Marie Olympe de Gouges

Nascida em 7 de maio de 1748, em Montauban, na França, Marie Olympe de Gouges foi fruto de um casamento considerado ilegítimo na época de seu nascimento. Como era comum para as mulheres que conseguiam estudar na época, recebeu uma educação informal. Se casou aos 16 anos de idade e, aos 18, perdeu o marido. Viúva e mãe, de Gouges decide não se casar novamente e viver de forma independente, o que desafiava as normas sociais impostas às mulheres da época. Abandonou a vida provinciana para se estabelecer na capital, Paris. Lá, ela se dedicou ao teatro e à escrita, tornando-se defensora dos direitos das mulheres, se lançando na vida pública e participando ativamente do cenário literário e político da Revolução Francesa. Escreveu peças teatrais e panfletos, que, frequentemente censurados, criticavam não apenas a opressão das mulheres, mas também a escravidão nas colônias francesa. Seu trabalho mais conhecido nos dias de hoje é a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791), uma resposta à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, na qual exigia para as mulheres os mesmos direitos fundamentais que eram concedidos aos homens, o que desafiava diretamente os pilares da Revolução Francesa. Mas, como nos mostra Roberta Soromenho Nicolete, autora do verbete desta semana, a obra de Olympe de Gouges não se restringe à Declaração, e olhar para seus demais escritos nos ajuda a compreender sua vida e seu pensamento.

Por sua participação ativa nos debates políticos da época e sua coragem em enfrentar figuras poderosas, como Robespierre, Olympe de Gouges foi condenada à morte durante o período do Terror, sendo guilhotinada em 1793. 

Sobre a autora do verbete: Roberta Soromenho Nicolete é professora adjunta (2021) no departamento de Ciência Política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ICS-UERJ) e integra o Programa de Pós-Graduação em Ciëncias Sociais (PPCIS), na mesma universidade. Tem experiência na área de Teoria Política Moderna, pesquisando a obra de Alexis de Tocqueville, sobretudo as noções de liberdade, virtude, interesse; as diferentes linguagens políticas que ampararam a autoridade política no século XVIII, antes da Revolução Francesa; o republicanismo em diferentes matrizes do pensamento político, sobretudo, as variações desta tradição na França setecentista; a participação política das mulheres na Revolução Francesa, em especial, a obra de Olympe de Gouges. Desde agosto de 2017, integra o Laboratório de Estudos Republicanos (Universidade Federal Fluminense) e, desde 2022, o Núcleo de Estudos em Desigualdades Contemporâneas e Relações de Gênero (NUDERG). Em 2018, a tese de doutorado recebeu o Prêmio Capes de Melhor Tese (área de Ciência Política e Relações Internacionais). Em 2019, a tese de doutorado recebeu também a Menção Honrosa no Prêmio Tese-Destaque USP (grande área: Ciências Humanas).

Ficou curiosa? Então vem conhecer a vida e a obra de Olympe de Gouges. Leia o verbete aqui e acesse a entrevista com a autora aqui!

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