Gato de Schrödinger

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Está deitado e de pé ao mesmo tempo.

Tudumpá. [flickr de Akermarks, via Elton!]

Einstein e Newton na Relatividade do Errado

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Isaac Newton estava errado. Albert Einstein está errado. Isaac Asimov estava certo: é A Relatividade do Errado, um ensaio fabuloso e essencial para que se compreenda como Newton estava todavia certo, e Einstein, corrigindo-o, também estava correto. Se isso não parece fazer sentido, “o problema básico”, notou Asimov, “é que as pessoas pensam que ‘certo’ e ‘errado’ são absolutos; que tudo que não é perfeitamente e completamente certo é totalmente e igualmente errado”.

Resumindo a grande lição aqui como só um autor que escreveu 500 livros poderia resumir, Asimov respondeu:

“Quando as pessoas pensavam que a Terra era plana, elas estavam erradas. Quando pensaram que a Terra era esférica, elas estavam erradas. Mas se você acha que pensar que a Terra é esférica é tão errado quanto pensar que a Terra é plana, então sua visão é mais errada do que as duas juntas”.

Não deixe de ler A Relatividade do Errado, que pode ser ilustrada de forma bela na imagem acima, de Daniel Rozin. Parece um Albert Einstein jovem, mas se você se afastar – e se também espremer os olhos – a imagem de ninguém menos que Sir Isaac Newton surgirá. A imagem é tanto de Einstein quanto de Newton.

À distância lembrará o gênio que permitiu que entendêssemos os grandes movimentos celestes. Mais de perto, vemos o jovem físico que refinou a compreensão Newtoniana introduzindo efeitos… relativísticos.

Esta junção de duas imagens, vistas de perto ou longe, é uma ilusão óptica de imagens híbridas desenvolvida no MIT por Oliva e Schyns. [via Experientia Docet]

Vídeo: a língua de uma Diva e um MC

Imagens de ressonância magnética das performances de uma soprano e um MC/beatboxer, do grupo SPAN da Universidade do Sul da Califórnia. [via BoingBoing]

O vídeo lembrou-me imediatamente do conto “Eles são feitos de carne”, de Terry Bisson. Um trecho:

“- Sabe quando você bate na carne ou a cachoalha, e ela faz barulho? Eles falam chacoalhando pedaços de carne um contra o outro. Eles até cantam, espremendo ar pela carne.

– Aimeudeus. Carne que canta. Isso já é demais.”

Eles até cantam, espremendo ar pela carne. Isso é realmente inacreditável.

Foto aleatória #1

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Mais uma série que provavelmente não levarei muito longe, como os SciCats. [via pya.cc]

Jonathan, o Frankenstein

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Em meio a relâmpagos e trovoadas de uma tempestade, o cientista maluco, o doutor Frankenstein, comemora descontroladamente. “Está vivo! Está vivo!”, grita enquanto a criação monstruosa que acabará por matá-lo adquire vida. É a imagem gravada fundo na consciência coletiva do complexo de Frankenstein, dos perigos da ciência descontrolada. O anúncio recente de mais um passo na direção de vida sintética provocou medo, enquanto o principal responsável foi imediatamente comparado ao doutor que gritava “está vivo!”. Uma busca por “Craig Venter Frankenstein” retorna mais de 30.000 resultados, muitos dos quais de veículos importantes de mídia.

A história de terror de Mary Shelley cumpre um bom papel ao chamar atenção à necessidade de que conquistas científicas e tecnológicas sejam sempre cercadas de cautela e discussão. Como seres emocionais, contudo, o monstro de Frankenstein talvez fale bem demais com nossos sentimentos e muito pouco com a razão, elemento essencial para que a cautela não se transforme simplesmente em um pânico tão insano quanto o do fictício doutor.

Para lidar com isso na mesma moeda e contrabalançar o jogo, apresentamos aqui um adorável vídeo muito real de Jonathan. Um bebê de oito meses com problemas auditivos, no momento da ativação do implante coclear que permite que finalmente escute sons.

Assista atentamente, na marca de cinco segundos o médico diz “it’s back on again”, ou “está ligado de novo”, e como um interruptor de luz, ou mesmo como um raio, a expressão do bebê muda instantaneamente enquanto nossos corações se derretem pouco a pouco. Mais de 150.000 pessoas já receberam implantes cocleares e passaram a escutar melhor o mundo de sons que nos cerca, em dispositivos eletrônicos que não são movidos a tempestades tenebrosas nem criados por cientistas malucos, mas sim por simples baterias e uma comunidade médica e científica trabalhando para melhorar nossa qualidade de vida. Se você ficou curioso, a amiga Giseli Ramos, “uma ciborgue com ouvido biônico”, conta mais sobre sua experiência com implantes cocleares.

Ciência e tecnologia são instrumentos poderosíssimos que podem nos permitir concretizar praticamente tudo que imaginarmos, sejam estes sonhos ou pesadelos. Compreender melhor estas possibilidades e discuti-las com toda a sociedade é o que diferencia um doutor Frankenstein isolado em seu castelo de centenas de milhares de Jonathans acessando um mundo de sensações com o ligar de um interruptor.

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