Macaco, olha seu rabo!…

Uma notícia do Le Figaro me chamou a atenção: Metade das espécies de primatas correm grave perigo (veja aqui o original em francês). E a causa?… Outra espécie de primata (uma que chama a si própria de Sapiens…) Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, 48% das espécies estão ameaçadas de extinção em um prazo que vai de médio a curto.Um estudo que reuniu dados coletados por diversos cientistas, divulgado no 22° Congresso da Sociedade Internacional de Primatologia (realizada em Edimburgo, Escócia), com dados de recenseamento coletados desde 1966, mostra que das 634 espécies estudadas, 303 estão na “Lista Vermelha”: 15% classificadas como “vulneráveis”, 22% “em perigo” e 11% “em grave perigo de extinção”.
Diversas ações humanas põem nossos “primos” em perigo: a destruição de seus habitats (por incêndios, desmatamento e ampliação das áreas urbanas) e, por incrível que pareça, a caça. Não só se come os macacos, como ainda servem como animais “domésticos” e como fonte de “medicamentos” na medicina tradicional do Oriente (notadamente a chinesa).
A situação é mais grave na Ásia, onde 71% das espécies estão na “lista vermelha”. Cinco países apresentam situações tidas como catastróficas: 90% das espécies do Camboja, 86% no Vietnã, 84% na Indonésia, 83% no Laos e 79% na China.
Pelas mesmas causas, o México e a Guatemala aparecem a seguir (67% das espécies na “lista vermelha”). As Américas, em geral, têm uma média de 40% de espécies ameaçadas.
Até na África a coisa não vai bem (37% das espécies: chimpanzés, bonobos, colobos…) estão nos “grupos de risco”, dos quais 43% em Madagascar, o santuário dos lêmures…
Mas existem boas notícias, também… Desde 2000, os primatologistas descobriram 53 espécies de primatas, até então desconhecidas, principalmente em Madagascar. A descoberta de uma grande população de gorilas (cerca de 125.000) em regiões remotas do Congo, foi relatada por pesquisadores americanos. E uma para nos fazer ter esperanças: o mico leão preto (Leontopithecus chrysopygus) do Brasil, está se recuperando, graças aos esforços de nossos conservacionistas.

Cala a boca, rábula!

Notícia fartamente divulgada pela imprensa dá conta de que o Minsitério Público está “chamando na chincha” a Força Aérea Brasileira. Por exemplo, esta notícia de “O Globo”: MP instaura inquérito para apurar falha da FAB para deter avião jogado em shopping de Goiânia.

Por que não cromam as orelhas ou penduram uma melancia no pescoço, se o caso é apenas aparecer na mídia e fingir que estão trabalhando?

Queriam o que??? Que um caça da FAB abatesse o aviãozinho (com uma criança a bordo)? Ou que os pilotos da FAB pusessem a mão para fora do avião e tomassem os controles do tresloucado sujeito?

Por que não interpelam também o Exército? Afinal, existe um Grupo de Artilharia Antiaérea naquela região…

Se dependesse do MP e do Judiciário, iam fazer o que?… Mandar os pilotos da FAB entregarem uma intimação judicial (que ficaria pronta em uns três dias…) para que o sequestrador pousasse o avião e se apresentasse em juízo?

Passa fora, rábula!

Matéria escura

ESA/Hubble Information Centre

O Telescópio Hubble apresenta novos indícios da existência de matéria escura em torno de pequenas galáxias


IMAGEM: Essas quatro galáxias anãs fazem parte do recenseamento feito no tumultuoso núcleo do Aglomerado Galático de Perseu.

Clique aqui para mais informações.

Bisbilhotando no tumultuoso coração do vizinho aglomerado de galáxias em Perseu, o Hubble descobriu uma grande população de pequenas galáxias que permaneceram intactas, enquanto galáxias maiores em volta delas foram rompidas pela atração gravitacional das outras galáxias.

As imagens do Hubble fornecem mais indícios de que as galáxias não perturbadas são envoltas por um “colchão” de matéria escura que as protege da vizinhança turbulenta.

A matéria escura é uma forma invisível de matéria que responde pela maior parte da massa do universo. Os astrônomos deduziram a existência da matéria escura através da observação da sua influência gravitacional sobre a matéria comum, tal como as estrelas, gás e poeira.

“Ficamos surpresos em encontrar tantas galáxias anãs no núcleo desse aglomerado que eram tão lisas e redondas, e que não tinham quaisquer indícios de qualquer tipo de perturbação”, declara o astrônomo Christopher Conselice da Universidade de Nottingham, Reino Unido, e líder da equipe que realizou as observações com o Hubble. “Essas anãs são galáxias muito velhas, que estão no aglomerado há muito tempo. Portanto, se alguma coisa tivesse que causar disruptura nelas, isso já teria acontecido. Elas devem ser galáxias muito dominadas — muito mesmo — por matéria escura”.

As galáxias anãs podem ter uma quantidade ainda maior de matéria escura do que as galáxias espirais.  “Com esses resultados, não podemos dizer se o conteúdo de matéria escura das anãs é maior do que o da Via Láctea”, diz Conselice. “Entretanto, o fato de que as galáxias espirais são destruídas nos aglomerados, enquanto que as anãs não são, sugere que é esse mesmo o caso”.

Proposta inicialmente a cerca de 80 anos atrás pelo astrônomo suíço Fritz Zwicky, a matéria escura é considerada a cola que mantém as galáxias íntegras. Os astrônomos sugerem que a matéria escura seja o elemento estrutural báscio para o universo, formando o esqueleto para a formação das galáxias através da atração gravitacional.

As observações feitas pela Câmera Avançada para Pesquisas do Hubble, localizaram 29 galáxias elípticas anãs no Aglomerado de Perseu, localiado a 250 milhões de anos-luz da Terra e um dos aglomerados galáticos mais próximos. Dessas galáxias, 17 são descobertas novas.

Uma vez que a matéria escura não pode ser vista, os astrônomos detectam sua presença através de indícios indiretos. O método mais comum é medir as velocidades de estrelas insividuais ou grupos de estrelas, enquanto eles se movem aleatoriamente dentro da galáxia, ou enquanto eles giram em torno da galáxia. O Aglomerado de Perseu é muito distante para que os telescópios distinguam estrelas individuais e meça seus movimentos. Assim, Conselice e sua equipe criaram uma nova técnica para descobrir a matéria escura nessas galáxias anãs, através do cálculo do mínimo necessário de massa adicional, oriundo de matéria escura, que as galáxias anãs tinham que ter para serem protegidas da disrupção pelas fortes forças de maré das galáxias maiores.

O estudo detalhado dessas pequenas galáxias só foi possível por causa da precisão da Câmera Avançada para Pesquisas do Hubble. Conselice e sua equipe primeiro observaram as galáxias com o telescópio WIYN no Observatório Nacional em Kitt Peak. Essas observações, segundo Conselice, apenas deram indícios de que várias das galáxias eram lisas e, portanto, dominadas por matéria escura. “Essas observações com base em terra não conseguiam distinguir as galáxias, de forma que precisamos do Hubble para resolver o caso”.

Os resultados do Hubble foram publicados na edição de 1 de março de Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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Baterias mais eficientes (será verdade?) 2


Massachusetts Institute of Technology

Material para baterias do MIT pode levar a um recarregamento mais rápido de vários dispositivos

“Rodoanel” para energia elétrica soluciona um problema que já durava muito

CAMBRIDGE, Massachussets. — Engenheiros do MIT criaram uma espécie de “rodoanel” que permite o rápido trânsito de energia elétrica através de uma material para baterias bem conhecido, um avanço que pode ajudar no desenvolvimento de baterias menores e mais leves — para telefones celulares e outros dispositivos — que podem ser recarregadas em segundos, em lugar de horas.

Isso também pode permitir a rápida recarga de baterias de carros elétricos, muito embora essa aplicação em particular seja limitada pela quantidade de energia disponível para cada usuário da rede elétrica.

O trabalho, liderado por Gerbrand Ceder, o professor Richard P. Simmons de Ciências e Engenharia de Materiais, é relatado na edição de 12 de março da Nature. Uma vez que o material envolvido não é novo — os pesquisadores simplesmente mudaram a maneira de fabricá-lo — Ceder acredita que o trabalho possa estar no comércio dentro de dois ou três anos.

As baterias recarregáveis de lítio do “estado-da-arte” têm densidades de energia muito altas — elas são boas para armazenar grandes quantidades de carga. Em compensação elas têm taxas de [transferência de] energia muito lentas — elas são umas lesmas para acumular e descarregar essa energia. Consideremos as atuais baterias para carros elétricos: “Elas têm um monte de energia, de forma que se pode dirigir a 80 km/h por um longo período, mas a energia é baixa. Não se pode acelerar rapidamente”, explica Ceder.

Por que as taxas de transferência tão lentas? Tradicionalmente, os cientistas pensavam que os íons de lítio que, junto com os elétrons, são os responsáveis por levar a carga através da bateria, simplesmente se movessem muito lentamente através do material.

Há cerca de cinco anos, entretanto, Ceder e seus colegas fez uma descoberta surpreendente. Cálculos feitos por computadores de um material para baterias bem conhecido, fosfato férrico de lítio, prdiziam que os íons de lítio do material deveriam estar se movendo de maneira extremamente veloz.

“Se o transporte dos íons de lítio era tão veloz, algo diferente deveria ser o problema”, prossegue Ceder.

Cálculos posteriores mostraram que os íons de lítio podem, realmente, se mover muito rápido pelo material, mas somente através de túneis acessíveis a partir da superfície. Se um íons de lítio na superfície estiver diretamente na frente da entrada de um túnel, não há problema: ele continua eficientemente pelo túnel adentro. Mas se o íon não estiver diretamente na frente, ele é impedido de alcançar a entrada do túnel, porque ele não consegue se mover para acessar essa entrada.

Ceder e Byoungwoo Kang, um estudante de pós-graduação em ciências e engenharia dos materiais, criaram uma maneira de driblar o problema, criando uma nova estrutura para a superfície que permite que os íons de lítio se movam rapidamente pelo entorno do material, de forma muito parecida com um rodoanel que circunda uma cidade. Quando um íon que viaja por esse rodoanel, chega a um túnel, ele é instantaneamente desviado para o túnel. Kang é um co-autor do artigo da Nature.

Empregando sua nova técnica de processamento, os dois foram em frente para fazer uma pequena bateria que pode ser totalmente carregada ou descarregada em 10 a 20 segundos (leva seis minutos para carregar ou descarregar totalmente uma célula feita de material não processado).

Ceder observa que testes suplementares mostraram que, diferentemente de outros materiais para baterias, o novo material não se degrada muito quando repetidamente carregado e recarregado. Isso pode levar a baterias menores e mais leves, porque menos material é necessário para obter os mesmos resultados.

“A capacidade para carregar e descarregar baterias em questão de segundos, em lugar de horas, pode abrir novas aplicações tecnológicas e induzir novas mudanças no estilo de vida”, concluem Ceder e Kang em seu artigo na Nature.

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Baterias mais eficientes (será verdade?)


University of Miami

Físico da Universidade e Miami desenvolve uma bateria que usa uma nova fonte de energia

Sua descoberta é uma “prova de conceito” da existência de uma “bateria de spin”

IMAGEM: No alto, uma representação gráfica da estrutura geral do dispositivo. O diâmetro é aproximadamente o mesmo de um fio de cabelo humano. Abaixo, uma imagem ampliada da parte central.
Clique aqui para ver a imagem ampliada.

CORAL GABLES, Flórida. (1 de março de 2009) — Pesquisadores da Universidade de Miami e das Universidades de Tóquio e Tohoku, Japão, conseguiram provar a existência de uma “bateria de spin”, uma bateria que é carregada mediante a aplicação de um grande campo magnético a nano-magnetos em um dispositivo chamado de junção de túnel magnético (magnetic tunnel junction = MTJ). A nova tecnologia é um passo no sentido da criação de discos rígidos de computadores sem partes móveis, que seriam muito mais rápidos, mais baratos e com menor consumo de energia do que os atuais. No futuro, a nova bateria pode ser desenvolvida para energizar automóveis. O estudo será publicado em uma futura edição da Nature e está disponível em uma edição prévia online.

O dispositivo criado pelo físico da Universidade de Miami Stewart E. Barnes, do Colégio de Artes e Ciências, e seus colaboradores, pode armazenar energia em magnetos, em lugar de reações químicas. Tal como dar corda em um carrinho de brinquedo, se “dá corda” na bateria de spin mediante a aplicação de um grande campo magnético — nenhuma reação química envolvida. O dispositivo, alega Barnes, é potencialmente melhor do que qualquer coisa conhecida até então.

“Nós tínhamos antecipado o efeito, porém o dispositivo produziu uma voltagem mais de cem vezes maior e por dezenas de minutos, em lugar dos milissegundos que esperávamos”, explicou Barnes. “O fato de isso ser contra-intuitivo é o que levou a nossa compreensão teórica do que estava acontecendo”.

O segredo por trás dessa tecnologia é o emprego de nano-magnetos para induzir uma força eletromotriz. Ela usa o mesmo princípio de uma bateria convencional, exceto por ser de maneira mais direta. A energia armazenada em uma bateria, seja em um iPod ou em um automóvel elétrico, fica na forma de energia química. Quando algo é ligado, ocorre uma reação química que produz energia elétrica. A nova tecnologia converte a energia magnética diretamente em energia elétrica, sem uma reação química. A corrente elétrica produzida neste processo é chamada de corrente de spin polarizado e é empregada em uma nova tecnologia chamada de spintrônica.

A nova descoberta melhora nossa compreensão sobre como funcionam os magnetos e sua aplicação mais imediata é empregar as MTJs como elementos eletrônicos que trabalham de maneira diferente dos transistores tradicionais. Embora o dispositivo verdadeiro tenha o diâmetro de um fio de cabelo humano e não consiga sequer alimentar um LED, a energia que pode ser armazenada desta forma pode, potencialmente, alimentar um automóvel por muitos quilômetros. Segundo Barnes, as possibilidades são ilimitadas.

“Existem magnetos escondidos em várias coisas; por exemplo, existem vários deles em um telefone celular, vários em um automóvel e são eles que mantém seu refrigerador fechado”, Barnes prossegue. “Eles são tantos que mesmo uma pequena mudança na maneira que compreendemos como eles funcionam e que possa levar a um melhoramento muito pequeno em máquinas futuras, têm um impacto em termos energéticos e financeiros significativo”.

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O artigo está disponível em: http://www.nature.com/nature/index.html, em “Advance Online Publication”.

“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (09/03/09)

Photobucket
9 de março de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Plantas usam sinais elétricos para montar defesas

Há mais de um século os cientistas sabem que as plantas, tal como os animais, têm uma rede elétrica interna que serve como rede interna de comunicações que pode informar a uma parte da planta que está acontecendo um problema com outro lugar da planta. Com efeito, nos recentes anos, a “neurobiologia das plantas” se desenvolveu como uma das disciplinas da ciência das plantas. Os pesquisadores do Instituto Max Planck para Ecologia Química de Jena, Alemanha, descobriram um novo aspecto do sistema elétrico das plantas que dispara o sistema defensivo de uma planta quando uma folha ou outro pedaço da planta é “ferido”. Quando os cientistas “feriam” uma folha em uma planta, um novo tipo de sinal elétrico, chamado de “potencial do sistema” era induzido. O sinal era enviado através da planta e podia ser medido até em folhas distantes e não feridas, afirmam os cientistas.

“Podemos estar na pista de um importante sistema de transmissão de sinais, induzido por [o ataque de] insetos herbívoros”, disse o pesquisador Hubert Felle. Outro pesquisador, Axel Mithofer, declarou que “dentro de minutos [após o ferimento em uma folha], toda a planta é alertada e as defesas da planta contra seu inimigo são ativadas”. Os cientistas detectaram o sinal em cinco espécies diferentes de plantas, inclusive as espécies cultivadas de tabaco, milho, cevada e favas.

Comer peixes torna adolescentes mais espertos

Adolescentes que comam peixe pelo menos uma vez por semana, obtém resultados melhores em testes de inteligência do que os que não comem peixe, de acordo com uma nova pesquisa feita pelos suecos da Academia Sahlgrenska da Universidade de Gotemburgo. Seu estudo, publicado na edição de março de Acta Paediatrica, estudou 3.972 meninos, com uma primeira amostragem quando eles tinham 15 anos e uma segunda mediante o exame dos testes de habilidades cognitivas aplicados pelo Serviço Militar sueco, três anos depois.

“Encontramos uma clara ligação entre o consumo frequente de peixe e melhores resultados quando os adolescentes comiam peixe pelo menos uma vez por semana”, disse Kjell Toren. “Quando eles comiam peixe mais de uma vez por semana, a melhora quase dobrava”. Os que comiam peixe uma vez por semana tiveram resultados 6% melhores do que os que não comiam, e os que comiam peixe mais de uma vez por semana obtiveram resultados perto de 11% melhores.

Embora o mecanismo que liga o consumo de peixe com um melhor desempenho cognitivo, não esteja claro, os pesquisadores suspeitam que esteja ligado aos grandes índices dos ácidos graxos omega-3 e omega-6 encontrados nos peixes.

Seus hábitos quanto a filmes em DVD traem seu caráter para os pesquisadores

Se você compra um filme em DVD, em lugar de alugar, você provavelmente tem um nível de educação mais alto, valoriza sua independência, tem um maior interesse por cinema em geral e é um consumidor mais seletivo. Em um recente artigo em Applied Economics, pesquisadores das Universidades de Oviedo na Espanha e Portsmouth, no Reino Unido, empregaram modelos econométricos para estudar as características sócio-econômicas das pessoas que compram e alugam DVDs, e as diferenças entre os tipos de filmes escolhidos por compradores versus locatários. Alugar DVDs é mais associado com entretenimento corrente, enquanto que comprar indica um maior interesse em cinema e filmes independentes e especializados, descobriram os pesquisadores.

Pessoas com filhos também tendem a comprar filmes em lugar de alugá-los, diz o pesquisador Fernandez Blanco, porque “os compradores estão à procura de um produto cultural, bem como de um produto de entretenimento, e, em muitos casos, um produto educativo, também”. Em geral, as preferências das pessoas estudadas refletem aquelas do público espectador que vai aos cinemas, não importa se compram ou alugam. Filems de ação, suspense e comédias são os mais populares, enquanto filmes de aventura são populares entre as famílias. As mulheres se interessam mais por comédias, suspense, dramas e filmes com mensagens do que os homens, o contrário dos filmes de ação, revelam os pesquisadores.

Assistir filmes via Internet, sejam alugados, comprados ou baixados de outra forma, “levará a novos hábitos [em assistir filmes]”, concluem os pequisadores.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

Afinal, por que Darwin ainda incomoda?

Por que será que a Evolução e a Seleção Natural ainda incomodam tanto e causam reações extremadas, notadamente entre as pessoas que se dizem religiosas? Na verdade não se vê tanta reação contra a Astronomia, contra a Geologia ou mesmo contra a Física, embora todos esses ramos da ciência contradigam frontalmente o “livro sagrado” das religiões originadas da judaica.

A Astronomia botou por terra um ponto fundamental do fundamentalismo: a Terra não é o centro do universo, nem sequer um ponto notável no mesmo.

A Geologia, por sua vez, desmente de maneira cabal a cronologia bíblica e não se vê qualquer “tour-de-force” como o “Intelligent Design” para contestar seus ensinamentos.

Há algo mais nas constatações de Darwin e seus sucessores que incomoda, e muito, as pessoas em geral e esse incômodo é que dá alento aos fundamentalistas religiosos para continuarem em sua cruzada contra a Evolução.

Me parece que a fonte disso tudo está em algo que o Darwinismo não contesta explicitamente, e que continua a ser presumido até mesmo por partidários ateus da Evolução: a idéia de que a espécie humana é “o ápice” da hierarquia dos seres vivos.

Eu não preciso recorrer a minhas crenças religiosas, nem à SETI, para constatar que essa idéia é totalmente infundada. Nada do que conhecemos pode ser usado como indício de que a espécie humana seja, realmente, a “última palavra” em matéria de evolução biológica. Quem estudasse a Terra no Período Jurássico, jamais apostaria em nossos ancestrais mamíferos contra os poderosos dinossauros. No entanto, os grandes répteis acabaram extintos — mercê de uma catástrofe natural que pode, perfeitamente, se repetir — e os mamíferos dominaram as terras. E, dentre as diversas espécies de mamíferos, uma só entre os primatas conseguiu prosperar (embora tenha sofrido a concorrência de seus “primos” Neanderthal) e, em lugar de se adaptar ao meio ambiente, foi capaz de transformá-lo em seu proveito.

Entretanto, os indícios de que essa transformação do meio ambiente e o crescimento numérico exagerado da espécie humana, estão levando a uma situação que põe a própria sobrevivência da maioria dos indivíduos em perigo, são cada vez mais alarmantes.

Animal gregário, o Homo Sapiens tem como base de sua prosperidade a vida em sociedade. E essa sociedade está — para não ser piegas — claramente aquém das necessidades da espécie para uma sobrevivência futura. Espécies bem menos “evoluídas” têm chances bem maiores de sobreviver a eventos de destruição em massa — e, ao que consta, pela primeira vez na história do planeta, uma espécie “dominante” pode ser a própria causadora de um evento dessa natureza.

A Biologia — em especial, a Genética — pode trazer novos dados para alimentar a parte realmente científica da questão “como a espécie humana pode evoluir para melhor”. Mas não pode servir como base para decisões de foro político e ético sobre a sociedade — afinal, quem decide o que é “melhor”?

Darwin ainda incomoda… Nem só porque contradiz a parte do “criado à imagem e semelhança de Deus”, mas porque enfraquece o pedestal de barro sobre o qual as pessoas teimam em se equilibrar, seja pela arrogância do ignorante, seja pela petulância dos que “têm um olho em terra de cegos”.

Se Darwin nos livrou do “Criador” bíblico, fonte de subsistência de sacerdotes e de limitação para a ciência, a Seleção Natural não se aplica plenamente para a espécie humana, uma vez que essa possui uma capacidade inédita em não só se adaptar ao ambiente, como também de modificá-lo em proveito próprio.

E sempre resta a questão: o que pode surgir depois do ser humano?

(Este post faz parte da discussão de março do “Roda de Ciências”. Por favor, comentários aqui)

“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (03/03/09)

Photobucket 3 de março de 2009 Por Jim Dawson Inside Science News Service

Vinho e Cerveja Podem Fazer Bem aos Ossos

Um copo de vinho ou uma garrafa ou duas de cerveja por dia podem fortificar os ossos de mulheres e homens idosos, porém beber mais do que isto pode até enfraquecer os ossos — é o que diz uma nova pesquisa do Centro de Pesquisa de Nutrição Humana no Envelhecimento da Universidade Tufts em Boston. A pesquisa que homens e mulheres pós-menopausa acima dos 60 anos de idade, descobriu que a ingestão de doses moderadas de álcool estava associada com uma maior densidade mineral óssea [também conhecida como, simplesmente, Densidade Óssea = DO]. Enquanto pesquisas anteriores sugeriam uma ligação entre a ingestão moderada de bebidas e uma melhora na densidade óssea, o estudo da Tufts procurou especificamente pelos “possíveis efeitos de três classes de bebidas alcoólicas: cerveja, vinho e destiladas, sobre a DO”, como diz Katherine Tucker, a diretora do programa de pesquisa epidemiológica na Tufts. “Encontramos associações mais fortes entre uma maior DO e bebedores de cerveja, na sua maioria homens, e bebedores de vinho, em sua maioria mulheres, em comparação a bebedores de bebidas destiladas”, acrescenta ela. Tucker e seus colegas especulam que o silício encontrado na cerveja contribui para uma maior densidade óssea entre os homens. Fica menos claro o motivo porque as bebidas destiladas e o vinho podem proteger a densidade óssea. Os pesquisadores também enfatizam que beber demais causa danos aos ossos e observam que “ninguém deve confiar em bebidas alcoólicas para manter a densidade óssea”. O estudo foi publicado no American Journal of Clinical Nutrition. Uma pesquisa realizada por Tucker em 2006, descobriu que bebidas carbonatadas tipo cola causam uma diminuição na densidade óssea de mulheres idosas, mas não em homens.

Titica de Galinha Encoraja Bactérias a Comer Petróleo Derramado

Cientistas da Universidade Wuhan na China descobriram que titica de galinha e outros dejetos de animais podem fornecer os iniciadores químicos e microbianos para dispararem a biodegradação de petróleo cru em solos contaminados. Em um artigo no International Journal of Environment and Pollution, os cientistas declaram que o método que emprega dejetos animais para limpar contaminações por petróleo é “mais benigno para o meio ambiente” do que os processos convencionais, tais como o emprego de detergentes que podem se tornar, eles próprios, os poluentes. Eles dizem que, nos testes, a titica de galinha aumentou o pH do solo contaminado de modo significativo, o que encorajou o crescimento de conhecidas bactérias “devoradoras de petróleo”. Em solo contaminado por quantidades significativas de petróleo cru, os pesquisadores descobriram que 75 % do petróleo foi fracionado no solo com o “aditivo galináceo”, depois de duas semanas. No solo não tratado, os processos naturais fracionaram apenas 50 % do petróleo. “O uso de titica de galinha para estimular a biodegradação do petróleo cru no solo pode ser um dos vários processos ambientalmente amistosos sonhados para combater a poluição pelos hidrocarbonetos do petróleo no ecossitema natural”, declaram os pesquisadores.

Mudanças Climáticas Podem Elevar o Mar Mediterrâneo em Quase 70 cm

Uma equipe de pesquisa hispano-britânica, usando modelos globais do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (conhecido pela sigla em inglês: IPCC) das Nações Unidas, desenvolveram três cenários sobre qual será o impacto causado pelo aquecimento global sobre o Mar Mediterrâneo nos próximos 90 anos. O cenário “mais favorável” presume que as concentrações de gases de efeito estufa permaneçam constantes nos níveis do ano 2000, prediz um aumento de pouco mais de 2,5 cm (1 pole­gada). Os outros dois cenários “contemplam um aumento dos gases de efeito estufa e prevêem um aumento de até 2,5°C”. Além disso, dizem os pesquisadores, “os resultados mostram que o aumento das temperaturas vai se acelerar durante o século XXI”. Os pesquisadores declaram que o nível de todo o Mediterrâneo vai subir entre 3 e 61 cm em média como resultado dos efeitos do aquecimento”. A significativa variação entre os cenários depende da atividade econômica global, bem como do sucesso ou falha dos esforços para controlar a emissão de gases de efeito estufa. A pesquisa, publicada no Journal of Geophysical Research-Oceans, também indica que o Mediterrâneo vai se tornar, cada vez mais, salgado, porém as previsões correntes sobre salinidade não são muito confiáveis, segundo os cientistas.


Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.

Estresse causa mais estresse


University of Calgary

Mecanismo novo e inesperado identificado: como o cérebro responde ao estresse

O “desligamento” de uma proteina faz com que “os freios falhem” em nossa habilidade natural em responder ao estresse

Calgary, Canadá — O estresse crônico cobra uma taxa física e emocional sobre nosso corpo, e os cientistas estão trabalhando na montagem de um quebra-cabeças para compeender como respondemos ao estresse a nível celular no cérebro. Ser capaz de responder rapidamente e com sucesso ao estresse é algo essencial para a sobrevivência.

Usando um rato como modelo, Jaideep Bains, PhD, um cientista da Universidade de Calgary, e sua equipe de pesquisadores do Hotchkiss Brain Institute descobriram que os neurônios no hipotálamo, o centro de comando no cérebro para resposta ao estresse, interpreta “sinais químicos de ‘desligado’ ” como “sinais químicos de ‘ligado’ ” quando percebe o estresse. “É como se os freios em seu carro passassem a acelerar o veículo, em vez de diminuir a velocidade”, diz Bains. Esta descoberta inesperada foi publicada na edição online de 1 de março de Nature Neuroscience.

Normalmente, os neurônios recebem diferentes sinais químicos que lhes dizem para “ligar” ou “desligar”. O sinal de “desligar”, ou freio, somente funciona se os níveis do íon cloro nas células forem mantidos em um nível baixo. Isto é realizado por uma proteína, conhecida como KCC2. O que Bains e seus colegas demonstraram que o estresse reduz a atividade da KCC2, removendo, assim, a capacidade do “freio”, uma substância química conhecida como GABA, para funcionar adequadamente. Uma perda da capacidade do cérebro em “frear” pode explicar algumas das consequências emocionais danosas do estresse.

Embora a descoberta dê uma nova explicação da mecânica sobre como o cérebro interpreta os sinais de estresse, “ainda é necessário muito trabalho na ciência básica deste fenômeno, antes que ocorram quaisquer novos avanços no tratamento médico do estresse”, prossegue Bains

“Isto abre avenidas inteiramente novas e totalmente inesperadas para o controle das resposta ao estresse”, declara Yves De Koninck, PhD, presidente-eleito da Associação Canadense de Neurociência e professor de psiquiatria na Universidade Laval.

“Eu fiquei fascinado quando soube desse trabalho. Não estava claro, até agora, como a resposta neuro-endócrina ao estresse era ativada por estressantes externos. O trabalho de Bains mostra uma solução complexa, embora elegante, que envolve uma mudança de inibição para excitação”, diz Jane Stewart, PhD, uma neurocientista comportamental da Universidade Concordia. “Esta descoberta pode levar a uma melhor compreensão das mudanças na sensibilidade ao estresse que resulta da exposição crônica”.

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O estudo completo pode ser encontrado (em formato PDF e em inglês) aqui


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