Tudo em um ano 10- mitocôndrias

Já é o sétimo dia do penúltimo mês do nosso ano universal e apenas agora surge uma das grandes transições na história evolutiva. Células maiores quimiossintetizantes aparentemente capturaram e “escravizaram” bactérias capazes de usar a energia oxidante do gás do nosso último evento e as fizeram trabalhar para si dando origem às organelas que hoje chamamos de mitocôndrias. Escravizar é um termo propositalmente forçado aqui, bactérias como as mitocôndrias provavelmente eram alimento de células maiores àquele tempo, entre virar comida e receberem um ambiente adequado, glicose e o oxigênio vital em troca de algum ATP, uma molécula energética, até que não foi mau escambo.

mitocondria

O que não mata engorda

Fonte: abrimus.blogspot.com

 

Uma evidência da origem bacteriana das mitocôndrias está na dupla membrana celular que a envolve, imagine que no momento da fagocitose a membrana da bactéria teria sido envolvida pela membrana de um lisossomo que a iria digerir. Outra evidência é a presença de um DNA circular codificante no interior da mitocôndria, parte desse DNA ainda produz enzimas usadas na mitocôndria, mas outra parte foi sequestrada transferida para o núcleo da célula hospedeira. Buscas de parentesco usando dados deste DNA foram até mesmo capazes de apontar, entre as bactérias modernas, qual seria a parente mais próxima das mitocôndrias, título conferido a bactérias causadoras do tifo do gênero Rickettsia.

A importâncea de possuir uma organela que fizesse a célula sobreviver ao oxigênio e ainda se aproveitar dele trouxe tantas vantagens que não existe um único eucarioto que não tenha ou não haja possuído algum dia mitocôndrias em seu citoplasma. Outra vez, uma datação precisa da origem das mitocôndrias é controversa, mas acredita-se que ela tenha ocorrido ainda antes da evolução de um núcleo, nosso próximo evento daqui a 400 milhões de anos ou 11 dias.