Dois Prêmios Nobel?

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Desafio aceito”. É quase o que se pode ver nesta fotografia de Marie Skłodowska Curie aos 16 anos, mais conhecida como Madame Curie, até hoje a única pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em categorias diferentes, em física e química.

As conquistas de Marie Curie se tornam ainda mais extraordinárias quando apreciamos sua vida. Curie foi a primeira mulher a ganhar um Nobel e a se tornar titular da Universidade de Paris – porque a universidade de seu país de origem lhe negou o cargo porque era, afinal, uma mulher.

Em parceria com Pierre Curie, com quem se casou, a dupla dedicou seus esforços à ciência no estudo da radioatividade, em uma bela história que lhes rendeu o primeiro Nobel em física. Enquanto até hoje se fala em mulheres pilotando fogão, Marie Curie pilotou um caldeirão químico purificando, com a força de seus próprios braços em condições extremas, literalmente toneladas de material na descoberta do polônio e rádio.

Pierre morreria tragicamente em um acidente em 1906, mas Marie continuou seus esforços e foi reconhecida novamente em 1911 com o Nobel em química. A história já seria admirável se parasse aqui, mas Marie decidiu não patentear os processos de purificação que desenvolveu porque acreditava que o conhecimento pertencia à humanidade. Sempre viveu humildemente.

Tudo isso seria quase inacreditável, mas se torna ainda mais surpreendente porque Marie ainda foi uma mãe de duas filhas. Uma delas, Irène, em conjunto com seu genro, Frédéric, também receberia o prêmio Nobel de química em 1935, um ano após sua morte.

Mesmo em sua morte Marie Curie representou um ideal de vida. Ao descobrir a radioatividade, Curie acabou contaminada com doses letais de radiação. Suas anotações da época em que trabalhou purificando materiais são radioativos até hoje, preservados em caixas de chumbo, mas o conhecimento que avançou realmente impulsionou revoluções científicas.

Marie Curie, desafio cumprido. [via Kuriositas]

“Iconatomy”: Celebridades e Reificação

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O estudante de artes suíço George Chamoun mesclou retratos de ícones do cinema de duas eras diferentes no projeto “Iconatomy”, algo como “Iconatomia”, e o resultado é surpreendente principalmente porque nenhum dos rostos mesclados foi distorcido.

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Chamoun simplesmente fez uma colagem de recortes de celebridades modernas sobre estrelas do passado. “As imagens não foram alteradas em nenhuma forma”, explica, “o que você vê é uma colagem de duas pessoas diferentes em cada imagem. Levou um bocado de tempo para que eu encontrasse as imagens certas? Claro que sim!”.

Aqui está o fascinante, porque a este autor parece que Chamoun conseguiu fazer com que a fusão dos rostos aconteça… em nosso cérebro!

Porque por mais que Audrey Hepburn tenha semelhanças fisionômicas com Natalie Portman:

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O que deve surpreender é que elas não são tão fortes quanto a colagem de Chamoun inicialmente sugere à nossa massa cinzenta.

Levou algum tempo para que eu encontrasse as imagens originais que Chamoun usou? Claro que sim! Mas nem tanto. Aqui estão:

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Hepburn usava um chapéu, e precisei espelhar horizontalmente a imagem de Portman. Lado a lado, desta forma, as diferenças devem se destacar mais, e convido você então a rever a colagem mais acima.

Como rostos diferentes puderam se mesclar tão bem? Isso só pode ser uma ilusão, no que este autor arrisca ser algo similar ao triângulo Kanizsa.

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Nossa percepção preenche as lacunas e enxerga um triângulo que não está realmente lá. É o que a psicologia Gestalt chama da reificação, o aspecto construtivo da percepção, que não é algo passivo mas sim algo construído a partir dos estímulos que recebemos.

A colagem de Chamoun faz com que os dois rostos se unam justamente nas partes onde coincidem – no topo do cabelo, contornos da face. Algo como as extremidades do triângulo ilusório de Kanizsa, nossa percepção faz o resto e preenche as lacunas, fazendo com que duas estrelas de Hollywood se unam em um só rosto.

Esta ilusão apresenta mesmo o princípio Gestalt de multi-estabilidade, de forma que você pode ver ora um rosto mais próximo ao ícone do passado ou do presente.

Estes princípios da percepção em que arte mereceria mesmo um estudo científico acabaram me lembrando de outra ilusão em tempos de Internet, e uma que talvez não pareça tão culta.

É o que se tornou conhecido como “pornô para mórmons”.

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Ou, como me atrevo a sugerir em um nome mais “acadêmico”, “pornografia Gestalt”.

Novo blog: Reblogado.com

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O 100nexos começou no final de 2006 com a idéia de uma série de conexões inspiradas por James Burke – e a intenção era criar uma série de vídeos! -, mas logo se tornou um blog pessoal deste autor, com direito a uma categoria sem fins mais nobres do que publicar fotos de mulheres bonitas para atrair visitantes, as Curvas de Galois.

Com a mudança para o Lablogatórios e então para este ScienceBlogs Brasil, o perfil do blog mudou novamente, e se tornou mais sério – ou menos descomprometido – embora a idéia seja que ainda permaneça divertido (HA Ha ha).

Tudo isso para contar que criei um novo blog, com “posts que não lidam com ciência ou o insólito”. As Curvas de Galois devem continuar por lá, então visite:

Reblogado.com

Dos vários blogs e sítios que mantenho, o Reblogado deve ter a menor prioridade… mas então, será o destino final aos posts simplesmente repassados. Talvez tenha futuro, ainda mais se você assinar o feed.

Embelezamento digital automático

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“A mulher à direita é mais atraente que a mulher à esquerda? A fotografia à direita foi alterada pelo "sistema de embelezamento" de um novo programa de computador que emprega uma fórmula matemática para alterar a forma original e gerar uma versão teoricamente mais atraente, mantendo o que seus programadores definem como "semelhança inconfundível" com o original”.
Traduzido do NYT: Software produz imagem do "você" ideal

O algoritmo tem sido desenvolvido desde 2006, e aqui vale indicar a página de Tommer Leyvand sobre seu trabalho, onde se podem baixar seu rascunho e mais imagens de demonstração, incluindo um vídeo. O paper final publicado na Siggraph deste ano (com mais um vídeo) também pode ser conferido aqui.

Fleshmap: quantas melancias há na música?

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Pesquisando 10.000 músicas, com que freqüência diferentes gêneros musicais mencionam quais partes do corpo? Fleshmap apresenta os resultados de forma gráfica, e o vencedor geral devem ser sem dúvida os olhos, embora muitas outras partes – incluindo diversas que não devem ser vistas no trabalho – tenham destaque, incluindo uma bem previsível no Hip Hop.

O Funk não estava incluído, mas podemos estimar quais seriam seus resultados baseados mesmo em uma pequena amostra.

Fleshmap tem diversas outras representações visuais (com minúsculas imagens não seguras para o trabalho) de nossa relação e desejos com as diferentes partes do corpo.

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