Faucaria e HR Giger

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Com a estreia de Prometheus é divertido descobrir que há uma planta no estilo de HR Giger, criador da bizarra estética de Alien.

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É uma Faucaria tigrina, do gênero Faucaria, com folhas triangulares com protuberâncias nas extremidades que parecem bocas de animais (fauces em latim). Ou de um Alien.

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Apesar da aparência de bocas, as plantas não são carnívoras, e sim suculentas, retendo água no interior das grossas e bizarras folhas. Não mordem ninguém.

Mais imagens em Kuriositas, e para mais Alien e Prometheus, a resenha de Gabriel Cunha no Ciensinando:

Ciclone de Ovelhas, Gato Ouroboros e Síndrome da Mão Alheia

O meme é meu pastor. Ou pelo menos é o pastor dessas ovelhas que, provavelmente assustadas com o carro, correm cada vez mais rápido umas atrás das outras, sem perceber que estão em conjunto apenas circulando o próprio carro do qual pretendem fugir em conjunto.

Esta situação em que o comportamento de rebanho reforça a si mesmo é algo similar ao conceito de meme introduzido por Richard Dawkins, e como ele, alerta sobre como ideias auto-replicadoras podem tomar conta de seus hospedeiros, por vezes em detrimento deles mesmos.

E o vídeo lembra outra imagem adorável do gato mordendo o próprio rabo:

Se o ciclone de ovelhas remete aos memes, o gato mordendo o rabo, como alguns outros animais, remete não apenas à serpente Ouroboros, como a um dos fenômenos neurológicos mais fascinantes, a Síndrome da Mão Alheia.

“Imagine ser atacado por uma de suas próprias mãos, que tenta repetidamente estapear e socar você. Ou então entrar em uma loja e tentar virar à direita e perceber que uma de suas pernas decide que quer ir para a esquerda, fazendo-o andar em círculos”.

“Essa realidade é bem conhecida da americana Karen Byrne, de 55 anos, que sofre de uma condição rara chamada Síndrome da Mão Alheia.”

Para lidar melhor com ataques extremos de epilepsia que a afligiam desde a infância, Byrne passou por uma cirurgia que cortou o corpo caloso, que conecta os dois hemisférios de nosso cérebro. Assim como uma parcela de outros pacientes submetidos à mesma cirurgia, Byrne passou a ver sua mão esquerda agir de forma alheia à sua vontade consciente. “Eu acendia um cigarro, colocava-o no cinzeiro e então minha mão esquerda jogava-o fora. Ela tirava coisas da minha bolsa sem que eu percebesse. Perdi muitas coisas até que eu percebesse o que estava acontecendo”, diz. No vídeo acima, vemos sua mão alheia estapeando seu próprio rosto.

Uma das interpretações do fenômeno é a demonstração de como nossa mente é em verdade fragmentada. Cirurgias cerebrais drásticas podem afetar as delicadas conexões que formamos para termos a ilusão de um “eu” monolítico – você, a pessoa que está lendo isso, é a mesma pessoa, você, que estava almoçando ontem, não? – e por vezes mostrar que episódios como pegar-se assobiando uma música sem perceber talvez não estejam tão distantes de ter uma mão com “vontade própria” tentando estrangulá-lo.

As alegorias de Platão e Freud da alma e do cérebro como uma carroça com condutores e cavalos em conflito sobre quais rumos tomar podem ser em verdade uma ilustração simplificada do que seria em verdade uma série de “eus” em nosso cérebro. E, como o gato mordendo o próprio rabo, que parece não entender como sendo uma parte de seu próprio corpo, demonstra, podemos partilhar esta mente fragmentada com outros animais. Esta mente fragmentada composta por diversas ações autônomas, em verdade, talvez seja a regra. Poucos deles partilham da fabulosa ilusão da consciência monolítica, de um “eu” constante e no controle.

Retornando também ao ciclone de ovelhas, é fascinante notar como o gato mordendo o próprio rabo ilustra um conflito individual, mas um análogo ao de ovelhas seguindo umas às outras formando um círculo. Talvez ovelhas formando um círculo possa ser uma alegoria mais apropriada para nossa mente do que uma carroça com condutor e vários cavalos.

A Princesa e a Criatura

Combinando um kit baseado nas criaturas de Theo Jansen e a hamster Princesa em sua bola de plástico, temos esta mescla superior de arte e engenharia.

Se você perguntou “Por quê?”, é preciso apreciar melhor a mente científica. Ou simplesmente ver que é um hamster andando sobre oito pernas. [de Crabfu Artworks, via MAKE]

Carl Sagan e sua Espaçonave da Imaginação… em Batalha!

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Almirante Leão. Uma espaçonave não-identificada está se aproximando.

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Na Tela, comandante Capricórnio. Aumente.

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Ah, não!!! É Carl Sagan e sua Espaçonave da Imaginação!!!

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Astrologia… Seu futuro parece… pouco aprazível.

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Rápido, major Peixes! Dispare o Raio de Remédio Homeopático!!!

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Acertamos em cheio, senhor!

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Almirante! O Raio de Remédio Homeopático não teve absolutamente NENHUM efeito mensurável!

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Hmmm….

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[Método Científico. Clique.]

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[Ciência]

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Míssil em nossa direção, senhor!!!

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Sargento Escorpiâo! Ativar o Escudo movido pela Máquina de Movimento Perpétuo!!!

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Senhor! Não há energia alguma vindo da Máquina de Movimento Perpétuo!!!

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Uh… Certo. Rápido! Todos, coloquem suas pulseiras de equilíbrio magnético holográfico antes que o mís…

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BUUUUUUUM!!!

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Hmmm….

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Crocante.

– – –

[Trabalho genial de Ninjerktsu, via Alenônimo]

Série de Fibonazis

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[via GLt]

Ficção Nada Científica

A NASA elaborou uma lista da melhor — e pior — ciência em filmes de Hollywood, mas há uma reviravolta digna de M. Night Shyamalan a respeito.

É o que conversei com o pessoal do Melhores do Mundo, Change, Hell, Bugman e Rodney Buchemi: Podcast MdM #107 – Ficção científica nada científica.

Confira acima, ou como o MdM alerta, "se você quiser ocupar espaço inútil no seu HD, que poderia ser preenchido com as entrevistas do ET Bilu, clique no link para fazer o download".

Retrospectiva 100nexos: 2010

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Relembrando o ano de Copa e Eleições (com ciência!), a começar pelo Top 10 de posts por visitas.

    1. Ciência aplicada aos vampiros da saga “Crepúsculo”?

    2. “Nature By Numbers”: Fibonacci e a matemática como descrição do mundo

    3. GIFs animados de mecanismos

    4. Restart, Justin Bieber e a Pirâmide Etária

    5. O Guia Mangá de Física

    6. Pinóquio, Deus e a Incompletude de Gödel

    7. O Sistema Solar em 30 Megapixels

    8. Tema de Doctor Who com Bobinas de Tesla

    9. Em que provamos que π=4

    10. Lançamento da Apollo 11 em câmera lenta

Não contem por aí, mas os vampiros adolescentes e iridescentes responderam sozinhos por um quinto de todas as visitas a estes nexos em todo o ano!

Em 2010 também iniciamos séries de textos abordando a fundo grandes teias de conexões – algumas tão grandes que ainda não as concluímos.

Começamos considerando que A Humanidade não merece ir à Lua (I), (II), (III), (IV), (V), (VI). Não merece mesmo? Qual será o futuro da exploração espacial e nosso lugar no Universo? A série continua!

Iniciamos também uma discussão sobre A Primavera Silenciosa da Nature (parte I), (II), mas a bola foi apenas levantada. A enorme e delicada teia de vidas ainda se estenderá pelo próximo ano.

Conseguimos sim conduzir e concluir uma série de textos! E uma lidando justamente com o fim de tudo. O Apocalipse Inevitável (parte I), (II), (III), (IV), (V), (VI), (VII), (fim). Será este o último Reveillon da história? Não, ou pelo menos, certamente não devido a qualquer calendário maia. Considerar a fragilidade de nossa condição, pelo perigos reais e que povos antigos sequer imaginaram, mas com causas não muito diferentes daquela que os levaram à ruína, é algo que podemos fazer ao considerar o Apocalipse. O Apocalipse é Inevitável, mas pode ser adiado.

Para encerrar o ano, uma seleção adicional de posts que você pode ter perdido:

Sempre, um enorme obrigado pela leitura, e com os melhores votos de um fabuloso 2011!

Em que provamos que π=4

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Você consegue descobrir a falha no argumento acima? Há muitas formas de entender como repetir a remoção de cantos não leva realmente ao comprimento de um círculo, incluindo aquela que se resume a repetir como remover cantos desta forma só lhe deixará com mais cantos, mas “você sempre vai ter espaço pra fazer mais uma dobrinha nas quinas do quadrado, com apenas a ponta encostando no circulo, mas sempre com uma quina que não encosta. E você só diminui a distancia entre a quina e o circulo, mas sempre vai ter a quina ,então nunca vai encostar em todo o perímetro”, como notou o girino.

Essa explicação lhe satisfaz? Pois bem, então por que o método de Arquimedes sim funciona? Há mais de dois milênios, o matemático grego foi o primeiro ser humano na história conhecida a aproximar o valor de pi por um método matematicamente rigoroso que poderia fornecer uma aproximação com a precisão que se desejasse.

Através de polígonos inscritos e circunscritos com números cada vez maiores de lados, Arquimedes pôde estimar esta elusiva constante matemática com as técnicas geométricas simples de que dispunha para polígonos regulares. Clique na imagem abaixo para um gráfico interativo, e aumente o número de lados do polígono para obter aproximações cada vez melhores de pi.

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Pois bem, isto não parece muito diferente do método trollface. Você consegue explicar por que um método funciona e o outro, não?

Uma forma de enxergar o problema é perceber, como notou o Ricbit, que o método trollface de obter o valor do pi poderia gerar um valor arbitrário. Você poderia desenhar uma estrela, e então desenhar estrelas cada vez menores, sempre mais próximas do perímetro do círculo. Ao infinito, você poderia ter algo que de longe pareceria um círculo. Mas o perímetro deste objeto poderia ser maior que 4, de fato, poderia ter um comprimento arbitrário, mesmo… infinito. E, pelo visto, mais pessoas perceberam isto.

É o problema de medir a costa da Bretanha. A aproximação de Arquimedes tende a um limite que é tanto um círculo como equivale ao perímetro de um círculo, ao contrário do método trollface. Agora, aqui está o detalhe fabuloso: o método trollface pode ter comprimento arbitrário, mas sim tende a um limite que é um círculo! Como?

“A convergência de pontos de curvas não implica que seus comprimentos convirjam ao limite do comprimento. Imagine um humano caminhando em uma estrada reta por 1km da seguinte forma: ele dá dois passos para frente, um passo para trás, e então repete o procedimento. Ao final ele terá caminhado 3km ao invés de 1km. Se fizermos o humano e seus passos cada vez menores, seu movimento parecerá cada vez mais contínuo a um observador externo, mas ele ainda terá caminhado 3km ao invés de 1km”, explica um comentário em Hacker News. “Ou alternativamente (se quisermos adentrar o espaço bidimensional) ele poderia dar uma passo à esquerda, então à frente, e então à direita; isto faria com que seu caminho parecesse uma trilha fina que se aproximasse cada vez mais de uma linha reta, mas sempre seria três vezes mais comprido. Algo assim está acontecendo na brincadeira original”.

Em que percebemos que é possível construir um círculo com uma linha de comprimento infinito, sem com isso demonstrar que o valor de pi tenha um valor muito diferente daquele estimado por Arquimedes há um par de milênios. Se isso parece inusitado, a matemática ainda reserva surpresas como o paradoxo de Banach-Tarski.

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PS.: Por favor, corrijam quaisquer sacrilégios matemáticos cometidos neste post.

Gnarls Barkley – Gone Daddy Gone (e cores falsas)

O clipe brinca com a ideia de pequenos insetos repugnantes, usando a estética de micrografias coloridas artificialmente. Porque pulgas e moscas não são laranjas ou roxas ou verdes. É ciência aplicada a Gnarls Barkley. De certa forma.

As cores em tons de roxo, verde e laranja quase fosforescentes são uma referência às cores falsas usadas para dar mais vida e facilitar a compreensão de imagens em tons de cinza, como as produzidas por microscopia eletrônica de pequenos insetos. Você confere um monte de belíssimas imagens do mundo micro e nanoscópico no blog da Scibling Fernanda, o Bala Mágica, mas apresentamos aqui mesmo esta singela pulga. Que não é rosa de verdade.

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Como o nome diz, microscópios eletrônicos funcionam através de elétrons, que permitem uma resolução muito maior do que raios de luz visível. Infelizmente, elétrons não são refletidos como a luz visível, em um espectro de cores, mas simplesmente como áreas de maior ou menor intensidade. As imagens geradas por essa técnica são assim, quando cruas, em tons de intensidade, cinza, em preto e branco.

Cientistas costumam colorir as imagens tediosas para destacar certas partes. A forma como o fazem não é arbitrária: termografias, por exemplo, costumam representar a radiação térmica emitida em uma cena, com imagens em um arco-íris de cores em que cada cor indica uma temperatura. Comumente cores frias começando com o preto e azul indicam menor radiação e cores mais quentes até o branco, maior. Você também deve conhecer termografias como a visão do “Predador”.

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Não são cores reais, são cores falsas de uma paleta multicolorida dando vida a dados originalmente em tons de intensidade. Em preto e branco.

Mesmo imagens astronômicas fabulosas como as produzidas pelo telescópio espacial Hubble contam com uma paleta de cores que não é equivalente a uma visão em “cores reais”. Como microscópios eletrônicos modernos e câmeras térmicas, o Hubble captura imagens através de sensores eletrônicos com particularidades próprias. Ele o faz com diferentes filtros de cor, gerando imagens com informações de cor reais, com o detalhe de que os filtros que usa não são os mesmos que reproduziriam uma visão humana comum.

É por isso que imagens do Hubble podem ser mais interessantes que as captadas por telescópios óticos comuns, não apenas por sua maior resolução, mas porque as paletas de cores buscam realçar ao máximo a informação que pode ser transmitida. Os resultados são mesmo um tanto psicodélicos, pois permitem enxergar algo comumente oculto a simples vista.

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Psicodélico como um clipe do Gnarls Barkley com pulgas multicoloridas. Artificialmente.

Agora você sabe que pulgas não são roxas de verdade, o Predador é um alienígena que usa uma falsa paleta de 256 cores para realçar uma imagem em tons de preto e branco e as mais belas imagens do Hubble têm cores que não poderiam ser vistas a olho nu. Nada disso é realmente segredo, mas para descobrir estes detalhes é preciso mergulhar um pouco na fonte dos muitos arco-íris do muito pequeno e do incomensuravelmente grande que a ciência nos apresenta.

Ah sim, a mosca com óculos do clipe já foi criada por cientistas.

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O óculos foi cortado a laser para servir na cabeça de dois milímetros da mosca, como forma de promover a precisão de superior a um milésimo de milímetro da companhia alemã. E não, a mosca não é azul de verdade, mas isso você já sabia.

Nuclearoids: brinque de física nuclear

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Um jogo online de reação em cadeia. Em Nuclearoids, seu objetivo é explodir todos os núcleos atômicos corretos em cada nível, clicando em apenas um deles para iniciar a reação.

A brincadeira é uma referência a reações nucleares em cadeia, onde um núcleo atômico instável pode ser bombardeado por um nêutron, por exemplo, e ao se desintegrar lança mais nêutrons que por sua vez desintegram outros núcleos. Conceito um tanto complicado de expressar e entender em palavras, mas que o joguinho online deve transmitir em questão de segundos. A reação de desintegração, ou fissão dos núcleos, se feita do modo certo se torna uma reação em cadeia até que todos os núcleos, ou boa parte deles, tenha se dividido. Em um material radioativo e com uma massa significativa, a reação pode rapidamente liberar enormes quantidades de energia, no que conhecemos como bombas atômicas.

No joguinho, inofensivo, as primeiras fases são bem fáceis. É porque a matéria está de certa forma próxima da “massa crítica”, na qual a reação em cadeia pode ocorrer mesmo espontaneamente. Clicando em praticamente qualquer núcleo se assiste a um show de luzes. À medida que as fases vão avançando, criar uma reação em cadeia vai se tornando mais difícil.

O jogo não é uma lição de física nuclear rigorosa, e inclui “nuclearoids” com comportamento muito diferente de qualquer núcleo atômico – não que aqueles mais comuns sejam realmente modelos fiéis de átomos reais. Além da diversão, contudo, têm toda essa bagagem mais intuitiva de conceitos mais complicados.

Nuclearoids se soma a outros joguinhos excelentes como Orbitrunner, que dá uma noção das leis de Kepler, e Starlight, ensinando algo de astronomia.

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