Um brinde a Alan Turing
Há pouco o governo britânico desculpou-se pelo tratamento dado a Alan Turing, condenado em 1952 por ser homossexual. Turing suicidou-se dois anos depois. Comentando a desculpa oficial, Matt Harvey escreveu um poema transmitido durante o programa de rádio Saturday Live da BBC. Arrisco aqui uma tradução:
um brinde a Alan Turing
nascido em eras mais sombrias e mesquinhas
com um pensamento fora do comum
e com um amor fora das linhas
e assim o quebrador de códigos foi quebrado
e nós pedimos desculpas
sim, agora que o termo com d foi pronunciado
a consciência oficial foi acordada
– termo cuidadosamente redigido, ao menos não criptografado –
e a história assim sugere
uma segunda parte ao Teste de Turing:
1. podem as máquinas comportarem-se como humanos?
2. podemos nós?
O original:
here’s a toast to Alan Turing
born in harsher, darker times
who thought outside the container
and loved outside the lines
and so the code-breaker was broken
and we’re sorry
yes now the s-word has been spoken
the official conscience woken
– very carefully scripted but at least it’s not encrypted –
and the story does suggest
a part 2 to the Turing Test:
1. can machines behave like humans?
2. can we?
[via Mindhacks, Albener, imagem de estátua de Turing no Bletchley Park via stevebell]
Discussão - 3 comentários
Acho que a primeira pergunta é mais fácil de responder...
O que faz pensar que já não nos comportamos como humanos, ao discriminar e violentar os outros?
Talvez o termo correto seja o que nós humanos almejamos ser: Deus. Ou seja, ser poderosos e controlar os inferiores.
Talvez também seja este o medo que projetamos em máquinas criadas com inteligência: Atingirem o nosso objetivo antes, com a nossa mesma moralidade humana.
Essa estátua foi impressa ou é esculpida?