O show acabou, mas a Ciência continua

Ontem encerramos a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia aqui em Cuiabá. Foi muito legal, um saguão forrado de brinquedos com princípios físicos como um simulador de gravidade zero, um gerador Van der Graaff, brinquedos usando o conceito de inércia, de momento, onda, três planetários, um cinema 3D que levava a passear por dentro do corpo humano.

cienciaemshow

Entre as atrações que foram trazidas aqui tivemos a presença dos meninos do Ciência em Show, quadro apresentado no programa da Eliana no SBT em uma versão de palco. Fiquei pasmo! Nem em meus sonhos mais alucinantes imaginava ver uma multidão tão grande bradando coisas como “Viva a Ciência”, “A Ciência continua” ou aplaudindo entusiasticamente ao pedido de “Palmas para a Ciência”. Os caras são divertidos, fazem o público grudar os olhos neles e têm uma projeção muito bacana na mídia. Mais interessante de tudo, tiveram no palco da SNCT a medida certa entre entretenimento e informação para a faixa etária que estava diante deles. Aproveitei a oportunidade para conversar com eles, mas dessa vez não consegui fazer no formato de uma entrevista graças a um tilt tecnológico que deu cabo do arquivo da filmagem.

O Ciência em show surgiu de uma adaptação do projeto Show de Física da USP para uma versão televisiva, quem coordena este projeto hoje é o Prof. Fuad Daher Saad. Segundo o Wilson, o cabeludinho com camiseta de interrogação, o Ciência em Show não visa necessariamente ensinar física, mas instigar a curiosidade e o interesse pela Ciência. O Daniel, aquele de óculos e casaca de detetive azul, reafirmou como é fácil se despir da terminologia técnica das Ciências para passar conceitos científicos e lembrou que mentes inquietas e interessadas procuram as explicações nos livros e na internet, não é necessário esgotar uma explicação complicada na TV para se divulgar a Ciência. Pouco antes e logo depois de todos os shows os três saiam dos camarins acompanhados de sua equipe técnica para tirar fotos, distribuir autógrafos e conversar com o público. E era um belo público, viu. Assisti a dois shows e estimo que cada um deveria ter umas 300 pessoas, acho que no total foram 10 apresentações. O Gerson, o de óculos engraçados e camiseta com um desenho dele mesmo, era o mais assediado e contou sobre o valor que as pessoas passam a dar aos cientistas com o sucesso que alguns deles levam à televisão. Ainda assim não deixaram de interagir com a platéia, sendo sempre muito atenciosos com todos.

Fiquei feliz de saber que o Mato Grosso teve a oportunidade de receber tantas atrações na SNCT e de ter visto em ação esses cientistas malucos da televisão, me dá uma pontinha de esperança que naquelas 600 pessoas que vi em êstase com o show deles, alguma venha a se tornar um cientista. E não é isso que a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia significa? Uma coisa é certa, se o Bessa de 20 anos atrás tivesse conhecido esses caras seria um fã de carteirinha!