20th Century Boys: vol 1

Um vírus hemorrágico que mata quase instantaneamente pipoca pelo mundo. Cientistas e autoridades morrem e desaparecem sem explicação. Um culto bizarro em torno do “Amigo”, uma figura que nunca mostra o rosto e é representado por um símbolo enigmático, angaria milhões de seguidores.

São prenúncios do fim do mundo na virada do milênio, e Kenji Endo descobre para seu horror que tudo está acontecendo exatamente como ele e seus amigos inventaram em seu “Livro de Profecias” quando ainda eram crianças.

É “20th Century Boys” (2008), primeira parte de uma trilogia cinematográfica adaptando o manga homônimo de enorme sucesso de Naoki Urasawa, autor também de Monster. Comparado a histórias e temas de Stephen King – amizades de infância e histórias cheias de suspense –, o filme pelo menos a mim lembrou uma versão tão boa, ou ruim, quanto Heroes. A primeira temporada. E eu gostei de Heroes. A primeira temporada.

Ao invés de “Save the Cheerleader, save the world”, somos apresentados ao mistério de “Kenji-kun, asobimashyou”, ou “Kenji, vamos brincar”, repetido pelo “Amigo” em uma voz bizarra. De onde ele conhece Kenji e por que estaria concretizando suas terríveis visões apocalípticas infantis? Ele conseguirá torná-las todas realidade, e poderá Kenji encaixar todas as peças para salvar o mundo?

As duas horas passam rápido enquanto mergulhamos na história, mas ainda que o final seja climático, de alguma forma não satisfaz. Meio como Lost, não há muitas respostas ao suspense, só um gancho para a segunda parte, que acaba de ser lançada no Japão. Você é automaticamente tentado a conferir a história toda já publicada no manga. E são mais de 4.000 páginas.

E se o fizer, descobrirá que o manga é sem surpresa muito superior à adaptação, que não chega a ser um desastre, mas poderia ter sido sublime se não se valesse de tanto clichês e lugares comuns na hora de traduzir tudo para a telona. A trilha sonora, como já comentaram em outras resenhas, poderia ser genial – o próprio título da série vem de “20th century boy” do T.Rex, que é a abertura –  mas além da abertura promissora com colagens de imagens do século 20 somos lançados ao que parece a estética de um filme feito para a TV. Talvez porque a produção também tenha sido obra do canal NipponTV.

A indústria cinematográfica japonesa é a segunda maior do mundo em sua movimentação de grana, mas os orçamentos são apenas uma fração dos de Hollywood. Isso não impede o surgimento de algumas obras geniais e visualmente hipnotizantes, mas aqui parece ser explicação para as diferenças entre a adaptação de Watchmen e 20th Century Boys – porque ainda que a adaptação de Watchmen fracasse no final, é visualmente impecável.

Enfim, assista 20th Century Boys como um bom entretenimento, vale a pena. Podia ter sido muito mais, e a segunda parte talvez seja mais satisfatória, mas para quem curte ficção científica, mangas, Stephen King, suspense, Heroes e tudo mais, a diversão deve ser garantida. E alguns podem até se apaixonar.

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O DVD de 20th Century Boys com legendas em inglês ainda deve ser lançado oficialmente no mês que vem, não me perguntem como eu assisti (com as legendas). A segunda parte da trilogia tem seu site oficial aqui. Até onde pude ver, o manga também ainda não foi lançado em português. Em inglês, toda a saga está disponível online (!) em One Manga.

Vídeo ilustra a colisão de satélites no espaço

Como você deve ter ouvido, na semana passada dois grandes satélites, um americano e um russo, colidiram a 800km sobre a Sibéria. O Iridium americano pesava 560 kg, enquanto os Cosmos 2251 russo, mais de uma tonelada. É a maior colisão desta natureza já registrada – colisões descontroladas com objetos menores já ocorreram, bem como testes controlados como o efetuado pelos chineses há dois anos, que todavia também envolveu objetos menores.

Enquanto as consequências, leia-se, o destino e configuração da nuvem de destroços ainda deve levar algum tempo para ser melhor avaliada, o vídeo acima simula o impacto. Vemos de início o Iridium, e a nuvem vermelha de destroços logo é colocada em contexto quando a massa enorme de lixo espacial já existente é exibida.

Estamos literalmente rodeados de dezenas de milhares de objetos a milhares de quilômetros por hora. Os pontos não estão em escala – se estivessem, não poderíamos mais enxergar as estrelas muito bem, mas colisões assim devem se tornar cada vez mais comuns.

Em tempo: a bola de fogo vista sobre o Texas, EUA, há pouco não teria relação com a colisão dos satélites, apesar de algumas opiniões neste sentido terem circulado na mídia. O bólido texano seria um meteoro comum, vindo do espaço exterior, com velocidade muito grande e incompatível com os destroços dos satélites, que devem levar algum tempo para queimar na atmosfera.

Mais sobre o caso texano em breve. [vídeo via Glúon]

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