Brasil Ameaçado – Epinephelus itajara

Sem ressentimentos. Um quase me matou, mas advogo em sua defesa (Imagem: Wikipedia/Albert Kok)

Era dia de tomar o voo de volta e eu decidi fazer um último mergulho de snorkel na praia próxima ao hotel em Fernando de Noronha. Já estava nadando de volta quando vi lá no fundo um vulto muito grande nadando para dentro de uma toca. Puxei o ar, afundei, agarrei-me à boca da toca e puxei o corpo para dentro. Sem saber eu havia encurralado lá dentro nosso brasileiro ameaçado dessa semana, um mero. Sem ter para onde fugir o enorme peixe disparou por cima de mim me acertando em cheio no peito. A pancada me fez cuspir o ar que tinha guardado nos pulmões a uns 4 m de profundidade. Pensei que fosse me afogar. Não faço ideia do tamanho desse mero, qualquer estimativa seria proporcional ao medo que eu passei, mas alguns animais passam dos 300 kg. Eles habitam parcéis, naufrágios e plataformas onde se entocam. Seu grande tamanho, comportamento curioso em relação ao homem e ciclo de vida lento fazem com que a pesca exerça forte pressão no declínio populacional dos meros. Uma forma de proteger os meros é não praticar a caça submarina nem consumir os produtos de caça ilegal. A pesca do mero no Brasil é proibida por lei.