O final de Harry Potter

“E este é nosso paciente residente há mais tempo”, disse o doutor Hagrid. Ele deslizou a cobertura do olho mágico e Snape olhou para dentro da cela. Um homem careca grotescamente gordo em um traje hospitalar manchado estava sentado e se balançando.
“Harold Potter, 43 anos”, continuou Hagrid. “História de abuso psicológico por sua família adotiva. Abuso em uma escola pública. Colapso esquizofrênico com 20 anos. Assassinou uma enfermeira chamada Hermione Granger antes de ser internado aqui aos 24 anos. Fantasias paranóides de grandiosidade. Episódios ocasionais de auto-mutilação”.
Snape estava chocado. “Por certo você poderia fazer mais do que isso por ele?”.
“Você descobrirá, doutor Snape, que resultados felizes são por vezes impossíveis”.
O homem na cela olhou para cima, e sua expressão inerte se converteu em suspeita intensa. “Alohamora!” ele gritou.
Hagrid balançou sua cabeça entristecido. “Não temos idéia do que isso significa”. Ele fechou o olho mágico.
Dentro da cela, Potter vasculhou a parede acolchoada, alcançando um buraco onde havia escondido um pedaço de espelho quebrado. Agarrando-o com seus dedos desajeitados, ele o levantou para sua testa e começou a rir enloquecidamente enquanto reabria o mais antigo machucado que possuía, uma cicatriz em forma de zigue-zague.

Terrível fim para a saga de Harry Potter, escrita por Ray Girvan. “É difícil acreditar que alguém criado por uma família adotiva que o mantinha em um armário seria tão normal depois de um abuso psicológico dessa natureza (e talvez outros abusos que não foram mencionados). Sob esse ponto de vista, o cenário de descobrir poderes especiais e um papel crucial em grandes eventos poderiam bem ser interpretados como uma invenção de Potter, uma fantasia realizando desejos como a fantasia de Frederick Rofled de ser elevado ao papado em Hadrian the Seventh“. Ou Calvin no Frango Robô.

Discussão - 1 comentário

  1. Homero disse:

    Este final me lembrou também o do livro de George Orwell, 1984. Nele o protagonista, depois de ver sua última tentativa de escapar e vencer o poder do Grande irmão falhar, e já capturado e torturado, cria uma "fuga" final de fantasia, para um local no campo onde passa a viver com sua amada em segurança.
    A cena final, que logo depois de descrever a "fuga" e a libertação por seus amigos, descreve o "heroi" preso e amarrado, com os guardas a lamentarem o colapso final da mente do prisioneiro, me deixou tão deprimido (e isso aos 14 anos de idade) que nunca mais consegui ler o livro de novo.
    Um abraço.
    Homero

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