Técnico de Laboratório – Profissão Biólogo

Pensamento de Segunda

“Deve o cidadão, por um momento sequer, renunciar à sua consciência em favor do legislador.”

Henry David Thoreau

Pensamento de Segunda

“Pensamentos sem conteúdo são vazios; instituições sem conceitos são cegas… Somente a partir de sua união pode surgir a cognição.”

Immanuel Kant

Profissão Biólogo – Produção de mudas para reflorestamento

Fernanda Furlan, responsável pela produção de mudas da Ziani Florestal

Ir na contramão de todos no Mato Grosso e transformar áreas degradadas em florestas é profissão biólogo.

Ir na contramão de todos em Mato Grosso e transformar áreas degradadas em florestas é profissão biólogo.

Meu nome é Fernanda Furlan e sou botânica, trabalhando com produção de mudas exóticas e nativas em um viveiro e implantando as mudas produzidas em reflorestamento. Trabalho para a Ziani Mudas Florestais. Esse mercado até tem espaço para mais biólogos, mas é limitado e a competição com profissionais das engenharias agronômica e florestal dificulta muito nosso ingresso.

Para trabalhar nessa área é necessário entendimento sobre fisiologia, anatomia e taxonomia botânica. Principalmente relacionada à nutrição das plantas e adaptação a diferentes ambientes. Sou supervisora de produção de mudas e de campo. Oriento a melhor produção das mudas com indicações sobre substrato, adubação, luminosidade e umidade. Além de supervisionar a implantação das florestas. Minha carga horária semanal não é definida. No trabalho de campo devemos considerar as adversidades cotidianas, mas a dedicação varia de 40 a 60 horas. Trabalho em ambiente aberto e na zona rural.

Depois de formada em biologia, outras formações foram necessárias, mas nada ligado a mestrado e doutorado. É muito importante que o profissional continue reciclando seus conhecimentos e adquirindo novos também, nessa área há muita competição. Muitas disciplinas me agradaram na graduação. Não segui uma linha de pesquisa específica, o que contribuiu muito para o meu trabalho. Mas no trabalho uso todos os dias os conhecimentos que obtive nas matérias de Estatística, Botânica, Taxonomia, Fisiologia e Anatomia vegetal.

Ainda durante a graduação comecei com um estágio extracurricular junto com outros quatro estagiários de diferentes áreas de atuação. A intenção desse estágio era contratar um profissional. Acabei conseguindo essa vaga assim que me formei.

Contato com a natureza em campo é o que me motiva nessa profissão. Poder acompanhar o desenvolvimento das florestas contribuindo para a conservação dos biomas. Todo dia acontece algo diferente, nunca vivo uma rotina, afinal o ambiente não é controlado. Por outro lado, os desafios estão em conseguir sobressair mesmo com a concorrência de outros profissionais nesta área em busca da remuneração merecida.

Se você deseja obter um emprego como o meu, sugiro que busque um estágio na área e faça cursos e workshops sempre que possível. Busque realizar trabalhos científicos nesta área ainda durante a graduação e se aprimore em áreas paralelas como a engenharia agronômica e florestal. É importante não parar os estudos depois da graduação. A concorrência é muito alta, pois a área é muito promissora nos dias de hoje, o profissional deve sempre buscar meios de se destacar.

Pensamento de Segunda

“A natureza, por uma necessidade absoluta e incontrolável, determinou-nos para julgar, assim como para respirar e sentir.”

David Hume

O poder do nós também pode ser egoísta

Este post é parte do Blog Action Day

Este post é parte do Blog Action Day

A vida em sociedade é importante para muitas espécies, incluindo, e especialmente, nós humanos. Somos uma espécie altamente social, cuja vida depende muito de outros membros da nossa sociedade. Sempre me ocorre isso quando vejo esses filmes de catástrofes. Tente imaginar, por exemplo, sua vida sem o agricultor que planta trigo ou sem o técnico responsável por manter funcionando sua linha de provisão de energia elétrica. Vivemos numa sociedade com especialização dos trabalhos.

A união faz a força, mesmo que cada um esteja lá por interesse próprio.

A união faz a força, mesmo que cada um esteja lá por interesse próprio.

Recentemente voltou à tona uma discussão que se considerava havia muito enterrada num artigo na Nature. A pergunta que intriga é, por que dedicar os seus esforços para realizar uma atividade que não irá te trazer um benefício direto? Por que ser altruísta?

Biólogos até a década de 1960 sustentavam que a evolução privilegiava ações de indivíduos que agissem pelo bem da espécie. No entanto, uma análise mais detalhada demonstrou que esses comportamentos dificilmente se sustentariam se o indivíduo infligisse a si um prejuízo para beneficiar seus pares. O prejuízo auto-infligido se converteria numa punição evolutiva, menos filhos herdando o hábito de ajudar os outros. Já o benefício oferecido pelo altruísta se converteria em mais descendentes para aqueles que não fossem generosos, rapidamente diminuindo na população o hábito de ajudar a qualquer preço.

Um ato altruísta tende a ser retribuído

Um ato altruísta tende a ser retribuído

No início do mês um pedreiro de Catalão, Goiás, encontrou uma pasta com 50 mil reais. Ele levaria 2 anos para ganhar esse valor, mas não teve dúvida, devolveu o dinheiro aos donos. Se a evolução privilegia o egoísmo, por que é que não vivemos numa sociedade de aproveitadores perversos? Por que é que vemos rotineiramente atos de generosidade como esse?

Acredita-se que a resposta esteja em benefícios indiretos. O ato altruísta pode gerar um prejuízo a quem o realiza de imediato, mas, se no futuro ele resultar em benefício, já se justificará. Esse benefício pode vir na forma de reciprocidade. A escola dona dos 50 mil encontrados pelo pedreiro lhe ofereceu em retribuição uma bolsa para o filho, estimo isso em uns 12 mil reais por ano, mais do que o dinheiro devolvido se o menino cursar do 5º ao 9º ano ali.

Mas e essas generosidades cujo receptor nunca fica sabendo quem o beneficiou? Receptores de sangue nunca ficam sabendo quem o doou. Como retribuir o favor? Muitas vezes quem retribui o favor, nesse caso, são os outros. Aqui na UNEMAT doador de sangue ganha isenção nas taxas de todos os concursos estaduais. Num experimento, pessoas identificadas como generosas receberam mais ajuda de estranhos do que pessoas sem essa característica. É o que chamamos de reciprocidade indireta.

Recentemente alguns pesquisadores têm tentado trazer de volta a seleção de grupo. Eles sugerem que dentro de um grupo de generosos, um egoísta seria privilegiado. No entanto, quando grupos são postos a competir, os mais generosos tendem a se dar melhor. Por isso os autores chamaram esse processo de seleção multinível, embora ela represente basicamente a seleção de grupo.

O problema é que esse conceito não contribui em nada mais do que a seleção sobre o indivíduo. Sim, grupos mais coesos superarão competitivamente os mais egoístas. Mas isso porque os indivíduos desses grupos se darão melhor. A unidade de atuação da seleção natural continua sendo o indivíduo e não o grupo.

Um por todos e todos por um, uma hora chega a sua vez de ser ajudado.

Um por todos e todos por um, uma hora chega a sua vez de ser ajudado.

A ressurreição da seleção de grupo reanimou a esperança numa natureza intrinsecamente altruísta1,2 e 3, especialmente em espécies sociais como a nossa. De fato, só a ação sinérgica de muitos indivíduos seria capaz de nos dar um poder maior do que a soma de cada um. No entanto, esse processo pode sim ser guiado por interesses pessoais e ainda assim trazer um benefício geral. Não é necessário que haja um altruísmo desprendido e cego, até evolutivamente perigoso, para que vivamos em uma sociedade forte e generosa.

Pensamento de Segunda

“É necessário que ao menos uma vez na vida você duvide, tanto quanto possível, de todas as coisas.”

René Descartes

Profissão Biólogo – Jogos biológicos

Pensamento de Segunda

“A melhor prova é a experiência.”

Francis Bacon