Uma questão de escala

Ainda outro vídeo ilustrando a escala de grandes corpos celestes. Clique para conferir a versão em alta definição no Youtube. Ao final, para fornecer uma noção intuitiva do tamanho da maior estrela conhecida, menciona-se que a bordo de um avião a 900km/h, levaria apenas 1.100 anos para completar uma única volta em seu equador.

Nenhuma das religiões jamais sonhou com escalas tão vastas para o Universo. Algumas, como certas tradições principalmente orientais, chegaram sabiamente a sugerir números vastos para o cosmo em que vivemos, sem no entanto desconfiar que mesmo suas lendas mais selvagens eram pequenas frente à realidade. Outros cultos se atreveram à visão, que agora nos deve parecer absurda, de que estávamos no centro de um Universo de dimensões incrivelmente comezinhas, proporcionais à visão daqueles que imaginaram tal cosmo – e o atribuíram, claro, à revelação divina. Mesmo o nosso Sol, uma estrela mediana que vemos diariamente, já é muito maior do que o tamanho do Universo que esse suposto “deus” teria revelado aos antigos.

Longe da revelação, é surpreendentemente o conhecimento, objetivo, verificável e independente de simples fé que nos apresenta um Universo infinito, povoado por corpos de dimensões e escalas para as quais mal temos nomes, de fato, para as quais precisamos inventar nomes.

“A verdade não tem que ser aceita com fé. Os cientistas não seguram suas mãos todo domingo, cantando: Sim, a gravidade é real! Eu vou ter fé! Eu devo ser forte! Amém!” –Dan Barker

[Bad Astronomy, 3QD]

Discussão - 11 comentários

  1. Vinicius disse:

    Olá,
    Esses vídeos são muito legais mesmo. Aliás, por coincidência, no começo do mês falei um pouco sobre as massas dos planetas do Sistema Solar aqui.
    um abraço
    obs: muito bom o texto sobre a Espiral Áurea...

  2. Carlos disse:

    Só por curiosidade. Você acha que Deus deveria revelar TODA a verdade científica sobre TODO o universo para os povos antigos?
    Digo, se fosse assim seria lógico no seu ponto de vista?

  3. Kentaro Mori disse:

    Criptoamnésia! Eu devo ter lido seu post... bem, tome como elogio, kibei seu texto... não foi por mal! 🙂

  4. Kentaro Mori disse:

    Ele não precisaria revelar "toda a verdade científica sobre todo o universo". Poderia só revelar uma parte. Uma pequena parte serviria. Alguns podem imaginar que os hindus conheceram uma pequena parte da verdade, por exemplo, ao acreditar que o cosmo era imenso.
    O que deus não poderia era "revelar" mentiras. Porque o que vários textos supostamente "revelados" têm de monte são idéias e explicações sobre o Universo simplesmente falsas.

  5. Tiago Almeida disse:

    Um viva para a razão!, a grande detentora dos caminhos para atingir a Verdade Absoluta. O resto, pelo que entendi, foi um monte de porcaria que a humanidade construiu enquanto a ciência adormecia; hoje, felizmente, já não precisamos mais desse lixo que só faz sentido para os pobres que ainda usam da fé para reger suas relações.
    Agora, só resta um problema: o que faremos com quem não tem fé no método científico?

  6. glenn disse:

    pra que meter o dedo na religião, se o tema nada tem a ver com ela?
    nunca entendi qual o propósito de cientistas anti-teístas, ainda mais com tantos avanços nos estudos de evolução humana e nas neurociências que nos ajudam a entender as diversas manifestações culturais, inclusive religiosas.
    livros sagrados são livros como outros quaisquer. pode ser uma merda ou pode ser uma metáfora bacana, e como qualquer material cultural deve ser entendido no contexto em que foi criado.
    realmente várias práticas antigas já não são cultural, social, política ou moralmente aceitas.
    a própria ciência tem suas farsas, vide fósseis falsos ou periódicos falsos. "o homem está sempre pronto para distorcer aquilo que dizem os seus sentidos simplesmente para justificar sua lógica", como já disse dostoievski. e por esse motivo usam "argumentos" religiosos a fim de se ludibriar pessoas... isso é um problema da biologia do homem.
    ninguém é obrigado a dizer verdades, isso é uma questão moral, não uma guerra entre ciência e religiões.

  7. Kentaro Mori disse:

    glenn, eu não sou um cientista, nem o texto pretendeu ser anti-teísta. Ele é, sim, uma crítica específica a certas crenças religiosas e à fé, pela fé, como forma de apreciar e compreender o mundo natural.

  8. Hi
    chega a dar medo o tamanho do universo,é pensar que existem corpos celestes maiores ainda.
    []'s

  9. Miguel Freitas disse:

    O que parece ser um comportamento normal humano é se achar dono da verdade sem sequer comprova-la —talvez um mecanismo biológico para lidar com o caos de informação incompleta que o cérebro recebe—, se agrupar em seitas e fundar religiões é só a consequência de outro comportamento normal humano: o de formar e proteger família.
    Ótimo vídeo, entretanto, estamos sim no centro de observação de todo o cosmo. Ou talvez na periferia?
    E isto parece ser outro erro de lógica humano, não?

  10. Herbert disse:

    Show de bola!!! Sempre gostei de astronomia e nunca me canso de ficar surpreso com a extensão do universo!!! Quanto a fé, pode ser que hoje não seja mais necessária para a ciência, mas foi a fé de que deveria haver uma explicação plausível para tudo que motivou a ciência a buscar as respostas. De uma forma ou de outra a gente acaba tendo fé em alguma coisa. Daqui há alguns anos o conhecimento que temos será ridicularizado, mas a essência do que aprendemos é que nos moverá adiante. E, querendo ou não, no rastro da humanidade sempre haverá a marca da fé, e as lições (boas ou ruins) que foram formadas através dela é que nos impulsionarão a melhorar.

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