Ilusões gastronômicas
A ilusão ótica acima é clássica: os círculos ao centro têm exatamente o mesmo tamanho, mas aqueles ao redor alteram — e muito — sua aparência. Excelente e nova é esta simples montagem:
As porções de comida são exatamente iguais, mas o tamanho dos pratos em que são servidas altera a percepção de seu tamanho. E pesquisas de Brian Wansink indicam nossa percepção do tamanho e volume da comida afeta nossa saciedade, nós realmente comemos com os olhos.
Wansink publicou um livro popular sobre o tema, Mindless Eating, e seu sítio online lista tanto artigos sérios publicados em periódicos científicos quanto divulga atividades educativas para professores e alunos. Tudo em inglês, mas pelo visto muito recomendado. [via Wisebread]
Atualização: Só agora notei que Brian Wansink é o ganhador do IgNobel deste ano na categoria Nutrição, por sua experiência com pratos de sopa sem fundo — mostrando que aqueles que não percebiam a sopa esvaziar no prato acabavam comendo 73% mais, sem se sentir mais saciados do que aqueles que comeram menos em pratos comuns. Anda recebendo incrível cobertura da mídia por suas inusitadas experiências, e pelo visto é mais um bom cientista bem aventurado na divulgação científica. Ele aceitou o IgNobel com orgulho e bom humor.
No futuro, todos serão passageiros
Uma revolução silenciosa está em curso, e seu impacto em sua vida será profundo. Neste 3 de novembro será realizado o DARPA Urban Challenge, um concurso patrocinado pelo governo americano. O prêmio: dois milhões de dólares. Para ganhá-lo, os competidores precisam apenas criar automóveis capazes de manobrar em um cenário urbano, respeitando as leis do trânsito, sem provocar nenhum acidente. Detalhe: os veículos devem ser autônomos, controlados unicamente por computadores, sem qualquer intervenção humana. Em outras palavras, o DARPA Urban Challenge pretende incentivar a criação de automóveis que dirigem sozinhos.
E, de certa forma, o desafio já o fez. Em sua primeira etapa, completada em 2005 depois de uma tentativa fracassada no ano anterior, quatro veículos de equipes diferentes conseguiram completar sozinhos um longo percurso no deserto de Mojave. Foram mais de 210 Km incluindo túneis e desfiladeiros em terreno hostil, percorridos sem a ajuda de nenhum motorista humano. O veículo vencedor foi “Stanley”, da equipe da Universidade de Stanford, com o tempo de pouco menos de sete horas. O “cérebro” necessário para a façanha consistiu de apenas sete processadores Pentium-M — uma LAN House tem muito provavelmente maior poder computacional.
Confira no vídeo acima Stanley chegando ao final de seu trajeto. Não há ninguém lá dentro.
Mas se estas façanhas são notáveis, também não significam que carros no piloto automático estão logo ao alcance. “Stanley” teve uma velocidade média de apenas 30Km/h, e percorreu um trajeto pré-definido demarcado por milhares de pontos GPS. Sua maior façanha, assim como a dos outros três veículos que completaram a prova, foi simplesmente desviar de obstáculos ao mesmo tempo em que retornava ao trajeto pré-determinado, traçando-o até o final. Estas capacidades serão testadas novamente neste 3 de novembro, com uma complexidade incrivelmente maior — de condições de trânsito com outros motoristas, humanos, mas devidamente protegidos, às próprias leis de trânsito.
A DARPA é parte do Departamento de Defesa americano, e seu interesse declarado em promover o concurso é em verdade criar robôs T-1000. Como em muitas outras tecnologias militares, contudo, o desenvolvimento de carros completamente autônomos pode ter aplicações civis profundas. E ela não se resumirá a apertar o botão de piloto automático durante congestionamentos.
Na opinião deste autor, assim que sistemas automáticos de direção se tornarem suficientemente sofisticados, de fato mais sofisticados que nós mesmos, será apenas uma questão de tempo até que você, assim como todos seres humanos, sejam proibidos de dirigir. Erros humanos estão por trás de praticamente todos os acidentes de trânsito, uma das maiores causas de morte em todo o planeta. Podemos prever muita resistência, mas assim como a obrigatoriedade de cintos de segurança, o dia em que você não poderá mais dirigir seu carro não está tão longe assim. Neste 3 de novembro teremos uma idéia mais precisa de quão longe.
Pluralidade de Einsteins
Veja a imagem ao lado figuras famosas, de Harry Potter a Albert Einstein. Certo? Agora clique nela para conferir exatamente a mesma imagem, mas em maior tamanho.
Para onde foram todos? De perto, todos são Einsteins (?). Felizmente a obra não tem nenhuma intenção conceitual neste sentido, e é apenas uma demonstração no MIT de imagens híbridas. Elas são imagens que contêm informação diferentes dependendo da resolução com que são vistas. De longe (ou espremendo os olhos) você pode ver Marylin Monroe, mas de perto, descobre detalhes que revelam o famoso físico.
[via MOI]
Arquivos integrais da VEJA online
Depois da Superinteressante, é agora a revista VEJA que disponibiliza o arquivo de todas suas edições publicadas desde JUNHO de 1997. Apenas as duas últimas edições permanecem fechadas a assinantes.
Você pode conferir desde entrevistas com Dawkins em 2007 e em 2005, com Shermer, matérias sobre viagem no tempo, a descoberta de Gliese 581C…
Ah sim, a revista também tem notícias sobre o Brasil, política e cultura. 😉
[dica de Esteban Moreno na ciencialist]
Desenhos animados educacionais
O Efeito Ázaron em mais um post sensacional:
Dragon-Ball: Noções de Física Moderna, equivalência de energia em massa, onde os personagens convertem massa muscular integralmente em energia por E=mc2 e destroem planetas.
Cavaleiros dos Zodíaco: Trata de evidenciar o poder dos astros sobre Terra e as pessoas. Deixando claro que não somos o que somos por que somos, mas sim que somos o que somos por ter nascido quando éramos pra ser. Também são tratados assuntos como: transferência de momento linear, resistência dos materiais e escoamento laminar e turbulento de sangue.
Continue lendo: Desenhos Animados Fisicamente Corretos!
A Regra Dourada
“Não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti”.
Esta é uma máxima que parece ser basilar, pelos menos em teoria, para grande parte dos seguidores da doutrina cristã. Parece-me que este princípio, por mais justo e saudável que pareça, encerra em si próprio todo o potencial para o desenvolvimento de uma cultura egoísta e intolerante. Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem é uma forma de querermos impor os nossos critérios morais a terceiros.
Parece-me muito mais justo, correcto, saudável, tolerante e democrático o seguinte raciocínio: “Não faças aos outros aquilo que eles não quiserem que lhes façam”.
Continue lendo no Diário Ateísta
Barata-nautas extraterrestres
Uma barata russa chamada Nadezhda (Esperança) deu à luz às primeiras criaturas concebidas no espaço, disseram cientistas em Voronezh. Nadezhda concebeu as baratinhas em um satélite Foton-M em vôo entre os dias 14-26 de setembro.
“Recebemos há pouco o primeiro lote de 33 baratas concebidas em microgravidade”, declarou Dmitry Atyakshin. Embora as criaturas recém-nascidas bebam e comam normalmente, as condições de microgravidade podem ter afetado o escurecimento natural de sua carapaça, que ocorreu antes do esperado. Mas conclusões mais seguras só serão obtidas quando a segunda barata fêmea fizer o seu trabalho. Veja uma foto (nada extraordinária) aqui, e mais notícias sobre o acontecimento no Google News.
Lembrando, o primeiro animal no espaço foi a cadela Laika, o primeiro homem foi Gagarin e a primeira mulher foi Valentina Tereshkova. Todos da pátria-mãe Soviética. Décadas depois, temos que o próximo passo — os primeiros seres vivos conhecidos a serem concebidos no espaço — seriam baratas. Russas.