Efeitos indescritivelmente gigantescos

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Contando a história do encontro com um renomado pesquisador do campo de inteligência artificial… que era criacionista, Eliezer Yudkowsky lança este parágrafo imortal no meio do ensaio:

“o fato inegável dos efeitos indescritivelmente gigantescos: condições iniciais e padrões em desenvolvimento cujas conseqüências ressoarão por tempos tão longos quanto as cadeias causais continuem até a Terra, até que todas as estrelas e galáxias no céu noturno tenham queimado ao ferro frio, e talvez muito além disso, ou pela eternidade até o infinito se as verdadeiras leis da física acabem permitindo tal.

Lançar nosso cérebro mortal deliberadamente a tal estágio, enquanto se desenrola na Terra antiga a primeira raiz da vida, é um ato tão além da ‘audácia’ que a palavra deve se incendiar, um ato que só pode ser evitado pelo conhecimento aterrorizante de que os céus vazios não oferecem nenhuma autoridade maior”.

De fato, este blogueiro que escreve aqui também é um devotado crente na idéia de que o desenvolvimento da Inteligência Artificial deve lançar uma compreensão de nossa própria consciência e “espírito” que colocará em cheque-mate todos os fundamentos religiosos – e em cheque boa parte dos éticos e morais.

Não que tais fundamentos já não tenham sido refutados ou questionados, evidentemente, todavia robôs espirituosos devem ser no mínimo algo um tanto mais engraçado que criacionistas usando antibióticos de última geração.

Não que eu tenha ainda a esperança de que isso extingüirá a religião, também. É mais provável que sejam criados robôs religiosos.

Enfim, leia (em inglês), o ensaio de Yudkowsky: Above-Average AI Scientists

Discussão - 2 comentários

  1. Carlos Magno disse:

    Prezado Mori:
    Criacionismo X Evolucionismo, por quanto tempo ainda?
    Se for pela eternidade então não haverá chances do triunfo da Inteligência Artificial.
    Achei interessante sua referência sobre robôs religioso. E por que não, nesse mesmo contexto de artificialidade, o surgimento de populações cyborgs meio-homens meio-máquinas?
    Será que assim afastariam o inexorável sofrimento humano que a vida inflexivelmente obriga o ser humano carregar em legado impossível dele apartar-se, e que se transformou, desde eras imemoriais, em inegável mola propulsora do conhecimento e do progresso?
    Mas gostei da citação de Yudkowski, e acho mesmo que muitos não entenderão (ou somente eu) porque ele tem toda a razão ao dizer que "os céus vazios não oferecem nenhuma autoridade maior".
    Claro está que ele fala do cérebro para o cérebro, dos sentidos para os sentidos e nisso a percepção das formas do universo é inquestionável, ainda que limitadíssima.
    Estou com você sobre o desenvolvimento de uma Inteligência Artificial. Afinal, que somos nós, homens, senão artificialidades passageiras? Mas ainda busco incorporar a existente Inteligência Transcendente e Intemporal.
    Abs.

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