Brasil Ameaçado – Alouatta guariba

O bugio marrom caminha a passos largos para o desaparecimento. (Foto: wikipedia.org)

O bugio marrom, Alouatta guariba é mais um brasileiro ameaçado de extinção, em especial a subespécie A. guariba guariba, restrita ao norte do Rio Jequitinhonha. Algumas estimativas apontam apenas 250 indivíduos, o que geneticamente já pode ser um beco sem saída para eles devido à falta de diversidade. Esse rápido processo pode se dever à intervenção humana, através da caça e desmatamento, mas pode ter influência natural, por meio da competição e talvez hibridação com Alouatta caraya, com quem tem convive. Como outras espécies de bugio, estes vocalizam de forma ruidosa para defender seu território quando dois grupos se encontram. Também são dimórficos, com os machos em geral mais escuros que as fêmeas. Acredite, você pode ajudar esses macacos. Uma das principais culturas que são plantadas em áreas onde esse animal vive são os eucaliptais para produção de celulose. Como os bugios não conseguem viver nos eucaliptais, quanto mais eucalipto for plantado, menos bugios. Portanto, reduza o consumo de papel, reutilize folhas impressas e evite impressões desnecessárias.

Brasil ameaçado – Allobates brunneus

Allobates brunneus: poucos filhotes e futuro incerto (Foto: Albertina Lima/ppbio.inpa.gov.br)

O animal ameaçado dessa semana é o anuro Allobates brunneus. Esse animal criticamente ameaçado ocorre no norte e centro-oeste brasileiro, incluindo aqui em Mato Grosso. Apesar das fêmeas serem ligeiramente maiores que os machos (esse animal não passa de 2 cm), eles possuem uma cabeça mais larga, o que permite a produção de um canto grave, mais atraente para as fêmeas. Os machos cantam de dia, mas apenas na estação chuvosa. A reprodução nesses anfíbios é bem peculiar, ao invés de depositar ovos na água, os machos enrolam a desova numa folha no chão da mata ou os coloca numa folha na vegetação. Ali os ovos começarão a se desenvolver, em dado momento o macho recolhe esses ovos e os leva até uma poça para terminar o crescimento. Com toda essa dedicação, fica impossível ao pai produzir muitos filhotes, o que deixa a espécie ainda mais vulnerável. Muitas espécies ameaçadas partilham esse padrão de ter poucos filhotes e cuidar bem deles, o que os ecólogos chamam de estratégia K. As principais ameaças a esses sapinhos são a destruição de habitat para implantação de lavouras e pastos, a construção de hidrelétricas e a extração de madeira. Outro problema afeta essa espécie, a fragmentação das populações. Uma população isolada às Margens do Rio Manso (MT) foi extinta com a construção de sua barragem, outra população encontra-se isolada no norte do Pará, Amapá e nas Guianas. Para escutar seu canto clique aqui. Já para ajudar esse sapinho, recuse móveis e madeiras em geral sem comprovação de origem legal.

Brasil Ameaçado – Arara azul pequena

Começa hoje no Ciência à Bessa uma nova série de posts sobre a nova lista de espéceis ameaçadas da fauna brasileira: O Brasil Ameaçado. A lista foi publicada pelo ICMBio no final de dezembro do ano passado e teve diversas mudanças desde sua edição anterior.

Reconstrução digital de como deviam ser essas araras brasileiras, hoje provavelmente extintas. (Foto: wikipedia)

A Anodorhynchus glaucus é nosso primeiro personagem da série. Por não ser avistada na natureza há mais de 80 anos essa espécie é considerada extinta, sendo que não existem exemplares em cativeiro, os últimos morreram até 1936 no zoológico de Buenos Aires. Ela habitava o sul do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, mas ao que tudo indica sua população já estava em declínio desde o século retrasado. É possível que a caça e tráfico, além da destruição de seu habitat, tenham influenciado seu desaparecimento. Ela deve seu nome popular à cor azul-esverdeada e ao tamanho (65 cm), dez centímetros menor que a arara Canindé (amarela e azul). Para ajudar outras aves como esta, não compre animais silvestres.