Aprendendo com a Constelação de Homer Simpson

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Quer relaxar e ao mesmo tempo aprender um pouco de astronomia? Em Starlight o jogo é simples e, na fase “Relax”, faz justamente isto: movimente o mouse até encontrar a perspectiva correta para que a série de pontos de luz ligados por linhas forme o desenho certo. Acredite, jogar é muito mais simples do que ler essa descrição.

O que astronomia tem a ver com a brincadeira? As constelações, em seu sentido antigo, são justamente esse agrupamento de estrelas formando um desenho no céu. Como o jogo deve deixar claro, contudo, o grupo forma um desenho definido apenas quando visto de um ponto bem determinado – no caso, a posição da qual vemos as estrelas, a Terra. Exatamente como no jogo, praticamente todas as constelações são formadas por estrelas que, com uma variação de magnitudes de brilho e distância, podem parecer “próximas” embora estejam distantes entre si.

Vistas de outros pontos da Galáxia, alguns nem tão distantes de nosso planeta, as constelações formariam “desenhos” bem diferentes, se é que formariam algum desenho. São arbitrariedades, e mais do que apenas arbitrariedades espaciais, são também temporais, enquanto nosso planeta e as próprias estrelas movimentam-se em velocidades e direções diferentes. Há alguns séculos as constelações tinham uma aparência sutilmente diferente, e um exemplo é a Ursa Maior.

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Acima, como a constelação deveria aparecer aos primeiros seres humanos, como ela surge hoje para nós, e abaixo como deve aparecer para qualquer criatura sobre o planeta daqui a mais 100.000 anos (imagem via Cornell). Você pode brincar com essa mudança nas constelações com o Stellarium.

Ao contrário de astrólogos e mesmo alguns relatos de supostos extraterrestres – que diriam, por exemplo, que vêm da “Constelação de Órion” ou das Plêiades, o que deve ficar claro agora que não faz muito sentido como informação de localização –, os astrônomos levaram em conta tais descobertas e conhecimentos, e assim a definição astronômica moderna de constelação se refere à área da esfera celeste, apontando uma direção, comumente a que coincide com o “desenho” visto no céu pelos antigos, o que permite considerar a definição tradicional com a precisão do conhecimento atualizado.

Pronto, agora você tem uma boa desculpa educativa para gastar alguns minutos resolvendo 64 desenhos de constelações fictícias e relaxar…

[Quer mais astronomia e ainda física em um joguinho agradável? Brinque de Deus – ou Velikovsky com Orbitrunner.]

Discussão - 4 comentários

  1. [...] As figuras que traçamos entre as estrelas distantes só são constelações vistas a partir da Terra – e em períodos temporais específicos, dependendo da velocidade com que as estrelas se movimentam. A figura de uma constelação pode ser composta por pontos de luz distantes tridimensionalmente muitos anos-luz, e o divertido jogo acima demonstra o efeito Aprendendo com a Constelação de Homer Simpson. [...]

  2. Emerson disse:

    Excelente texto. Fiquei impressionado em saber que a forma como vemos as constelações variam com o tempo.

  3. ygor canute disse:

    Muito interessante, eu fico até imaginado que talvez realmente possa existir uma constelação de Homer Simpson por ai, dada as infinitas posições e estrelas no universo.

  4. [...] muda com o tempo — nenhuma estrela está fixa. Você pode entender melhor esta ilusão com a Constelação de Homer Simpson, mas a visualização de Ortiz e a forma interativa como pode alternar entre a esfera imaginária [...]

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