Eu gostaria de relatar uma descoberta feita por minha colega do sexo feminino (aqui identificada como “F”) que trabalha comigo (”M”). Eu sou homem.
M ronca. Suas enormes e espasmódicas ondas sonoras até mesmo pessoas em outros dormitórios. O ronco é um efeito colateral da apnéia do sono, uma disfunção caracterizada por pausas na respiração de quem dorme.
M parava de respirar por intervalos de tempo tão grandes que F ficava disposta a chamar uma ambulância. Entre os roncos e o medo de acordar ao lado de um cadáver, F dormia muito pouco.
Ela tentou chacoalhar M, o que servia apenas para acordá-lo e irritá-lo. Ela tentou fazer cócegas em suas costelas e sovacos, mas de nada adiantou. Os roncos e a apnéia continuavam e o sono permanecia impossível.
Então, em um momento de inspiração, ela recorreu ao “nexus” de M. Ela fez cócegas em seus testículos. Sucesso! Seguiu-se um suave e abençoado silêncio. O ronco cessou, ou a apnéia do sono desapareceu, vez após outra e sem falhas. F descobriu um tratamento confiável, do tipo “mãos à obra” para o tratamento dos distúrbios do sono dos machos.
“Por dentro da Ciência” do Instituto Americano de Física (20/10/08)
Inside Science News Briefs
20 de outubro de 2008
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Precisa-se de Girinos
O que acontece com o ecossistema de uma corrente quando todos os sapos morrem e não há mais girinos (sapos bebês) nadando pela água? Um fungo letal que vem dizimando as populações de anfíbios pelo mundo deu aos pesquisadores da Universidade da Geórgia uma infeliz oportunidade de responder esta questão e eles descobriram que os girinos dempenham um papel chave em manter produtivas as algas na base da cadeia alimentar. Sem as algas coisas ruins acontecem, descobriram eles. “Muitas coisas que vivem na corrente dependem das algas como fonte básica de alimentação”, declarou Scott Connelly, um estudante de doutorado em ecologia, cuja pesquisa foi publicada em Ecosystems. “E nós descobrimos que o sistema é mais produtivo quando os girinos estão lá”. A pesquisa revela a interconexão dos sistemas ecológicos e como até mudanças aparentemente triviais podem causar um efeito em cascata pelos sistemas. Em 2003, Connelly e uma equipe de pesquisadores começaram a estudar locais em duas correntes no Panamá. Um dos locais já tinha sofrido uma catastrófica perda de sapos, devida a uma invasão dos fungos quitrídicos. Os sapos na outra corrente estavam saudáveis, mas estavam no caminho da epidemia de fungos.
Experiências nos dois locais indicaram que, através de uma série de interações, as correntes sem girinos nadando nelas tinham um aumento de 150% nos sedimentos, o que bloqueava a luz solar necessária para o crescimento das algas. Em 2004 os fungos atacaram pesadamente a população de sapos saudáveis e, quando o morticínio começou, as mudanças na corrente foram ainda maiores do que os cientistas esperavam. As populações de outras criaturas que dependiam das algas diminuiu, tal como as populações que dependiam dos sapos — tal como as cobras. “Nós havíamos previsto a direção das mudanças, porém subestimamos sua magnitude”, declarou a ecóloga Catherine Pringle. “Uma vez que os sapos morrem, é como se um incrível silêncio descesse sobre toda a área. É uma coisa esquisita”. Os cientistas podem salvar um sapo infectado com o fungo, porém não encontraram um fungicida que possa funcionar para todo um leito d’água.
O Alarme das Estalagmites
No início de dezembro de 1990, escolas e estabelecmentos comerciais nos quatro estados próximos à região de New Madrid no Missouri fecharam suas portas com medo, depois que Iben Browning, um biólogo aposentado, predisse que havia uma chance de meio-a-meio de acontecer um terremoto de magnitude 6,5 na região da Falha de New Madrid. Ele baseou suas previsões em forças de maré — o alinhamento da Terra, da Lua e do Sol. O tal terremoto não aconteceu, mas o medo tinha suas bases na história da região. Quatro fortes terremotos atingiram a área entre 1811 e 1812. Um dos tremores, de magnitude 8,0, fez o Rio Mississippi reverter seu curso temporariamente, conforme os relatos. Terremotos de magnitude entre 2,0 e 5,0 são comuns na área. Agora, pesquisadores que trabalham com o Serviço Geológico do Estado de Illinois e a Universidade de Illinois descobriram uma maneira inesperada, não só de traçar a história dos terremotos no que é conhecida como a Zona Sísmica de New Madrid (NMSZ), mas, talvez, predizer quando o próximo “dos grandes” vai atacar. Keith Hackley, um geoquímico de isótopos na equipe de pesquisa geológica, disse que, por causa da grande quantidade de sedimentos que cobrem a NMSZ, traçar seus movimentos passados é uma tarefa difícil. Caracteristicamente, as falhas só podem ser encontradas através da busca por raros “vulcões de areia” e “características de liquefação”, pequenos montes de areia líquidificada que jorram para a superfície através de fraturas durante os terremotos. Ocorreu aos pesquisadores que as estalagmites que se erguem do chão das cavernas encontradas na região, poderiam ter a chave para o histórico de terremotos da NMSZ. Usando técnicas de datação nas estalagmites de duas cavernas no Sudoeste do Illinois, os pesquisadores descobriram que algumas delas começaram a se formar exatamente na época dos terremotos de 1811-12. As estalagmites se formam quando a água se infiltra através de fendas no teto de uma caverna e pinga no chão, formando um pilar de carbonato de cálcio. Quando grandes terremotos ocorrem, velhas rachaduras podem ser seladas e outras novas serem abertas, levando à formação de novas estalagmites. Perfurando as estalagmites, os pesquisadores encontraram indícios de sete terremotos históricos que datam de até 18.000 atrás. Usando as estalagmites para preencher o históricos dos terremotos, os pesquisadores esperam descobrir se existe mesmo um padrão regular na ocorrência de grandes terremotos na Zona, um padrão que possa prever futuros tremores.
A Pista de Dança dos Dinossauros
No meio de uma região desértica como o Sahara que existiu há 190 milhões de anos atrás no que agora é o Sudoeste dos EUA, havia um olho d’água que, aparentemente, era muito popular entre vários dinossauros. Geólogos da Universidade de Utah identificaram ao menos um milhar de pegadas de dinossauros — e talvez mais outro milhar — em uma área selvagem dentro do Monumento Nacional de Vermillion Cliffs (Penhascos Vermelhos) na fronteira entre o Arizona e Utah. O sítio com cerca de 1.350 m², chamado tanto de “superfície pisoteada”, como de “pista de dança dos dinossauros” pelos geólogos que trabalham no local, era conhecida há algum tempo, porém aqueles que tinham visto o local remoto pensavam que as pegadas eram apenas marcas formadas pela erosão. Marjorie Chan, catedrática de geologia e geofísica na Universidade de Utah, visitou o local pela primeira vez em 2005 com um patrulheiro do Serviço de Patrimônio Público que ficou curioso a respeito dos buracos. Chan, a princípio, os identificou como meros buracos (do tipo causado por erosão), mas a grande concentração deles em apenas uma área era inconsistente com o que se poderia esperar da erosão pelos fatores climáticos. Em 2006, seu colega Winston Seiler visitou o local e, “depois de perambular por cinco minutos, eu percebi que eram pegadas de dinossauros”. Acredita-se que a área era um olho d’água, talvez um de uma rede de olhos d’água, na vasta área desértica que cobriu a região no início da Era Jurássica. Seiler disse que as trilhas indicam que, pelo menos, quatro espécies de dinossauros usaram esse olho d’água, adultos e filhotes. “O diferente tamanho das pegadas [entre 2,5cm até meio metro] pode estar mostrando as mães passeando com seus filhos”, declarou ele. Os pesquisadores também encontraram o que eles acreditam ser marcas deixadas pelas caudas arrastadas pelos dinossauros. “Era um local que atraía multidões, assim como se fosse uma pista de dança”, disse Chan. A pesquisa será divulgada na publicação internacional de paleontologia Palaios.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
Mais um pouquinho sobre “Bad Science Blogging”
Um dado particularmente sinistro é:
O World Food Programme (WFP) calculou que o preço do milho, na Etiópia, aumentou 100% e o trigo, 40% desde o fim do ano passado, e os preços tendem a subir mais ainda.
Junte isto com a constatação nos Editoriais do New York Times, também de hoje, sob o título “Colheitando dinheiro em um Mundo Faminto, de que:
Mais de um quinto da safra americana de milho está, agora, destinada ao etanol. Para encurtar a história: a era da comida barata, tal como a era da gasolina barata, pode estar quase no fim.
E, aí, você percebe todo o cinismo arrogante por trás da afirmativa: “pode deixar o ar condicionado ligado…”
Claro que pode! Seu “rastro de carbono” não aumenta grande coisa… e se meia dúzia de etíopes morrem de fome para encher o tanque de sua SUV, melhor ainda: menos impostos para o governo americano para financiar a alimentação dessa “gentalha”…
E esta pústula do Tierney ainda posa como “jornalista de ciências”… E o pior: tem gente que vai ler essas “pérolas” e vai acreditar… Afinal, “deu no New York Times”…
Bad science blogging!….
Entre as “pérolas”, eu destaco duas que são de um cinismo e uma falta de “semancol” impressionantes:
2. O ar-condicionado “matador do planeta” de seu carro. Não importa o quanto você esteja preocupado com o seu rastro-de-carbono, você não tem que derreter de suar na rodovia para a praia. Depois de realizar testes [de consumo] a 65 mph, os “experts” da “edmunds.com” relatam que o arrasto aerodinâmico causado por dirigir com as janelas abertas cancela toda a economia de combustível que você faz, desligando seu ar-condicionado.
(…)
5. As sacolas plásticas do mal. Acreditem na Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA): sacolas de papel não são melhores para o meio ambiente do que sacolas de plástico. Se mostra qualquer coisa, os indícios sobre o ciclo de vida favorecem as sacolas de plástico. Elas requerem muito menos energia – e emissões de gases de efeito-estufa – para serem manufaturadas, distribuídas e recicladas. Elas geram menos poluição do ar e das águas. E ocupam menos espaço em aterros sanitários.
Brilhante, não é?…
O primeiro problema não são os “pantagruéis-da-goela-seca”, conhecidos como SUV (“Sports Utility Vehicles”), tão queridinhos dos americanos… É o ar-condicionado… Numa porcaria de veículo que faz menos de dez km/litro (e o estudo foi feito em uma média de velocidade de cerca de 100 km/h – não em um engarrafamento daqueles onde o motor funciona somente para manter o ar-condicionado ligado), fingir que o “vilão” é o ar-condicionado só pode ser mau-caratismo…
E, no segundo caso, para começo de conversa eu duvi-de-ó-dó dos dados da EPA. (Não seria a primeira vez que uma Agência Reguladora americana mentiria descaradamente, neste governo de mentirosos que está no poder nos EUA…). Ainda mais quando o dado se baseia no “ciclo de vida” de uma bendita sacola… O papel é uma solução porca, mas, pelo menos, é muito mais biodegradável do que o plástico. A “reciclagem” mencionada insinua que todas as benditas sacolas (sejam de papel ou plástico) são recicladas… Estão querendo tampar o Sol com uma peneira furada… E o que realmente quer dizer “ocupam menos lugar nos aterros sanitários”?… Eu realmente gostaria de poder analisar detalhadamente esta “pesquisa” da EPA, porque simplesmente não consigo acreditar em uma única palavra do que o Tierney diz que eles dizem…
E um canalha desses ganha muitos milhares de dólares para escrever essas sandices em um dos jornais mais prestigiosos do mundo!…
Resta saber de quem…
Mãos à obra contra a apnéia do sono
A notícia que eu vou traduzir, me chamou a atenção porque eu sofro de apnéia do sono e, caso a notícia estranha se prove de algum fundamento, vale bem a pena prosseguir nos estudos:
Abordagem tipo “mãos à obra” para os distúrbios de sono nos machos.
16 de julho de 2008
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E pensar que existem tantas senhoras que reclamam tanto dos roncos de seus maridos, como do salutar e agradável hábito de coçar o saco…
Para quebrar o marasmo:
Melancia pode ter um efeito-Viagra. Ingredientes nas melancias podem causar vaso-dilatação e aumentar a libido, declarou o Dr. Bihmu Patil, diretor do Centro de Aperfeiçoamento de Frutas e Legumes da Texas A&M em College Station. Além disso, as melancias são boas para melhorar as funções cardíacas, o sistema imune e podem auxiliar pessoas com obesidade e diabetes tipo 2.
A inusitada história de vida de um camaleão. Uma nova história de vida foi descoberta (por Karsten e Laza Andriamandimbiarisoa do Département de Biologie Animale, Université d’Antananarivo em Madagascar) entre as 28.300 espécies de tetrápodes conhecidas. Um camaleão do árido Sudoeste de Madagascar leva três quartos de sua vida em um ovo. Mais estranho ainda, após o choco, a sua vida é de meros 4 a 5 meses. Nenhum outro animal de 4 patas tem uma tal taxa de crescimento e uma vida tão curta.
Físicos criam um “Átomo de Bohr” do tamanho de um milímetro. Perto de um século depois que o físico Niels Bohr sugeriu seu modelo planetário de átomo de hidrogênio, uma equipe de físicos liderada pela Universidade Rice, criou átomos gigantes, de um milímetro de tamanho, que se parecem mais com o modelo de Bohr do que qualquer outro criado até agora. A pesquisa está na edição “on-line” da “Physical Review Letters”. A equipe usou lasers e campos elétricos para levar átomos de Potássio a uma configuração específica com um elétron puntual “localizado” em uma órbita distante do núcleo.
Conseguir notas máximas em matérias científicas é mais difícil. Alunos que estudam matérias relacionadas com ciência e tecnologia, tais como matemática, física e química, encontram muito mais dificuldades em obter notas máximas do que outros com igual capacidade que estudam matérias tais como comunicação e psicologia, é o que prova um novo relatório da Universidade Durham.
O mecanismo e a função do humor identificados por uma nova teoria evolucionária evolutiva¹. A teoria do reconhecimento de padrões do humor é uma nova explicação evolucionária evolutiva e cognitiva de como e por que alguém acha algo engraçado. Ela explica que o humor ocorre quando o cérebro reconhece um padrão surpreendente. Ela também identifica implicações do reconhecimento de padrões no desenvolvimento cognitivo infantil, no de outras espécies e na inteligência artificial, e propõe que o humor é uma das forças preponderantes no desenvolvimento das capacidades peculiares de percepção e intelectuais da humanidade. (Livro: A Teoria do Reconhecimento de Padrões no Humor, Editora Pyrric House, a ser publicado em outubro do corrente ano)
Os perigos do excesso de confiança. Superestimar as próprias habilidades pode trazer graves conseqüências. O banqueiro de investimento super-confiante pode perder milhões em um “negócio da China”, ou um motorista que bebeu “uma a mais” pode insistir em chegar em casa dirigindo. A pesquisa, até hoje, sustentava essa idéia, mas dependia demais da honestidade dos participantes em dar uma idéia exata de sua própria confiança.
Porém, Pascal Mamassian, do CNRS e da Universidade Descartes de Paris, acredita ter encontrado um meio de driblar essa dificuldade. Ele empregou uma tarefa mecânico-visual para revelar a presença de super-confiança. Por causa da natureza objetiva da tarefa, Mamassian sugere que “a super-confiança não está limitada ao reino das crenças subjetivas, mas, ao contrário, parece refletir uma característica genérica do processo humano de tomada de decisões”.
A “Cluster” ouve os sons da Terra. A primeira coisa que uma raça alienígena provavelmente ouvirá da Terra são pios e assovios, parecidos com os do robo R2D2 do filme “Star Wars”. Na verdade, esses são os sons que acompanham a aurora. Agora a missão “Cluster” da Agência Espacial Européia está ajudando os cientistas a entender essas emissões e, no futuro, procurar por mundos alienígenas por meio da escuta dos sons por eles produzidos.
¹ Atendendo à correção proposta por Maria Guimarães.
Falando em pseudo-ciência…
Senão, vejamos esta notícia, originária da BBC-Brasil, reproduzida n'”O Globo” de hoje:
BBC
Dieta medieval era ‘mais saudável’, diz estudo
Publicada em 18/12/2007 às 09h21m
BBC
LONDRES – Um estudo realizado por um médico britânico sugere que a dieta das pessoas que viveram durante a Idade Média era mais saudável que a atual. Segundo a pesquisa, realizada na região rural de Shropshire, no leste da Inglaterra, a dieta medieval, menos gordurosa, rica em verduras e com menos açúcar, era mais saudável para o coração que os alimentos processados e gordurosos consumidos nos dias de hoje.
“A dieta, combinada com o volume de trabalho, fazia o homem medieval sofrer menos risco de doenças cardíacas e diabetes que hoje em dia”, afirma o médico Roger Henderson, responsável pela pesquisa.
Segundo o estudo, um camponês medieval comia em média dois pães, 220 gramas de carne ou peixe e quase dois litros de cerveja por dia, o equivalente a cerca de 3,5 a quatro mil calorias. Além disso, a jornada diária de trabalho era de 12 horas, em média.
A Idade Média é definido por historiadores como o período entre 476 e 1453, que segue a Antigüidade e precede a Era Moderna. [a notícia vai adiante…]
É claro que o “bom doutor” se lembra de que “a vida dos camponeses medievais era mais difícil e a expectativa de vida era menor por causa das doenças e epidemias que assolaram o período”. E ainda menciona: “Naquela época, se alguém passasse dos 30 anos estava bom, mais de 40 já estava bem velho”. O que ele parece que não sabe é por que as especiarias tinham tanto valor na Europa: para esconder o cheiro e o gosto de podre dos alimentos…
Evidentemente, não há grandes estatísticas sobre a incidência de diabetes e doenças cardiovasculares na Idade Média… Ele tira conclusões sobre o que deveria acontecer na Idade Média com base nos atuais dados de nutricionismo.
Só resta saber se o “bom doutor” se lembrou que o diabetes e as doenças cardiovasculares costumam “atacar” depois dos 40 os homens modernos e, como ele não tem um “grupo de controle” na época medieval, suas conclusões são mera especulação…
Enquanto isso o gordo cardiopata, com episódios de diabetes eventuais, aqui olha bestificado para a “sapiência” dos modernos Esculápios e dá graças a Deus que a cirurgia não depende dos médicos para progredir… A tecnologia atual nasceu sempre fora da “medicina”…
Eu, sinceramente, gostaria de saber o que mais os médicos aprendem nas Faculdades, além de escrever de modo ilegível e em “marciano hierático”…
A curar, certamente não é… Isso fica por conta dos bioquímicos e cirurgiões…
Errando nas contas
University of Chicago Press Journals
Quando 2 + 2 não é igual a 4: Como os consumidores erram nos cálculos dos preços de vendas
Responda rápido: Você está passando pela vitrine de uma loja e vê um cartaz onde se lê: “desconto de 20% sobre o preço original, mais um desconto adiconal de 25% sobre o preço com desconto”, Agora, me diga: de quanto é o desconto total? Os consumidores freqüentemente pensam, erradamente, que o desconto é de 45% sobre o preço original, quando, de fato, o desconto real é de 40%. Um novo estudo que provoca reflexão e vai aparecer na edição de outubro do Journal of Consumer Research (Jornal de Pesquisa do Consumidor), explora o motivo pelo qual os consumidores freqüentemente pensam que um duplo desconto é melhor do que um desconto único da mesma magnitude total.
“Os varejistas freqüentemente usam a estratégia dos duplos descontos para suas promoções normais ou para induzir os consumidores a adquirir um cartão de crédito da loja. Tais erros de julgamento sobre o efeito líquido total dos descontos sobre descontos (…) têm implicações sobre várias estratégias de marketing, inclusive anúncios, promoções, fixação de preços e políticas para o público”, escrevem Haipeng (Allan) Chen (Universidade de Miami) e Akshay R. Rao (Universidade de Minnesota).
Estudos anteriores mostraram que até professores de matemática freqüentemente têm problemas no cálculo de porcentagens. Na primeira experiência, os pesquisadores descobriram que 59 % dos entrevistados – estudantes de uma grande universidade – adicionavam erradamente as duas porcentagens para calcular o desconto total. Somente 26% dos estudantes acertaram a resposta.
Como nem todos estavam inclinados ao efeito de erro de cálculo, os pesquisadores, então, tentaram identificar as situações que ajudam a confundir os cálculos. Primeiro, eles incentivaram um grupo de participantes, oferecendo $2 pela resposta correta. A taxa de erro de cálculo foi de 26%, comparada aos 44% de erro para estudantes aos quais não foi oferecido dinheiro por respostas corretas.
Os participantes também se mostraram menos inclinados a erros de cálculo quando os problemas eram mais simples, ou os resultados pareciam ilógicos. Estudantes aos quais se apresentou um preço inicial de $100, a partir do qual deveriam calcular os descontos duplos, erraram menos do que aqueles a quem se apresentou um preço inicial de $80. Similarmente, os pesquisadores pediram aos participantes para calcular uma dupla porcentagem de 70% e 45%, ou um aumento de preços nas mesmas porcentagens. Os que erradamente somavam os números eram confrontados com um decréscimo de 115% e tinham maior tendência a errar, do que aqueles confrontados com um aumento de 115% (“explicado” como um aumento nos preços da gasolina).
“Já que este erro de cálculo pode potencialmente influenciar o julgamento das pessoas em várias situações, o impacto de tais erros no bem-estar dos consumidores pode ser substancial”, afirmam Chen e Rao.
Os pesquisadores também apontam as implicações políticas deste tipo de erro de cálculo de porcentagens fora do âmbito do consumo, tal como quando uma melhoria de 70% nos resultados de avaliações escolares em um estado é seguida de uma piora de 60%, o que é considerado “positivo”, embora o resultado líquido seja uma piora geral das médias em 32%.###
Para que eu me dei ao trabalho de traduzir uma matéria aparentemente tão óbvia?
Alguém aí já parou para pensar nas “taxas de inflação acumuladas” anuais?… E percebeu que são juros compostos?…
Entenderam por que as taxas de inflação “caem” e cada vez o seu dinheiro compra menos?…
Estava demorando…
Eu nem vou entrar no mérito da choradeira do repulsivo Dr. Cahoy. Basta ter lido o livro do extinto Senador (do Congresso Americano) Estes Kefauver, “Em poucas Mãos”, para tomar conhecimento de que a única indústria a não sofrer os efeitos da Grande Depressão foi exatamente a farmacêutica… (Só para lembrar, Estes Kefauver foi um dos autores da Lei Anti-Trust americana).
O que é de lamentar, sob todos os pontos de vista, é que lixo tendencioso como este apareça em um noticiário pretensamente científico…
Sobre enzimas e evolução
Confie em mim, eu sou uma acetil-transferase
Como encontrar virtudes em uma enzima
Science Notebook por Terence Kealey
The Times 7 de agosot de 2006
EM SUA OBRA, “A Riqueza das Nações”, Adam Smith mostrou como o crescimento econômico era dependente da especialização: um homem, sozinho, podia fazer somente 20 alfineites por dia, mas uma equipe de homens, cada um com um serviço especializado, um fazendo o corpo do alfineite, outro afiando a ponta, outro fazendo a cabeça, e por aí afora, podiam montar 4.800 alfineites por dia.
Assim é a Natureza. Experiências mostram que uma sopa primordial que imite as condições da jovem Terra (uma solução de amônia, cianeto e outras substâncias químicas tóxicas), quando aquecida e eletrocutada, faz aparecer uma substância chamada RNA [nota do tradutor: RNA = ácido ribonucleico. A descrição é algo exagerada: aparecem alguns aminoácidos que compõem o RNA, não um RNA pronto] . O RNA é notável porque, tal como o DNA [N.T: DNA = ácido desoxirribonucleico, a “dupla-hélice” do código genético] ele pode codificar sua própria reprodução (o que é a própria definição de vida) [outra N.T: outra afirmação simplista e exagerada – um vírus é capaz disso, mas não está, exatamente, vivo] e é, também, um catalizador que pode dirigir reações químicas. Portanto, presumivelmente a vida primitiva tinha como base o RNA que servia tanto como molde para reprodução, como de catalizador para esta reprodução.
Mas o RNA, de certa forma, é como o solitário fabricante de alfineites. Ele não é um bom molde para a reprodução (ao contrário do DNA, ele é instável), nem um bom catalizador (proteínas são melhores). Uma vez que o RNA pode servir de código para o DNA, e como o RNA também pode ligar aminoácidos em proteínas, a vida evoluiu de uma forma que o DNA se especializou em herança, enquanto as proteínas, tais como enzimas, se especializaram em catálises de alto desempenho. O RNA é um mero mensageiro entre os dois.
A vida continuou a se especializar. As células de animais e plantas mais evoluídos contém organelas tais como mitocôndrias (que se especializaram em usar o oxigênio) que uma vez foram bactérias livres. Eles agora coabitam com nossas células ancestrais, mas mantém seu próprio DNA como prova de seu estado independente anterior.
Igualmente, os próprios animais e plantas surgiram quando as células se juntaram em organismos multicelulares. Todas as nossas células atualmente se especializam – elas não são mais auto-suficientes e, quando isoladas do corpo principal, morrem – mas o que elas perderam em auto-suficiência, ganharam com a cooperação com outras células no complexo do corpo de um animal ou planta.
Em outra de suas grandes obras, “A Teoria dos Sentimentos Morais”, Adam Smith mostrou que as equipes de seres humanos só podem sobreviver se forem embasadas em um sistema de confiança que impeça a trapaça. Igualmente, a cooperação entre as células depende do policiamento da trapaça ou do individualismo, ou vai surgir uma auto-destruição, tal como o câncer.
Em um fascinante artigo, publicado na Nature, Gregory Velicer, do Instituto Max Plank em Tübingen, Alemanha, pode ter identificado uma primitiva química de confiança. Myxococcus xanthus é uma bactéria do solo que, quando o alimento é escasso, se engaja em um ato de auto-sacrifício altruístico. Cerca de 100.000 indivíduos se fundem em um esporo que alimenta, com os restos dos 100.000, uns poucos indivíduos, permitindo sua sobrevivência.
Porém existem cepas trapaceiras de M xanthus que simplesmente invadem os esporos altruísticos e roubam a comida, levando os altrístas à morte. Aparentemente, as trapaceiras são mais espertas do que as altruístas. Entretanto, elas são suicídas, bem como assassinas, porque quando as cepas trapaceira e altruísta são misturadas, sob condições de inanição, todas as bactérias morrem, porque as trapaceiras matam as altruístas sem ter uma estratégia de sobrevivência própria.
Porém, Velicer mostrou, agora, que as trapaceiras são realmente espertas porque, sob estas condições, elas próprias podem, algumas vezes, evoluir por mutação espontânea em altruístas. Assim, na verdade, elas podem sobreviver, uma vez tendo matado as altruístas originais, se tornando elas próprias fabricantes altruístas de esporos. E Velicer mostrou, agora, que o gene que sofre a mutação para promover o altruísmo é um que codifica uma proteína chamada acetil-transferase. Em resumo, acetil-transferase é uma enzima virtuosa. Como? Isso Velicer ainda não sabe.
Mas a acetil-transferase tem ainda outro truque na manga, porque ela assegura que as novas cepas altruístas resistam à invasão por outras trapaceiras. Isto é esperteza, porque a cooperação que fica restrita aos membros de uma comunidade é o segredo do sucesso, não somente entre as bactérias. Empresas de especialistas de fabricação de alfineites podem triunfar sobre fabricantes solitários de alfineites, da mesma forma que, na política, as democracias podem suplantar as tiranias porque seus cidadãos cooperam mais eficientemente. Como Velicer mostra agora, a base para o sucesso dos grupos provavelmente reside em uma classe de enzimas que nós compartilhamos com as bactérias, a classe das acetil-transferases, cujo impacto sentimos da Bolsa de Valores, até o Parlamento.
Boas novas!… Parece que o mau-caratismo é mesmo anti-natural. Comparem com o artigo Cooperação Forçada, neste mesmo Blog.
Uma notícia que devia ser excelente
Então, por que o “devia” no título? Diversas razões:
1 – A Medida Provisória que criou as restrições não devia, em primeiro lugar, ter sido publicada com a redação imbecil que teve (e não foi por falta de aviso da SBPC e outras entidades);
2 – Uma “Decisão de Conselho” não tem força de Lei (pelo menos no aspecto constitucional). Aliás, o Brasil anda cheio dessas “decisões com força de lei”. As mais perniciosas são as do “Conselho Monetário” e do “Conselho Nacional de Trânsito”.
3 – Pelo texto da notícia, «… uma proposta aprovada ontem pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), pesquisas de nível básico (apenas para produção de conhecimento) nas áreas de taxonomia e epidemiologia ficarão isentas das exigências legais impostas à pesquisa com interesses econômicos.» Mas o que isso realmente significa? Que o CGEN adquiriu poderes (auto-conferidos) para isentar as pesquisas das exigências legais, não que essas exigências tenham sido definitivamente removidas das pesquisas onde essas exigências nem cabiam.
Em resumo: uma Medida Provisória (coisa que nem devia existir, mas o Congresso adora delegar seus poderes legislativos, para poder se dedicar a tarefas mais importantes, tais como fazer CPIs bombásticas e “emendas orçamentárias”, das quais nem é bom falar…) mal redigida e estupidamente xenófaba, conferindo poderes legislativos a mais um desses malditos “Conselhos disto e daquilo”, cujas “decisões” têm força de Lei e cujas motivações para tomar as decisões são, descaradamente, resultados das atuações de “grupos de pressão”.
Que bom que, neste caso, a “decisão” veio facilitar alguma coisa. Normalmente, essas “decisões” só trazem prejuízo…
Em suma: a notícia é boa para o progresso da ciência no Brasil, mas péssima para as “garantias constituicionais” de que “todo o poder emana do povo e, em seu nome, é exercido”…