PaleoPublicidade III

Ao contrário do que pedia ao meu dentista – instrumentos usados (desinfectados!!) de ortodoncia para trabalhos de campo, nesta campanha sugerem-se usos diferentes para as escovas de dentes…

Fonte – campanha da Systema toothbrush – daqui
Imagens – da fonte

BioModa II


Imagens – Camilla Akrans

NÚMEROS VELHOS

A reportagem, diziam, era especial.
E foi-o.
De uma humanidade que doeu porque relembra o fundamental, esquecido na dormência destes dias.
Contava a história dos pesados do tempo que o são também no país que merecemos.
Famílias que adoptam avós.
Que esse programa social não é mais divulgado e apoiado pelo homónimo Ministério.
5 milhões de euros por ano para 1200 carregados do Tempo.
Para além do nó constante na garganta apenas me soava na cabeça outro número lido pela manhã no jornal Correio.
COMPRA DE 109 VIATURAS NOVAS (para o Ministério da Defesa) CUSTA 2,5 MILHÕES DE EUROS”
Metade.
6 meses de apoio a famílias que adoptam e cuidam dos velhos.
Números.
Apenas isso.

P.S. – dói-me o relembrar da família, que fora desse programa, faz o mesmo que as de acolhimento, sem nada receber do estado.
Apenas pelo dar.

P.P.S. – citando um recente post do Abrupto:
“Isto está de cortar à faca. É um pouco inevitável com a conjugação de três coisas em sequência: um pano de fundo de crise económica e social grave, que gera uma peculiar sensibilidade a questões como a corrupção, e, como na política não há alternativas, tudo desagua num ambiente pastoso, irritado e sem esperança. Hoje, num supermercado, um homem disse-me: ‘Vai haver uma explosão’. Sei lá, alguma coisa vai haver. Não menosprezem os sinais.”

Programa – vídeo (parcial, ainda não disponível na íntegra)
Programa – resumo
Imagem – Steve McCurry/Magnum Photos

OCUPAS

Esta imagem recordou-me um texto que já publiquei há uns tempos e que retomo.

(Publicado no jornal O Primeiro de Janeiro a 04/01/2007)

O período que vai entre o Natal e a Passagem de Ano passo-o entre a família, os amigos e a casa dos meus pais.
É uma altura em que o conceito de lar me diz muito – e acho que também à grande maioria das pessoas.
Aos amigos que vivem em Portugal juntam-se os novos emigrantes – os que saíram com um curso superior, tão diferentes daqueles que há umas décadas abandonavam o extremo oeste da Europa.
Mas essa é outra história.
A que quero hoje contar hoje surgiu de uma conversa com alguns desses amigos, à roda de cervejas, em que se falava de uma associação artística que surgiu e se mantém num squatter de Amesterdão.

Os squatters são prédios abandonados que foram (e são) ocupados por quem não tem abrigo e tiveram origem na década de 60 do século passado, especialmente na Alemanha, Holanda e Inglaterra, embora seja um fenómeno mais ou menos geral nos países desenvolvidos.
Não pretendo dissertar sobre as razões morais, económicas ou legais que estão na origem do squatting. Esta conversa lembrou-me antes os squatters que existem no mundo natural.

O primeiro de que me lembrei foi o caranguejo-eremita (género Pylopagurus).
Este crustáceo, de que existem muitas espécies, quer marinhas quer terrestres, não possui a carapaça típica dos populares caranguejos, apresentando um corpo mole, desprovido de protecção perante os predadores. Este animal desenvolveu, então, um comportamento equivalente ao dos ocupas humanos – aproveita as conchas vazias de gastrópodes. Essas conchas irão servir de “lar” ao caranguejo-eremita, protegendo-o dos perigos do meio-ambiente que o rodeia.

Quando este “ocupa” natural cresce e a concha já começa a “rebentar pelas costuras”, decide aventurar-se de novo no mercado imobiliário disponível – procura uma nova concha, desta vez com um tamanho adequado às suas necessidades.
Este comportamento de adaptação parece ser já bastante antigo, pois conhece-se pelo menos um caso (Paleopagurus) datado do Cretácico inferior (sensivelmente há 130 milhões de anos), em que fossilizaram ambos, hóspede e habitação.

A casa do antepassado dos actuais caranguejos-eremita pertencia a um grupo diferente – era uma amonite – cefalópode extinto há 65 milhões de anos. Interessante é também o facto de a pinça maior (aquela que fica “à porta”) ter variado a sua forma ao longo do tempo.
Assim, este gastrópode manteve um comportamento de aproveitamento de materiais naturais para a sua habitação e adaptou o seu próprio organismo às condições do imóvel natural disponível no mercado!
Mudam-se os tempos, mudam-se as casinhas!

Outro dos exemplos conhecidos de ocupação de casa alheia é o do cuco – Cuculus canorus.
Esta ave apresenta um comportamento peculiar pois, ao contrário da maioria das aves, não constrói ninho. Opta, antes, por colocar os seus ovos em ninhos de outras aves.
Por mecanismos ainda não muito bem compreendidos, as fêmeas-cuco colocam os seus ovos unicamente em ninhos de espécies cuja cor de ovos não seja muito diferente da sua – mimetismo. Fazem-no provavelmente para evitar que os donos dos ninhos os detectem e abandonem, pois as fêmeas hospedeiras podem facilmente reconhecer ovos que não sejam seus.

Depois de eclodirem, os recém-nascidos cucos são muito diferentes das crias legítimas.
Paradoxalmente, os pais-adoptivos não reconhecem esta diferença na prole invasora, criando-os como se fossem seus.
Este comportamento é aparentemente contraditório em termos evolutivos, pois ao fim de alguns dias, e devido ao maior tamanho do cuco, este acaba por expulsar os seus irmãos adoptivos do ninho.
De certeza que as espécies hospedeiras anseiam uma nova lei de arrendamento!
Pais são quem cria!

O lar, seja construído, aproveitado, ocupado ou seja de que forma for, tem um valor muito importante, quer para humanos, quer para os seres vivos.

Referências:

Fraaije, René H. B. 2003. The oldest in situ hermit crab from the Lower Cretaceous of Speeton, UK.Palaeontology, Volume 46, Number 1, pp. 53-57(5)

Lotem, A., Nakamura, H. and Zahavi, A.1995. Constraints on egg discrimination and cuckoo-host co-evolution.Animal Behaviour, Volume 49, Issue 5, pp. 1185-1209.

Langmore, N. E. Hunt, S. Kilner, R. M. 2003. Escalation of a coevolutionary arms race through host rejection of brood parasitic young.NATURE, 6928, pp157-160.

Link to texto original
Imagens:
Philippe Moës (tem imagens belíssimas)
DK Images

Etanol

Fonte – daqui

Royal Botanic Gardens

A herança para os netos começa hoje.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=AeEKryTUo-Q]

P.S. – …e tem mão portuguesa. Como eu gosto de falar dos meus amigos…

Por mão própria…

Notas de Einstein sobre a Teoria da Relatividade.
Em leilão*.

E se naquele momento lhe tivesse faltado o papel?
Se tivesse sido chamado para beber uma cerveja com os amigos?
Ter-lhe-ia aparecido de novo a centelha?

P.S. – * na Christie’s, entre muito outros tesouros da História da Ciência.
Fonte – NY Times
Imagem – Christie’s

Evolução em 5 mins.

A campanha talvez devesse ter sido baptizada de “Alteração no impacto visual da pilosidade facial em 5 minutos”.
Mas é apenas uma sugestão…

Fonte – daqui
Imagens – da fonte

Vegetarianos…

Não me reclamo de todo de tal opção alimentar mas a imagem…bem…não sei que diga…é de um restaurante vegetariano.

Fonte – daqui
Imagem – da fonte

BioModa

Imagem – Camilla Akrans