Uma malvácea muito popular

Certos produtos são tão artificiais que esquecemos que têm uma raiz natural em sua composição, mesmo que essa raiz tenha sido abandonada na composição moderna. É o caso do refrigerante mais famoso do mundo. Se você der uma olhadinha na lista de ingredientes dessa bebida verá que um dos principais ingredientes vem da noz de Cola.

A Cola, Cola acuminata, é uma árvore da família Malvaceae, a mesma do algodão, hibisco, baobá e cacau. Suas nozes vêm de um fruto rugoso e duro que contém oito sementes com um invólucro branco, mas vermelhas por dentro. As nozes podem ser secas e trituradas ou fervidas para a extração da cola. Essa árvore cresce até os 25 m na África tropical da Nigéria ao Congo.

De onde vem a noz de Cola? Ilustração de Franz Köhler

De onde vem a noz de Cola? Ilustração de Franz Köhler

A masca da noz de Cola lembra muito a da folha de coca em termos culturais. Revigora, espanta a fome e dizem que até impotência resolve. É usada em rituais que vão da escolha do nome do bebê ao funeral, adivinhos também leem o futuro nas nozes da Cola, mais ou menos como fazem com búzios. Nas tribos, a masca é feita numa grande roda como se faz com o chimarrão no sul. Não é só na cultura ocidental pós-industrial que a Cola é importante!

Hoje é comum produzir o sabor da Cola artificialmente e a extração e comercialização da semente em si perdeu muito interesse. No entanto a noz ainda é cultivada na África e em outras regiões quentes.

Profissão Biólogo – Produção de mudas para reflorestamento

Fernanda Furlan, responsável pela produção de mudas da Ziani Florestal

Ir na contramão de todos no Mato Grosso e transformar áreas degradadas em florestas é profissão biólogo.

Ir na contramão de todos em Mato Grosso e transformar áreas degradadas em florestas é profissão biólogo.

Meu nome é Fernanda Furlan e sou botânica, trabalhando com produção de mudas exóticas e nativas em um viveiro e implantando as mudas produzidas em reflorestamento. Trabalho para a Ziani Mudas Florestais. Esse mercado até tem espaço para mais biólogos, mas é limitado e a competição com profissionais das engenharias agronômica e florestal dificulta muito nosso ingresso.

Para trabalhar nessa área é necessário entendimento sobre fisiologia, anatomia e taxonomia botânica. Principalmente relacionada à nutrição das plantas e adaptação a diferentes ambientes. Sou supervisora de produção de mudas e de campo. Oriento a melhor produção das mudas com indicações sobre substrato, adubação, luminosidade e umidade. Além de supervisionar a implantação das florestas. Minha carga horária semanal não é definida. No trabalho de campo devemos considerar as adversidades cotidianas, mas a dedicação varia de 40 a 60 horas. Trabalho em ambiente aberto e na zona rural.

Depois de formada em biologia, outras formações foram necessárias, mas nada ligado a mestrado e doutorado. É muito importante que o profissional continue reciclando seus conhecimentos e adquirindo novos também, nessa área há muita competição. Muitas disciplinas me agradaram na graduação. Não segui uma linha de pesquisa específica, o que contribuiu muito para o meu trabalho. Mas no trabalho uso todos os dias os conhecimentos que obtive nas matérias de Estatística, Botânica, Taxonomia, Fisiologia e Anatomia vegetal.

Ainda durante a graduação comecei com um estágio extracurricular junto com outros quatro estagiários de diferentes áreas de atuação. A intenção desse estágio era contratar um profissional. Acabei conseguindo essa vaga assim que me formei.

Contato com a natureza em campo é o que me motiva nessa profissão. Poder acompanhar o desenvolvimento das florestas contribuindo para a conservação dos biomas. Todo dia acontece algo diferente, nunca vivo uma rotina, afinal o ambiente não é controlado. Por outro lado, os desafios estão em conseguir sobressair mesmo com a concorrência de outros profissionais nesta área em busca da remuneração merecida.

Se você deseja obter um emprego como o meu, sugiro que busque um estágio na área e faça cursos e workshops sempre que possível. Busque realizar trabalhos científicos nesta área ainda durante a graduação e se aprimore em áreas paralelas como a engenharia agronômica e florestal. É importante não parar os estudos depois da graduação. A concorrência é muito alta, pois a área é muito promissora nos dias de hoje, o profissional deve sempre buscar meios de se destacar.