O Velho e o Dino
Durante mais de meia hora este septuagenário, em pé e sem nunca afastar os olhos da TV, mirou e remirou os dinossauros.
Sozinho, que para concentração a companhia é demais.
Vá-se lá saber por que mirava.
Ou talvez não.
Imagem: Luís Azevedo Rodrigues
Os Cães do Estado
O risco parece ser o tempero principal do prato que nos servem nos dias em que nos assam.
As elites governativas apelam a que cada um de nós largue o gatinhar seguro e se atire, sem medos, para a iniciativa própria.
Arriscar e aguentar, dizem eles, que o Estado já fez o que devia e todos devemos largar o consolo a que nos habituámos por direito.
Devemos arriscar mais, fugindo da segurança que o Estado nos deveria proporcionar.
A história evolutiva dos cães apresenta, como explicações para o seu aparecimento, duas alternativas. A mais comummente aceite é a de que os seus ancestrais lobos foram seleccionados artificialmente pelo Homem e, assim, adquiriram as características comportamentais, primeiro, e físicas, depois, que interessam e agradam ao ser humano.
Uma segunda alternativa, defendida por Raymond Coppinger [1] envolve, para além da selecção artificial dos nossos antepassados de alguns lobos, a selecção natural. Em resumo, os lobos, como outros animais, apresentam graus distintos do que se designa por “distância de fuga”, ou seja, a distância mínima que um animal está disposto aceitar à aproximação de um ser humano, ou outro perigo, antes de iniciar a fuga. Intuitivamente compreendemos este conceito de “distância de fuga”, tanto mais que já todos vimos, pelo menos na televisão, que diferentes animais apresentam “distâncias de fuga” distintas e, mesmo dentro da mesma espécie, esta distância variará de indivíduo para indivíduo. Se não acreditam, experimentem alimentar pombos ou gaivotas…
A “distância de fuga” está relacionada com a sobrevivência do animal, seja por permitir que obtenha alimento fácil arriscando mais, seja por poder ser ferido ou morto caso se aproxime do eventual perigo que está entre ele e o alimento.
O autor referido apresenta como motivo para a domesticação do lobo e consequente aparecimento do cão que a distância de fuga dos lobos que circundavam os acampamentos humanos primitivos se terá reduzido. Por outras palavras, alguns lobos arriscavam mais e seriam esses que despertaram o espírito de domesticação dos nossos antepassados. No surgimento do cão parece ter estado um aumento do espírito de risco ou a diminuição da distância de fuga por parte de alguns lobos.
Ora o risco e empreendedorismo, bandeiras que se devem aplicar à Banca mais do que a nenhum outro sector da economia, parecem ter ficado na gaveta.
Verdadeiros lobos, os bancos arvoram-se, historicamente, como bastiões do risco e da independência face à protecção.
Mas o que verifica recentemente é que o espírito protector e paternalista parece ter assolado as mentes de quem nos governa. Só uma mãozinha, que eles são pequeninos, justificam. Era mesmo só o que lhes faltava, este naco de carne dado à boca, que os bancos de pedigree não singram sem esta ajuda, carpem os que mandam no Estado.
Do que me ensina a evolução dos lobos e dos cães resta-me adivinhar que os bancos, protegidos e esquecidos do risco, saltem para ao colo dos seus donos.
E para quê?
Há que tomar conta dos rebanhos, especulo.
Há que fazer companhia financeira, quando dela precisarem os futuros ex-governantes.
E quem melhor para estas tarefas?
Estes novos cães do estado, amansados e alimentados à mão.
Pena é que quem manda se esqueça que por vezes os cães mordem a mão de quem os alimenta.
E estes, ao contrário dos cães de quatro patas, já deram provas de que o farão.
Mais tarde, ou mais cedo.
E a nós, o que nos resta?
Voltar à selva, que o canil do Estado, que todos pagámos, já está ocupado.
Referências:
[1] Dawkins, R. 2009. O Espectáculo da Vida – A Prova da Evolução. Páginas: 430. Casa das Letras. ISBN: 9789724619354 – páginas consultadas 75-78.
“Estado injecta 1 100 milhões de euros na recapitalização do Banif” jornal i 31 de Dezembro de 2012
“Injecções de dinheiro no BPN ascendem a 8,5 mil milhões” jornal DN 25 de Outubro de 2011
Imagens:
Vittore Carpaccio “Two Venetian Ladies” (1510)
Beatas no Ninho
Embora o título possa parecer um pouco reles, o teor deste texto é tudo menos provocador.
Bem, talvez o seja para alguns seres vivos.
As beatas de que falamos são as pontas dos cigarros depois de fumados ou, em português do Brasil, as bitucas ou guimbas de cigarro.
Mas porquê falar da terminologia de um produto tão nocivo à saúde e, pior, misturá-lo com ninhos?
É que por vezes a natureza dá voltas por onde menos se espera. Neste caso, verificou-se que algumas aves da cidade do México utilizam as beatas de cigarros na construção dos seus ninhos.
O comportamento foi observado e avaliado por investigadores da Universidad Nacional Autónoma de México, que utilizaram um procedimento experimental para comprovarem a influência das guimbas de cigarro sobre parasitas que atacam as crias de aves.
Os cientistas verificaram que ninhos com pontas de cigarros fumados apresentavam menos parasitas externos do que aqueles construídos com pontas de cigarros não fumados.
Bem, nada de especial, escarnecerão os mais radicais, acrescentando que o tabaco é tão mau que nem os parasitas o aguentam.
Os investigadores verificaram que as aves que utilizam as beatas nos seus ninhos, pardais (Passer domesticus) e a espécie de tentilhão Carpodacus mexicanus, o poderão fazer como recurso a um insecticida natural, já que as pontas dos cigarros preservam quantidades de nicotina e outras substâncias químicas.
Um amigo meu inglês já me havia descrito que infusões frias de beatas de cigarros quando vertidas nos vasos de plantas ornamentais as tornam mais saudáveis. Ou assim diz ele.
Estes investigadores não descartaram a hipótese de que as aves utilizem as beatas como um revestimento térmico para os ninhos, uma vez que estas têm celulose. Tão pouco afastam que as vantagens de as aves utilizarem a nicotina como desparasitante sejam anuladas pelos efeitos tóxicos dos químicos tabágicos.
Ainda que não totalmente esclarecidos, os autores propõem duas hipóteses para o comportamento das aves: as substâncias químicas presentes nas pontas de cigarro poderão estimular o sistema imunitário das crias e, assim, favorecer as suas hipóteses de sobrevivência. A segunda hipótese aponta para que os químicos presentes nas bitucas de cigarros possam ter um papel mais directo, evidente e já referido: as beatas seriam um insecticida natural, que desinfectaria os ninhos de parasitas externos.
Esquecendo as infusões de nicotina e desejando que as hipóteses levantadas sejam testadas, o que as aves urbanas parecem ter descoberto é a reutilização do arsenal químico dos cigarros a favor das suas crias.
Ao contrário do que escreveu Tchekov, estas aves mexicanas descobriram os benefícios do tabaco.
Aparentemente.
Suárez-Rodríguez M, López-Rull I, & Macías Garcia C (2012). Incorporation of cigarette butts into nests reduces nest ectoparasite load in urban birds: new ingredients for an old recipe? Biology letters, 9 (1) PMID: 23221874
Imagens:
1 – daqui
2 – de Vitor Argaez – daqui
3 – daqui
Par e Ímpar
Par e ímpar de um mesmo país.
Par e ímpar de um mesmo jornal.
Na página par do jornal anuncia-se “Navegar a 100 MB”. Confronta-se o português cliente com a pergunta “E tu?”, obrigando a vergonha de quem não navega a tal espantosa velocidade.
Na página ímpar, ao lado da anterior, o título do artigo anuncia “Um país a marcar passo”, revelando que “portugueses andam menos de transportes públicos e transportes individuais”.
Se não andam é porque estão parados, deduzo eu.
Esta falta de mobilidade física “é mais uma vítima da crise”.
Cada vez mais rápidos virtualmente.
Cada vez mais parados fisicamente.
Par e ímpar do mesmo jornal.
Par e ímpar do mesmo país.
P.S. o jornal é o Expresso de 21 de Julho de 2012.
Imagem:”Argus, Mercury and Io”, Jacob van Campen (1596?-1657)
Nota: A interrogação quanto ao ano de nascimento é minha pois encontrei referências a 1595 e 1596.
Continua a luta Vasco
Há quase três anos, numa das várias visitas que orientei às pegadas de dinossauro da Salema, tive a alegria de conhecer o Vasco.
Na altura, dediquei-lhe o post “Força, Força, Companheiro Vasco” no qual relatei o seu empenho em ser um paleontólogo – leiam o relato da sua discussão com uma enfermeira quando tinha quatro anos…
A centelha de ânimo para a Ciência estava lá e o Vasco foi para mim mais do que inspirador.
Há dias, pelo Facebook, recebi da sua mãe mais três presentes: duas imagens e notícias do Vasco.
O desejo em ser paleontólogo continua lá – vejam o rigor com que reproduz ilustrações científicas.
Estas novidades alegram o dia e fazem-me acreditar num futuro melhor, de quem aspira e luta por um sonho desde tenra idade.
Obrigado à mãe.
E, sobretudo, muito obrigado ao Vasco.
Onde se cheiram cores?
(a minha pequena contribuição para o Dia Nacional da Cultura Científica, publicada no jornal Sul Informação)
Sentir com o coração é muito mais difícil, mas porventura muito mais comum, do que cheirar o vermelho, foi a conclusão a que cheguei no final deste texto.
Apesar de muito cansado, esta frase não atesta que eu possa ter perdido definitivamente o tino.
A máxima com que iniciei este texto pode servir de introdução à sinestesia. Não, não voltei a entrar pelos meandros da irracionalidade.
A sinestesia é uma condição neurológica na qual uma pessoa é estimulada sensorialmente sendo duas respostas sensoriais desencadeadas. Um sinestésico sente a forma de um cheiro ou o sabor de um som, por exemplo. Desta forma, as experiências sinestésicas podem conter várias respostas a um mesmo estímulo. Esta condição neurológica, apesar de rara, pode afectar até cerca de 4% da população, existindo diversas variantes.
A primeira vez que me deparei com esta característica neurológica foi com a minha cara-metade, andava ela a tactear a poesia de Fernando Echevarría, poesia que, segundo ela, tem como uma das pedras angulares a sinestesia – grita-me agora ela do outro lado da sala “Isso era a minha tese!”.
Deixemos as teses alheias e voltemos à sinestesia de Echevarría.
É a noite dos rios. Arrefece
Ter a longa pupila sombreada.
E as mãos velhas de ter sido verde
Ver-se passar a noite pela água.
(…)
O jornal i, de data incerta, proporcionou-me o segundo contacto com a sinestesia. Nele se relatavam as experiências ocorridas nas gravações de Jimmy Hendrix. Algures, contava o produtor, o guitarrista gritava-lhe algo como: “Preciso de mais verde aí…” ou “Isto estava perfeito se tivesse mais roxo…”, dizia Hendrix sobre partes das gravações. Poderão os conservadores afirmar que o verde que Hendrix pedia era uma consequência das doses cavalares de LSD que o virtuoso das cordas consumia. Pode ser; mas não deixa de ser sinestesia.
Apesar de vastamente descrita, a sinestesia ainda não é totalmente compreendida. É uma condição rara, afectando de maneiras distintas os sinestésicos. Uma das formas mais comuns é designada de sinestesia grafema-cor em que existe uma associação de cores a números ou a letras. Exemplos deste tipo de sinestesia podem ser compreendidos pela leitura do livro “Nascido num dia Azul” de Daniel Tammet, igualmente portador de síndrome de Savant. Tammet é capaz de indicar 22514 dígitos de Pi, graças à sua associação de números a cores. Uma prática semelhante, ao nível do cálculos matemáticos, é referida pelo famoso físico Richard Feynman.
De que cor é o se7e mesmo?
Para além da associação números/letras a cores, existem vários outros tipos de sinestesia, entre os quais:
-som-cor;
-palavra-sabor;
-sabor-toque;
-espelho-toque – o sinestésico sente o toque quando vê outra pessoa a ser tocada.
Uma verdadeira confusão de sensações mesmo depois da adolescência…
Embora a componente hereditária da sinestesia não esteja totalmente explicada, foram identificadas famílias com maior percentagem desta condição. A investigação científica tem vindo gradualmente a apontar para que poderá ainda existir uma ligação da sinestesia ao cromossoma X, dado que a proporção de mulheres vs. homens nesta condição neurológica é de 6 para 1. Alguns autores referem que a resiliência evolutiva deste gene, ou genes, poderá estar associada a processos criativos, entre os quais os de memória. Argumenta-se que as experiência sinestésicas poderão ter contribuído evolutivamente para que a retenção de informação sensorial se desse mais efectivamente.
Se virmos e cheirarmos sincronicamente o mundo talvez sobrevivamos melhor, acrescento eu.
Certo é que ainda permanecem muitas questões em aberto sobre a sinestesia.
Não posso mais. Caem lentas
e maduras como horas
de lágrimas. Não sustentas
robustas pedras sonoras.
Um coração ao compasso
de cada fruto maduro,
que rebenta quanto apuro
no silêncio do que faço.
Um coração passo a passo
do coração prematuro.
Referências:
Poemas de Fernando Echevarría retirados de Poesia 1956-1980, Edições Afrontamento (2000).
Brang, D and Ramachandran, V.S. (2011) Survival of the Synesthesia Gene: Why Do People Hear Colors and Taste Words? PLoS Biol 9(11): e1001205. doi:10.1371/journal.pbio.1001205
Hubbard EM, & Ramachandran VS (2005). Neurocognitive mechanisms of synesthesia. Neuron, 48 (3), 509-20 PMID: 16269367
Imagens:
de Brang and Ramachandran (2011) e daqui
O telefonema do poeta para o desempregado
O telefone não parava de tocar.
Sempre a mesma coisa, podia estar desempregado mas tinha mais que fazer que pegar naquilo.
Aquilo trazia-lhe notícias que não queria ouvir, graças que não eram as suas, ou apenas um cumprir de serviço do lado de lá da linha
Ou talvez não fosse isso, talvez não querer ouvir gente, ainda por cima gente com trabalho, trabalho que ele não tinha.
Pelo menos igual aos outros.
Tocava, continua a tocar, o telefone.
Quem quererá falar; e para cá.
Tinha que continuar a escrever. Decidira-o quando, há dois anos, o mandaram para casa.
Senhor Engenheiro, haviam tentado ser o mais corretos que sabiam, sendo a convocatória feita apenas pelo desempenho laboral, Senhor Engenheiro, a verdade é que deve encarar isto como uma oportunidade.
Sim, uma oportunidade. Como aquela que falta a quem lhe liga neste momento, sente.
Se calhar ainda querem explicar melhor porque o mandaram para casa. Ou o que fez com a oportunidade que lhe deram. Mas tem mais que fazer, tem que escrever. Agarrar a oportunidade.
Escrever para provar que podia fazer algo, ele que havia sido mandado para casa porque não tinham algo que ele pudesse fazer.
Porra para o telefone, que não se cala.
A escrita com horários, a fuga surgida da liberdade perdida de quem não tem trabalho.
O telefone chamava-o, tal como as linhas que escreveu.
Não lhes pôde fugir.
Ainda bem.
Foi atender.
P.S.- pela manhã, ao café como deve ser, uma história daquelas que inspiram e fazem apertar a garganta, daquelas que fazem ainda ter esperança em que há sempre que andar para frente, pôr ordem nas palavras, nas palavras que faltam em dias de excesso de números.
Ainda que não conheça a história feita nesses dois anos, fica a história do telefonema que se atrasou dois anos.
Imagens: do jornal Público de 19 de Outubro de 2011. As minhas desculpas pela má qualidade das imagens:
Ciência Pop
(Este é o primeiro texto da colaboração com o jornal “Sul Informação”, novo diário da região sul. O texto foi publicado aqui)
A palavra dinossauro é vastamente utilizada no discurso informal, e quase sempre com sentido pejorativo. Basta apenas um pouco de observação para identificar outros conceitos científicos presentes na cultura popular.
A Teoria da Relatividade Geral, bem como as recentes novas quanto à velocidade da luz ter sido ultrapassada pelos neutrinos, fascinam-nos a todos. As implicações de algo conseguir ultrapassar a velocidade da luz são enormes em termos de imaginário: a capacidade de fintar a barreira do tempo, viajarmos através dele como se fosse uma auto-estrada, torna-nos aparentemente livres.
Filmes como “Regresso ao Futuro” ou mesmo “A Guerra das Estrelas”, materializam essa alteração do real, libertando o ser humano das amarras do Tempo. O ultrapassar das leis da Física contribui assim para que as condicionantes sociais, económicas e até éticas, possam ser ultrapassadas tudo assente na capacidade de se viajar mais rápido que a luz. O ultrapassar dessa fronteira faz-nos não só donos do tempo, mas oferece-nos igualmente a possibilidade de recriarmos o nosso presente – aquilo que fizermos na viagem ao passado obviamente influirá no presente. Quantos de nós não desejámos alguma vez modificamos algo no nosso passado?
“Para baixo todos os Santos ajudam”, diz o povo. Este dito popular não revela o carácter altruísta dos objectos da Hagiologia, antes é uma conhecida redundância de que a Gravidade existe, existiu e existirá, originando que o esforço envolvido em subir seja completamente distinto do de descer. O Mito de Sísifo não existiria se a força gravítica não se exercesse sobre este filho de Éolo. Sísifo, condenado a empurrar uma pedra encosta acima, vê-la-ia regressar à base, sobre a acção da gravidade, vez após vez, numa condenação eterna.
A mitologia revela-nos que a astúcia de Sísifo, que enganou a Morte por duas vezes, não foi capaz de vencer a Física. Que me desculpem Albert Camus, bem como todos aqueles que cuidam a condição humana como sendo desprovidas de sentido: não é a labuta diária que empurra a pedra pela encosta baixo, antes é a Gravidade a ser mais forte que Sísifo.
Ser verdadeiro não implica qualquer indicação da matéria física de que somos feitos. Ainda assim, a cultura popular associa a Física e a Ética. “A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima”, sempre ouvimos dizer. As distintas densidades (a massa a dividir pelo seu volume) da água e do azeite, que originam a sua imiscibilidade, são remetidas para uma moral de comportamento: azeite e verdade são duas realidades que acabarão por flutuar: o azeite, pela sua menor densidade relativamente à água; a verdade, sabe-se lá por que caminhos, espero que venha sempre à tona dos dias e dos acontecimentos.
Esta correcta sabedoria é mais acertada na sua componente física uma vez que na vertente moral a sua eficácia revela graves lacunas. Pelo menos no que vou observando nos dias que correm.
Outros exemplos existem da relação sabedoria popular vs. Ciência, mas a tarde está soalheira…
Referência: