Faucaria e HR Giger

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Com a estreia de Prometheus é divertido descobrir que há uma planta no estilo de HR Giger, criador da bizarra estética de Alien.

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É uma Faucaria tigrina, do gênero Faucaria, com folhas triangulares com protuberâncias nas extremidades que parecem bocas de animais (fauces em latim). Ou de um Alien.

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Apesar da aparência de bocas, as plantas não são carnívoras, e sim suculentas, retendo água no interior das grossas e bizarras folhas. Não mordem ninguém.

Mais imagens em Kuriositas, e para mais Alien e Prometheus, a resenha de Gabriel Cunha no Ciensinando:

Design Inteligente x Algoritmo Genético

Brincadeira de criança – balançar de pé, mais rápido, mais alto. Nesta versão virtual, no entanto, quem ganha: o boneco com movimentos programados pelo designer muito inteligente, o usuário “munimuni”, ou aqueles resultado de um algoritmo genético após 22 gerações?

O algoritmo genético simula a evolução natural. De início, os movimentos são aleatórios, desengonçados, em uma convulsão descoordenada. O percurso do balanço foi dividido em 32 partes, e para cada uma delas o boneco pode abaixar ou levantar (0 ou 1). Os melhores movimentos de cada geração são transmitidos para a próxima, com pequenas variações, e assim sucessivamente. É fascinante ver cada batalhão dentro de uma geração e a evolução em pleno curso.

O resultado você vê ao final do vídeo. O boneco verde faz os movimentos programados pelo designer inteligente, muito parecidos com aquele que todos nós fazemos. Já o boneco vermelho, com movimentos determinados pelo algoritmo genético, continua com trejeitos um tanto engraçados. Mas os resultados podem surpreender!

Confira muito mais no canal de 99munimuni no Youtube.

O Relojoeiro do Ferrofluido nas Bolhas de Sabão

Kim Pimmel combina “bolhas de sabão comuns com um exótico ferrofluido para criar uma instigante história, usando lentes macro e técnicas de lapso de tempo. O corante [vermelho] e o ferrofluido preto deslizam pelas estruturas das bolhas, atraídos pelas forças invisíveis da ação capilar e magnetismo”.

O vídeo deve remeter qualquer espectador a estruturas biológicas, e em especial, à complexidade das estruturas biológicas. E isso não é mera coincidência.

Na própria origem do termo “célula” nas observações de Robert Hooke no século 17, lá estavam as bolhas de sabão. E mesmo nas revoluções biológicas modernas que modelaram a membrana celular com conhecimentos adentrando a físico-química, também lá estavam as bolhas de sabão! Há trechos fabulosos desta ligação entre algo tão mundano com um conceito-chave no entendimento de uma unidade básica da vida em Planar Lipid bilayers (BLMs) and their applications.

E bolhas de sabão ainda podem ser usadas didaticamente para entender melhor o funcionamento da membrana celular (PDF).

Além das bolhas se sabão, o ferrofluido, um líquido suscetível à ação de campos magnéticos, também encontra ligações inusitadas. O que o artista usou aqui é provavelmente feito usando o toner negro de impressoras. O vídeo anterior de Pimmel ilustra essa dança de partículas de toner em resposta a campos magnéticos:

Os nexos da origem das copiadoras fotostáticas mais conhecidas como Xerox é tema para outro post, mas no ferrofluido também está algo da história da ciência, enquanto Michael Faraday utilizava raspas de ferro para ilustrar os então misteriosos e invisíveis campos magnéticos.

Acima, um dos primeiros diagramas representando linhas de força magnéticas, por Faraday em 1832.

O que nos leva ao nexo que une todos estes: a complexidade. Estamos acostumados a associar complexidade a dispositivos artificiais intrincados, ou alternativamente à própria vida, que ao longo de quase toda nossa história só poderíamos presumir também ser algo projetado, por mãos e mentes superiores às nossas.

E, no entanto, a complexidade nos cerca. Bolhas de sabão e principalmente pó de toner de uma impressora são elementos manufaturados, sim, mas quem esperaria ver tanta complexidade neles?

De fato, a complexidade nos cerca e fenômenos intrincados ocorrem à nossa volta, passando ao largo de nossos artifícios bem como daquilo que consideramos vivo. Ela é apenas largamente invisível aos nossos olhos, que do contrário estariam saturados de um universo de fenômenos.

Mesmo quando a complexidade é visível, é comumente  tomada como algo banal. Porque se pó de toner em meio a bolhas de sabão em uma bacia de água com um eletroímã ao centro fossem algo que ocorresse naturalmente, provavelmente nos pareceria tão “simples” e banal quanto as cores iridescentes de uma película de óleo sobre a água, dos cristais de gelo sobre uma nuvem.

Há, finalmente, a complexidade visível que é atribuída ao divino, como as cores refratadas do arco-íris. O que não deixa de ser curioso ao constatarmos que em um dia de Sol podemos criar nossos arco-íris simplesmente criando um jato de água com um a mangueira, mas ver algo como o que o artista Kim Pimmel criou requer um pouco mais de trabalho.

Pelo que poderíamos pensar que o deus do arco-íris é menos poderoso ou mesmo menos criativo que Pimmel.

Darwin e sua Pokebola

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“Há uma grandeza nesta visão da vida, com os seus vários poderes originalmente soprados em algumas formas, ou em apenas uma; e enquanto este planeta foi girando na sua órbita, obedecendo à lei fixa da gravidade, intermináveis formas, belas a admiráveis, a partir de um começo tão simples, evoluíram e continuam a evoluir”. – Charles Darwin

É super efetivo! [Design de Santo76, via GamOvr, Agripas]

O navio de Teseu e a impermanência do Carbono-14

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“Nenhum homem pode atravessar o mesmo rio duas vezes, porque [já] nem o homem nem o rio são os mesmos.” – Heráclito

“O navio com que Teseu e os jovens de Atenas retornaram de Creta tinha trinta remos, e foi preservado pelos atenienses até o tempo de Demétrio de Falero, porque eles removiam as partes velhas que apodreciam e colocavam partes novas, de forma que o navio se tornou motivo de discussão entre os filósofos a respeito de coisas que crescem: alguns dizendo que o navio era o mesmo e outros dizendo que não era.” – Plutarco

O paradoxo do barco de Teseu é ao mesmo tempo uma das doutrinas essenciais do Budismo: a impermanência, a consciência de que tudo está em fluxo constante. A profundidade deste conceito pode ser apreciada tanto filosoficamente quanto vislumbrada cientificamente, compreendendo melhor a datação por radiocarbono, conhecida também como teste de Carbono-14. É uma longa jornada que vai literalmente de estrelas a muitos anos-luz até a ponta de seus pés, mas àqueles dispostos a dedicar algum tempo e esforço a viagem valerá a pena.

Continue lendo: “O navio de Teseu e a impermanência do Carbono-14

Gagasaurus rex

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Lembro de ter lido quando criança como nunca saberíamos quais seriam as verdadeiras cores dos dinossauros. Como outras declarações sobre os limites da ciência, esta não durou muito: cada tipo das principais formas de pigmentação por melanina é contida em organelas de forma diferente. E elas se fossilizam! Analisando assim estruturas celulares fossilizadas, uma boa indicação das cores de pelo menos alguns dinossauros de até 125 milhões de anos já foram realizadas. Por sua vez, elas também dão maior suporte à tese de que dinossauros possuíam penas. Penas coloridas.

Esta é a ciência, é bem verdade, e os métodos para estimar as cores e mesmo as penas de dinossauros não são ainda universalmente aceitas, embora já sejam hoje amplamente consideradas. É uma revolução paleontológica em pleno andamento. Tão recentemente quanto em Jurassic Park (1994), os velociraptors eram retratados como terríveis répteis, mas descobertas em anos recentes evidenciam como estes répteis estão entre aqueles que também deviam possuir penas.

Ainda deviam ser terríveis, mas com penas. Multicoloridas.

Foi brincando com isso que o artista Gerson Witte criou essa nova ilustração (clique para ampliá-la), onde também explora com humor a ideia de que dinossauros teriam pêlos. Que seriam “proto-penas”.

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Cores, penas, pêlos, tudo outra vez segundo novas teorias e evidências paleontológicas, que vêm revisando inclusive a ideia de que seriam criaturas de sangue frio, ou que várias espécies famosas de dinossauros seriam em verdade formas diferentes de uma mesma espécie.

Curiosamente, outras técnicas de microscopia e análise também indicam que esculturas gregas clássicas não eram formas totalmente brancas e sóbrias do mármore puro, como as obras da Renascença as imaginaram. Essa aparência seria em verdade o resultado de mais de um milênio de cores desbotando. Eram originalmente estátuas repletas de cores gritantes, e você confere abaixo, uma reconstrução da estátua de um arqueiro no Templo de Afaia na ilha grega de Aegina, 490 A.C.:

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Apesar do que filmes e livros em preto e branco nos fizeram pensar, a antiguidade, mesmo aquela de milhões de anos, era inundada de cores.

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[Gerson Witte também havia ilustrada Manadas de Homo Sapiens. O Gagasaurus rex foi criado por estudantes do Instituto de Arte de Pittsburgh]

Vida

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“Aceitamos que satélites, planetas, sóis, o universo, não, sistemas de universos inteiros sejam governados por leis. Mas o menor dos insetos, nós desejamos que tenha sido criado por um ato especial” – Charles Darwin

Ainda sobre a variedade sempre surpreendente da vida, dois outros achados no Reader. Primeiro, um sapo do tamanho de um ervilha, com pouco mais de um centímetro de tamanho.

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É o Microhyla nepenthicola, encontrado por cientistas na ilha de Bornéu, e o menor sapo do Velho Mundo. Ele foi achado pelo seu coachar, e você confere o som desta ervilha anfíbia cantante clicando na imagem.

Outro animal inusitado é o peixe-tripé (Bathypterois grallator), que pode ficar literalmente de pé sobre três apêndices longos, de até mais de 30 centímetros, esperando suas presas. Assista no vídeo capturado a 1.443 metros de profundidade:

[via BoingBoing, Neatorama, pya]

Basquete, Yao Ming e a Eugenia

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Com 2 metros e 29 centímetros de altura, Yao Ming é um gigante, o mais alto jogador de basquete na NBA americana em atividade. Sua altura e seu gosto por basquete não foram mera obra do acaso. Seu pai, Yao Zhiyuan, media mais de dois metros e sua mãe, Fang Fengdi, 1,90m. Ambos também eram jogadores de basquete profissional, e como Razib Khan notou em um post recente em Gene Expression, citando o livro “Superfusion”, de Zachary Karabell:

“[A mãe de Yao Ming] havia servido da Guarda Vermelha no ápice da Revolução Cultural, e era uma Maoísta ardorosa. Ela participou entusiasticamente no plano glorioso do governo local de usá-la e ao seu marido para produzir uma super-estrela dos esportes. As autoridades de Xangai que encorajaram o par investigaram várias gerações anteriores para se assegurar de que a altura fazia parte da linha de sangue. O resultado foi Yao, um bebê gigante que só continuou a crescer”.

Yao Ming nasceu com 5kg, e media 1,65m aos dez anos. Começou a praticar basquete pouco antes, não parando desde então. Sua concepção deliberada não é um evento isolado, uma vez que a China é efetivamente o único país no mundo a promover oficialmente a eugenia – termo cunhado por Francis Galton, que deve, e merece ser mais conhecido pelas suas contribuições à ciência estatística, entre tentas outras ciências.

Através do controle da reprodução e descendência dos indivíduos, a eugenia pretendia “melhorar as qualidades genéticas humanas”, um caminho cheio de boas intenções que encontrou todavia seu ápice mais tenebroso nas loucuras promovidas pelo regime nazista. A eugenia foi a pseudociência que embasou e levou do racismo ao genocídio.

Exterminar ou esterilizar indivíduos “inferiores” é parte do que seria a “eugenia negativa”, que ainda encontra eco hoje no humor macabro do prêmio Darwin, “honrando aqueles que melhoram a espécie… ao acidentalmente removerem-se dela!”. Complementando tais medidas para evitar que traços “negativos” se perpetuassem, estaria a “eugenia positiva”, justamente o que se vê no caso do jogador de basquete chinês, com a reprodução deliberada de um casal com a herança genética “positiva” que se deseja.

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A eugenia negativa também é levada a cabo na China: em 1995 foi colocada em prática a Lei de Saúde Materna e Infantil, que obriga que todos casais se submetam a exames médios para detectar doenças genéticas, infecciosas e mesmo doenças mentais. A critério de médicos, e de acordo com a lei, o casal pode ser proibido de ter filhos, podendo ser obrigado à esterilização. O controle eugênico não para aí, enquanto exames pré-natais também podem levar à decisão de terminar a vida de um feto ou bebê que apresente problemas mais sérios. O seguinte texto (em inglês) cita a lei chinesa e a opinião de um diretor de bioética chinês bem como a crítica de um sinologista alemão: Is China’s law eugenic?.

O assunto é complexo, e um breve post não poderia pretender abordar mesmo um sumário das questões mais importantes. Comentamos aqui, ao invés, apenas alguns nexos dispersos, e o principal deles seria a questão moral. Não deve ser coincidência que o único país a promover políticas claramente eugênicas seja um estado totalitário. É historicamente a moral popular corrente que limitou o avanço de políticas eugênicas – e, igualmente, não é tanto coincidência que os maiores extremos destas tenham sido cometidos por outro estado totalitário, durante o regime nazista.

Há no entanto algo um tanto chocante sobre a moral impondo limites à eugenia: ela tendeu a impor mais limites à eugenia positiva. Tanto sob Hitler quanto sob Stálin, eugenistas mais entusiasmados propuseram esquemas mirabolantes através dos quais os homens mais bem-dotados teriam incontáveis filhos com os melhores espécimes de mulheres, mas em ambos os regimes a ideia entrou em conflito com a moral vigente.

Mesmo sob o nazismo, o programa de eugenia positiva Lebensborn concebido pelo chefe da SS consistiu principalmente no apoio a mães “arianas” e seus bebês, evitando medidas como o aborto, e não propriamente incentivando que moças “arianas” engravidassem indiscriminadamente de membros “superiores” da SS, como se chegou a imaginar. O conceito de família era um dos pilares do mesmo nazismo.

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Esta moral que não aceitava crianças concebidas unicamente pelo seu alegado potencial genético no entanto não levantou grandes barreiras a medidas de eugenia negativa, como esterilizações compulsórias até os extremos do genocídio. E a moral é, ultimamente, tudo que pode impedir a prática ou não de algo tão terrível.

O editor da ciência da Folha e scibling Reinaldo José Lopes, ao mencionar a possibilidade “alucinada” de clonar um Neandertal resumiu a questão comentando como “a empolgação biotecnológica às vezes borra a fronteira entre o que se pode fazer e o que se deve fazer”. A empolgação biotecnológica que assistimos hoje lembra muito a empolgação eugênica no início do século passado.

No final da fenomenal série “Pandora’s Box” de Adam Curtis, Joseph G. Morone discute o histórico desastroso da energia nuclear:

“Na era de ouro da ciência, em uma época quando a sociedade possuía a visão mais otimista da ciência, possuía-se uma visão basicamente errada a respeito. Acreditavam que esta forma da tecnologia era a forma que ela devia tomar de forma inevitável. E que se esta era a forma que ela tomava, então esta devia ser a forma certa.

Quarenta anos depois, temos uma visão similarmente ingênua, que não é mais tingida por esperança e otimismo, e sim por pessimismo e medo. Mas ainda temos esta visão de que a sociedade não pode moldar a tecnologia. De que a forma que a tecnologia toma é a forma que devemos aceitar. E assim como isto não era verdade em 1950, ela não é verdade hoje.

Esta não é uma história da tecnologia saindo de controle, embora muitos a entendam assim. A história da energia nuclear é uma história de decisões políticas, econômicas e sociais sendo feitas sobre a tecnologia, e as principais decisões não foram tomadas por tecnólogos. Foram tomadas nas salas de negócios.

O que a ciência e tecnologia lhe fornecem é uma gama de possibilidades. E essas possibilidades podem levá-lo a um sem número de direções. É uma força potencialmente liberadora. Mas para chegar lá, a sociedade deve acordar e perceber que não é uma decisão científica, não é uma decisão de engenharia.

É uma decisão moral”.

Destacando a questão moral, relembramos como a moral “tradicional”, promovida por instituições que alegam mesmo serem fontes da moralidade, pode ter impedido que jovens loiros e altos de traços clássicos concebessem bebês indiscriminadamente, valorizando o conceito de família, mas pouco ou nada fez contra o extermínio de famílias inteiras que não possuíam tais traços.

Yao Ming e seus mais de dois metros de altura são um indicador um tanto assustador de que a eugenia, se era e talvez ainda seja largamente uma pseudociência, pode sim produzir resultados concretos. Será esta forma aceitável? Aos chineses, por ora, aparentemente é. A nós, talvez não. Mas como Morone destacou, decisões morais não significam aceitar ou rejeitar completamente uma possibilidade científica, tecnológica, como se a primeira possibilidade fosse um imperativo definitivo em si mesmo.

Decisões morais devem moldar como as possibilidades infinitas da ciência podem ser aplicadas em prol de valores éticos. Um gigantesco desafio.

Manadas de Homo Sapiens

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Como seriam homens gigantes? Em “Ataque dos Salgadinhos Gigantes” citamos o ensaio pioneiro de JBS Haldane sobre o tamanho dos animais, e como um homem simplesmente dez vezes maior, sem nenhuma alteração em sua forma, fraturaria os ossos a cada passo. “Uma grande mudança em tamanho inevitavelmente leva a uma mudança na forma”, observava o biólogo. Como seria esta mudança em um homem gigantesco?

O professor de arte e artista gráfico Gerson Witte inspirou-se pela ideia e a ilustrou de maneira fabulosa acima. Explica:

“Penso que, para andar, poderiam apenas caso tivessem pernas e braços muito grossos, apoiando-se sobre os nós dos dedos como os gorilas, consequentemente, as pernas teriam que ser menores e adaptadas a receber o peso.

Sua pele teria que ser muito grossa, com uma melanina muito acentuada para receber os raios solares, afinal, teriam poucos lugares para se esconder. Teriam poucos pelos, para poder usar a transpiração para regular o calor, mas isso levaria a este grupo a jamais sair de perto de fontes abundantes de água.

Estes representantes megahominídeos teriam um grande problema de alimentação, porque seriam péssimos caçadores, por serem vistos à distância, mas mesmo assim, não fiz alterações de forma para um homem vegetariano somente. Penso que teria uma barriga muito dilatada para poder abrigar um imenso intestino, ou seja, seriam mais parecidos com pandas.

No todo, pensando num humano gigante vivendo em manadas em grandes savanas, nada me tira da cabeça que se pareceriam completamente com elefantes. Mas seria uma cena interessante, manadas de homens-elefantes pastando no entardecer…”

Estendendo-se nesta exploração puramente fictícia do homem gigante como similar a um elefante, é curioso notar as adaptações de nossos conhecidos paquidermes gigantes às suas dimensões.

Devido à relação desfavorável de seu peso e a resistência dos ossos, mesmo com todas suas adaptações, elefantes não podem sair saltitando por aí. Pode-se pensar que a incapacidade de saltitar não seria afinal um enorme problema, contudo ela leva à impossibilidade de correr. A definição de corrida para animais terrestres envolve que o animal fique em algum ponto com todos os pés no ar, ao contrário da caminhada, em que sempre há um pé em contato com o chão.

Esta definição leva ao peculiar rebolado da marcha atlética, por exemplo.

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Elefantes podem se locomover rapidamente. Mas se mantiverem sempre pelo menos um dos pés no chão, seria apenas uma espécie de “marcha atlética”, e não uma corrida. Incrivelmente, em pleno terceiro milênio, ainda não se formou um consenso claro sobre se elefantes conseguem de fato correr. Os últimos estudos indicam que de fato nunca saem da caminhada, ainda que rápida, sempre mantendo um pé em contato com o chão.

Manadas de homens gigantes, assim, seriam diferentes de nós não apenas na forma, como em tantos outros aspectos, incluindo uma simples corrida. E eu nunca achei a marcha atlética muito elegante, lembra Monty Python.

[Com agradecimentos a Gerson Witte pela colaboração!]

A Luz da Vida

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Para relaxar bem no meio da semana, ao som de “Clair de Lune“, as formas de vida fosforescentes criadas por Daihei Shibata enchem os olhos lentamente do início ao fim. Lembra muito uma mistura dos efeitos da noite brilhante em Avatar e as viagens de fotografia macro em A Fonte da Vida.

Tudo inspirado, claro, em formas bioluminescentes, e Daihei descreve o vídeo contando como “a vida ilumina a si mesma, e então começa a iluminar novas formas”. Além dos vaga-lumes, nós mesmos brilhamos (muito no Corinthians).

O vídeo tem um rápido peitinho gerado por computador ao final, então pode não ser muito seguro no trabalho, mas é tudo com muito bom gosto.

Assista em tela cheia e relaxe por alguns minutos.

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