Ciência cotidiana 3 – Por que a pipoca estoura?

Uma cápsula de metal recheada com pólvora e um pavio. Algo tão simples já tirou a vida de milhares de pessoas na história da humanidade. A reação causada pelo fogo no explosivo gera uma expansão rapidíssima do conteúdo da cápsula, que retém a pressão o quanto dá. De repente ela não suporta mais e se estilhaça lançando cacos em alta velocidade para todos os lados. Aí está uma bomba. Troque o metal da cápsula por papel e acrescente alumínio ou ferro à pólvora para as faíscas ficarem brilhantes e vira fogos de artifício.

Curioso, o mesmo processo é o que leva a pipoca a estourar. A semente do milho é rica em água. Água aquecida vira vapor que, por ser mais quente, é também menos denso e mais volumoso. O vapor de água na semente de milho se expande e começa a fazer pressão para sair. Bem, mas a maioria dos alimentos tem água em seu interior e nem por isso sai explodindo por aí. O que o milho tem de diferente é o fato de ser uma semente. Toda semente é recoberta por um tegumento, uma camada de tecido vegetal resistente e impermeável. O tegumento funciona na semente de milho como a cápsula funciona numa bomba, ele irá reter a expansão do vapor de água até que não resista mais e exploda.

E se esse tegumento estiver rachado ou perfurado? Daí o vapor escapa e o milho não explode. Os famosos (e inconvenientes) piruás. Para os que gostam, segue o link para um ensaio muito sensível do Rubem Alves sobre a vida, o milho e o piruá. (http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp)

Discussão - 1 comentário

  1. Igor Santos disse:

    Ótimo!
    Só uma coisa para complementar: http://www.youtube.com/watch?v=CXDstfD9eJ0

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