María Lugones
Maria Lugones foi uma filósofa argentina graduada com honras na Universidade da Califórnia, reconhecida pelas suas contribuições teóricas aos feminismos decoloniais, o seu ativismo como mulher de cor nos Estados Unidos e, posteriormente, na Bolívia. Como uma costura que pode nos ajudar a fechar e curar a ferida colonial, inspirada em Audre Lorde, a sua metáfora das “peregrinações” ou “viagens pelo mundo” é decisiva para uma poética política feminista de coalizões.
Chamada de “La Negra” pela sua família, Maria começou a perceber o racismo e a homolesbofobia muito cedo. Como pensadora da coalizão “Mulheres de Cor”, foi fiel à linha de pensamento de chicanas e afro-americanas como Gloria Anzaldúa, Audre Lorde, Chela Sandoval e Patricia Hill Collins. Neste verbete, Bidaseca explica sua tese, em diálogo com Quijano, que afirma uma partição fundamental entre modernidade/colonialidade: a dicotomia humano/não humano. Lugones afirma que a categoria “gênero” é tão central e indispensável quanto a categoria “raça” para a validade do padrão colonial de poder e conhecimento. Dessa forma, ela pensa em raça, gênero e sexualidade como co-constitutivos. Em diálogo com Hill Collins e Krenshaw, Lugones acredita que a ideia de interseccionalidade seja importante, mas não defina libertação ou resistência, mas simplesmente a situação. Segundo Lugones, a resistência é necessariamente dialógica.
Karina Bidaseca é pensadora feminista decolonial e antiespecista. É professora titular e pesquisadora principal do CONICET do IDAES / UNSAM e FSOC-UBA. Coordena o Programa Sul-Sul e Epistemologias do Grupo de Trabalho Sul do CLACSO. É diretora Executiva do Congresso de Estudos Pós-Coloniais e Jornadas de Feminismo Pós-colonial. Fundou o Núcleo NuSur para estudos pós-coloniais e performativos, identidades afro-diaspóricas e feminismos IDAES / UNSAM.
Leia o verbete aqui e assista aqui à entrevista que Carolina Araújo fez com Karina Bidaseca.