Resistir

ResearchBlogging.orgDeinococcus radiodurans (Small).jpgOs tempos actuais exigem níveis de resistência cada vez maiores.
Suportar a incerteza e o desânimo parecem atributos indispensáveis, embora tipicamente humanos, para permitir a sobrevivência económica e, sobretudo, moral.
Se aprendêssemos, ou pelo menos nos motivássemos, com a resiliência fora do comum de alguns seres vivos.
deinograph.gifDeinococcus radiodurans revela resistência à radiação gama, em doses milhares de vezes superiores às capazes de matar um ser humano.
Esta bactéria é o ser vivo conhecido mais resistente a radiações.
O genoma de D. radiodurans, constituído por dois cromossomas – um grande e um pequeno plasmídeo (2), tem sido detalhadamente estudado com vista a possíveis aplicações no tratamento de lixos nucleares.(1)
Resistir…parece ser o lema.
Referências:
1-Brim H, McFarlan SC, Fredrickson JK, Minton KW, Zhai M, Wackett LP, & Daly MJ (2000). Engineering Deinococcus radiodurans for metal remediation in radioactive mixed waste environments. Nature biotechnology, 18 (1), 85-90 PMID: 10625398
2-Denise G. Anderson, C. Evans, Jr. Roberts, Nancy N. Pearsall Martha T. Nester David Hurley, Clair N. Sawyer Microbiology: A Human Perspective.
McGraw-Hill (ISE) ISBN 0072473827 4th edition
Imagens:
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reds.jpg
…nos comentários.
Imagem – daqui

A história de Licélia

Giraffes (Small).jpg
Por vezes, menos do que as que seriam desejáveis, povos e países estão siamesados por palavras e nomes.
Licélia atendeu-me correcta e eficazmente, dando-me o espaço para a minha compra.
Enquanto esperávamos pela resposta digital que me permitiria sair da loja sem ser preciso chamar a polícia, entretive-me a mirar a placa identificativa.
Verifiquei que o arranjo das letras não fazia parte da minha base de dados.
Licélia.
A demora impeliu-me à pergunta óbvia:
“De onde vem o nome?”
Sorriu.
Pensei que o fizesse pelo prosaico da resposta.
Mas não.
Um batalhão português, nos idos anos 60, deslocava-se próximo de Nova Lisboa, durante a guerra colonial em Angola.
Embrenhados num mar de capim, quando a clorofila lhes permitiu verificaram estar rodeados de combatentes. Cercados, de fauna e flora, desesperavam.
Despediam-se entre si, simulando fazerem-no com amados distantes.
Nesses momentos de acosso, surgiu uma jovem, em aparição mais telúrica que divina.
Conduziu-os para fora daquele pré-inferno, longe de capim e armas.
Não se chamava Maria, a aparecida, mas sim Licélia.
O altar de homenagem à menina salvadora foi feito de coisa etérea: apenas um nome, Licélia, dado pelo pai de quem me atendia.
O pai da Licélia lusa queria fazer mais pela angolana. Levou-a, posteriormente, para longe da neo Ulissipo, para o Lobango.
Quarenta anos depois, a Licélia angolana enviou uma foto à homónima portuguesa, por familiares.
A lusa conheceu, por fim, a feição de quem lhe determinou a existência: física e nominal.
Imagem – Nick Brandt

Não me Chiles

squirrel.jpgO cerne do actual modelo de avaliação de professores, imposto pelo Ministério da Educação, assenta (ou foi plagiado, segundo alguns) de um modelo oriundo do Chile.
Segundo o jornal i, de 17 de Junho, a “coligação de centro-esquerda no Governo” selou um acordo eleitoral com os comunistas chilenos.
No próximo período eleitoral português será adoptado, pelo PS, mais um modelo chileno?
Imagem – daqui

Novas Fronteiras

NOVAS_FRONTEIRAS (Small).jpgNovas fronteiras: uma visão pessoal.
Imagem – Luís Azevedo Rodrigues

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crows (Small).jpgComo habitualmente às sextas-feiras, proponho uma imagem para que todo o tipo de legendas possa ser escritas nos comentários.
Imagem – daqui

Novo Poiso

evo_ove.jpgDepois de vários anos na plataforma blogger, desafiaram-me a migrar o Ciência Ao Natural para o outro lado do mar.
É o que agora faço.
Com prazer
Quem há algum tempo me acompanha conhece já o texto que abaixo “linko.
O texto inicia-se com um excerto do trecho do livro “A Menina do Mar”, de Sophia de Mello Breyner.
Tem-me servido de motivação quer para o blog, quer para a actividade científica.
Aqui fica:
“Para quê estudar Dinossáurios e outros fósseis que tais?”
P.S.1 – o meu enorme agradecimento ao Carlos Hotta e ao Atila Iamarino pelo convite para integrar o ScienceBlogsBr; ao Atila um especial agradecimento pela enorme paciência na transferência de todo o material e apoio técnico…
P.S. 2 – ao longo das próximas semanas conto limar as arestas do blog no que diz respeito ao aspecto gráfico, links, etc…obrigado pela compreensão.
Imagem – aqui

Califorgalhães


Impossível não pensar em muito do que se passa actualmente em termos de políticas educativas em Portugal…

Fonte – cartoon publicado no jornal Público, 15/06/2009
Imagem – foto do jornal

Para Onde Virar Agora?

É a questão que se coloca ao “Homem Que Não Via a Esquerda”.

Imagem – Luís Azevedo Rodrigues

Don’t Cry For Me Phrynosoma

As lágrimas de crocodilo são o mais famoso destilar emotivo que a mitologia zoológica oferece.
Conhecidas e utilizadas por humanos, a biologia não pode atestar que as lágrimas dos dito sáurios sejam manifestação das suas penas.
Lágrimas, estas concretas, são derramadas por diferentes répteis.

Em caso de perigo, algumas espécies do género Phrynosoma desenvolveram uma reacção…sangrenta.
Ameaçadas, seis variedades daquele grupo (2) lançam um jorro de sangue oriundo quer da zona ocular, quer de áreas adjacentes.

As lágrimas sanguinolentas são reflexo de auto-socorro embora não haja um consenso nesta análise.
Melhor que muitas palavras, as imagens – não recomendáveis a mentes mais sensíveis ou a vampiros em abstinência…

Relativamente à dieta fórmica:

“(…) all species of horned lizards in the North American iguanian genus Phrynosoma are ant specialists, suggesting that ant specialization evolved early in the evolutionary history of this clade and was carried through to all present day descendants.”
(1, p. 204)

Referências:

1 – Grizmek, H, Klemmer, H., Khun, D., Werminth, W., eds., Encyclopedia. Reptiles. Vol. 6, English Edition, 363pp., New York, V.N.R. Company, New York.

2 – Wade C. Sherbrooke and George A. Middendorf III. Blood-Squirting Variability in Horned Lizards (Phrynosoma). Copeia 2001(4):1114-1122. 2001 doi: 10.1643/0045-8511(2001)001[1114:BSVIHL]2.0.CO;2

Imagem:
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