Faxina termonuclear: um esfregão contra 50 megatons

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A imagem  é curiosa por si mesma, mas quando você descobre que a bomba em questão não é qualquer bomba, mas a “Tsar Bomba”, que precisa ser sempre escrita em negrito, ela se torna motivo de perplexidade. O objeto que as senhoras limpam com tranqüilidade foi e permanece sendo o mais poderoso dispositivo já criado pelo ser humano, com uma potência estimada em 50 megatons, equivalente a 50 milhões de toneladas de TNT.

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Claro que o que as senhoras limpam é apenas uma réplica em exposição no Museu de Bombas Atômicas de Sarov, mas em sua versão original a RDS-220, com menos de dez metros de comprimento, foi o ápice da corrida nuclear em termos muito brutos.

Desenvolvida em início dos anos 1960 na União Soviética, seus 50 megatons efetivos foram uma versão modificada do projeto original que atingiria a potência apocalíptica de 100 megatons, com uma gigantesca emissão de elementos radioativos. Caso o projeto original tivesse sido detonado, essa única explosão responderia por um quarto de toda a radiação lançada na atmosfera desde o início da corrida nuclear.

Felizmente mesmo a insanidade da corrida armamentista não chegou a tal ponto. Em sua versão “limpa”, contudo, em 30 de outubro de 1961 a única “Tsar Bomba” criada foi testada no que foi acima de tudo uma exibição de força. E que força. Seu brilho pôde ser visto a 1.000 quilômetros de distância, o calor foi notado a 270 km. Em uma área de 25 km abaixo da detonação a destruição foi total. Os americanos estimaram a potência da detonação em 57 megatons, cifra que os soviéticos acataram felizes, embora 50 seja provavelmente mais correto.

Por incrível que pareça, estas armas foram e continuam sendo testadas sem uma compreensão completa de seus mecanismos, motivo pelo qual estimar precisamente a potência delas não é uma ciência exata, e razão por que potências nucleares insistem tanto em realizar testes nucleares – é apenas através deles que dados valiosos do funcionamento de tais dispositivos podem ser coletados.

Somando-se a tal temerosidade, vale notar que a Tsar Bomba foi desenvolvida em 112 dias, ou 16 semanas. Quatro meses. Nunca teve muita utilidade prática como arma, sendo demasiadamente pesada e potente.

A réplica em exposição foi produzida junto com a versão testada, e é felizmente inofensiva. Os esfregões usados para limpá-la ilustram bem como sobrevivemos a algumas de nossas maiores loucuras, agora peças de museu.

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[via malaConciencia]

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