madeireiras comerciais que valorizam seu alto potencial em prover retornos econômicos, bem como a sua grande possi­bilidade de execução e baixo risco de prejudicar o ecossistema hospedeiro. Em oposição, os conservacionistas que valorizam a herança natural dos ecos­sistemas hospedeiros podem perceber benefícios menores e maiores riscos.
  • Outras estratégias controversas de adaptação relacionadas com as mudan­ças climáticas que estão sendo atualmente consideradas pelos cientistas, além da relocação gerenciada.


A necessidade é a mãe da invenção — para pássaros, também

University of Cambridge

Gralhas-calvas demonstram que sabem usar ferramentas de modo inteligente e criativo


VIDEO:

Um pássaro faz um gancho para alcançar a comida.

Clque aqui.

Os pesquisadores da Universidade de Cam­bridge e da Queen Mary, Universidade de Lon­dres, descobriram que as gralhas-calvas, um mem­bro da família dos corvos, são capazes de usar e fabricar ferramentas, modificá-las para fazê-las funcionar e usar duas ferramentas em sequência. Os resultados serão publicados on­line nesta semana pela Proceedings of the National
Academy of Sciences
.

“Esta descoberta é notável porque as gralhas-calvas não parecem fazer uso de ferramentas quan­do livres, mas elas rivalizam com chim­panzés e corvos da Nova Caledônia – conhe­cidos utilizadores de ferramentas – quando em cativeiro”, disse Chris Bird, o principal autor do estudo.

Em uma série de exeriências, as gralhas-calvas rapidamente aprenderam a lar­gar uma pedra para derrubar uma plataforma e obter comida, e, subsequen­temente, mostraram a capacidade de escolher o tamanho e o formato certos para a pedra, sem qualquer treinamento.


VIDEO:

Este pássaro está fazendo um gancho para chegar à comida.

Clique aqui.

Não só elas usaram pedras para resolver a ta­refa, como se mostraram flexíveis em sua es­co­lha de ferramentas, usando e modificando va­retas para chegar ao mesmo objetivo. Quando a ferramenta adequada estava fora do alcance, elas usavam outra ferramenta para alcançá-la, demonstrando a capacidade de empregar sequencialmente as ferramentas. Em outros testes, as gralhas-calvas foram ca­pa­zes de usar um gancho para “pescar” comi­da de um tubo diferente e até de, criati­va­mente, entortar um pedaço de arame para fazer o gancho para alcançar a comida.

“Nós sugerimos que este é o primeiro indício sem ambiguidade de raciocínio animal, porque as gralhas-calvas fizeram um gancho na pri­mei­ra tentativa e nós sabemos que elas não tinham qualquer experiência ante­rior em fabricar ferramentas a partir de arames, porque todos os pássaros foram criados em condições controladas”, declarou o Dr Nathan Emery, da Universi­dade Queen Mary de Londres, em cujo laboratório foram realizadas as expe­riências.

Essas descobertas sugerem que a habilidade das gralhas-calvas em usar ferra­mentas e em visualizar os formatos e propriedades adequados das mesmas, pode ser um sub-produto de uma forma sofisticada de inteligência física, ao invés de o uso de ferramentas evoluir como uma especialização adaptativa, como foi proposto a respeito do uso de ferramentas pelo corvo da Nova Cale­dônia.

O presente trabalho foi realizado na Universidade de Cambridge por Christopher Bird, um estudante de PhD, e seu supervisor,
Dr. Nathan Emery da Universidade Queen de Londres e foi financiado pela Royal Society, pelo Conselho de Pesquisas de Biotecnologia e Ciências Biológicas (BBSRC) e a Universidade de Cambridge.


Esse mundo está cheio de otimistas

University of Kansas

Estudo da Universidade de Kansas indica que as pessoas são univer­salmente otimistas


IMAGEM:
 
A nível de países, o otimismo é maior na Irlanda, Brasil, Dinamarca e Nova Zelândia, e menor no Zimbabwe, Egito, Haiti e Bulgária.

Clique aqui para mais informações.

LAWRENCE, Kansas. – A despeito das calami­dades advindas de recessões econômicas, gue­r­ras e fome, passando por uma epidemia de gripe que aflige o mundo, um novo estudo da Universidade de Kansas e do Gallup indica que as pessoas são otimistas por natureza.

O estudo, a ser apresentado hoje, 24 de maio de 2009, no encontro anual da Associação de Ciência Psicológica em San Francisco, desco­briu que o otimismo é universal e sem fron­teiras.

O estudo usou dados da Pesquisa Munidal da Gallup, onde foram ouvidas pessoas adultas (mais de 150.000 delas) em mais de 140 países, representando 95% da população mundial. 

Oitenta e nove porcento das pessoas em todo o mundo esperam que os próximos cinco anos sejam tão bons ou melhores que sua vida atual, e 95% das pessoas esperam que sua vida nos próximos cinco anos seja tão boa como ou melhor que era sua vida a cinco anos atrás.

“Os resultados dão um fortíssimo indício de que o otimismo é um fenômeno universal,” disse Matthew
Gallagher, um doutorando na Universidade de Kansas e autor principal do estudo.

País a país, o otimismo é maior na Irlanda, Brasil, Dinamarca e Nova Zelândia, e mais baixo no Zimbabwe, Egito, Haiti e Bulgária. Os Estados Unidos ocupam a 10ª colocação entre os mais otimistas.

Fatores demográficos (idade e renda familiar) parecem ter efeitos apenas modestos nos níveis individuais de otimismo.


A navegação na Europa vista do espaço

Mapa de emissões de NO2 sobreposto ao mapa das rotas de navegação

Mapas da ESA revelam as rotas de navegação eu­ropéias como nunca feito antes

 

22 de maio de 2009

Uma visão sinóptica das rotas de navegação européias pode ser vista agora pela primeira vez graças a um novo mapa criado a partir de sete anos de dados de radar coletados pelo satélite Envisat da ESA (Agência Espacial Européia).

Os satélites de observação da Terra têm prestado serviços de detecção de navios por muitos anos, mas esta é a primeira vez que essa quantidade de dados, coletados por um período assim extenso, foi proces­sada para produzir uma visão geral dos padrões das rotas dos navios

.

O Dr Vincent Kerbaol e Guillaume Hajduch da CLS (Collecte Localisation Satel­lite, uma subsidiária do Centre national d’études spatiales, CNES, da França) cria­ram o mapa com base em um novo algoritmo de detecção de navios, desen­volvido por eles. Usando esse algoritmo, eles processaram dados produzidos em tempo quase real pelo Advanced Synthetic Aperture Radar (ASAR) do Envisat de 2002 a 2009.

Hajduch calibrou os dados recuperados do arquivo da ESA e então, como os navios aparecem como pontos brilhantes nas imagens de radar, identificou os pon­tos mais brilhantes nas áreas marítimas. 
 
Embora os navios apresentem uma eficiência energética maior do que outras formas de transporte comercial, muitos motores marítimos funcionam com combustíveis extremamente sujos que causam grandes emissões de poluidores da atmosfera, tais como o dióxido de enxofre (SO2) e o dióxido de nitrogênio (NO2).

As emissões de SO2 e NO2 vindas de navios são responsáveis por chuvas ácidas que são danosas para o meio ambiente, e partículas finas de matéria que são danosas para as pessoas. Assim como é para detectar as emissões indus­triais e de outros meios de transporte comerciais, as emissões de NO2 de navios podem ser medidas a partir do espaço ao longo das prinicipais rotas de nave­gação. Para ilustrar esse fato, na animação acima foram sobrepostos um mapa de emissão de NO2 e um mapa das rotas de navegação. As rotas correspondem cla­ramente ao padrão de NO2 detectado.
 

Shipping lanes off the coast of Portugal
Rotas de navegação ao largo de Portugal

O monitoramento dos navios na superfície do mar é muito importante para a observação do transporte marítimo e pode auxiliar as autoridades marítimas a verificarem que as rotas prescritas vem sendo obedecidas.

Por exemplo, o Comitê de Segurança Marítima modificou os esquemas de separação de tráfego ao largo da costa de Portugal em 2005 para adicionar duas novas rotas e afastar as rotas da costa. As imagens do ASAR à direita, obtidas antes e depois de serem implantados os novos esquemas, mostram que foram implementados com sucesso.

 
 

Ship distribution in European harbours
Distribuição dos navios pelos portos da Europa

Além de por em evidência as rotas de navegação, as vistas de satélite também detectam quais portos estão recebendo navios, como mostra a imagem do ASAR do Mar do Norte à esquerda. Os portos de Calais na França, Antuérpia na Bélgica, Bremen e Hamburgo na Alemanha e o Europoort na Holanda  (um dos portos mais movimentados do mundo), todos aparecem apinhados de navios nesta imagem (denotados pelos pontos azuis mais densos).


Finalmente descoberto o tamanho da galáxia gigante Messier 87

[ Giant Galaxy Messier 87 finally sized up ]

Usando o Telescópio Muito Grande (Very Large Telescope) do ESO, os astrônomos conseguiram medir o tamanho da galáxia gigante Messier 87 e ficaram surpresos em descobrir que suas partes externas foram arran­cadas por algum efeito ainda não identificado A galáxia também parece estar em rota de colisão com outra galáxia gigante nesse aglomerado ga­lá­tico extremamente dinâmico.

ESO PR Photo 19a/09
A luz intergalática

As novas observações revelam que o halo de estrelas de Mes­sier 87 foi podado, exibindo um diâmetro de cerca de um mi­lhão de anos-luz, signiificativamente menor do que se espe­rava, embora seja cerca de três vezes maior do que o halo que circunda nossa Via Láctea [1]. Além dessa zona, só são en­contradas poucas estrelas intergaláticas.

O co-autor Ortwin Gerhard diz: “Isto é um resultado ines­perado. Os modelos numéricos prediziam que o halo em tor­no de Messier 87 deveria ser muitas vezes maior do que re­ve­­laram nossas observações. Claramente algo deve ter ar­ran­cado esse halo anteriormente”.

ESO PR Photo 19b/09
Nebulosas Planetárias Intergaláticas

A equipe usou o FLAMES, o espectrógrado super-eficiente ins­talado no Very Large Telescope (VLT = Telescópio Muito Gran­de) do Observatório Paranal no Chile, para realizar medi­ções ultra-precisas de uma pletora de nebulosas planetárias nas vizinhanças de Messier 87 e no espaço intergalático no Aglo­merado Galático de Virgem, ao qual pertence Messier 87. O FLAMES pode capturar simultaneamente espectros de vá­rias fontes espalhadas por uma área no ceú do tamanho da Lua.

Os novo resultado é uma grande realização. A luz observada de uma nebulosa planetária no Aglomerado de Virgem é tão tênue como uma lâmpada de 30W vista de uma distância de cerca de 6 milhões de quilômetros (cerca de 15 vezes a distância entre a Terra e a Lua). Além disso, as nebulosas planetárias são esparsamente distribuídas pelo aglomerado, de forma que até o largo campo de visão do FLAMES só pode capturar poucas dezenas delas de cada vez.

ESO PR Photo 19c/09
O Aglomerado de Virgem

É um pouco como procurar uma agulha em um palheiro, só que no escuro”, diz a membro da equipe Magda Arnaboldi. “O es­pectrógrafo FLAMES montado no VLT era o melhor ins­trumento para a tarefa”.

A  uma distância de aproximadamente 50 milhões de anos-luz, o Aglomerado de Vrigem é o aglomerado galático mais próxi­mo. Ele fica na direção da Constelação de Virgem e um aglo­merado relativamente jovem e difuso. O aglomerado contém muitas centenas de galáxias, inclusive galáxias gigantes elíp­ticas, assim como as mais familiares espirais como nossa Via Láctea.

Os astrônomos propuseram várias explicações para a “poda” descobreta em Messier 87, tais como um colapso da matéria escura próxima da galáxia no algo­merado. Também pode ser que outra galáxia no aglomerado, Messier 84, chegou perto demais de Messier 87 no passado e a perturbou dramaticamente cerca de um bilhão de anos atrás. “Neste estágio nós não podemos confirmar qualquer um desses cenários” diz Arnaboldi. “Nós ainda precisamos observar várias ou­tras nebulosas planetárias em torno de Messier 87”.

Porém, de uma coisa os astrônomos têm certeza: Messier 87 e sua vizinha Messier 86 estão em rumo de colisão. “Nós podemos estar observando essas galáxias pouco antes delas se encontrarem pela primeira vez”, diz Gerhard. “O Aglomerado de Virgem é ainda um local muito dinâmico e muitas coisas ainda vão modelar suas galáxias pelo próximo bilhão de anos.

Mais Informações

Nebulosas Planetárias são a espetacular fase final na vida de estrelas seme­lhantes ao Sol, quando a estrela ejeta suas camadas exteriores no espaço cir­cunvizinho. Essa nomenclatura é uma relíquia de uma época anterior: os pri­meiros observadores, usando apenas pequenos telescópios, pensaram que al­guns desses objetos mais próximos, tais como a “Nebulosa da Hélice” pareciam com os discos de planetas gigantes no Sistema Solar. Nebulosas planetárias têm fortes linhas de emissão, o que as torna relativamente fáceis de detectar a grandes distâncias e também permite que suas velocidades radiais sejam  medidas com precisão. Assim, as nebulosas planetárias podem ser usadas para investigar os movimentos de estrelas nas tênues regiões exteriores de galáxias distantes, onde as medições de velocidades não são possíveis de outra forma. Além disso, nebulosas planetárias são representativas da população estelar, como um todo. Como elas tem uma vida relativamente breve (umas poucas dezenas de milhares de anos — um mero blipe na escala de tempo astro­nômica), os astrônomos podem estimar que uma estrela em cerca de 8.000 de estrelas do tipo do Sol, estará visível a qualquer dado momento. Assim, as ne­bu­losas planetárias podem dar uma base de cálculo única sobre o número, tipos de estrelas e seus movimentos em apagadas regiões periféricas de galáxias que podem conter uma grande quantidade de massa. Esses movimentos contém o registro fóssil da história das interações entre galáxias e a formação dos aglo­merados galáticos.

A presente pesquisa será apresentada em um artigo a ser publicado em Astronomy and Astrophysics: “The Edge of the M87 Halo and the Kinematics of the Diffuse Light in the Virgo Cluster Core,” por Michelle Doherty et al.

A equipe é composta por: Michelle Doherty e Magda Arnaboldi (ESO), Payel Das e Ortwin Gerhard (Instituto Max-Planck de Física Extraterrestre, Garching, Alemanha), J. Alfonso L. Aguerri (IAC, Tenerife, Espanha), Robin Ciardullo (Pennsylvania State University, EUA), John J. Feldmeier (Youngstown State University, EUA), Kenneth C. Freeman (Mount
Stromlo Observatory, Austrália), George H. Jacoby (WIYN Observatory, Tucson, AZ, EUA), e  Giuseppe Murante (INAF, Osservatorio Astronomico di Pino Torinese, Itália).

ESO, o Observatório Europeu do Sul (European Southern Observatory), é a maior organização astronômica intergovernamental na Europa. Ele é mantido por 14 países: Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, França, Finlândia, Alemanha, Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia,
Suíça e o Reino Unido. O ESO realiza um ambicioso programa com ênfase no projeto, construção e operação de poderosas instalações de observação em terra que permitem aos astrônomos realizarem importantes descobertas. O ESO também desempenha um papel de liderança na promoção e organização de cooperação em pesquisas astronômicas. O ESO opera três locais especialmente privilegiaods para a observação astronômica na região do Deserto de Atacama no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor.

Nota

[1] Embora o valor padrão para o diâmetro da Via Láctea seja cerca de 100.000 anos-luz, acredita-se que seu halo estelar se estenda ao dobro dessa distância.

Link


Está querendo alguma coisa “diferente”?… Seus problemas acabaram!

CANSADO DE “SEMPRE AS MESMAS COISAS”? A UNIVERSIDADE DO MINNESOTA ENCONTROU A SOLUÇÃO PARA A SACIEDADE

 
MINNEAPOLIS
/
ST. PAUL (19/05/2009) – Você anda farto de pizza, de jogar sempre o
mesmo joguinho no computador, ou aquela musiquinha não sai de sua
cabeça e você não aguenta mais? Se é esse seu caso, você pode estar
sofrendo de amnésia da variedade. Em uma nova pesquisa, Joseph Redden,
professor de marketing
na Escola Carlson de Administração da Universidade de Minnesota, pode
ter encontrado uma cura para sua “depre” por saciedade. Segundo ele:
“As pessoas se esquecem da abundância das diferentes experiências que
tiveram, e se concentram na repetição. Simplesmente pensar sobre a
variedade de músicas que a pessoa escutou, ou sobre as coisas gostosas
que já comeu, fará com que as pessoas voltem a apreciar essas
atividades”.         
 
A
saciedade, o processo de consumir produtos ou repetir experiências até
o ponto em que eles fiquem menos do que agradáveis,  é um grande
problema para consumidores e varejistas. Antigamente, o tempo e a
variedade eram vistos como as únicas maneiras de curar a saciedade. Em
seu novo artigo, a ser publicado no Journal of Consumer Research, Redden e os co-autores relatam que apenas se lembrar
da variedade pode curar a saciedade mais rapidamente. “A intuição nos
diz que, se o tempo passar, nós voltaremos a gostar de algo; nós
chamamos isso de ‘recuperação espontânea’ ”, explica Redden. “Só que
isso não é tudo. As pessoas não se recuperam totalmente por si
próprias apenas com a passagem do tempo. Se eu estiver farto de
chocolate, o simples ato de pensar em todas as outras sobremesas que
comi, desde a última vez que comi chocolate, ajuda a curar minha
saciedade. O tempo não parece fazer isso muito bem”.
 
Em um
dos três estudos realizados para essa pesquisa, Redden e seus colegas
pediram aos participantes para ouvir o refrâo de uma música favorita
por 20 vezes seguidas. Então, eles deviam classificar o clipe. Sem
surpresa alguma, depois de 20 repetições, sua apreciação pela música
diminuiu um bocado. Três semanas depois, os participantes voltavam e,
à metade deles, se pedia que se lembrassem de qualquer programa de
televisão que eles tivessem assistido desde a última sessão, enquanto à
outra metade se pedia que listassem todos os cantores e músicos que
eles tivessem escutado desde a sessão anterior. O grupo que fazia a
lista dos programas de TV ainda estava no mesmo grau de saciedade –
eles não gostavam da música. Porém, os que se lembravam da variedade na
categoria de música, estavam quase totalmente recuperados. “Os
comentários dos participantes foi o mais revelador”, lembra Redden.
“Aqueles que se lembravam de programas de TV, ficavam zangados
de verdade por ter uma música da qual gostavam ‘estragada’, mas os que
lembravam dos músicos, gostavam de participar de um estudo com música,
etc. Se alguma coisa parece ser ‘mais da mesma coisa’ as pessoas ficam
menos interessadas”. 
 
A
saciedade é um atrito. Ela impede que as pessoas apreciem suas
atividades favoritas e impedem que os varejistas lucrem com negócios
repetitivos. Segundo Redden,  “a solução para a saciedade é tirar um
tempo para apreciar toda a variedade que você dispõe. A receita é
simples: se os consumidores querem continuar aproveitando suas
experiências favoritas, eles devem simplesmente pensar em todas as
outras experiências relacionadas que tiveram recentemente. Então, da
próxima vez que você estiver farto de um saudável milk-shake e
estiver pensando em devorar um hamburger para variar, tente se lembrar
de todas as outras coisas que você bebeu depois do último milk-shake. Nossas descobertas nos dizem que o milk-shake vai ter um gosto um pouquinho melhor”.
 
O
trabalho de ensino e pesquisa de Joseph
Redden é focalizado na experiência de consumidores com saciedade,
variedade e quantidade. Seus trabalhos foram publicados em periódicos
tais como Psychology Today, Star Tribune e Vancouver Sun. O artigo “Variety Amnesia: Recalling Past Variety Can Accelerate Recovery from Satiation”, a ser publicado no Journal of Consumer Research tem como co-autores Jeff Galak (Carnegie Mellon) e Justin Kruger
(NYU). O artigo e mais informações sobre o Professor Redden podem ser encontrados em:
www.carlsonschool.umn.edu/marketinginstitute/jredden.
 
O
Instituto para Pesquisa em Marketing faz parte da Carlson School of
Management na Universidade de Minnesota. Fundado em 2005, o instituto
abriga pesquisas inovativas e rigorosas que ampliem a ciência e a
prática do marketing. Mais informações em:
www.carlsonschool.umn.edu/marketinginstitute.

O quão firme é o rastro de carbono do concreto?


[ How Solid Is Concrete’s Carbon Footprint? ]

O concreto pode absorver mais dióxido de carbono do que era estimado

Illustration showing that concrete absorbs carbon dioxide over time reducing carbon footprint.

O concreto absorve dióxido de carbono com o tempo, de forma que seu rastro de carbono pode ser menor do que se pensava.
Crédito e imagem ampliada

18 de maio de 2009

Muitos cientistas atualmente pensam que ao menos 5% do rastro de carbono da humanidade venha da indústria de concreto, tanto pela energia usada, como pela emissão de dióxido de carbono (CO2) como subproduto da fabricação de cimen­to, um dos principais componentes do concreto.

Entretanto, vários estudos mostram que pequenas quantidades de CO2 são re­absorvidas pelo concreto, posteriormente, até décadas depois do concreto ser colocado, quando os elementos do material se combinam com o CO2 para formar calcita.

Um estudo que será publicado na edição de junho de 2009 de Journal of Environmental Engineering, sugere que a reabsorção pode ir além da formação de calcita, aumentando a quantidade total de CO2 removido da atmosfera, dimi­nuindo o rastro de carbono geral do concreto.

Embora de modo preliminar, a pesquisa da professora de engenharia civil e ambiental Liv Haselbach da Universidade do Estado de Washington reenfatiza descobertas observadas inicialmente a quase meio século – que compostos químicos com base me carbono podem se formar no concreto, além da calcita – agora sob a luz dos correntes esforços para mitigar o aquecimento global.

“Mesmo que esses compostos químicos neutralizem apenas 5% do subproduto de CO2
da fabricação de cimento, em escala global os números são signi­fi­cativos”, argumenta Haselbach. “Concreto é o material de construção mais em­pre­gado em todo o mundo”.

Os pesquisadores sabem há décadas que o concreto absorve CO2 para formar calcita  (carbonato de cálcio, CaCO3)
durante sua vida e até mais, se o concre­to for reciclado para novas construções – e, porque o concreto é algo permeá­vel, esse efeito se estende além das superfícies expostas.

Embora tais mudanças possam ser uma preocupação com relação à armação do concreto, onde uma mudança no nível de acidez pode danificar o metal ao longo das décadas, o CaCO3 é, na verdade, mais denso do que alguns materiais que ele substitui e pode aumentar a resistência.

Várias amostras de pavimentos de concreto no laboratório de Liv Haselbach.
Crédito e imagem ampliada

A análise cuidadosa de Haselbach em amostras de con­creto parece mostrar que outros compostos, além da cal­cita, podem estar se formando. Embora esses compostos continuem não identificados, ela está otimista acerca de seu potencial.

“Compreender a complexa química da absorção de dióxido de carbono no concreto pode nos auxiliar a desenvolver métodos para acelerar esse processo em materiais tais como o concreto reciclado ou pavimentação. Talvez isso possa nos ajudar a conseguir um rastro de carbono próximo do zero, ao menos para as reações químicas, ao longo do ciclo de vida de tais produtos”.

Isso é o que move o atual trabalho de Haselbach, finan­ciado pela NSF, no qual ela atualmente está procurando avaliar o rastro de carbono do ciclo de vida de várias apli­ca­ções de concreto, novas e tradicionais, e procurando maneiras para melhorá-las.

Bruce Hamilton, diretor do programa de sustentabilidade ambiental da NSF, acrescenta:  “Este trabalho é parte do elenco de estudos financiados pela NSF nessa área vital. Pesquisas relacionadas com mudanças climáticas são uma prioridade”.


Partículas biológicas em nuvens de grande altitude

[ Press Release 09-100 Scientists Make First Direct Observations of Biological Particles in High-Altitude Clouds ]


Poeira em suspensão e micróbios parecem desempenhar um importante papel na formação de gelo nas nuvens

Photo of clouds taken from the window of an airplane.

Partículas biológicas – bactérias, pólen, fungos – fun­­cionam como núcleos para a formação de gelo nas nuvens.
Crédito e imagem apliada

17 de maio de 2009

Uma equipe de químicos atmosféricos chegou mais perto do que é considerado o “santo graal” da ciência das mudanças climáticas: a primeiríssima detecção de par­tículas biológicas dentro do gelo das nuvens.

A equipe, chefiada por Kimberly Prather e Kerri Pratt da Universidade da Califórnia
em San Diego, mais exatamente da Instituição Scripps de Oceanografia, colheu amostras de resíduos de gotículas de água e cristais de gelo em alta velocidade, voando através das nuvens nos céus do Wyoming.

A análise dos cristais de gelo revelou que as partículas que deram início a seu cres­cimento, eram feitas quase que inteiramente de poeira ou material bio­lógico, tal como bactérias, esporos de fungos e outros materiais de origem vegetal.

Embora se saiba, faz tempo, que se pode encontrar micro-organismos em sus­pensão no ar que cobrem grandes distâncias, este estudo foi o primeiro a apre­sentar dados diretos sobre como eles funcionam para influenciar a formação de nuvens.

Os resultados da Experiência Gelo nas Nuvens (Ice in Clouds Experiment – Layer
Clouds = ICE-L), financiada pela Fundação Nacional de Ciências (NSF), serão publicados na edição online de 17 de maio da Nature Geoscience.

Pratt, o autor principal do artigo, disse: “Se conseguirmos compreender as fon­tes das partículas que nucleiam as nuvens e sua abundância relativa, pode­remos medir seu impacto sobre o clima”.

Os efeitos das pequeninas partículas em suspensão no ar, chamadas aerossóis, na formação de nuvens tem se mostrado um dos aspectos do tempo e do clima mais difíceis de entender pelos cientistas.

Na ciência das mudanças climáticas, que cria muitas de suas projeções através de simulações em computador de fenômenos climáticos, as interações entre os aerossóis e as nuvens representam o que os cientistas consideram a maior incerteza na modelagem de previsões para o futuro.

Aeronave C-130  da NSF usada no projeto ICE-L.

Esta aeronave C-130 da NSF FOI usada no Projeto ICE-L.
Crédito e imagem ampliada

Anne-Marie Schmoltner da Divisão de Ciências Atmos­féricas da NSF, que financiou a pesquisa, disse: “Colhen­do amostras em tempo real com um avião, esses inves­tigadores foram capazes de obter informações sobre par­tí­culas de gelo nas nuvens com um nível de detalhe ja­mais visto”. 

“Determinando a composição química dos próprios nú­cleos de cada uma das partículas de gelo, eles desco­briram que tanto a poeira mineral, como, surpreen­dentemente, partículas de origem biológica desem­penham um papel de destaque na formação de nuvens”.

Os arossóis, que variam de poeira, fuligem e sal marinho, até materiais orgânicos, alguns dos quais viajam por milhares de quilômetros, formam o esqueleto das nuvens.

Em torno desses núcleos, a água e o gelo na atmosfera se condensam e cres­cem, levando às precipitações. Os cientistas estão tentando entender como os núcleos se formam, uma vez que as nuvens desempenham um papel crítico, tanto por resfriar a atmosfera, como por afetar os regimes de chuvas e outras precipitações.

A equipe ICE-L montou um espectrômetro de massa em uma aeronave C-130, operada pelo Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (National Center for
Atmospheric Research = (NCAR) em Boulder, Colorado, e realizou uma série de voos através de um tipo de nuvem conhecido como nuvens onduladas (um tipo de cirro).

Os pesquisadores realizaram medições in-situ dos resíduos de cristais de gelo das nuvens e descobriram que metade era poeira mineral e cerca de um terço era feito de ions inorgânicos misturados com nitrogênio, fósforo e carbono – os elementos-assinatura de material biológico.

Kerri Pratt inside a bordo do C-130

A cientista Kerri Pratt dentro da aeronave C-130 da NSF com os instrumentos para coleta das partículas das nuvens.
Crédito e imagem ampliada

A velocidade de análise, segundo a segundo, permitiu aos pesquisadores distinguir entre gotículas de água e partículas de gelo. Núcleos de gelo são mais raros do que núcleos de gotículas.

A equipe demonstrou que tanto poeira como material biológico formam os núcleos dessas partículas de gelo, algo que, anteriormente, só podia ser criado em simu­lações em laboratório.

“Isso foi como medir um ‘santo-graal’ para nós”, revela Prather.

“Compreender quais partículas formam núcleos de gelo, assim como quais delas tem concentrações extrema­mente baixas e que são inerentemente difíceis de medir, significa que se pode começar a entender os processos que resultam em precipitações. Qualquer nova peça de informações que se puder obter, é crítica”.

As descobertas sugerem que as partículas biológicas que são postas em sus­pensão por tempestades de poeira, ajudam a induzir a formação de gelo nas nuvens e que sua região de origem faz diferença. Os indícios apontam cada vez mais para o fato de que a poeira levantada na Ásia pode estar influenciando as precipitações na América do Norte, por exemplo.

Os pesquisadores esperam usar os dados da pesquisa ICE-L para projetar estu­dos futuros, a serem previstos para quando ocorrerem eventos onde se sus­peita que tais partículas possam estar desempenhando um papel mais impor­tante na ocorrência de chuvas e neve.

A pesquisa também foi apoiada pelo NCAR.

São também co-autores do artigo: Paul DeMott e Anthony Prenni da Univer­sidade do Estado do Colorado, Jeffrey French e Zhien Wang da Universidade de Wyoming, Douglas Westphal do Laboratório Naval de Pesquisas em Monterey, Califórnia, Andrew Heymsfield do National Center for Atmospheric Research e  Cynthia Twohy da Universidade do Estado do Oregon.


A melhor coisa, depois de você próprio

[ Press Release 09-101 The Next Best Thing to You ]

Nova tecnologia de avatares combina avanços em inteligência artificial e renderização de imagens de computador

A still image of a Project LifeLike avatar conversing with a person.

Uma imagem estática de um avatar do Projeto LifeLike conversando com uma pessoa.
Crédito e imagem ampliada

15 de maio de 2009

Veja aqui o video de uma entrevista  com os chefes do Projeto LifeLike Avelino Gonzalez e Jason Leigh.

Você já desejou poder estar em dois lugares ao mesmo tempo? Talvez você já tenha querido criar uma cópia de você mesmo que pudesse passar por você em uma reunião, liberando você para trabalhar em questões mais importantes. Graças a um projeto de pesquisa chamado LifeLike, essa fantasia pode estar um pouco mais perto da realidade.

O projeto LifeLike é uma colaboração entre o Laboratório de Sistemas Inte­ligentes (Intelligent Systems Laboratory = ISL) na Universidade da Flórida Cen­tral (UCF) e o Laboratório de Visualização Eletrônica (Electronic Visualization Laboratory = EVL)  na
Universitdade de Illinois em Chicago (UIC) que visa criar visualizações de pessoas, ou avatares, que são tão realísticos quanto possível. Embora os resultados atuais estejam longe de ser réplicas perfeitas de uma pes­soa específica, seu trabalho levou o campo de pesquisas adiante e abriu uma série de possíveis aplicações em um futuro nem tão distante.

A equipe EVL, liderada por Jason Leigh, um professor associado de ciências da computação, é encarregada de criar os aspectos visuais do avatar com perfei­ção. Superficialmente, isso parece uma tarefa simples – qualquer um que tenha jo­­ga­do um video game com personagens vindas do cinema ou atletas profis­sionais, está acostumado com imagens geradas em computador que se parecem com as pessoas reais.

Porém, de acordo com Leigh, é preciso mais do que uma boa renderização visual para fazer um avatar realmente se parecer com uma pessoa. “O realismo visual é algo difícil”, disse Leigh em uma recente entrevista.
“A pesquisa mostra que mais de 70% da comunicação é não verbal” e é dependente de gestos sutis, mudanças no tom de voz da pessoa e outras variáveis.

Para conseguir acertar com esses aspectos não verbais, a equipe EVL têm que fazer precisas medições em 3-D da pessoa que o Projeto
LifeLike quer copiar, capturando a maneira com que a face se move e outros itens de linguagem corporal, de forma que o programa possa reproduzir esses detalhes minúsculos posteriormente.

A equipe ISL, chefiada pelo professor de engenharia elétrica Avelino Gonzalez, se focaliza na aplicação de capacidades de inteligência artificial nos avatares. Isto inclui tecnologias que permitem a um computador reconhecer e com­preender corretamente a linguagem natural enquanto ela é falada, bem como atua­lização e refinamento automáticos dos conhecimentos, um processo que permite que o computador “aperenda” informações e dados que recebe e os aplique de modo independente. Segundo Gonzalez, a meta final e que uma pes­soa que converse com o avatar, tenha o mesmo nível de conforto e interação que teria ao conversar com uma pessoa real. Gonzalez vê as metas do Projeto LifeLike como fundamentais para o campo da inteligência artificial.

Em uma recente entrevista, ele disse: “Nós já aplicamos a inteligência artificial de várias maneiras, mas, se vamos realmente implementá-la, a única maneira de fazê-lo é através de alguma personificação de uma pessoa e isso é um avatar”.

A equipe do Projeto LifeLike demonstrou a tecnologia no inverno passado no quartel-general da Fundação Nacional de Ciências (NSF) em Arlington, Virgínia. A equipe recolheu informações visuais e dos movimentos de um membro do staff da NSF e forneceu ao sistema do avatar informações acerca de uma futura pro­posta a ser apresentada à NSF. Foi permitido que outras pessoas se sentasse e conversassem com o avatar, que podia conversar com seu interlocutor e responder a perguntas sobre a proposta. Os colegas do funcionário do NSF instantaneamente reconheciam quem o avatar representava e comentaram que ele tinha capturado alguns maneirismos da pessoa.

Gonzalez e Leigh acreditam que esta é apenas uma das possíveis aplicações para este campo. Eles acreditam que, no futuro, pode ser possível a escolares interagir com avatares de figuras históricas, ou pessoas em busca de emprego praticarem suas habilidades para entrevistas, praticando com um avatar. Embora a tecnologia possa não ser capaz de cobrir nossas ausências ainda, ambos os pesquisadores concordam que, nas próximas décadas, muitas das “pessoas” com quem vamos interagir, não serão pessoas de verdade.

-NSF-

As montanhas dos Andes são mais velhas do que se pensava

Smithsonian Tropical Research Institute

Novos resultados da encosta Leste da cordilheira na Colômbia


IMAGEM:

Os sedimentos que se acumular na base das montanhas fornece importantes pistas sobre como e quando as montanhas se formaram.

Clique aqui para mais informações.

As falhas geológicas responsáveis pelo soer­gui­mento da Cordilheira dos Andes  na Colom­bia se tornaram ativas há 25 milhões de anos — 18 milhões de anos antes da data anterior­mente aceita para o início do soerguimento dos Andes, segundo os pesquisadores do Smith­sonian
Tropical Research Institute
no Panama, da Universidade de Potsdam na Ale­ma­nha e da Ecopetrol na Colombia.

Mauricio Parra, antigo doutorando na Univer­sidade de Potsdam (agora pesquisador asso­ciado na Universidade do Texas) e principal autor do estudo, declarou: “Ninguém tinha ja­mais datado os eventos que criaram as monta­nhas na encosta Leste dos Andes Colom­bianos. Este setor ocidental da espinha dorsal da América se revelou muito mais antigo aqui do que nos Andes Centrais, onde as encostas oci­dentais provavelmente começaram a se formar apenas a 10 milhões de anos”.

A equipe integrou novos mapas geológicos que ilustram os movimentos tectô­nicos, informações acerca das origens e dos movimentos dos sedimentos, e a lo­ca­lização e idade do pólen de plantas nos sedimentos, bem como de análise de rastros da fissão do zircônio, para obter uma descrição incrivelmente deta­lhada da formação das bacias e serras.

Quando as serras se elevam, a chuva e a erosão carregam minerais, tais como o zircônio, das rochas vulcânicas para as bacias adjacentes, onde eles se acu­mulam formando rochas sedimentares. O zircônio contém traços de urânio. Quando o urânio decai, rastros da radiação se acumulam nos cristais de zircônio. Em altas temperaturas, os rastros de fissão desaparecem como as marcas de uma faca desaparecem de um bloco de manteiga mole. Contando os rastros microscópicos de fissão nos minérios de zircônio, os pesquisadores podem dizer a quanto tempo os sedimentos foram formados e quão fundo eles foram enterrados.

A classificação de quase 17.000 grãos de pólen tornou possível delimitar claramente a idade das camadas sedimentares.

O uso dessas técnicas complementares levou a equipe a postular que o rápido avanço da da borda mergulhante de material, como parte dos eventos tec­tônicos de 31 milhões de anos passados, pode ter criado as condições para o subsequente soerguimento da cordilheira.

Carlos Jaramillo, cientista do plantel do STRI, declarou: “A data do crescimento das montanhas é crítica para nós que queremos entender a movimentação de antigos animais e plantas do continente e para os engenheiros que procuram por petróleo e gás. Ainda estamos tentando montar esse enorme quebra-cabeças tectônico para entender como esta parte do mundo se formou”.

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Este trabalho foi publicado no Geological Society of America Bulletin em abril de 2009.

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