Por que a galinha atravessou a fita de Moebius?


Para chegar no mesmo lado
Saiba mais sobre a tira de Moebius. [via Neatorama]

A marcha do progresso em uma esteira elétrica

Os ancestrais do homem se transformaram em bípedes para economizar energia, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pela revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”. Numa pesquisa para demonstrar a sua teoria, antropólogos de três universidades dos Estados Unidos mediram a despesa de energia no deslocamento dos seres humanos, chimpanzés adultos e quadrúpedes em geral. Os participantes caminharam sobre duas pernas ou se movimentaram de quatro sobre o solo. O estudo determinou que, no que se refere à despesa de energia e calorias, os seres humanos economizam 75% quando caminham, segundo os cientistas da Universidade de Washington em Saint Louis, da Universidade da Califórnia e da Universidade do Arizona. – EFE

Os estudiosos sugerem que os chimpanzés costumam andar com as quatro patas para maior segurança em seu ambiente, como em árvores, e que o ganho de eficiência no andar ereto dos humanos (e seus ancestrais) pode ter sido importante para novos hábitos como a caça. Uma das táticas de caça de nossos ancestrais consistia em ferir um animal e então segui-lo, por longas distâncias, até que finalmente sucumbisse aos ferimentos — abater um grande animal instantaneamente é muito difícil.
O estudo é importante por seus achados, mas ainda mais interessante pela forma como realizado: fazendo chimpanzés andar e correr sobre uma esteira elétrica, devidamente usando máscaras que mediram seu consumo de oxigênio. O equipamento é exatamente o mesmo utilizado por atletas e também em alguns exames médicos. Você pode conferir o vídeo dos macacos andando na esteira aqui. Como um pesquisador comentou, “esses chimpanzés são tão espertos que apertam o botão para parar a esteira quando acabam. Quando não queriam andar na esteira, apenas apertavam o botão para parar ou pulavam pata fora”.
Mais adorável ainda é a imagem usada nos materiais de divulgação do estudo. A fotografia acima, uma montagem de Cary Wolinsky, é uma referência à “icônica, ainda que ultrapassada” imagem sobre a evolução humana: “Marcha do Progresso” [“March of Progress“], originalmente criada por Rudy Zallinger em 1970, e parodiada desde então.

(Essa é apenas uma versão diferente, curiosamente não há na internet uma reprodução do original de Zallinger — que é reproduzido, por exemplo, em uma capa da edição brasileiro de “Os Dragões do Éden” de Carl Sagan)

Nezareth Casti Rey: menino pastor prega sobre o criacionismo

Lembra-se da menina pastora? Conheça Nezareth Casti Rey, garoto de onze anos que prega em Porto Rico. Aqui, o pequeno Nezareth ensina sobre a origem do Homem (“e da mulher também, já que o homem representa uma mulher assim como um presidente representa seu país”), desfilando velhos argumentos criacionistas, bradando não ser parente de macacos, mas “filho de deus!!!”.
Da próxima vez que encontrar algum criacionista, lembre-se como seus argumentos ficam realmente perfeitos quando gritados a todo pulmão por um garoto de onze anos: “Não sou parente de macacos!”, “Macacos e macacas têm macaquinhos!”, e, claro, “sabe-tudos mentirosos da evolução!!!”.

Nunca traia uma geneticista

Ann Chamberlain-Gordon, legista do estado de Michigan, EUA, afirmou na audiência de seu divórcio que analisou a cueca de Charles Gordon Jr., seu marido, em busca de traços de DNA. Perguntada sobre o que descobriu, ela respondeu: “Outra mulher. Não era eu”. A polícia do estado está investigando se tomará alguma ação disciplinar contra a legista, que usou os laboratórios da instituição, mas diz ter feito os testes em seu tempo livre e com produtos que iriam ser jogados fora. Mas a história não termina aí.
Gordon, o marido, era jogador da liga de futebol americano canadense. Já Ann Chamberlain-Gordon recebeu um prêmio por sua contribuição aos serviços policiais de Michigan em 2006, através de sua pesquisa e desenvolvimento de métodos para a recuperação de DNA embriônico/fetal. O caso veio a público depois que Gordon negou ter reconhecido um caso depois que sua mulher encontrou DNA feminino em sua cueca.

O final de Harry Potter

“E este é nosso paciente residente há mais tempo”, disse o doutor Hagrid. Ele deslizou a cobertura do olho mágico e Snape olhou para dentro da cela. Um homem careca grotescamente gordo em um traje hospitalar manchado estava sentado e se balançando.
“Harold Potter, 43 anos”, continuou Hagrid. “História de abuso psicológico por sua família adotiva. Abuso em uma escola pública. Colapso esquizofrênico com 20 anos. Assassinou uma enfermeira chamada Hermione Granger antes de ser internado aqui aos 24 anos. Fantasias paranóides de grandiosidade. Episódios ocasionais de auto-mutilação”.
Snape estava chocado. “Por certo você poderia fazer mais do que isso por ele?”.
“Você descobrirá, doutor Snape, que resultados felizes são por vezes impossíveis”.
O homem na cela olhou para cima, e sua expressão inerte se converteu em suspeita intensa. “Alohamora!” ele gritou.
Hagrid balançou sua cabeça entristecido. “Não temos idéia do que isso significa”. Ele fechou o olho mágico.
Dentro da cela, Potter vasculhou a parede acolchoada, alcançando um buraco onde havia escondido um pedaço de espelho quebrado. Agarrando-o com seus dedos desajeitados, ele o levantou para sua testa e começou a rir enloquecidamente enquanto reabria o mais antigo machucado que possuía, uma cicatriz em forma de zigue-zague.

Terrível fim para a saga de Harry Potter, escrita por Ray Girvan. “É difícil acreditar que alguém criado por uma família adotiva que o mantinha em um armário seria tão normal depois de um abuso psicológico dessa natureza (e talvez outros abusos que não foram mencionados). Sob esse ponto de vista, o cenário de descobrir poderes especiais e um papel crucial em grandes eventos poderiam bem ser interpretados como uma invenção de Potter, uma fantasia realizando desejos como a fantasia de Frederick Rofled de ser elevado ao papado em Hadrian the Seventh“. Ou Calvin no Frango Robô.

As fotos de Tasso Fragoso: alienígena abatido

“Recentemente, logramos êxito em abater um artefato em situação de pouso. Ficamos monitorando a atividade de uma pequena cápsula durante nove dias, onde ela fez exatamente o mesmo trajeto, nas mesmas horas e minutos. Fomos enviados para uma operação de cerco lento. (…) Finalmente conseguimos inutilizar o artefato, impedindo que o objeto decolasse na noite de 15/03/2007. A ação ocorreu num pasto não muito distante da cidade de Tasso Fragoso, no Maranhão. Nas proximidades da BR330. Duas criaturas saíram do objeto e resistiram ao cerco, recorrendo à violência e tentando evadir-se. Ambas foram abatidas a tiros. Levamos o artefato num caminhão e as duas criaturas foram embaladas e enviadas para um depósito provisório onde armazenamos em gelo até que o encarregado de transportar o material para o centro de triagem chegasse.
Durante o tempo em que nós descarregamos os seres no galpão, eu fiquei sozinho com elas e fiz algumas fotos usando meu celular. Eu não tive muito tempo e não pude fazer muitas fotos em função de estar com o celular com pouca bateria e devido ao nervoso de fotografar a criatura em segredo”.

Do “relato de um MIB” no Mundo Gump, do artista Philipe Kling David. Note como uma das tags para o post é “conto“. Bom trabalho nas imagens, melhores que boa parte das fotos de extraterrestres famosas no mundo dos discos voadores. Lembra muito a autópsia 20/20, realizada por especialistas em efeitos especiais com bonecos. As imagens de Philipe são provavelmente 100% digitais.
Atualização: Philipe esclarece ter criado mesmo as imagens, são digitais, mas com um detalhe “real”: as imagens 3D foram fotografadas com a câmera de um celular em um monitor! Ele conta:

“AS FOTOS DO ALIEN SÃO REAIS! Fotos reais não significam que seja um alien real. … Eu sei que é triste desejar que aliens sejam capturados no mole assim e do nada descobrir que são falsos, … mas o fato é que isso é mesmo 100% criação minha. Tanto o texto quanto as imagens. Na verdade, tudo aconteceu meio que por acidentte, eu estava brincando no zbrush e acabei fazendo um alien. resolvi levar o alien para o 3dsmax onde criei iluminação e texturas para ele. Em seguida fiz algumas renderizações e fotografei a tela do computador com meu celular. Olhando no celular, é impressionante como a imagem pareceu bem mais real. E então a minha cabeça começou a elocubrar toda uma história a la X files, que desencadeou neste email fictício aí. Reexportei as imagens do celular para o PC e sem tratamento algum postei ilustrando o suposto email do MIB.
Tasso Fragoso foi uma cidade escolhida aleatóriamente no Google Earth.
O objetivo aqui era arrumar um suporte ficcional para as imagens, e não fraudar nada em ufologia. Eu mesmo como gosto de ufologia e acho um assunto instigante, uma fronteira do desconhecido – e um fato real – jamais faria isso. Por isso mesmo que o post está categorizado como CONTO… Eu realmente acredito em ETs e acho que em breve teremos mais novidades em relação a isso. No mais, obrigado por lerem e gostarem do texto dos Aliens de Tasso Fragoso”.

Diagrama em corte de um tanque


Sensacional: clique na figura para ver como um livro infantil russo representou uma visão “explodida” de um tanque de guerra.

Sol pode causar queda de ligações celulares

Um novo estudo mostra que durante picos de atividade solar, o astro-rei pode causar a queda de ligações de telefones celulares. O problema ocorre quando ondas de rádio associadas com os picos atingem as torres, que ao mirarem o horizonte aberto podem ser atingidas diretamente. Tais picos de interferência ocorreriam até uma vez a cada 3,5 dias em anos de atividade solar intensa.
A pesquisa, liderada por David Thomson da Queens University no Canadá, partiu do curioso fato de que as quedas de ligações são mais freqüentes no verão do que no inverno. As influências de tempestades solares sobre nossos pobres equipamentos elétricos, tanto em terra como, claro, no espaço, são conhecidas já há muito — e auroras solares são espetáculos naturais quase tão antigos quanto o planeta.
Mas é especialmente interessante que uma tecnologia hoje tão comum quanto telefones celulares possa ser uma nova forma de nos lembrar de nossa ligação direta com o Sol. Principalmente quando a ligação cair.

O americano mais rico da história


Foi John Rockefeller, que fez sua fortuna principalmente com o petróleo ao fim do século 19. Corrigida como uma porcentagem da economia do país, a fortuna de Rockefeller equivaleria hoje a 192 bilhões de dólares, mais que o dobro da riqueza do criador da MIcrosoft, Bill Gates. Mas, em quinto lugar, Gates já assegura seu lugar na história como um dos gigantes da economia.
Pelas maravilhas da globalização, o mexicano Carlos Slim Helu é ainda mais rico que Gates. Corrija agora a porcentagem da economia mexicana com relação à americana para dados interessantes.
Quem é o brasileiro mais rico do mundo? O empresário Joseph Safra, do Banco Safra, com seis bilhões de dólares, embora tenha origem libanesa. Nascido no Brasil, Jorge Paulo Lemann com cinco bilhões de dólares, é o segundo brasileiro mais rico da lista de bilionários. Antônio Ermírio de Moraes deve ser o bilionário brasileiro mais simpático — engenheiro, não hesita em ficar levantando as calças folgadas durante palestras. Isso é um elogio.
[via Neatorama]

Aborto redentor


A gravidez indesejada é uma causa muito mais importante dos crimes violentos no Estado de São Paulo do que a desigualdade ou outros indicadores econômicos. Esta é a conclusão de um trabalho do economista Gabriel Hartung, em etapa final de elaboração”, informa a nota da agência Estado. A matéria da revista Época — O aborto pode reduzir o crime? — dá muito mais detalhes sobre a pesquisa de Hartung, que é em verdade sua tese de mestrado na FGV-Rio, aprovada em outubro do ano passado. Nela, Hartung “sugere que a legalização do aborto seria uma alternativa para reduzir os altos índices de criminalidade no Brasil”. Isso mesmo.
A relação entre a legalização aborto e a redução da criminalidade é a principal tese das inusitadas análises econômicas publicadas em um best-seller no ano de 2005, Freakonomics. Analisando dados brutos de forma inovadora, o economista americano Steven Levitt fez descobertas curiosas indo de torneios de sumô a corretores imobiliários, mas da série extremamente diversa de temas de seu livro, o principal sem dúvida é o que lida com a diminuição súbita da criminalidade nos EUA ao longo da década de 1990. Aqui no Brasil, os ecos de tal milagre se fizeram conhecidos em idéias como a “tolerância zero”, a política policial instituída em Nova Iorque, tida como um gigantesco sucesso. Como foi, mas o detalhe pouco conhecido é que a criminalidade caiu não apenas em Nova Iorque, e já estava caindo mesmo em Nova Iorque anos antes de sua implantação. Políticas inovadoras de combate ao crime não devem ter sido o agente divino que diminuiu a criminalidade americana para os níveis mais baixos em 35 anos.
Levitt analisou outros fatores que poderiam explicar a queda súbita e consistente da marginalidade, e descobriu que a principal causa, uma mudança radical e intimamente correlacionada com o milagre da queda da criminalidade estava em andamento há mais de uma década. Mas era o pesadelo de grupos religiosos conservadores: a legalização do aborto em 1973. Dezessete anos antes da década de 1990, uma decisão da Suprema Corte americana legalizando o ato fez com que milhares e milhares de filhos indesejados simplesmente deixassem de nascer. Filhos indesejados possuem maior risco de envolvimento com o crime, e nos anos em que alcançariam a maturidade e substituiriam gerações anteriores de crimininosos, eles haviam simplesmente sumido. E a tese é apoiada por números: em estados que legalizaram o aborto anos antes da decisão federal, o crime também começou a cair anos antes.
A questão é extremamente complexa, e não é possível abordá-la mesmo com o mínimo de profundidade e rigor necessário por aqui. O leitor interessado pode ler os trabalhos de Levitt, desde seus papers (a revista Época hospeda os principais) até seu livro, ou se entender inglês, visitar o sítio de Levitt. O economista tem completa noção da gravidade de suas idéias, e as discute com bom senso em Freakonomics, notando por exemplo que ainda que esteja correto em sua tese, a decisão sobre a legalização do aborto obviamente não é tão simples como uma mera medida de segurança pública. Quantos fetos você estaria disposto a trocar pela vida de um adulto? Como o próprio Levitt nota, a menos que seja um número considerável, ser favorável ao aborto baseado apenas na aritmética de um menor número de homicídios anos depois pode não ser muito válido.
Mas se a decisão sobre a legalidade do aborto não deve ser feita baseada apenas em sua correlação com a criminalidade, a questão formulada há pouco vai diretamente ao seu cerne. Que é o fato de que a decisão sobre a vida de um feto é uma escolha cabível a sua mãe. Como notou Carlos Cardoso sobre as discussões a respeito, “o interessante é que os lados são desiguais nessa briga. Um quer simpesmente proibir, completamente, sem apelação. O outro quer dar à mulher o direito de ESCOLHER. No momento em que eu digo que VOCÊ tem o direito de escolher se quer fazer algo ou não, eu não estou impondo minha moralidade e meus valores. Mas seu digo que você não pode porque EU acho errado,a coisa muda de figura”.
Mulheres que praticaram o aborto poderão, e comumente terão filhos mais tarde, quando os desejarem. A leva de criminosos ausente em 1990 não é uma geração exterminada de filhos de classes mais baixas. Tais filhos nasceram, quando foram desejados. A “eugenia”, termo brandido por críticos sobre as idéias defendidas por Levitt, nunca foi adotada com grande sucesso através de abortos voluntários, e sim de esterilizações compulsórias. Ironicamente, proibir abortos e obrigar mulheres a terem filhos é uma prática que os nazistas também promoveram.

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