Brasil Ameaçado lista de posts

A série de posts “Brasil Ameaçado” foi criada em 2015 falando das espécies ameaçadas no país, segue a lista de posts para ficar mais fácil de encontrar cada um dos animais listados.

bessa

Arara Azul Pequena

Sapo Allobates brunneus

Bugio Marrom – Alouatta guariba

Lambari Astyanax eremus

Tartaruga Gigante

Peixe anual – Austrolebias cyaneus

Baleia Azul

Cuíca de colete

Jararaca de Alcatrazes

Muriqui

Tubarão dente liso

Preá – Cavia intermedia

Peixe canivete

Gritador

Rolinha Columbina cyanopsis

Mutum do sudoeste

Crenicichla cyclostoma

Lagarto Enyalius erythroceneus

Mero – Epinephelus itajara

Tartaruga de pente

Pássaro Formigueiro de Cabeça Negra

Tesourão Grande

Caburé de Pernambuco

Cardeal Amarelo

Bagrinho Heptapterus multiradiatus

Sapo Holoaden bradei

Cascudo Zebra

Bagre cavernícola

Rato candango

Lagartixa de Areia

Pato Mergulhão

Peixe Cachimbo

Phrynomedusa fimbriata

Maçarico Esquimó

Rato Noronhomys vespuccii

Sapo Proceratophrys sanctaritae

Sauím de Coleira

Tubarão Lagarto

Brasil Ameaçado – Tubarão Lagarto

O tubarão lagarto está extinto no Brasil, parte disso se deve ao fluxo de grandes navios. (Imagem: Elasmolab)

O tubarão lagarto é uma espécie considerada extinta no Brasil. Esse tubarão alimenta-se prioritariamente de crustáceos e habita águas de 10 a mais de 300 m. São fortemente dimórficos, sendo que os machos são esguios e as fêmeas mais pesadas; os machos também têm dentes maiores. Medem cerca de 70 cm, sendo uma espécie pequena de tubarão. O declínio dessa espécie foi atribuído a modificações das áreas reprodutivas devido ao tráfego naval. Dessa forma, preferir produtos nacionais a importados pode ser uma forma de estimular a economia do Brasil e ainda ajudar espécies em condições semelhantes à do tubarão lagarto.

Brasil Ameaçado – Sauím de Coleira

Este lindo primata está ameaçado pela fragmentação de nossa maior floresta. (Imagem: Udo Schröter)

O sauím de coleira é um pequeno primata que vive próximo à cidade de Manaus. Como é comum entre os primatas, rios servem de barreira geográfica e isolam populações. O sauím de coleira está isolado ao norte do Amazonas, leste do Negro e sul do Cuieiras. Uma espécie aparentada, Saguinus midas cerca o sauím de coleira e parece estar excluindo nosso personagem de hoje por competição. O sauím de coleira vive em grupos de cerca de dez indivíduos, apenas uma fêmea do grupo se reproduz e dá à luz dois filhotes no início e no fim do ano. Mesmo assim sua população vem declinando nos últimos anos, o que deixou essa espécie criticamente ameaçada de extinção. Isso se deve principalmente à fragmentação do habitat na periferia de Manaus. O controle de natalidade é uma saída para o crescimento populacional humano que ameaça essa espécie, assim como para a maioria das que apresentei nessa série.

Brasil Ameaçado – Proceratophrys sanctaritae

Esse sapo folha é vítima do uso irracional da água, mas também do chocolate. (Imagem: Rafael Abreu)

Esse sapo folha é vítima do uso irracional da água, mas também do chocolate. (Imagem: Rafael Abreu)

Essa espécie de sapo-folha habita a Serra do Timbó, Bahia. São sapos diurnos que vocalizam em coro nos dias chuvosos para atrair parceiras. Acasalam em poças rasas onde seus girinos irão se desenvolver. Vivem quase o tempo todo no chão do interior de matas densas. Habita a floresta tropical semi-decidua em altitudes de 800 a 900 m acima do nível do mar. A principal ameaça à espécie é o desenvolvimento de culturas como a banana e o cacau, que ocupam as matas onde esses animais vivem. Secundariamente, as nascentes da Serra do Timbó estão secando devido à exploração exagerada nas cidades que cercam a unidade de conservação. Dessa forma, usar água com mais consciência é uma medida simples e que pode ajudar espécies como esse sapo-folha.

Brasil Ameaçado – Noronhomys vespuccii

O personagem dessa semana está tão extinto que nem imagem dele sobrou. O rato Noronhomys vespuccii é o primeiro exemplo registrado de extinção de um animal devido às grandes navegações. A IUCN atribui inúmeras extinções a esse processo de colonização, mas poucos foram devidamente documentados como no caso desse roedor. O Rato de Noronha também seria o primeiro mamífero brasileiro extinto. Sua extinção é atribuída à introdução de um competidor voraz, o rato europeu, Rattus rattus. Paralelamente predadores introduzidos, como cães e gatos, e a caça aceleraram ainda mais o processo. Quase nada se sabe sobre a biologia dessa espécie. A única descrição deles vivos foi feita por Américo Vespúcio, que foi homenageado no nome desse roedor. Essa espécie mesmo já era, mas outras espécies nativas podem ser protegidas colocando um guizo na coleira do seu gato. Assim você o impede de atacar sorrateiramente um animal nativo.

Brasil Ameaçado – Maçarico esquimó

O maçarico esquimó foi tão mal recebido no Brasil que resolveu não voltar mais. (Imagem: Le Jeune)

Sabe aquele lugar que você visita uma vez e decide nunca mais voltar? O Brasil é um desses para o maçarico esquimó. Essa ave migratória vinha ao Brasil em especial São Paulo, Mato Grosso e Amazonas, mas, com a ocupação dos campos pela pecuária e a agricultura, o habitat que elas visitavam aqui deixou de existir e elas pararam de vir ao Brasil. Na verdade a população dessa espécie como um todo foi muito caçada na América do Norte e declinou bastante, mas muitas dessas aves seguem vivendo em outros lugares do mundo, embora não venham mais ao nosso país. Seu bico longo e curvo a ajuda a revirar o solo em busca de alimento. Por isso mesmo evitar a compactação do solo seria uma forma de preservar essa espécie.

Brasil ameaçado – Phrynomedusa fimbriata

Não, essa não é a perereca do Brasil ameaçado de hoje, é uma espécie do mesmo gênero porque P. fimbriata está extinta. (imagem: Hugo Klaessen/Wikipedia)

Essa pererequinha só é conhecida pelo seu holótipo. Foi descoberta em Santo André, região metropolitana de São Paulo, mas possivelmente ocorria em outras matas de altitude superior a mil metros desde o Paraná até o Rio de Janeiro. É um animal arborícola que se reproduzia em corredeiras da Mata Atlântica, fora isso não sabemos quase nada de sua vida já que há 80 anos nenhum exemplar é avistado apesar de intensas buscas já terem sido feitas. A expansão urbana desordenada de São Paulo provavelmente é a principal responsável por esta extinção. Para evitar que outras espécies tenham o mesmo destino é importante reservar áreas verdes dentro das grandes metrópoles.

Brasil ameaçado – Peixe cachimbo (Micrognathus erugatus)

Um peixe cachimbo raro brasileiro, sua empadinha de camarão custa a vida dele (Imagem: Herald & Dawson, 1974)

Um peixe cachimbo brasileiro raro, sua empadinha de camarão custa a vida dele (Imagem: Herald & Dawson, 1974)

Essa espécie de peixe cachimbo foi descrita a partir de um único exemplar e sua coleta tem sido difícil desde então. É um peixe de fundo aparentado aos cavalos marinhos, mas com o focinho curto e o corpo alongado. São micropredadores, alimentando-se de pequenos invertebrados que vivem no fundo do mar entre algas, rochas e na areia. Os machos guardam os ovos até a eclosão numa dobra de pele ventral, o que restringe o número de filhotes e ameaça as populações. Por viver sempre junto ao fundo, esses animais são ameaçados pela pesca de arrasto muito comum para a captura de camarões. Para ajudar a salvar os peixes cachimbos consuma camarões de criação em vez dos provenientes da pesca no mar.

Brasil ameaçado – Pato mergulhão

Pato mergulhão, um brasileiro ameaçado por suas exigências. (Imagem: Claudio Dias Timm)

O pato mergulhão (Mergus actosetaceus) necessita de riachos rápidos e cristalinos para viver. É um animal migrador e encontrar locais que atendam suas exigências é cada vez mais difícil. Eles alimentam-se de caramujos, peixes e larvas aquáticas de insetos e fazem ninhos nos ocos de árvores próximas aos rios onde se alimentam. Por isso, o desmatamento das margens dos rios e a poluição dos recursos hídricos tem contribuído para seu desaparecimento. Só restam cerca de 250 desses animais no Paraguai, Argentina e Brasil, onde vivem no Jalapão, Chapada dos Veadeiros e Serra da Canastra. É na Canastra que os melhores resultados têm sido obtidos para a recuperação dessa espécie graças à qualidade da água nas cabeceiras do São Francisco. Novamente, é importante que não desmatemos a beira dos córregos para ela filtrar a água da chuva que chega aos rios e para proporcionar local de nidificação para o pato mergulhão e outros animais.

Brasil ameaçado – Lagartixa de areia

Tem brasileiro ameaçado na praia: Liolaemus lutzae. (Imagem: Karina Marques/ arkive.org)

A lagartixa de areia (Liolaemus lutzae) é um pequeno réptil de uns 8 cm que habita dunas em restingas do Rio de Janeiro.  Ela se alimenta de insetos quando jovens e apenas quatro espécies de plantas da restinga que acumulam água quando adultas. Sua reprodução ocorre uma vez só na vida e cada casal produz apenas quatro ovos, o que torna o crescimento populacional dessa espécie muito lento. A crescente ocupação urbana do litoral brasileiro tem empurrado essa lagartixa para mais perto do abismo da extinção. Então, troque o terreno naquele loteamento novo à beira mar que você queria comprar por férias num hotel já construído há anos e ajude a preservar essa e outras espécies da restinga.