Dorothea von Schlegel
Dorothea von Schlegel (1764-1839) foi uma figura notável do Romantismo alemão, cuja vida foi marcada por transformações ideológicas, financeiras e culturais. Filha do filósofo Moses Mendelssohn, ela teve uma educação sólida, mas seu casamento inicial com o banqueiro Simon Veit foi infeliz. Mais tarde, ela se envolveu com Friedrich Schlegel, com quem se casou em 1808, após se converterem ao catolicismo. A obra de Dorothea é complexa, aponta Fernando Lemos, autor do verbete desta semana, com colaborações anônimas com seu marido, obras identificadas (resenhas, artigos, o romance “Florentin”), correspondência, fragmentos póstumos e traduções. Seu pensamento filosófico é marcado por um desprezo pela modernidade e uma busca pela eternidade, o que a levou a uma visão conservadora, mas também complexa, sobre a temporalidade e a ação no mundo. Ela critica a superficialidade da sociedade moderna e busca uma conexão com o tempo medieval, refletida em suas traduções e na sua visão da educação. Sua filosofia do tempo se concentra na aceleração e na reunião de todas as variações do tempo, em vez da mera imobilidade do eterno.
Sobre o autor do verbete: Professor do Departamento de Filosofia e do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, possui doutorado (2009), mestrado (2004) e graduação (2002) em FILOSOFIA pela UERJ, e pós-doutorado em filosofia política e educação pela PUC-Rio (2012), e em filosofia pelo PPGLM-UFRJ (2019). É autor de Soldados e centauros: Educação, filosofia e messianismo no jovem Nietzsche (Mauad, 2015), O ofício da origem (Kotter, 2018) e O contracânone romântico: ensaios sobre uma (certa) filosofia do Romantismo alemão (Eduerj, 2022). É tradutor de, entre outros, textos de Nietzsche, Artaud e Friedrich Schlegel. Suas pesquisam lidam com as intercessões entre estética e política modernas e contemporâneas, com ênfase especial nos últimos anos no Romantismo, na teologia política moderna e nos debates contemporâneos sobre o cânone e suas estratégias de dominação e perpetuação.
Quer saber mais? Leia o verbete aqui e acesse a entrevista com o autor aqui!