O Efeito McThatcher

O que acontece quando você combina duas das mais interessantes ilusões de percepção? Acima você confere uma fabulosa demonstração em vídeo do efeito Thatcher, que já abordamos por aqui.

E abaixo, um novo vídeo apresentando o efeito McGurk – escute o que o sujeito diz, e depois escute o que ele diz, mas com os olhos fechados. Você descobrirá que escuta também com os olhos (mais detalhes em português aqui):

Agora, combine as duas ilusões e você terá… o efeito McThatcher:

mcthatcher 

Combinando a dissonância entre som e imagem do efeito McGurk com os rostos e bocas invertidos do efeito Thatcher, o efeito McThatcher mostra que é possível anular o efeito McGurk combinando um rosto normal com uma boca invertida. Aqui está o inusitado: a boca invertida, isoladamente, continua estimulando um efeito McGurk.

[via o extraordinário cgr v2.0, que chupinhamos com frequência]

Referências:
– Thompson P (1980) Margaret Thatcher: a new illusion (PDF). Perception 9:483–484
– McGurk, H., & MacDonald, J. (1976). Hearing lips and seeing voices. Nature, 264, 746-748.
Inverted Lips and Face McGurk Effects Rosenblum (PDF), L.D., Yakel, D.A., & Greene, K.G. (2000). Face and mouth inversion affects on visual and audiovisual speech perception. Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance. 26(3), 806-819.

20th Century Boys: vol 1

Um vírus hemorrágico que mata quase instantaneamente pipoca pelo mundo. Cientistas e autoridades morrem e desaparecem sem explicação. Um culto bizarro em torno do “Amigo”, uma figura que nunca mostra o rosto e é representado por um símbolo enigmático, angaria milhões de seguidores.

São prenúncios do fim do mundo na virada do milênio, e Kenji Endo descobre para seu horror que tudo está acontecendo exatamente como ele e seus amigos inventaram em seu “Livro de Profecias” quando ainda eram crianças.

É “20th Century Boys” (2008), primeira parte de uma trilogia cinematográfica adaptando o manga homônimo de enorme sucesso de Naoki Urasawa, autor também de Monster. Comparado a histórias e temas de Stephen King – amizades de infância e histórias cheias de suspense –, o filme pelo menos a mim lembrou uma versão tão boa, ou ruim, quanto Heroes. A primeira temporada. E eu gostei de Heroes. A primeira temporada.

Ao invés de “Save the Cheerleader, save the world”, somos apresentados ao mistério de “Kenji-kun, asobimashyou”, ou “Kenji, vamos brincar”, repetido pelo “Amigo” em uma voz bizarra. De onde ele conhece Kenji e por que estaria concretizando suas terríveis visões apocalípticas infantis? Ele conseguirá torná-las todas realidade, e poderá Kenji encaixar todas as peças para salvar o mundo?

As duas horas passam rápido enquanto mergulhamos na história, mas ainda que o final seja climático, de alguma forma não satisfaz. Meio como Lost, não há muitas respostas ao suspense, só um gancho para a segunda parte, que acaba de ser lançada no Japão. Você é automaticamente tentado a conferir a história toda já publicada no manga. E são mais de 4.000 páginas.

E se o fizer, descobrirá que o manga é sem surpresa muito superior à adaptação, que não chega a ser um desastre, mas poderia ter sido sublime se não se valesse de tanto clichês e lugares comuns na hora de traduzir tudo para a telona. A trilha sonora, como já comentaram em outras resenhas, poderia ser genial – o próprio título da série vem de “20th century boy” do T.Rex, que é a abertura –  mas além da abertura promissora com colagens de imagens do século 20 somos lançados ao que parece a estética de um filme feito para a TV. Talvez porque a produção também tenha sido obra do canal NipponTV.

A indústria cinematográfica japonesa é a segunda maior do mundo em sua movimentação de grana, mas os orçamentos são apenas uma fração dos de Hollywood. Isso não impede o surgimento de algumas obras geniais e visualmente hipnotizantes, mas aqui parece ser explicação para as diferenças entre a adaptação de Watchmen e 20th Century Boys – porque ainda que a adaptação de Watchmen fracasse no final, é visualmente impecável.

Enfim, assista 20th Century Boys como um bom entretenimento, vale a pena. Podia ter sido muito mais, e a segunda parte talvez seja mais satisfatória, mas para quem curte ficção científica, mangas, Stephen King, suspense, Heroes e tudo mais, a diversão deve ser garantida. E alguns podem até se apaixonar.

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O DVD de 20th Century Boys com legendas em inglês ainda deve ser lançado oficialmente no mês que vem, não me perguntem como eu assisti (com as legendas). A segunda parte da trilogia tem seu site oficial aqui. Até onde pude ver, o manga também ainda não foi lançado em português. Em inglês, toda a saga está disponível online (!) em One Manga.

É o ano de Darwin: pegue a folhinha

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Um calendário não religioso baseado na ciência e na razão”. É o calendário da Era Darwin, disponível em bom português gratuitamente para baixar, imprimir e comemorar.

“Use este calendário para expressar que você acredita em um movimento humanístico e livre-pensador, onde a razão e a investigação científica devem substituir a superstição e a crendice. Ajude a espalhar essa concepção da Era Darwin se você pensa que é hora de cessar os milênios de doutrinação, depressão e violência religiosa”.

Como não concordar? Pegue o seu calendário da Era Darwin.

Magenta… e todas as outras cores da massa cinzenta

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Acima você confere o espectro de luz visível, que pode ser entendido como ondas eletromagnéticas simplesmente variando em freqüência, da mais baixa à direita à mais alta na esquerda. Vá mais baixo e você adentra o infravermelho, o microondas e o rádio, vá mais acima e você avança sobre o ultravioleta, raios-X e raios gama.

Vemos o espectro de luz visível em todo lugar, e de forma especialmente bela nas cores do arco-íris. É comum pensar que deve conter todas as cores, tanto que a expressão “todas as cores do arco-íris” tem 12.300 resultados no Google, quase sempre referindo-se a todas as cores existentes.

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Agora ache a cor magenta no espectro. Ela não está lá. Todas as cores no arco-íris não incluem o magenta. Como podemos enxergá-la? Seria uma freqüência mágica que não existe realmente? Flicts?

Segundo Liz Elliot, sim. Em uma nota onde diz que magenta não é uma cor, Elliot explica que o magenta é uma mistura dos dois extremos do espectro, violeta e vermelho. E o cérebro ao invés de somar as duas frequências e enxergar algo em seu meio – que seria o verde – faz um malabarismo e inventa uma cor completamente nova entre o vermelho e o violeta. Magenta seria uma grande mentira, uma ilusão.

Soa inacreditável. Provavelmente porque não é realmente verdade. E a verdade pode ser ainda mais impressionante.

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Boxxy for President

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“Boxxy era uma garota feliz e normal de 16 anos, que gostava de animes e jogava Gaia Online. Nada de errado ou ilegal ela fez. Porém ela recebeu um imenso castigo, imerecido até por muitos outros retardados da internet”.

Um mês depois do fenômeno: a história de Boxxy, a ciência de Boxxy, do Youtube a presidentes americanos, na continuação.

Continue lendo: Boxxy for President

Almost there…

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Nossa evolução de Lablogatórios para ScienceBlogs Brasil devia ter acontecido no último dia 17, mas novidades de última hora – que valem bem a pena – adiaram um pouco nossa estréia, que ainda deve ocorrer nos próximos dias.

Pedimos desculpas pela confusão, e neste meio-tempo vamos preparando mais conteúdo para uma nova fase. Quando a mudança for completada, você que acessa o 100nexos pela web será redirecionado automaticamente, bem como vocês que assinam nosso feed não precisarão alterar endereços.

Mas caso o impensável ocorra, nos vemos em breve em:

http://scienceblogs.com.br/100nexos

Até lá!

Vídeo ilustra a colisão de satélites no espaço

Como você deve ter ouvido, na semana passada dois grandes satélites, um americano e um russo, colidiram a 800km sobre a Sibéria. O Iridium americano pesava 560 kg, enquanto os Cosmos 2251 russo, mais de uma tonelada. É a maior colisão desta natureza já registrada – colisões descontroladas com objetos menores já ocorreram, bem como testes controlados como o efetuado pelos chineses há dois anos, que todavia também envolveu objetos menores.

Enquanto as consequências, leia-se, o destino e configuração da nuvem de destroços ainda deve levar algum tempo para ser melhor avaliada, o vídeo acima simula o impacto. Vemos de início o Iridium, e a nuvem vermelha de destroços logo é colocada em contexto quando a massa enorme de lixo espacial já existente é exibida.

Estamos literalmente rodeados de dezenas de milhares de objetos a milhares de quilômetros por hora. Os pontos não estão em escala – se estivessem, não poderíamos mais enxergar as estrelas muito bem, mas colisões assim devem se tornar cada vez mais comuns.

Em tempo: a bola de fogo vista sobre o Texas, EUA, há pouco não teria relação com a colisão dos satélites, apesar de algumas opiniões neste sentido terem circulado na mídia. O bólido texano seria um meteoro comum, vindo do espaço exterior, com velocidade muito grande e incompatível com os destroços dos satélites, que devem levar algum tempo para queimar na atmosfera.

Mais sobre o caso texano em breve. [vídeo via Glúon]

100nexos em mudança: ScienceBlogs.com.BR!

Nos próximos dias estaremos de mudança para uma das maiores redes de blogs sobre ciência no mundo: o Lablogatórios deve se transformar no ScienceBlogs.com.br!

O pessoal de apoio estará trabalhando para que todas as mudanças sejam automáticas – de redirecionamentos aos feeds – mas não deixem de já incluir o novo endereço do condomínio em seus favoritos:

http://scienceblogs.com.br/

Ainda não está online, e novos posts e comentários aqui no Lablog estarão bloqueados até o lançamento do Sb.com.br no próximo dia 17, terça-feira.

Nos vemos de novo por lá!

Darwin te Ama

Um homem barbudo que revelou quem somos, de onde viemos e cujas descobertas são essenciais para compreender e definir para onde iremos. Há duzentos anos, em 12 de fevereiro de 1809, nascia Charles Robert Darwin, cuja Teoria da Evolução se mostraria uma das mais poderosas idéias científicas já concebidas – quem somos, de onde viemos e para onde iremos são questões respondidas de forma ainda mais revolucionária porque o são no plural. Darwin descobriu que todos temos uma descendência comum, somos todos parentes, não apenas entre humanos, como entre todos os seres vivos.

Muito oba-oba simplesmente por uma “teoria”? Somos realmente macacos, viemos do puro acaso e iremos para um mundo sem deus onde tudo vale? Afinal, a banana é uma criação divina?

Comemorando o Dia de Darwin no Ano de Darwin, compilamos e resumimos algumas respostas e links variados para entender melhor como Darwin Te Ama.

Continue lendo: Darwin te Ama

Escorregador eletrizante

estatica

Imagem muito boa para não publicar. Explica-se: o atrito entre a roupa do garoto e o plástico do escorregador eletrizou o garoto. O mesmo que ocorre quando você esfrega um pente de plástico com lã e atrai pedaços de papel, ou quando arrasta os pés no carpete e dá um choque em alguém. O cabelo fica assim eriçado porque cada fio fica eletrizado com cargas de mesmo sinal, e como sabemos, elas se repelem.

O que me deu a idéia de criar uma espécie de gerador de Van der Graaf gigante, gigante mesmo, com um monte de crianças subindo e descendo em seu interior agindo como a correia carregando e transportando carga.

Não, eu não tenho filhos, e a idéia de um exército de pupilos andando como hamsters para alimentar uma arma elétrica mortífera gigante me é muito atraente. Mwahahaha.

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