Debate com Benjamin Radford nesta sexta-feira (27/07) – Auditório Folha

A Folha de São Paulo promove nesta sexta-feira (27), às 15h em seu auditório, um debate sobre ciência, ceticismo e ateísmo Unidos com Benjamin Radford, editor adjunto da revista Skeptical Inquirer, publicação do Comitê para Investigação Cética (CSI), organização fundada em 1976 por cientistas, acadêmicos e divulgadores de ciência incluindo Carl Sagan, Isaac Asimov, Stephen Jay Gould, James Randi e Martin Gardner, entre outros.

Radford é um dos principais investigadores da organização, tendo conduzido pesquisas apoiadas na ciência em fenômenos como supostos psíquicos, fantasmas e casas mal-assombradas, exorcismos, milagres, OVNIs, reencarnação, círculos no trigo e muitos outros tópicos. Como autor, publicou seis livros e centenas de artigos, mantendo colunas em sítios on-line como LiveScience.com e Discovery News, tendo colaborado também em publicações como o Wall Street Journal, New York Times e Wired.

Ele será entrevistado por Reinaldo José Lopes, editor de “Ciência+Saúde” da Folha, Kentaro Mori, editor do site “Ceticismo Aberto“, e pela plateia.

Haverá tradução simultânea para todos os participantes que necessitarem.

Para participar, basta se inscrever pelo telefone (11) 3224-3473, das 14h às 19h, ou enviar nome, RG e telefone para o e-mail eventofolha@grupofolha.com.br, indicando o evento com Benjamin Radford no dia 27/07.

DEBATE SOBRE CETICISMO COM BENJAMIN RADFORD

QUANDO Sexta-feira (27/07/2012), às 15h

ONDE Auditório da Folha

ENDEREÇO Alameda Barão de Limeira, 425, 9º andar, metrô Santa Cecília, São Paulo

QUANTO Grátis

Planeta Você b

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Todos os 786 planetas conhecidos (em junho de 2012) em escala (alguns tamanhos de planetas baseadas em sua massa).

Do sempre sensacional xkcd de Randall Munroe, no centro do diagrama há um pequeno retângulo destacado em cinza.

Esse é o nosso sistema solar. Todo o resto orbita outras estrelas e foram descobertos apenas recentemente. A maior parte deles é enorme porque esse é o tipo que aprendemos a detectar primeiro, mas estamos agora descobrindo que os menores são de fato mais comuns.

Não sabemos nada sobre o que há em qualquer um deles. Com melhores telescópios, isso pode mudar.

Vivemos em uma época excitante.

Há menos de duas décadas os primeiros exoplanetas foram confirmados. Até não muito mais tempo atrás, não se sabia mesmo se sistemas planetários seriam ou não comuns – hoje sabemos que praticamente todas as estrelas possuem planetas ao seu redor.

Em uma geração fomos do primeiro planeta fora do sistema solar para mais de sete centenas de planetas gigantescos orbitando estrelas a muitos anos-luz de distância, com uma ubiquidade ainda maior de planetas menores, mais parecidos com a Terra.

Isso é extraordinário, revolucionário. Pensadores falam por milênios da pluralidade de mundos, da vastidão do Universo, de como há muitas estrelas e de como devem existir muitos e muitos mundos. Eram especulações visionárias, otimistas. Mal conheciam todos os planetas do sistema solar até recentemente.

Foi porém durante nossas vidas, durante cada aniversário que fizemos nos últimos anos, que astrônomos deixaram de especular e estão de fato encontrando muito mais planetas do que existem no sistema solar, fora dele. Já não são especulações, não são visões, são observações. São mundos de verdade, cada um deles com coordenadas e órbitas definidas, ao redor de estrelas catalogadas. Sabemos que estão realmente lá.

“Explorar novos mundos, buscar novas formas de vida e novas civilizações, audaciosamente indo aonde ninguém jamais esteve”.

Durante nossas vidas os primeiros passos para transformar nossos sonhos de exploração em realidade estão sendo tomados. Durante nossas vidas o primeiro planeta fora do sistema solar a ser visitado por nossos descendentes será catalogado.

E você pode ser a pessoa a descobri-lo! Você pode descobrir o lar da primeira colônia humana interestelar. Talvez não possamos explorar outras estrelas em nossas vidas, talvez tenhamos sorte se pudermos fazer um passeio pelo espaço.

Mas algum de nós, daqueles que cresceram enquanto os primeiros exoplanetas foram catalogados, será um daqueles que descobrirá o primeiro exoplaneta que nossa espécie irá visitar. E este alguém pode ser você. Não é um sonho, é uma possibilidade. Coletivamente, é uma certeza: durante os próximos anos muitos milhares de exoplanetas de todas as classes nas proximidades de nosso sistema solar serão descobertos.

Podemos construir para nossos descendentes o futuro extraordinário sonhado por nossos antepassados, descobrindo o conhecimento sobre o qual irão viver suas vidas. Vivemos em uma época excitante.

Um Divulgador de Ciência para o Novo Milênio

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Carl Sagan + Lando Calrissian = Neil deGrasse Tyson

Tyson participa da produção da nova versão de ‘Cosmos’. [via GAS]

Deus Morreu. Viva o Higgs!

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“E que vilão! O maior de todos os tempos! Há, acreditamos, uma presença nebulosa em todo o universo que dificulta nossa compreensão da verdadeira natureza da matéria. É como se algo, ou alguém, quisesse nos impedir de alcançar o conhecimento último. Essa barreira invisível que nos distancia da verdade é o campo de Higgs. Seus tentáculos gélidos alcançam todos os cantos do universo, e suas implicações científicas e filosóficas dão intensos calafrios aos físicos. E o campo de Higgs opera sua magia negra através de – o que mais? – uma partícula. Essa partícula é chamada de bóson de Higgs. (…) Ele é tão central ao estado da física hoje, tão crucial à nossa compreensão final da estrutura da matéria, e no entanto tão furtivo, que eu lhe apelidei de “God Particle” [Partícula de Deus, em inglês]. (…) O editor [deste livro] não deixou que nós a chamássemos de “Goddamn Particle” [Maldita Partícula], embora esse fosse um título mais apropriado, dada sua natureza maliciosa e o trabalho que está dando”. – Leon Lederman, “A Partícula de Deus” (1993)

O próprio Peter Higgs, um ateu, é bem mais cauteloso e manifestou reprovação ao apelido do bóson que recebe seu nome pela possibilidade de que ofenda pessoas religiosas.

Se o apelido infame foi um tino publicitário da editora interessada em vender livros, e se explicar toda a origem e impropriedade de chamar o bóson de Higgs de partícula de deus ocupar muito espaço, podemos ficar com a sacada do físico Sean Carroll:

“Podemos parar de chamá-la de partícula de Deus agora que há prova de que ela existe”.

Brincadeiras à parte, Lederman não cometeu um sacrilégio tão grande ao conceder aos desejos de sua editora e publicar um livro com o título de “partícula de deus”. Como o jornal Sensacionalista bem noticia, “Cientistas descobrem algo muito importante, mas ninguém consegue explicar o que é”.

“Milhões de jornais do mundo inteiro publicaram a notícia, embora os jornalistas não tenham entendido rigorosamente nada. Os repórteres apenas digitaram o que foi dito pelos cientistas, que por sua vez se mostraram incapazes de explicar ao homem comum para que servia a experiência.”

Isso é rigorosamente verdade, e continuará simplesmente impossível que o homem comum tenha uma noção básica do que a descoberta significa e para quê pode servir sem que o homem comum tenha uma compreensão elementar do que seja a ciência e de que forma ela explica o mundo em que vivemos.

Há quase meio século pisamos na Lua, e o homem comum pouco compreendeu o que aconteceu. Ele sentiu o que aconteceu – homens pisando no grande círculo que sobe ao céu – mas sem a compreensão, apenas o sentimento permaneceu e deu margem para a dúvida, principalmente quando grandes filmes também são capazes de despertar fortes emoções. Não são poucos que pensam hoje que o projeto Apollo foi apenas um grande filme.

Hoje, a descoberta do bóson de Higgs – ou pelo menos o primeiro passo sólido do estudo do campo de Higgs – é um marco científico e tecnológico tão grande quanto a ida à Lua, mas não só a compreensão falta ao homem comum, como o sentimento. É algo muito importante, mas ninguém consegue explicar ao homem comum o que é.

Sem essa compreensão, o bóson de Higgs bem pode ser a partícula de deus. O deus das lacunas, o que é gravíssimo quando as lacunas são de conhecimento que já foi alcançado, mas permanece nas mentes de muito poucos.

“Acabei de explicar o bóson de Higgs ao meu amigo apesar de não entender o que ele é. Ele ficou bem convencido. Aposto que é assim que as religiões começam”. @RobDenBleyker

Veja tudo que já foi publicado no ScienceBlogs Brasil sobre Higgs.

12.740 balões no ar, 400 toneladas flutuando

Para promover um novo centro, mais de 30.000 romenos lançaram nada menos que 12.740 balões, também conhecidos como lanternas chinesas, em Bucareste. O evento realizado no mês passado foi reconhecido de longe como o recorde mundial de lançamento de lanternas – o anterior era de míseros 900 balões.

Ao apreciar o espetáculo – mais vídeos no Youtube –, cabe sempre apreciar um pouco mais o que estamos vendo. O peso total desses balões deve ter ultrapassado uma tonelada, considerando o peso total de cada balão ao redor de 100 gramas.

E quanto às 400 toneladas do título deste post? Ao ver essas milhares de lanternas flutuando ao sabor do vento, lembrei do peso de uma simples nuvem, daquelas que você pode ver diariamente, com um quilômetro de tamanho e 100 metros de espessura. Pois aquela nuvem branca que parece tão leve contém a massa de centenas de toneladas de água.

Uma grande nuvem de tempestade pode chegar a mais de 10 quilômetros de altura, com um volume de 785 bilhões de metros cúbicos. Essas podem ter uma massa de 4 milhões de toneladas!

Consideramos a coisa mais natural do mundo que em um dia comum toneladas do elemento que compõe a maior parte de nossos corpos estejam flutuando acima de nossas cabeças. E que milhões de toneladas figurem como uma nuvem escura é motivo para preparar o guarda-chuva e reclamar do tempo.

Apreciar toda chuva pelo conhecimento de quão extraordinário não é viver em um planeta onde o elemento fundamental da vida que conhecemos existe ao mesmo tempo em seus três estados físicos, em um ciclo do estado gasoso ao líquido que o distribui por praticamente todo o planeta talvez seja pedir um entusiasmo exagerado com o conhecimento.

Mas aquelas belas 12.740 lanternas no ar também vão incomodar um tanto quando caírem.

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