Simone Weil

(1909 – 1943)

Por Fernando Puente

Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Lattes

PDF – Simone Weil

Bridgeman Images

Simone Adolphine Weil, nascida em Paris no dia 3 de fevereiro de 1909 é uma das mais importantes filósofas do século XX. Em sua breve vida, vivenciou as duas Grandes Guerras. Ela faleceu aos 34 anos, no dia 24 de agosto de 1943 na cidade de Ashford (Reino Unido), sem ter podido presenciar a derrocada do nazismo e a libertação da França do jugo da Alemanha hitlerista.

Os pais de Simone Weil, Bernard e Selma Weil, eram ambos judeus não praticantes e tiveram dois filhos. O primeiro, um dos mais importantes matemáticos do século XX, foi André Weil (1906-1998), membro fundador do Grupo Bourbaki, que revolucionou a matemática no século XX. A segunda foi Simone Weil que compartilhou com seu irmão uma infância diferenciada, pois estudaram em casa com diversos professores particulares e sob os auspícios zelosos de sua mãe em função de mudanças constantes que tiveram de fazer devido aos sucessivos empregos do pai. Dado que André e Simone não tiveram nenhuma formação religiosa, eles cresceram adotando uma posição agnóstica que se reflete claramente nos textos iniciais de Simone Weil. Os irmãos foram muito próximos intelectualmente e a correspondência entre eles é uma verdadeira mina de informações sobre questões matemáticas, filosóficas e científicas sempre eivadas de muito humor e ironia. 

Simone Weil viveu em uma época marcada não somente pelas duas Grandes Guerras, mas também por intensos movimentos político-sociais de luta por melhores condições de trabalho para os operários, bem como por um engajamento dos intelectuais na formação educacional dos trabalhadores. Tudo isso se manifesta fortemente em sua produção filosófica.

Tendo tido uma formação clássica (latim e grego) rigorosa, Simone Weil tornou-se leitora arguta da tradição grega (sobretudo de Homero, dos pitagóricos, de Platão e dos Evangelhos) e dos filósofos modernos mais estudados tradicionalmente na França daquelas décadas, a saber, Descartes e Kant; por fim, mas não menos importante, empreendeu uma leitura atenta e profunda de Marx. Antes de ingressar na École Normale Supérieure, estudou com Alain no Liceu Henry IV, no qual ingressou com 16 anos nas classes preparatórias para as grandes Escolas da França. Alain é o pseudônimo de Émile-Auguste Chartier (1868-1951), professor de filosofia que marcou indelevelmente diversos intelectuais franceses que foram seus alunos antes de ingressarem nas grandes Escolas ou na Sorbonne. 

Simone Weil foi, portanto, uma das primeiras mulheres a entrar na prestigiosa École Normale Supérieure em Paris, tendo concluído sua formação acadêmica com um trabalho intitulado Science et Perception dans Descartes (Weil, 1988, pp.159-221), orientado por L. Brunschvicq e defendido por ela em 1930 aos 21 anos. Notável a independência intelectual da jovem pensadora que se percebe pela inversão, em sua tese, da interpretação filosófica de seu orientador em relação a Descartes, defendendo a presença neste de “uma teoria das sensações como signos” (idem, p.182).

Além de seus estudos teóricos nos quais ressalta a importância fundamental de Marx de quem, contudo, foi igualmente uma crítica contumaz, Weil participou das lutas sindicais de sua época enquanto ministrava cursos de Filosofia para as filhas de operários nos Liceus de Puy (1931-32), Auxerre (1932-33), Roanne (1933-34), Bourges (1935-1936) e Saint-Quentin (1937-38). 

Paralelamente à atividade como professora de ensino médio ela empreenderá outras atividades decisivas em sua formação pessoal e intelectual. Assim, viaja para a Alemanha em 1931, pois compreendia que lá que estavam ocorrendo transformações efetivas na vida política que necessitavam ser mais bem entendidas. Em 1934, antes de ter sua experiência como operária, publica o que ela considerava então ser a sua grande obra: Reflexões sobre as causas da liberdade e da opressão social (Weil, 1979, pp. 235-307). Torna-se operária por um curto intervalo de tempo entre 1934 a 1935, pois havia intuído que necessitava dessa experiência concreta para pensar a questão operária, e será precisamente dessa experiência que surgirá o texto “Diário de fábrica” escrito em 1936 (Weil, 1991b, pp.171-282). A seguir, em agosto de 1936, sentiu a obrigação de se engajar na Guerra Civil Espanhola. Lutou ao lado dos republicanos na coluna comandada por Durruti, que dirigia a formação mais importante das milícias da Central Sindical Anarquista. Essa brevíssima experiência em uma guerra servirá para Weil conceber de modo claro a barbárie que domina o coração dos seres humanos independentemente de partidos ou posições políticas, bem como a idolatria da força e do poder que subjaz no âmago de quase todas as pessoas. Alguns textos weilianos produzidos nessa época o exprimem com clareza, tais como: “Reflexões sobre a barbárie” (Weil, 1989, pp. 222-225) e o célebre “Ilíada ou o poema da força” (Weil, 1979, pp.319-344). Tampouco a questão colonial passou despercebida a Weil enquanto escrevia textos críticos em relação à França e às demais nações colonialistas seja nos textos de 1930-31 (em que analisava a situação na Indochina) ou de 1937 (em que refletia sobre os problemas que acometiam o Marrocos) (idem, pp. 121-155). 

De 1932 a 1938 Weil será uma adepta convicta do pacifismo, provavelmente devido ao excesso de violência que vivenciava ao seu redor, seja na experiência de fábrica, na guerra espanhola ou nas colônias ocupadas pelos franceses. Em função disso, ela chega até mesmo a defender uma política de não intervenção quando da anexação de parte do território da Tchecoslováquia pela Alemanha, pensando naquele momento que ante a possibilidade iminente de uma guerra europeia, essa apropriação territorial ilegítima seria um mal menor a se assumir. Assim, é somente com a entrada dos soldados nazistas em Praga em março de 1939, que ela começará a despertar desse sonho pacifista. Com habitual dureza, seja em relação aos demais, seja em relação a si própria, ela se recriminará veementemente nos próximos anos de sua breve existência por sua adesão temporária ao pacifismo. Uma passagem de seu “caderno de Londres” redigido ao final de sua vida fala do “erro criminoso” (Weil, 2006, p. 374) que ela julgava ter cometido ao ter aderido a essa posição política. 

Todas essas experiências que ela quis vivenciar e outras a que ela ainda se exporá nos seus derradeiros anos de vida remetem ao profundo desejo weiliano de “ter um contato direto com a vida”, como ela escreve em uma anotação de seu “Diário de fábrica” (Weil, 1991b, p.253). Entendendo este contato direto como uma experiência que ultrapassaria a mera especulação filosófica, mas que constituiria a base de uma reflexão autêntica nascida a partir de uma situação concreta, buscava assim reunir teoria (ciência) e prática (trabalho), ou pensamento e ação, de modo singular na filosofia do século XX. Raramente se encontra numa única pessoa, como é o caso de Weil, um discernimento político extremamente apurado e uma singular capacidade de pensar os problemas mais essenciais de modo profundo e original nas mais diversas áreas da filosofia. A biografia e a obra de Weil estão essencial e intimamente conectadas.

Tudo na vida de Simone Weil é intenso e parece ocorrer simultaneamente. O mesmo se dará com o seu aprofundamento espiritual que acontecerá primeiro em Viana do Castelo (Portugal), para onde viaja com os pais logo após sua estafante estadia na fábrica. Novas experiências espirituais continuarão a se manifestar nos anos seguintes à  a sua participação na Guerra Espanhola, tanto na capela de Assis em 1937, quanto finalmente no mosteiro beneditino de Solesmes em 1938, e permanecerão ocultas de quase todos até a sua morte, quando certos textos e cartas de sua autoria foram finalmente publicados. 

Não devemos, de modo algum, dividir a vida de Weil como se ela tivesse ocorrido em etapas sucessivas completamente distintas. A sua existência foi marcada especialmente pela necessidade de mediar posições teóricas aparentemente distantes e até mesmo supostamente incompatíveis, de modo que as reflexões sobre espiritualidade cristã e grega têm de ser analisadas no contexto mesmo de suas reflexões sociais e políticas. 

Nos últimos seis ou sete anos de sua vida se processará uma integração – difícil de ser concebida sem preconceitos pelas partes envolvidas (isto é: o preconceito dos estudiosos de Platão e de Marx) – entre Marx e Platão, tendo como horizonte espiritual a figura, para ela central, do Cristo. A isso se associa igualmente uma abertura inconteste em relação a outras espiritualidades, em um claro diálogo inter-religioso, especialmente para aquelas vertentes espirituais oriundas da Índia, antecipando o diálogo entre as religiões defendido pelo Concílio Vaticano II. Por essa razão, Weil começou a aprender o sânscrito e foi uma leitora atenta de algumas obras fundadoras da tradição filosófico-religiosa da Índia, tal como o Bhagavad Gîta, além de estudar com muito interesse o Livro Egípcio dos Mortos e o Tao te King. Para não mencionar suas pesquisas acerca dos contos e dos relatos do folclore das mais diversas culturas, incluindo os místicos cristãos, particularmente São João da Cruz. 

Superada a posição pacifista, Weil engajou-se ativamente no movimento de resistência. Na França, mais precisamente em Marselha aonde chegou com os pais em setembro de 1940, até o embarque dos Weil para Nova Iorque em maio de 1942, Simone Weil contribuiu para a resistência distribuindo uma das mais importantes revistas clandestinas da zona livre, os Cahiers du Témoignage Chrétien. Paralelamente, conheceu duas pessoas fundamentais para a sua vida: o padre dominicano Joseph-Marie Perrin e, por meio dele, Gustave Thibon, agricultor e escritor. Com o primeiro, entreteve importantes conversações sobre o cristianismo e a tradição grega, e graças ao segundo conseguiu vivenciar a experiência que julgava lhe faltar, a de campesina, ainda que por poucos meses. Ambos foram os amigos com os quais Weil deixou seus inúmeros escritos antes de partir para Nova Iorque. Vários textos como “Intuições Pré-cristãs”, “A fonte grega” e “A espera de Deus”, bem como seus célebres “Cadernos” foram entregues a eles. Weil sabia que seus pais somente teriam aceitado partir para os Estados Unidos se ela os acompanhasse e por isso consentiu em fazer a travessia do Atlântico, mas na esperança de poder viajar rapidamente para Londres, onde ela compreendia que se encontrava o polo mais importante da resistência aliada contra Hitler e ao qual queria se unir.

A estadia em Nova Iorque lhe foi muito tempestuosa interiormente. Devido aos grandes obstáculos que ali encontrou para viajar para Londres, ela se sentia como uma desertora. Todavia, apesar disso, ela não deixava de continuar aproveitando seu tempo visando conhecer outras realidades, como fica claro, de um lado, por suas pesquisas teóricas nas bibliotecas de Nova Iorque e, de outro, por suas visitas ao Harlem e às suas igrejas.

Por fim, após muitos percalços e muita pertinácia da parte dela, Weil consegue juntar-se à resistência francesa em Londres:  no final de novembro de 1942 ela consegue chegar a Liverpool. Restarão para ela apenas mais nove meses de vida. Meses de intensa produção teórica e de engajamento prático na resistência. Ela sente-se fracassada por não conseguir a autorização do General De Gaulle, chefe da resistência francesa em Londres, para poder realizar o projeto relacionado às enfermeiras de fronteira, por ela idealizado. O plano consistiria em lançar de paraquedas, nos campos de batalha, um grupo de jovens mulheres com algum conhecimento em enfermagem (a própria Weil capacitou-se rapidamente para poder ser enviada) a fim de socorrer os aliados, mas também seus inimigos, o que deveria ocorrer no próprio campo de batalha. O objetivo, como o texto “Projeto de uma formação de enfermeiras de primeira linha” (Weil, 2008, pp.401-411) deixa claro, não é o de ingenuamente supor que esse grupo poderia salvar muitas vidas, mas sim o de opor ao comando SS (a “tropa de proteção” (Schutzstaffel), organização paramilitar ligada ao partido nazista) um grupo pequeno de jovens mulheres que serviriam como símbolo contrário àquele representado pela abominável tropa de elite hitlerista. Isso porque ela logo compreendeu a importância da propaganda no nazismo e queria contrapor-se a essa veiculação do ódio e da indiferença por meio de uma propaganda que enaltecesse um amor desinteressado. Obviamente De Gaulle recusou-se a adotar tal plano, o que causou uma imensa tristeza em Simone.

Escrevendo o relatório sobre como seria a vida da França livre, texto que viria a constituir o que se passou a intitular o seu último livro, o Enraizamento, bem como outros textos sobre questões espirituais e políticas, ela que já se alimentava parcamente e fumava desenfreadamente, deixando de comer, pois se recusava a ingerir mais do que um francês na França dominada pela Alemanha nazista poderia fazer. É interessante notar que essa atitude remete à decisão tomada durante a Primeira Guerra Mundial, com apenas seis anos de idade, de recusar-se a comer açúcar porque os soldados que lutavam nas trincheiras estavam privados de consumir açúcar. Por fim, já enfraquecida, ela acaba adoecendo em Londres, sendo transferida em seguida para um hospital na cidade de Ashford e vindo a falecer em agosto do ano de 1943, aos 34 anos de idade. Lá se encontra a sua sepultura. 

Em sua breve vida, tão plena de experiências não acadêmicas, Simone Weil escreveu abundante e quase compulsivamente o conjunto de seus textos filosóficos – pouquíssimos dos quais foram publicados em vida – que compõem os 16 volumes de suas Obras Completas, ainda em curso de publicação pela editora francesa Gallimard. Uma visão geral do plano da edição das Obras Completas, que apresentamos, abaixo, nos dá uma ideia bastante razoável da amplitude temática e da quantidade de textos que ela escreveu, extraordinária para alguém que viveu tão pouco e teve uma vida tão intensa e profundamente comprometida com questões sociais e políticas. 

Plano da edição das Obras Completas

A edição realizada pelas Éditions Gallimard (Paris) está organizada em sete tomos subdivididos, por sua vez, em 16 volumes dos quais já temos publicados 13 volumes, faltando ser publicados o volume único do Tomo III – contendo a produção poética e dramatúrgica de Simone Weil – e os dois volumes do Tomo VII relativos à correspondência mantida por Simone Weil com interlocutores em geral, excetuando aquela que manteve com a sua família, pois estas (volume 1 do Tomo VII) já foram publicadas.

Tome I: Primeiros escritos filosóficos.

Tome II: Escritos históricos e políticos. 

Volume 1: O engajamento sindical (1927-1934).

Volume 2: A condição operária (1934-1937).

Volume 3: Rumo à guerra (1937-1940).

Tome III: Poemas e Veneza salva.

Tome IV: Escritos de Marseille. 

Volume 1: Filosofia, ciência, religião.

Volume 2: Grécia – Índia – Ocitânia.

Tome V: Escritos de New York e de Londres. 

Volume 1: Questões políticas e religiosas.

Volume 2: O Enraizamento. Prelúdio a uma declaração aos deveres relativos ao ser humano.

Tome VI: Cadernos – volumes 1-4.

Tome VII: Correspondência. 

Volume 1: Correspondência familiar.

Volume 2 et 3: Correspondência geral.

Obra: temas e conceitos

Tendo em vista a estreitíssima conexão entre a breve vida e a extensa obra de Simone Weil acima assinalada, mostraremos a seguir que os temas e conceitos mais importantes de sua filosofia estão profundamente conectados com as diferentes etapas de sua biografia, ainda que, devido à desproporção entre uma vida tão curta e uma produção intelectual tão ampla, inúmeros temas e autores se sobrepõem sendo tratados em diversos períodos sucessivos.

Um primeiro núcleo temático está ligado ao problema da percepção e a um consequente diálogo e reinterpretação de Descartes e Espinosa, feito sempre no interior do horizonte de apropriação que ela empreende dos pensadores gregos (em especial, de Platão), bem como da leitura atenta que começa a fazer de Marx e do problema operário tendo como conceito fundamental a noção de trabalho. A atividade estruturante dessa época e que estimula a sua reflexão é a sua experiência como operária.

O segundo núcleo conceitual dá-se em torno ao problema da opressão e da liberdade, no qual além de Marx, comparecem Rousseau, Tucídides, Homero e Maquiavel, enfatizando a formulação do conceito de força. Sem dúvida a atividade que marca mais profundamente a vida de Weil nesta época é a sua participação na guerra civil espanhola.

Um terceiro núcleo de questões tem como conceitos-chave as noções de leitura e de decreação, que reúnem uma dimensão antropológica e outra teológica. São textos nos quais Weil se esforça para estabelecer a mediação entre temas e problemas aparentemente dissonantes ao pensá-los em planos distintos, mas relacionados entre si. Aqui a leitura que ela faz do Novo Testamento em direta conexão com a tradição grega se manifesta de modo decisivo. A experiência estruturante deste núcleo é a inesperada experiência mística que ela teve que a levou a ter de repensar o cristianismo e a sua relação com as demais tradições religiosas e espirituais.

O último núcleo se manifesta nos anos finais de Weil quando ela deseja ardentemente contribuir com os aliados na luta contra a Alemanha nazista. Ela declara estar dilacerada entre as questões relativas à miséria humana e ao amor de Deus. Nenhum desses polos pode ser pensado sem o outro, mas como pensá-los simultaneamente tampouco é evidente. A noção capital aqui é a de enraizamento. A tentativa frustrada de participar na ofensiva dos aliados sediados em Londres contra a Alemanha constitui a atividade mais marcante dos últimos anos de sua vida.

É preciso advertir que não se pode acreditar ingenuamente que os temas e problemas mencionados nessas fases estejam plenamente superados em suas fases posteriores e que possam ser tratados como se fossem totalmente desvencilhados uns dos outros. Ao contrário, todos estão intimamente conectados e isso torna a leitura da obra weiliana bastante difícil. Ocorre com ela o que ocorre quer com Platão, quer com Kierkegaard: não podemos considerar as suas obras como tendo sido escritas em meras etapas sucessivas, seu pensamento é mais complexo. 

Na obra de Simone Weil ocorre que cada conceito requer para a sua plena compreensibilidade outros ainda não plenamente formulados. Todavia, esses conceitos já estão de certo modo intuídos pela autora, comparecendo assim apenas implicitamente. Por conseguinte, necessitamos de um conhecimento vasto e aprofundado da totalidade da produção weiliana para podermos pensar adequadamente a complexa articulação entre os conceitos fundamentais presentes em sua filosofia. 

Seria um grande equívoco julgar que ela é uma pensadora de fragmentos filosóficos ou de meros textos isolados de grande impacto devido a sua perfeição estilística. Há, ao contrário, uma sólida doutrina filosófica em Simone Weil que não pode, contudo, ser reduzida a um sistema, mas que possui uma lógica inerente que perpassa e aproxima textos aparentemente desconexos e circunstanciais para apresentar um painel complexo e sutil acerca do mundo, do ser humano, da sociedade, da guerra, da justiça e de Deus.

Bibliografia citada

WEIL, S. (1979). A condição operária e outros escritos sobre a opressão. Tradução de Therezinha Langlada. Org. Ecléa Bosi. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

WEIL, S. (1988). Tome II: Écrits historiques et politiques. Volume 1: L’ engagement syndical (1927- juillet1934).

WEIL, S. (1991b). Tome II: Écrits historiques et politiques. Volume 2: L’expérience ouvrière et l’adieu à la révolution (juillet 1934 – juin 1937).

WEIL, S. (1989). Tome II: Écrits historiques et politiques. Volume 3: Vers la guerre (1937-1940).

WEIL, S. (2006). A fonte grega. Tradução de Filipe Jarro. Lisboa: Edições Cotovia.

WEIL, S. (2008). Tome IV : Écrits de Marseille. Volume 1: (1940 – 1942) Philosophie, science, religion, questions politiques et sociales.

 

Fontes, literatura secundária e outros materiais

  • Obras de Simone Weil em português

WEIL, S. (1979). A condição operária e outros escritos sobre a opressão. Tradução de Therezinha Langlada. Org. Ecléa Bosi. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

WEIL, S. (1986). A gravidade e a graça. Tradução feita pela equipe da ECE. São Paulo, SP: ECE

WEIL, S. (1993). A gravidade e a graça. Tradução de Paulo Neves. São Paulo, SP: Martins Fontes.

WEIL, S. (1991a). Aulas de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus.

WEIL, S. (2016). Carta a um religioso. Tradução de Monica Stahel. Petrópolis, RJ: Vozes.

WEIL, S. (2019). Contra o colonialismo. Tradução de Carolina Selvatici. Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo.

WEIL, S. (1987). Espera de Deus. Tradução feita pela equipe da ECE. São Paulo: ECE, 1987. 

WEIL, S (2005). Espera de Deus. Tradução de Manuel Maria Barreiros. Lisboa: Assírio & Alvim.

WEIL, S. (1990). Lições de Filosofia. Tradução de Paulo Neves. São Paulo, SP: Martins Fontes.

WEIL, S. (2017). Nota sobre a supressão geral dos partidos políticos. Tradução de Manuel de Freitas. Lisboa: Antígona.

WEIL, S. (2001). O Enraizamento. Tradução de Maria Leonor Loureiro. São Paulo, SP: EDUSC.

WEIL, S. (1964). Opressão e Liberdade. Tradução de Maria de Fátima Sedas Nunes. Lisboa: Livraria Morais Editora

WEIL, S. (2001). Opressão e Liberdade. Tradução de Ilka Stern Cohen. São Paulo, SP: EDUSC.

WEIL, S. (2006). A fonte grega. Tradução de Filipe Jarro. Lisboa: Edições Cotovia.

WEIL, S. (2016). Pela supressão dos partidos políticos. Tradução de Lucas Neves. Belo Horizonte, MG: Âyiné.

WEIL, S. (1991a). Pensamentos desordenados acerca do amor de Deus. Tradução feita pela equipe da ECE. São Paulo, SP: ECE.

WEIL, S. (2017). Reflexões sobre as causas da liberdade e da opressão social. Tradução de Maria de Fátima Sedas Nunes. Lisboa: Antígona.

  • Obras de Simone Weil em francês

Obras publicadas pela editora Gallimard, Paris

WEIL, S. (1950). La connaissance surnaturelle. 

WEIL, S. (1951). Lettre à un religieux. 

WEIL, S. (1951). La condition ouvrière. 

WEIL, S. (1953). La source grecque.

WEIL, S. (1955). Oppression et liberté.

WEIL, S. (1957). Écrits de Londres et dernières lettres.

WEIL, S. (1960). Écrits historiques et politiques.

WEIL, S. (1962). Pensées sans ordre concernant l′amour de Dieu.

WEIL, S. (1968). Poèmes, suivis de Venise sauvée. 

WEIL, S. (1966). Sur la Science.

Obras publicadas na editora Plon, Paris

WEIL, S. (1949). La pesanteur et la grâce. Ed. por Gustave Thibon.

WEIL, S. (1951). Cahiers, Tome I

WEIL, S. (1953). Cahiers. Tome II

 WEIL, S. (1956). Cahiers. Tome III.

WEIL, S. (1959). Leçons de Philosophie.

Obras publicadas pela editora La Colombe, Paris

WEIL, S. (1951). Intuitions pré-chrétiennes.

WEIL, S. (1949). Attente de Dieu.

Reedições pela editora Gallimard, Paris, no âmbito das Obras Completas 

WEIL, S. Oeuvres Complètes. Edição sob a direção de A. Devaux e F. de Lussy:

WEIL, S. (1988) Tome I: Premiers écrits philosophiques.

WEIL, S. (1988). Tome II: Écrits historiques et politiques. Volume 1: L’ engagement syndical (1927- juillet 1934).

WEIL, S. (1991b). Tome II: Écrits historiques et politiques. Volume 2: L’expérience ouvrière et l’adieu à la révolution (juillet 1934 – juin 1937).

WEIL, S. (1989). Tome II: Écrits historiques et politiques. Volume 3: Vers la guerre (1937-1940).

WEIL, S. (2008). Tome IV : Écrits de Marseille. Volume 1: (1940 – 1942) Philosophie, science, religion, questions politiques et sociales.

WEIL, S. (2009). Tome IV : Écrits de Marseille. Volume 2:  Grèce – Inde  – Occitanie.

WEIL, S. (2019).Tome V: Écrits de New York et de Londres (1942-1943). Volume 1: Questions politiques et religieuses.

WEIL, S. (2013).Tome V: Écrits de New York et de Londres. Volume 2: L’ Enracinement. Prélude à une déclaration des devoirs envers l’être humain.

WEIL, S. (1994). Tome VI : Cahiers. Volume 1 (1933 – septembre 1941).

WEIL, S. (1997). Tome VI : Cahiers. Volume 2 (septembre 1941 – février 1942). 

WEIL, S. (2002).Tome VI : Cahiers. Volume 3 (février 1942 – juin 1942) La porte du transcendant.

WEIL, S. (2006). Tome VI : Cahiers. Volume 4 : (juillet 1942 – juillet 1943) La connaissance surnaturelle (Cahiers de New York et de Londres)

WEIL, S. (2012).Tome VII : Correspondance. Volume 1: Correspondance familiale.

WEIL, S. (1999). Simone Weil. Oeuvres. Ed. de F. de Lussy. Paris: Quarto Gallimard.

  • Literatura secundária

ALLEN, D. / SPRINGSTED, E.O. (1994). Spirit, Nature, and Community. Issues in the Thought of Simone Weil. New York: State University of New York Press. 

BINGEMER, M. C. L. / PUENTE, F. R. (eds.). (2011). Simone Weil e a filosofia. Rio de Janeiro / São Paulo: Editora PUC Rio / Edições Loyola.

BINGEMER, M. C. L. (ed.). (2009) Simone Weil e o encontro entre as culturas. Rio de Janeiro / São Paulo: Editora PUC-Rio / Paulinas.

BOSI, E. (2003). O tempo vivo da memória. Cotia: Ateliê Editoraial. (Parte III: quatro estudos sobre Simone Weil).

CALLE, M. / GRUBER, E. (eds.) (2003). Simone Weil. La passion de la raison. Paris : l’Harmattan. 

CANCIANI, D. (1996). Simone Weil. Il coraggio di pensare. Impegno e riflessione politica tra le due guerre. Roma : Edizioni Lavoro.

CANCIANI, D. (1998). Tra Sventura e belezza. Riflessione religiosa e esperienze mistica in Simone Weil. Roma : Edizioni Lavoro.

CHENAVIER, R. (2001). Simone Weil. Une philosophie du travail, Paris, Èdition du Cerf.

DELSOL, C. (2009) (ed.). Simone Weil. Les Cahiers d’Histoire de la Philosophie. Paris : Cerf. 

DIETZ, M. G. (1988). Between the Human and the Divine. The Political Thought of Simone Weil. New Jersey: Rowman & Littlefield Publishers. 

DOERING, J. / SPRINGSTED, E. O. (2004). The christian platonism of Simone Weil, Notre Dame, Indiana: University of Notre Dame Press.

DOERING, J.  (2010). Simone Weil and the Specter of Selfperpetuating Force, Notre Dame, Indiana: University of Notre Dame Press.

DUNAWAY, J.  / SPRINGSTED, E. O. (1996). The beauty that saves: essays on aesthetics and language in Simone Weil. Georgia, EUA: Mercer University Press.

FINCH, H. L. (2001). Simone Weil and the Intellect of Grace. New York: Continuum.

FULCO, R. (2002). Corrispondere al limite. Simone Weil : il pensiero e la luce. Roma : Edizioni Studium.

GABELLIERI, E. (2003). Être et don. Simone Weil et la philosophie. Louvain, Paris : Peeters.

GAETA, G. (2018). Leggere Simone Weil. Macerata : Quodlibet.

GÉRARD, V. (ed.) (2011). Simone Weil, lectures politiques. Paris : Éditions Rue d’Ulm / Presses de l’École Normale Supérieure.

HOLOKA, J. P. (ed.) (2003). Simone Weil’s The Iliad or The Poem of Force: A Critical Edition. New York: Peter

Lang.a

JANEIRA, A. L. (1973). Conhecer Simone Weil. Braga: Publicações da Faculdade de Filosofia.

JACQUIER, C. (ed.) (1998). Simone Weil, l’expérience de la vie et le travail de la pensée. Arles : Editions Sulliver.

KÜHN, R. (1989). Deuten als Entwerden. Eine Synthese des Werkes Simone Weils in hermeneutisch-religionsphilosophischer Sicht. Freiburg: Herder.

KÜHN, R. (2014). Leere und Aufmerksamkeit. Studien zum Offenbarunsgsdenken Simone Weils. Dresden: Verlag Text & Dialog.

LUSSY, F. de (ed.) (2009). Simone Weil. Sagesse et grâce violente. Montrouge : Bayard. 

MARIANELLI, M. (2004). La metafora ritrovata. Miti e simboli nella filosofia di Simone Weil. Roma: Città Nouva.

MEANEY, M. C. (2007). Simone Weil’s Apologetic Use of Literature: Her Christological Interpretation of Classic Greek Texts. Oxford: Clarendon Press.

MORGAN, V. G. (2005). Weaving the world. Simone Weil on science, mathematics and love. Notre Dame: University of Notre Dame Press.

NAUD, A. (2002). Les dogmes et le repect de l’intelligence: plaidoyer inspiré par Simone Weil. Saint Laurent: Éditions Fides.

PUENTE, F. (2013). Exercícios de Atenção – Simone Weil leitora dos gregos. Rio de Janeiro, RJ: Editora PUC-Rio / São Paulo, SP: Edições Loyola.
PUENTE, F. (2007). Simone Weil et la Grèce. Paris : L’ Harmattan, 2007.

REVILLA, C. / BEA, E. (2018) (eds). Simone Weil, el arte de leer. Buenos Aires: EUBA/Katz Editores.

REVILLA, C. (ed.) (1995). Simone Weil: descifrar el silencio del mundo. Madrid: Editorial Trotta. 

REVILLA, C. (2003). Simone Weil: nombrar la experiencia. Madrid: Editorial Trotta. 

RHEES, R. (2000). Discussions of Simone Weil. New York: State University of New York Press.
SAINT-SERNIN, B. (1988). L’ action politique selon Simone Weil. Paris: Édition du Cerf.

SCHLETTE, H. R. / DEVAUX, A. (Hrsg.) (1985). Simone Weil: Philosophie, Religion, Politik. Frankfurt am Main : Verlag Josef Knecht. 

SPRINGSTED, E. O. (1986). Simone Weil & The Suffering of Love. Cambridge, MA: Cowley Publications. 

VETÖ, M. (1971). La méthaphysique religieuse de Simone Weil. Paris : Vrin. 

WINCH, P. (1989). Simone Weil: The Just Balance. Cambridge: Cambridge University Press.

  • Fontes online

http://simoneweil.com.br 

http://simoneweil.net/home.htm


http://pensees.simoneweil.free.fr/travail.html

http://classiques.uqac.ca/classiques/weil_simone/weil_simone.html

https://simoneweil.library.ucalgary.ca/


https://www.franceculture.fr/personne-simone-weil.html

https://www.cairn.info/resultats_recherche.php?send_search_field=Chercher&searchTerm=Simone+Weil&searchIn=all

http://www.americanweilsociety.org/

https://plato.stanford.edu/entries/simone-weil/ 

Vídeos e áudios sobre Simone Weil – ver o site www.simoneweil.com.br  para consultar as diversas indicações ali mencionadas.

Artigos e teses sobre Simone Weil – ver o site www.simoneweil.com.br  para consultar as diversas indicações ali mencionadas.