Aveiro style…

Não quero saber que seja um vídeo institucional, que seja bonitinho, ou que o raio que o carregue.
Gosto dele e dela, da minha terra, porque cada vez mais me dói estar longe.
Lamechices de sexta-feira?
Pode ser. Mas não quero saber.
Soube-me bem rever sítios onde cresci, em que fui feliz, onde chorei.
Lamechices?
Sim, mas com muito gosto.
Aveiro style.

Sarrazin, o anti-sarraceno

courb110.jpgNa leitura semanal que faço do jornal El País de domingo, um artigo com o perfil e excertos em discurso directo de Thilo Sarrazin, despertou-me para uma realidade desconhecida.
Que Angela Merkel havia já declarado que o multiculturalismo na Alemanha estava morto e era preciso enterrá-lo, já o sabia. A Chanceler tinha-o proferido publicamente. Em Portugal, quase ninguém o comentou, embrenhados que estamos em pensar no pão que poderá ainda vir dos bávaros e companhia, esquecendo os lírios sociais que despontam por aquelas bandas.
O artigo a que acima fiz referência aponta uma possível origem para as declarações da senhora Merkel.
Thilo Sarrazin, ex-dirigente do Bundesbank e ex- Ministro das Finanças da cidade de Berlim, publicou no ano passado um livro que continua a gerar muita discussão e polémica – para além de mais de um milhão de exemplares vendidos, coisa pouca…
No campeão de vendas “Deutschland Schafft Sich Ab“, Sarrazin defende a tese de que a Alemanha está à beira da extinção. Esta implosão social está a ser fomentada pela emigração turca, em particular, e pela muçulmana, em geral, defende Sarrazin.
Afirma este senhor que devido à baixa taxa integração social e enorme taxa de natalidade, os emigrantes muçulmanos estão a ameaçar a coesão social alemã.
Contudo, a perigosa retórica de Thilo Sarrazin vai mais longe; a fraca inteligência, originada pelo mau património genético dos emigrantes muçulmanos, está a contaminar a população alemã, sendo responsável pela extinção a que a Alemanha está condenada, afirma Sarrazin, sendo estes emigrantes “o coração do problema”.
Os critérios avaliadores da integração social de um grupo de emigrantes são, para este ainda militante do SPD:
1) o êxito dos jovens dessa comunidade no mercado laboral;
2) os resultados escolares desses jovens:
3) a percentagem de pedidos de apoios estatais por parte dessa comunidade emigrante.
Não li a obra, e pelas amostra impressa no El País não o conto fazer, mas
posso julgar, contudo, que ideias de Sarrazin manifestas no jornal são perigosas.
A saber:
1) que se caracterizem e infiram comportamentos sociais de determinados grupos com base em supostos padrões e tipificações genéticos é uma aberração, quer política, quer social. Acrescento que, à semelhança do que pensa o ex-Chanceler alemão Helmut Schimdt, misturar “tradições civilizacionais com herança genética” é, no meu entendimento, profundamente errado, quer científica, quer eticamente.
2) que uma recente sondagem do jornal sensacionalista alemão Bild, tenha revelado que 18% do inquiridos votaria Sarrazin se este se apresentasse a eleições.
3) as ideias do senhor Sarrazin, acrescenta o artigo do El País, têm vindo a ser profusamente difundidas entre a extrema direita alemã, como seria de esperar, acrescento eu…

Talvez fosse altura de olharmos menos para o pão que poderá ou não vir da Alemanha e mais para algum joio que poderá aparecer misturado naquele hipotético cereal.
Porque nem só de pão vive o homem…

Referências: El País, 20 de Março de 2011, suplemento Domingo, p.8-9.
Imagem: Gustave Courbet, “Les cribleuses de blé”

Ciência Para Miúdos e Graúdos

No próximo dia 16 de Março vai iniciar-se na Escola Secundária Gil Eanes, Lagos, uma série de palestras e saídas de campo designadas “Ciência Para Miúdos e Graúdos”.

As palestras e as saídas de campo, da responsabilidade do grupo de Biologia e Geologia desta Escola, têm como principal objectivo a divulgação das Ciências Naturais, e estão dirigidos aos pais e alunos, bem como ao resto da comunidade escolar. Com estas acções pretende-se igualmente promover o contacto, fora do contexto das aulas, de alunos e famílias, promovendo simultaneamente o conhecimento científico.
PROGRAMA
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16 de Março 2011 – 21h, auditório da Escola Secundária Gil Eanes, Lagos.
Dinossauros: Novas Técnicas, Velhos Mitos – por Luís Azevedo Rodrigues.
A palestra abordará os últimos avanços científicos na investigação dos dinossauros, bem como o papel destes animais do passado na cultura popular actual: cinema, imaginário infantil, literatura.
Temas aparentemente tão díspares como as Tomografias Axiais Computadorizadas efectuadas em dinossauros, se é possível saber a cor dos dinossauros ou como se movimentavam, ou a influência dos dinossauros na obra do autor de Sherlock Holmes, e o Património paleontológico do Algarve serão algumas das questões abordadas nesta palestra, sendo apresentados casos concretos.
30 de Março 2011 – 21h, auditório da Escola Secundária Gil Eanes, Lagos.
Tremores de Terra para Principiantes – por Margarida Agostinho
Nesta palestra será feita a introdução científica aos sismos, quais as técnicas de medição da energia e efeitos de um sismo. A revisão histórica e científica ao sismo de 1755, bem como o seu impacto no Algarve e na cidade de Lagos, serão também abordados. O que fazer em caso de sismo constituirá outro dos pontos de interesse desta palestra, sempre com o contexto regional algarvio como pano de fundo.
27 de Abril de 2011
Darwin: entre Baleias com Patas e Dinossauros com Penas – por Luís Azevedo Rodrigues
A evolução dos dinossauros, particularmente de um grupo de dinossauros carnívoros, será o mote para a primeira parte da palestra, já que esse grupo originou o grupo de vertebrados terrestres mais diversificado – as aves, com cerca de 10 000 espécies. A origem do voo e das penas serão explorados à luz das mais recentes informações científicas.
A segunda parte da palestra explorará a evolução de um grupo de mamíferos, que depois de serem terrestres, foram “empurrados” pela Evolução de novo para o mar – os cetáceos, que incluem os golfinhos e as baleias.
As teorias evolutivas de Darwin, e o seu papel na Ciência actual, serão o tema unificador dos dois casos evolutivos referidos: as aves e os cetáceos.
SAÍDAS DE CAMPO (em Abril e Maio, em datas a definir)
Praia da Salema – orientada por Luís Azevedo Rodrigues e Margarida Agostinho, nesta saída de campo serão observadas e analisados dois tipos de rastros de pegadas de dinossauro presentes na Praia da Salema: dinossauros ornitópodes (herbívoros) e dinossauros terópodes (carnívoros). O património paleontológico deste local será utilizado para se ilustrarem diversos tipos de informação que os paleontólogos recolhem, nomeadamente a velocidade a que o animal se deslocava, o seu tamanho, etc. O enquadramento e a história geológica da Praia da Salema serão igualmente abordados de forma a que os visitantes tenham uma imagem mais completo do ambiente em que estes dinossauros viviam há 125 milhões de anos.
Praia da Luz – Margarida Agostinho e Luís Azevedo Rodrigues, nesta saída de campo serão observadas diversas estruturas geológicas e paleontológicas, desde as rochas e várias estruturas sedimentares, passando pelos fósseis de invertebrados, até aos vestígios de um velho vulcão, num contexto com mais de 100 milhões de anos de idade. Várias histórias da Terra são abordadas no contexto da Praia da Luz.

Fortaleza Europa

Genoese_fortress_in_Sudak_by_inObrAS.jpgOs pastores que não guardavam os seus rebanhos, e os seus cães de guarda, seus dos pastores que às ovelhas mordiam apenas, estão a cair. As rezes revoltaram-se, jogando o jugo para trás.
Os pastos vazios de anos de opressão não chegam agora às rezes sem guia e, como noutros tempos, viram-se para o outro lado do Mediterrâneo, em busca de melhor sorte.
Empurrados para a tolerante Europa, dão de caras com a fortaleza.
A Fortaleza Europa.
“Tunísia, Marrocos, Egito, Bahrei e Iémen continuam num clima de instabilidade e de contestação com os contestatários, liderados pela juventude, exigem profundas reformas políticas e constitucionais e lutam pela instauração da democracia no seu país.”

Referências: Asian Dub Foundation, “Fortress Europe”, Enemy of the Enemy, 2003
Imagem: daqui

1 000 000 000 de dólares

Algumas ideias de como gastar mil milhões de dólares, especulações de diversos cientistas, entre os quais um paleontólogo…
A ver…e a pensar.
O que fazer com este dinheiro?

Não sei se foi a banda sonora oficial destes depoimentos mas poderia-o muito bem ter sido…

Fonte: Scientific American