Arte e Ciência II – Big-Big-Bang-Boom

Confesso que iniciei essa série ansioso pelo dia de falar sobre o Núcleo Arte e Ciência no Palco. Pois bem, o dia chegou! O núcleo estreou no dia 16 de Outubro a comédia infantil Big-big-bang-boom, sobre perguntas nunca feitas e a ordem no universo. Provavelmente um bom começo para educar cientificamente suas crianças e, por que não, dar boas risadas. A paulicéia poderá conferir a peça no teatro da Memória, Rua Álvaro Carvalho, 97, próximo ao metrô Anhangabaú aos sábados e domingos, 16h. Os ingressos saem por até R$ 20,00.

peça

O mesmo grupo tem em seu repertório peças como After Darwin, Oxigênio, o premiado monólogo Einstein, a adaptação musical A dança do Universo e E agora, Sr. Feynman? Vale a pena ficar de olho na agenda do grupo para assistir estas todas, entre outras. Mesmo sem formação científica os atores dão voz e personalidade muito convincente a figuras como Lavoisier, Richard Owen, Emma Darwin, Albert Einstein, Niels Bohr e Galileu. É uma excelente forma de relembrar por que nos apaixonamos pela ciência.

Arte e Ciência I – Ilustrações Científicas

Quem estiver em Brasília poderá conferir a exposição Ilustração científica, no pavilhão de acesso à câmara dos deputados com entrada franca e aberta das 10 às 17h. A exposição traz pranchas de plantas, insetos, aves e anatomia humana, elas são resultado do III Encontro Brasileiro de Ilustradores Científicos. As técnicas vão desde o grafite e nankim até a ilustração digital e o acrílico, mas o grosso da exposição é composto de aquarelas de realismo impressionante. As obras também têm autores diversos, mas fiquei especialmente satisfeito de ver entre eles um colega da USP, Rogério Lupo. Outro cujas obras me encantaram foi o português Fernando Correia, habilidoso ilustrador digital.

Rogerio Lupo

A Erva Mate segundo Rogério Lupo

Fonte: http://rogeriolupo.blogspot.com/

A ilustração científica é a arte de mostrar, através de desenhos, organismos, estruturas ou ambientes reais de forma a passar uma informação científica. Sua época áurea talvez tenha sido a dos grandes exploradores e naturalistas. Obras como as de Buffon, Cuvier e von Martius eram ricamente ilustradas com nankins e aquarelas de precisão assombrosa. Com o advento da fotografia a ilustração científica padeceu um pouco, já que fotografias são fiéis e manejar uma câmera fotográfica (não discuto aqui a habilidade estética para tal, apenas a capacidade de obter uma imagem precisa) é mais fácil do que pincéis e canetas. No entanto, nada como uma bela ilustração científica para especificar detalhes que muitas vezes aparecem poluídos em uma fotografia, sem falar em seu valor artístico. Atualmente, uma nova onda de interesse nesta arte vem da importância de ilustrações para livros-texto e similares utilizando recursos digitais. Assim, permanece o espaço para bons ilustradores, seja nos trabalhos científicos de taxonomistas e anatomistas, seja nas paredes e páginas de exposições de arte.

Arte e Ciência – Nova série de Posts

Esta nova série de posts busca mostrar como arte e ciência podem viver de forma integrada. Não bastasse atribuirem à ciência o assassinato da religião, muitos alegam que ela também matou a arte, a beleza no mundo. Só a título de dois exemplos rápidos. Niko Timbergen narra em sua autobiografia, “the curious naturalist”, que sofreu duras críticas por sua visão analítica da coloração de camuflagem das lagartas nas florestas de coníferas européias. Seu mais ilustre aluno, Richard Dawkins, responde ao mesmo tipo de acusação em seu livro “desvendando o arco-íris”, baseado na acusação do poeta John Keats de que Isaac Newton teria destruído o arco-íris ao desvendar sua formação. Em ambos os casos a visão dos autores se parece bastante com a minha: acredito que haja beleza no conhecimento, explicações engenhosas de como o mundo funciona me parecem extremamente belas. É assim que surge está série de textos, com o objetivo de mostrar casamentos bem sucedidos entre a arte e a ciência.