Publicidade estilo Edo
No que deve ser uma boa campanha de marketing, pessoas “sem rosto” andam aprecendo em meio a multidões em eventos públicos no Reino Unido. As máscaras têm buracos muito pequenos nos olhos e presumivelmente buracos um pouco maiores abaixo do queixo para a respiração.
Pessoas sem face são parte do riquíssimo folclore de fantasmas japonês, conhecidos como “Noppera-bô”, e uma história com eles está incluída no clássico Kwaidan.
Nela, um viajante caminha pela noite por Edo (Tóquio medieval), e encontra uma jovem ajoelhada aos prantos. Ele a consola, mas quando ela tira as mãos do rosto, revela que não tem rosto. Desperado o viajante sai correndo, até se sentir seguro. Certo de que não foi perseguido, ele finalmente relaxa e encontra um vendedor de macarrão soba, e se senta para descansar. Conta a história do que lhe teria acontecido, imaginando que o vendedor não vá acreditar. Mas o final é óbvio.
O vendedor se vira para o viajante e pergunta: “O rosto dela era assim?”. O vendedor também não tem rosto.
Há várias adaptações cinematográficas de Kwaidan, histórias de terror psicológico simples e por isso mesmo excelentes. A mulher da boca rasgada é uma lenda mais moderna, com bem menos sentido, mas claramente inspirada nesse folclore.
Discussão - 2 comentários
Ok, mas me explica, e depois que o vendedor pergunta se é assim? Ele ataca o sujeito? O sujeito sai correndo de novo? Morre? Sofre ataque cardíaco? Porque, pra mim, “terror” envolve riscos ao protagonista. O que esses fantasmas fazem além de ter aparência esquisita?
Acho que por isso é chamado de terror “psicológico”.