Lançamento da Apollo 11 em câmera lenta

Os primeiros instantes de uma viagem histórica de 400.000 km, registrados a 500 quadros por segundo, agora em alta definição. Incomensuravelmente imperdível (clique no vídeo para a versão em HD no Youtube).

A narração também é muito boa, explicando em detalhes o que estamos vendo:

  • Logo no início vemos as chamas subindo, que são então sugadas para baixo. É porque a queima de querosene e oxigênio líquido logo alcança a potência total e é tanto material sendo ejetado para baixo, com tanta força – mais de 3.000 toneladas de empuxo -, que o ar circundante também é sugado.
  • Também podemos ver muitas partículas brancas caindo. É o gelo que havia se formado ao redor dos tanques de oxigênio líquido, a -184 graus Celsius, caindo com as trepidações.
  • Outro detalhe curioso: logo na saída dos foguetes, vemos um gás escuro, que só depois fica brilhante. O gás escuro vem direto das turbinas, e é escuro porque é realmente mais frio. Sendo mais frio, é direcionado como um envoltório na parte exterior da queima, servindo como uma espécie de isolante térmico protegendo em parte o bocal de saída.
  • Mais adiante, todo o quadro fica branco, e quando voltamos a enxergar podemos ver algo queimando. Mesmo isto foi projetado, com uma espécie de tinta desenvolvida para não só queimar como, ao fazê-lo, também proteger o material abaixo, para que a plataforma possa ser reutilizada mais vezes. O material fica ao final completamente negro, carbonizado.
  • Um detalhe é que a esta altura tudo queima… em meio a jatos de água, que já estão sendo despejados para resfriar a plataforma. Boa parte da água sublima evapora instantaneamente, daí todo o vapor dominando a cena. A água só se torna mais reconhecível momentos depois, e fica mais clara nos instantes finais do vídeo, quando atinge a câmera.

Já escrevi por aqui sobre como as distâncias das missões Apollo, traduzidas em pixels, poderiam fornecer uma noção do quão espetacular foi a façanha. O vídeo e a explicação dos fenômenos, indicando a extensão em que os mínimos detalhes de algo descomunal foram planejados, é mais uma forma de apreciar o feito.

“Não se pode enfatizar o quanto de mais valoroso o sucesso do projeto Apollo representa, as conquistas são intermináveis”, começou a série “A Humanidade não merece ir à Lua“, que seguiu com as partes II, III, IV, V e… a parte final, que ainda deve ser publicada levando em conta as reviravoltas recentes na política espacial americana.

As missões Apollo foram e são motivo de orgulho e inspiração, registrados em vastas distâncias ou mesmo a 500 quadros por segundo, com tantos eventos, fenômenos e detalhes que poderiam se estender por ainda mais tempo. [via Nerdcore]

Discussão - 6 comentários

  1. Guilherme disse:

    Água liquida não sublima, ela evapora..

  2. Kentaro Mori disse:

    Corrigido, obrigado!

  3. Ildefonso disse:

    No início o ar circundante também é sugado pois está ocorrendo o efeito Venturi.

  4. Kentaro Mori disse:

    Obrigado, professor! Para saber mais (eu consultei agora):
    http://en.wikipedia.org/wiki/Venturi_effect

  5. ave cesar disse:

    beleza cara,
    gostei muito das informações e do video, no mais esqueça as criticas e as correções, pois fazem parte do aprendizado de todos, inclusive dos "professores", gostei muito, pois adoro a ciencia e principalmente a astronomia.abraços.

  6. Ali disse:

    Excelente postagem!
    Muito informativa, valeu 🙂

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