Ciência para a Vida


Leve seu cérebro para se divertir

Leve seu cérebro para se divertir

Hoje fui a uma exposição da EMBRAPA aqui em Brasília chamada Ciência para a Vida. É, na verdade, uma apresentação da pesquisa desenvolvida pela EMBRAPA em tecnologias agropecuárias e meio ambiente. A exposição é daquelas muito bem elaboradas por arquitetos, cheia de efeitos de luz, uma chuva caindo do teto para falar de mudanças climáticas, gráficos feitos de arroz e soja, até uma vaca clonada! Tudo muito legal.

 

Além disso, a intenção da organização esse ano foi oferecer um espaço não só de descoberta científica, mas também uma oportunidade de entretenimento de excelente qualidade, com gastronomia, música de qualidade, teatro, tudo bem diversificado. Do lado de fora há uma grande feira com exposição de produtos agrícolas, órgãos ligados à agropecuária e vários livros. Claro que eu não saí de mãos abanando.

 

Mais uma vez a EMBRAPA demonstra sua capacidade invejável de levar a produção científica que realiza ao cidadão comum. As grandes universidades e centros de pesquisa deveriam se espelhar nesse talento de divulgação científica para projetar sua imagem com a mesma eficiência.

www.cienciaparavida.com.br

 

 

 

Tubarão lixa

tubarão lixa
Na minha lua-de-mel tiramos um dia para conhecer o aquário de Natal. Ali havia um tanque que permitia tocar em alguns tubarões lixa, uma espécie bastante dócil. Veja o resultado no link acima.

Que dia

07:00 – Cansei de brigar com meus lençóis por mais alguns minutos de sono. Desisto. Saio da cama e vou me aprontar. Escolho no armário minha roupa com mais cara de biólogo, uma calça cargo com uns 316 bolsos e uma camisa verde igualmente cheia de bolsos. Odeio acordar cedo, mas é por um bom motivo.
08:00 – Converso com alguns alunos, jovens e sorridentes. Se congratulam. Hoje dispensamos nossos alunos das aulas formais e fomos todos para a praça central de Tangará da Serra, cidade onde sou professor na Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT. Ao fundo vejo passando outros alunos com mesas, caixotes e microscópios indo e vindo como formiguinhas para barracas montadas na praça.
09:30 – Somos uns 100 professores e alunos da biologia espalhados em algumas barracas. Na praça transitam estudantes do ensino fundamental e cidadãos comuns de Tangará. Na barraca da botânica os biólogos distribuem mudas de pequizeiro, dissecam flores ao microscópio e mostram plantas desidratadas. Na genética mostram o que são mutantes de verdade. Nada de super poderes, apenas um par de olhinhos brancos. Na microbiologia pontinhos rosados através das oculares passam a ser chamados de bactérias. Na barraca que estou, mostramos a fauna de serpentes venenosas da região, alguns insetos e uma demonstração da forma e função dos dentes na alimentação de mamíferos.
10:00 – Faz 36° C e a umidade não está alta, mas ninguém arreda o pé. Entre um visitante e outro emissoras de tv e jornais impressos vêm nos fazer perguntas e gravar. Nunca me acostumei com minha imagem refletida nas objetivas de uma câmera de vídeo.
11:30 – Missão cumprida! Levamos o curso de Ciências Biológicas da UNEMAT, do interior das nossas salas de aula para o meio da praça. No dia do biólogo mostramos um pouco do nosso papel para a sociedade, pelo menos a tangaraense, fizemos jus ao sustento que eles nos dão com seus impostos.
O biólogo ainda sofre com a falta de reconhecimento. Nossa profissão precisa de momentos como este para mostrar a que veio. Me impressionou hoje o quão pouco o público geral sabe sobre a profissão do biólogo. Isso se reflete na forma como os pais lidam com a escolha de um filho pelo curso de biologia, na compreensão da ciência que fazemos e na preocupação com os recursos naturais. Ainda bem que o prazer de fazer biologia compensa tudo isso.