Feliz Newtal!
Natal significa nascimento. Há muito se comemora o solstício de inverno, data a partir do qual os dias ficam cada vez mais longos, marcando assim o renascimento anual do próprio Sol. E foi o próprio imperador romano Júlio César que definiu a comemoração do solstício na data que nos é familiar, 25 de dezembro. César declarou este dia o “Nascimento do Sol Inconquistável”, que em latim deve soar familiar: “Dies Natalis Invicti Solis”.
Ao longo dos próximos quatrocentos anos, Jesus teria nascido, morrido e ressuscitado, segundo os primeiros cristãos acreditavam e comemoravam. Mas indiferente a isto, as pessoas continuaram a celebrar o solstício de inverno. Quando os cristãos decidiram comemorar o nascimento de Jesus, já não havia registro confiável a respeito da data de seu nascimento. Hoje se estima que Jesus teria nascido em torno do ano 7 AC (“antes de Cristo”), em uma primavera. Foi apenas no século IV que o papa Júlio I definiu a data de comemoração do nascimento de Jesus como a velha conhecida celebração do solstício de inverno, em 25 de dezembro. Nascia o Natal católico.
Mas, indiferente a estes eventos, e indiferente mesmo ao solstício, que ocorre atualmente entre os dias 20 e 23 de dezembro, e que neste hemisfério sul é o solstício de verão – a partir do qual os dias ficarão mais curtos – há algo que sabemos que ocorreu exatamente em um 25 de dezembro. Foi o nascimento de um homem que não contou com uma estrela de Belém, mas que permitiria que pudéssemos compreender os movimentos das próprias estrelas. Em 25 de dezembro de 1642, de acordo com o calendário Juliano usado então em Woolsthorpe na Inglaterra, nascia Isaac Newton.
Da mente deste homem surgiria a lei da gravitação, as leis do movimento, o cálculo, o teorema binomial, o telescópio de reflexão, o espectro da luz. Nenhum outro ser humano contribuiu mais para o entendimento do mundo que nos rodeia que Isaac Newton. Isso é mais do que motivo para comemorar seu nascimento no Natal.
Se você não é indiferente a isto, para esta celebração decore árvores de Natal com maçãs, em alusão à anedota de Newton sob a macieira. Se algum cristão reclamar, lembre-o de que em Jeremias 10:2-5 ficamos sabendo que enfeitar árvores é “vaidade pagã e inútil“. Enfeitar árvores é realmente um costume mais antigo que o cristianismo, e simboliza a própria vida. Decore a sua árvore com maçãs, e celebre também o conhecimento.
25 de dezembro! Nasceu Newton!
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O Newtal também é celebrado pelo mundo como o Newtonmas!
CeticismoAberto.com atualizado 21.12.2007
CIÊNCIA
Os 20 experimentos mais bizarros da história
Vasculhei arquivos científicos buscando pelos mais bizarros experimentos de todos os tempos — o tipo que o faz pensar “como alguém pode conceber fazer uma coisa assim?”.
UFOLOGIA
ETs nada fotogênicos
Não deveria ser surpresa que quando o investigador David Jacobs pediu que seis de seus abduzidos regulares gravassem a si mesmos todas as noites, ele se descobriu trapaceado pelos ETs todas as vezes.
Os OVNIs de Sabão
Foi em 1963 que ocorreu um dos casos ufológicos mais curiosos, insólitos e graciosos que se deram no México. Milhares de cogumelos de mais de um metro de diâmetro caíram nas imediações do aeroporto da Cidade do México.
PARANORMAL
As Crianças Índigo e Cristal
Elas são na verdade de outro sistema estelar, descendentes de genes que sofreram uma mutação, manipulados por extraterrestres há um bazilhão de anos.
CETICISMO
A Triste História de Jeff
Ocorreu-me que escrevendo, eu estaria fazendo a este sujeito um favor mais do que os entusiastas OVNI que acreditam que seu conto tem aspectos verdadeiramente sobrenaturais.
Concurso de não-paradoxos
Scott Aaronson lista diversos não-paradoxos e pede por mais. Veja alguns exemplos abaixo, e em inglês, confira os comentários da página, o resultado é humor nerd concentrado:
Não-paradoxo de Banach-Tarski: Se você cortar uma laranja em cinco pedaços com uma faca comum, e então juntá-los novamente, o resultado terá exatamente o mesmo volume que a laranja original.
Não-paradoxo de Hempel: Se você observar vários corvos e descobrir que são todos pretos, isto aumentará as chances de que declare “Todos os corvos são pretos”.
Não-paradoxo de Russell: “O conjunto de todos os conjuntos que contém a si mesmos como membro, pode ou não conter a si mesmo como membro (de qualquer maneira é coerente)”.
Não-paradoxo do hotel de Hilbert: se um número finito de hóspedes aparecer em um hotel infinito, eles podem ser acomodados.
Não-paradoxo dos gêmeos: duas pessoas nascidas no mesmo dia irão, muitos anos depois, ter a mesma idade.
Não-paradoxo de Zenão: Somar um número finito de frações dará um resultado finito.
Não-paradoxo de Epimênides: “Um cretano mente, “Todos os Cretanos são mentirosos””.
Não-paradoxo do barbeiro: Um barbeiro que barbeia todos que barbeiam ele mesmo.
Penso, logo penso que existo.
Relógio de sol digital
Não, não é um relógio solar digital, com células solares e telas de cristal líquido, o que não é de longe tão curioso. O relógio acima não possui componentes eletrônicos ou mecânicos, e exibe as horas em números apenas com a luz do sol. Impossível?
A idéia surgiu no fim dos anos 80, e em 1991 foi divulgada como um desafio em uma edição da revista Scientific American. Poucos anos depois, em 1994, três alemães patentearam o modelo que você vê acima. Confira a patente, disponível online. O sistema é simples e engenhoso.
Os raios solares, nas diferentes horas do dia, incidem a ângulos diferentes, que é o que gera a sombra móvel dos gnômons comuns. No relógio de sol digital, pequenas diferenças no ângulo do raio solar iluminam diferentes frestras gravadas com grande precisão no vidro. Nossa visão faz o resto, e enxerga geralmente um número mais claramente que o outro, embora este relógio “digital” realmente acabe exibindo números mesclados — as fotos de exibição foram presumivelmente tomadas em momentos em que os números apareciam mais claramente.
A tecnologia para criar um relógio assim já existia pelo menos desde o século 19, e embora com menos precisão, um relógio de sol “digital” capaz de exibir pelo menos as horas do dia em seu mostrador poderia ter sido criado muito antes. Mas ainda que haja inúmeras obras antigas com alinhamentos celestes de grande precisão, não há nada como esse relógio patenteado no ano da graça de 1994. É por isso que histórias como a do chocalho mecanoluminescente levantam dúvidas — não é que não sejam possíveis, é apenas algo extraordinário.
A invasão das baratas zumbis
“Eu diria, sem muito medo de errar, que poucas ocasiões são capazes de levar as pessoas a sentirem pena de uma barata. Afinal, nada traz mais deleite ao ouvido masculino humano (e horror ao ouvido feminino humano) do que escutar aquele barulhinho de barata sendo esmagada por chinelo de dedo. Mas sou capaz de apostar que você sentiria ao menos um pouco de compaixão ao saber do que acontece com certas baratas. Com uma ferroada certeira, elas são transformadas em zumbi e devoradas vivas. Bem devagar”.
Continue lendo: A invasão das baratas zumbis
[dica de indbra no Orkut]
A tribo iluminada por cristais
Navegando pela Wikipedia, encontrei a curiosa história de que uma tribo pré-colombiana, os Utes, que hoje contam com apenas 10.000 membros, possuía uma tecnologia extraordinária.
O objeto que você vê ao lado seria uma espécie de chocalho feito de couro, mas o surpreendente é que seria preenchido com cristais de quartzo — e quando tudo era chacoalhado, um brilho tênue seria produzido. O fenômeno em si é real, a mecanoluminescência, e cristais de quartzo realmente são propícios ao efeito. E é plausível que algo assim tenha sido criado por tribos antigas, talvez há séculos.
Mas a única fonte a respeito que pude encontrar na internet é a própria Wikipedia, que infelizmente não fornece nenhuma referência segura sobre algo tão curioso, além da imagem do chocalho. Longe de querer promover qualquer preconceito — os maias foram os primeiros a inventar o zero e possuíam um calendário tão ou mais preciso do que o que usamos hoje ver os comentários do Ricardo abaixo — mas a idéia de tribos antigas com chocalhos de quartzo luminescente é algo extraordinário o suficiente para requerir algo além de uma menção na Wikipedia. Alguém?
Siga a linha vermelha
Sensacional sistema que projeta uma linha vermelha virtual à frente do carro, em três dimensões. Bem mais simples e intuitivo que navegar por GPS olhando para uma tela minúscula e confusa no painel do carro, os vídeos são concepções artisticas, mas a descrição da tecnologia é bem plausível.
O Futuro do Pretérito no Espaço
Logo após a Segunda Guerra, as nações reconhecem o potencial do espaço e a corrida começa logo depois. Em 1956 um foguete reutilizável é criado, em 1960, uma estação espacial circular é estabelecida. O homem pisa na Lua em 1962, e em 1968, em Marte. Colônias na Lua e outros corpos fornecem materiais, e estações orbitais fornecem energia solar abundante ao planeta. Em 2007, há 6,5 bilhões de pessoas — 420.000 delas vivendo fora da Terra.
Essa história alternativa do que poderia ter sido é ainda contada com as muitas concepções de veículos espaciais de Wernher von Braun nos anos 1950: é o filme Man Conquers Space, que tem tudo para ser obrigatório. O próprio título é uma referência à série de artigos publicada por von Braun na revista popular Colliers: “Man Will Conquer Space Soon!“.
Confira o trailer, imagens e a história. [via BAblog]
Pela proteção das cadeiras
O professor Kinouchi, do excelente Semciência, tenta demonstrar algo do momento angular. Nenhuma cadeira foi ferida durante a filmagem desse vídeo.
(O mestre se justifica: “OK, OK, deixa eu explicar. Karla estava tendo um ataque de riso, eu sabia que ela estava bem… OK, acho que não tem desculpa (…) Reconheço que foi uma grande marcada não ter ajudado a Karla a se levantar. Pedi desculpas a ela em público (nos comentários do YouTube), algo que não sei se outros professores “sérios” fariam. Aqueles que nunca pecaram, que atirem a primeira pedra…”).
Todo Mundo em Pânico – Parte 1
Há dois mil anos, todo tipo de inconveniência feminina tem sido atribuído à histeria. Descrita por Platão e mesmo Hipócrates, o termo “histeria” vem do grego hystera, ou útero, que segundo o mito ficaria vagando pelo corpo da mulher até sufocar as frágeis criaturas. Dos antigos gregos também temos a impagável declaração de Aristóteles de que homens teriam mais dentes que mulheres.
É desta forma que enquanto Erastótenes media a circunferência da Terra, outros feitos tão simples como contar dentes de esposas ou investigar se o útero poderia mesmo vagar pelo corpo feminino foram passos muito gigantes para tais culturas. E a ignorância, no caso da histeria, prolongou-se pela cultura européia até o século 17.
Com o avanço da ciência, úteros livres e soltos pelo corpo tornaram-se implausíveis, e a histeria feminina encontrou uma nova origem: o cérebro. Este não ficaria flutuando pelo corpo, mas de forma não tão diferente, a histeria provocada afligiria apenas mulheres. O tratamento? Massagem pélvica para a obtenção do paroxismo histérico. Mais conhecido hoje como orgasmo.
Os primeiros vibradores surgiram assim como ferramentas médicas para tratamento da histeria feminina, esse terrível mal atingindo as delicadas flores de nossa espécie.
Com toda essa história de sexismo e superstição, não impressiona que “histeria” não seja um diagnóstico muito popular hoje em dia. “Histeria coletiva” então, seria um diagnóstico maldito elevado ao quadrado.
Mas como você descobrirá nas próximas colunas, não só a histeria, como a histeria coletiva existem, e são muito mais comuns do se imagina. Ainda que não envolvam orgasmos coletivos. Infelizmente.
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