Afinal, por que Darwin ainda incomoda?
Por que será que a Evolução e a Seleção Natural ainda incomodam tanto e causam reações extremadas, notadamente entre as pessoas que se dizem religiosas? Na verdade não se vê tanta reação contra a Astronomia, contra a Geologia ou mesmo contra a Física, embora todos esses ramos da ciência contradigam frontalmente o “livro sagrado” das religiões originadas da judaica.
A Astronomia botou por terra um ponto fundamental do fundamentalismo: a Terra não é o centro do universo, nem sequer um ponto notável no mesmo.
A Geologia, por sua vez, desmente de maneira cabal a cronologia bíblica e não se vê qualquer “tour-de-force” como o “Intelligent Design” para contestar seus ensinamentos.
Há algo mais nas constatações de Darwin e seus sucessores que incomoda, e muito, as pessoas em geral e esse incômodo é que dá alento aos fundamentalistas religiosos para continuarem em sua cruzada contra a Evolução.
Me parece que a fonte disso tudo está em algo que o Darwinismo não contesta explicitamente, e que continua a ser presumido até mesmo por partidários ateus da Evolução: a idéia de que a espécie humana é “o ápice” da hierarquia dos seres vivos.
Eu não preciso recorrer a minhas crenças religiosas, nem à SETI, para constatar que essa idéia é totalmente infundada. Nada do que conhecemos pode ser usado como indício de que a espécie humana seja, realmente, a “última palavra” em matéria de evolução biológica. Quem estudasse a Terra no Período Jurássico, jamais apostaria em nossos ancestrais mamíferos contra os poderosos dinossauros. No entanto, os grandes répteis acabaram extintos — mercê de uma catástrofe natural que pode, perfeitamente, se repetir — e os mamíferos dominaram as terras. E, dentre as diversas espécies de mamíferos, uma só entre os primatas conseguiu prosperar (embora tenha sofrido a concorrência de seus “primos” Neanderthal) e, em lugar de se adaptar ao meio ambiente, foi capaz de transformá-lo em seu proveito.
Entretanto, os indícios de que essa transformação do meio ambiente e o crescimento numérico exagerado da espécie humana, estão levando a uma situação que põe a própria sobrevivência da maioria dos indivíduos em perigo, são cada vez mais alarmantes.
Animal gregário, o Homo Sapiens tem como base de sua prosperidade a vida em sociedade. E essa sociedade está — para não ser piegas — claramente aquém das necessidades da espécie para uma sobrevivência futura. Espécies bem menos “evoluídas” têm chances bem maiores de sobreviver a eventos de destruição em massa — e, ao que consta, pela primeira vez na história do planeta, uma espécie “dominante” pode ser a própria causadora de um evento dessa natureza.
A Biologia — em especial, a Genética — pode trazer novos dados para alimentar a parte realmente científica da questão “como a espécie humana pode evoluir para melhor”. Mas não pode servir como base para decisões de foro político e ético sobre a sociedade — afinal, quem decide o que é “melhor”?
Darwin ainda incomoda… Nem só porque contradiz a parte do “criado à imagem e semelhança de Deus”, mas porque enfraquece o pedestal de barro sobre o qual as pessoas teimam em se equilibrar, seja pela arrogância do ignorante, seja pela petulância dos que “têm um olho em terra de cegos”.
Se Darwin nos livrou do “Criador” bíblico, fonte de subsistência de sacerdotes e de limitação para a ciência, a Seleção Natural não se aplica plenamente para a espécie humana, uma vez que essa possui uma capacidade inédita em não só se adaptar ao ambiente, como também de modificá-lo em proveito próprio.
E sempre resta a questão: o que pode surgir depois do ser humano?
(Este post faz parte da discussão de março do “Roda de Ciências”. Por favor, comentários aqui)
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (03/03/09)
3 de março de 2009 Por Jim Dawson Inside Science News Service
Vinho e Cerveja Podem Fazer Bem aos Ossos
Um copo de vinho ou uma garrafa ou duas de cerveja por dia podem fortificar os ossos de mulheres e homens idosos, porém beber mais do que isto pode até enfraquecer os ossos — é o que diz uma nova pesquisa do Centro de Pesquisa de Nutrição Humana no Envelhecimento da Universidade Tufts em Boston. A pesquisa que homens e mulheres pós-menopausa acima dos 60 anos de idade, descobriu que a ingestão de doses moderadas de álcool estava associada com uma maior densidade mineral óssea [também conhecida como, simplesmente, Densidade Óssea = DO]. Enquanto pesquisas anteriores sugeriam uma ligação entre a ingestão moderada de bebidas e uma melhora na densidade óssea, o estudo da Tufts procurou especificamente pelos “possíveis efeitos de três classes de bebidas alcoólicas: cerveja, vinho e destiladas, sobre a DO”, como diz Katherine Tucker, a diretora do programa de pesquisa epidemiológica na Tufts. “Encontramos associações mais fortes entre uma maior DO e bebedores de cerveja, na sua maioria homens, e bebedores de vinho, em sua maioria mulheres, em comparação a bebedores de bebidas destiladas”, acrescenta ela. Tucker e seus colegas especulam que o silício encontrado na cerveja contribui para uma maior densidade óssea entre os homens. Fica menos claro o motivo porque as bebidas destiladas e o vinho podem proteger a densidade óssea. Os pesquisadores também enfatizam que beber demais causa danos aos ossos e observam que “ninguém deve confiar em bebidas alcoólicas para manter a densidade óssea”. O estudo foi publicado no American Journal of Clinical Nutrition. Uma pesquisa realizada por Tucker em 2006, descobriu que bebidas carbonatadas tipo cola causam uma diminuição na densidade óssea de mulheres idosas, mas não em homens.
Titica de Galinha Encoraja Bactérias a Comer Petróleo Derramado
Cientistas da Universidade Wuhan na China descobriram que titica de galinha e outros dejetos de animais podem fornecer os iniciadores químicos e microbianos para dispararem a biodegradação de petróleo cru em solos contaminados. Em um artigo no International Journal of Environment and Pollution, os cientistas declaram que o método que emprega dejetos animais para limpar contaminações por petróleo é “mais benigno para o meio ambiente” do que os processos convencionais, tais como o emprego de detergentes que podem se tornar, eles próprios, os poluentes. Eles dizem que, nos testes, a titica de galinha aumentou o pH do solo contaminado de modo significativo, o que encorajou o crescimento de conhecidas bactérias “devoradoras de petróleo”. Em solo contaminado por quantidades significativas de petróleo cru, os pesquisadores descobriram que 75 % do petróleo foi fracionado no solo com o “aditivo galináceo”, depois de duas semanas. No solo não tratado, os processos naturais fracionaram apenas 50 % do petróleo. “O uso de titica de galinha para estimular a biodegradação do petróleo cru no solo pode ser um dos vários processos ambientalmente amistosos sonhados para combater a poluição pelos hidrocarbonetos do petróleo no ecossitema natural”, declaram os pesquisadores.
Mudanças Climáticas Podem Elevar o Mar Mediterrâneo em Quase 70 cm
Uma equipe de pesquisa hispano-britânica, usando modelos globais do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (conhecido pela sigla em inglês: IPCC) das Nações Unidas, desenvolveram três cenários sobre qual será o impacto causado pelo aquecimento global sobre o Mar Mediterrâneo nos próximos 90 anos. O cenário “mais favorável” presume que as concentrações de gases de efeito estufa permaneçam constantes nos níveis do ano 2000, prediz um aumento de pouco mais de 2,5 cm (1 polegada). Os outros dois cenários “contemplam um aumento dos gases de efeito estufa e prevêem um aumento de até 2,5°C”. Além disso, dizem os pesquisadores, “os resultados mostram que o aumento das temperaturas vai se acelerar durante o século XXI”. Os pesquisadores declaram que o nível de todo o Mediterrâneo vai subir entre 3 e 61 cm em média como resultado dos efeitos do aquecimento”. A significativa variação entre os cenários depende da atividade econômica global, bem como do sucesso ou falha dos esforços para controlar a emissão de gases de efeito estufa. A pesquisa, publicada no Journal of Geophysical Research-Oceans, também indica que o Mediterrâneo vai se tornar, cada vez mais, salgado, porém as previsões correntes sobre salinidade não são muito confiáveis, segundo os cientistas.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
Estresse causa mais estresse
Mecanismo novo e inesperado identificado: como o cérebro responde ao estresse
O “desligamento” de uma proteina faz com que “os freios falhem” em nossa habilidade natural em responder ao estresse
Calgary, Canadá — O estresse crônico cobra uma taxa física e emocional sobre nosso corpo, e os cientistas estão trabalhando na montagem de um quebra-cabeças para compeender como respondemos ao estresse a nível celular no cérebro. Ser capaz de responder rapidamente e com sucesso ao estresse é algo essencial para a sobrevivência.
Usando um rato como modelo, Jaideep Bains, PhD, um cientista da Universidade de Calgary, e sua equipe de pesquisadores do Hotchkiss Brain Institute descobriram que os neurônios no hipotálamo, o centro de comando no cérebro para resposta ao estresse, interpreta “sinais químicos de ‘desligado’ ” como “sinais químicos de ‘ligado’ ” quando percebe o estresse. “É como se os freios em seu carro passassem a acelerar o veículo, em vez de diminuir a velocidade”, diz Bains. Esta descoberta inesperada foi publicada na edição online de 1 de março de Nature Neuroscience.
Normalmente, os neurônios recebem diferentes sinais químicos que lhes dizem para “ligar” ou “desligar”. O sinal de “desligar”, ou freio, somente funciona se os níveis do íon cloro nas células forem mantidos em um nível baixo. Isto é realizado por uma proteína, conhecida como KCC2. O que Bains e seus colegas demonstraram que o estresse reduz a atividade da KCC2, removendo, assim, a capacidade do “freio”, uma substância química conhecida como GABA, para funcionar adequadamente. Uma perda da capacidade do cérebro em “frear” pode explicar algumas das consequências emocionais danosas do estresse.
Embora a descoberta dê uma nova explicação da mecânica sobre como o cérebro interpreta os sinais de estresse, “ainda é necessário muito trabalho na ciência básica deste fenômeno, antes que ocorram quaisquer novos avanços no tratamento médico do estresse”, prossegue Bains
“Isto abre avenidas inteiramente novas e totalmente inesperadas para o controle das resposta ao estresse”, declara Yves De Koninck, PhD, presidente-eleito da Associação Canadense de Neurociência e professor de psiquiatria na Universidade Laval.
“Eu fiquei fascinado quando soube desse trabalho. Não estava claro, até agora, como a resposta neuro-endócrina ao estresse era ativada por estressantes externos. O trabalho de Bains mostra uma solução complexa, embora elegante, que envolve uma mudança de inibição para excitação”, diz Jane Stewart, PhD, uma neurocientista comportamental da Universidade Concordia. “Esta descoberta pode levar a uma melhor compreensão das mudanças na sensibilidade ao estresse que resulta da exposição crônica”.
O estudo completo pode ser encontrado (em formato PDF e em inglês) aqui
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (25/02/09)
Olhos Trêmulos resolvem “Onde está Wally?”
Por Devin Powell
ISNS
O livro infantil “Onde está Wally” (conhecido no mundo inteiro — menos no Brasil — por ‘Where’s Waldo’) tem um lugar especial no coração da maioria de nós que nasceu após o final da década de 1970 — e dos pais que nos criaram. Todos nos recordamos de desafiar nossos colegas de primário, disputando quem seria o primeiro a enxergar os óculos e listras de Wally entre um oceano de faces. Agora, um grupo de pesquisadores no Arizona pode ter descoberto o segredo para solucionar o quebra-cabeças: descobrir o personagem magrelo faz nossos olhos tremelicarem involuntariamente.
Esses pequenos espasmos dos olhos — chamados de “microssacadas” — diferem dos grandes movimentos dos olhos que usamos para olhar intencionalmente para diferentes regiões de uma página. Eles são tão pequenos que, de fato, as pessoas nem os percebem. Os cientistas pensavam que esses movimentos só aconteciam em experiências em laboratório, normalmente nos cansados olhos dos voluntários que tinham ficado mirando pontos em telas por várias horas. Por décadas, poucos pensaram que as microssacadas fossem uma parte importante de nossa visão normal cotidiana.
A neurologista Susana Martinez-Conde desafia esse ponto de vista estabelecido, sugerindo que esses tremores aparentemente insignificantes são algo realmente importante para nossa visão. No Instituto Neurológico Barrow, em Phoenix, ela trabalha em conjunto com colaboradores pouco comuns, tais como os mágicos Penn e Teller, para descobrir como as mágicas e ilusões visuais funcionam. A poucos anos, ela descobriu que as microssacadas preenchem nossa visão periférica quando fixamos a visão em algo. E quando fixamos a visão em uma ilusão visual, tal como a “Enigma” (http://www.michaelbach.de/ot/mot_enigma/index.html), os espasmos não conseguem capturar direito a imagem, produzindo os estranhos efeitos que tornam essas ilusões tão populares.
Para verificar se esses espasmos também auxiliavam a procurar objetos interessantes em nossa vizinhança, Martinez-Conde pegou recentemente em um exemplar de “Onde está Wally” na livraria local. E ela gravou cuidadosamente os movimentos dos olhos de voluntários, enquanto eles olhavam as enormes ilustrações e outras imagens tais como fotografias e quebra-cabeças feitos de imagens.
Ela rapidamente decobriu que nossos olhos jamais ficam perfeitamente parados, mesmo quando pensamos que estamos fixando o olhar em um ponto. Eles dançam e tremelicam constantemente, ao percorrerem uma página.
A experiência mostrou que esses espasmos microscópicos aumentam quando olhamos para cenários complexos. Uma tediosa tela cinzenta é vista com olhos mais calmos do que, por exemplo, uma foto com cachorros e um quebra-cabeças ou uma ilustração de “Onde está Wally” fazem com que nossos olhos fiquem doidos (para ver vídeos de como as pessoas movimentam seus olhos ao verem diferentes imagens, visite http://journalofvision.org/8/14/21/supplement/supplement.html).
Porém nossos olhos tremem mais quando descobrem Wally. Uma possível explicação dada por Martinez- Conde, é que os espasmos sejam um sistema de alerta. Quando movimentos mais largos dos olhos levam nossa visão a passar por uma área de interesse, ao microssacadas podem ser um sinal que diz ao cérebro para prestar atenção.
E não é só o caso de fotos e ilustrações para crianças. “Podemos extrapolar os resultados para situações da vida cotidiana” tais como procurar por constelações no céu noturno, ou tentar localizar o Empire State Building na silhueta da cidade de Nova York, argumenta ela.
O psicólogo Ralf Engbert, que estuda a visão na Universidade de Potsdam, na Alemanha, diz que isso faz sentido em termos evolutivos. “Nosso sistema visual evoluiu para localizar alvos móveis”, diz ele. “Se queremos olhar para uma cena estacionária em detalhes, prescisamos de movimentos em miniatura para otimizar a visão”.
Os resultados da pesquisa podem significar que pessoas cujos olhos tenham mais espasmos, sejam melhores para encontrar Wally, embora sejam necessários novos experimentos para comprovar isso. Se isso for verdade, daria uma desculpa conveniente para a próxima vez que seu filho de oito anos vencer você no jogo do Wally: ele não é necessariamente mais esperto do que você… apenas os olhos dele tremem mais.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (24/02/09)
24 de fevereiro de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
As Formigas, na Hora do “Rush”, Mantém a Velocidade e Evitam Engarrafamentos
Pesquisadores que estudam “movimentos coletivos semelhantes ao tráfego” em fomigas, descobriram que as formigas que se deslocam em colunas, em sua própria versão de uma rodovia, mantém um correto espaçamento entre si e, como resultado, conseguem se manter em uma velocidade máxima. “As formigas formam grandes sistemas de trilhas que têm características em comum com as malhas viárias”, dizem os cientistas. Uma coluna de formigas que se deslocam ao longo de uma trilha “podem manter a estabilidade por horas ou dias e podem ser consideradas análogas a uma auto-estrada”, prosseguem eles. Os quatro pesquisadores, de universidades da Alemanha, Japão e Índia, estudaram formigas que se moviam em uma mesma direção, empregando processos adaptados daqueles de medição de fluxo do tráfego humano, para estudar “as similaridades e diferenças entre o tráfego veicular e o tráfego das formigas”. Uma vez que as formigas mantém um espaçamento adequado, os pesquisadores concluiram que “não ocorrem engarrafamentos”, independentemente de se as formigas estivessem se movendo rapida ou lentamente. Como as formigas conseguem fazer o que pessoas, xingando e esbravejando na hora do “rush”, parecem incapazes de fazer? “O comportamento social das formigas . . . indica a possibilidade de que a evolução biológica tenha otimizado o tráfego das formigas”, concluem os pesquisadores. O trabalho será publicado em uma edição futura de Physical Review Letters.
Planta Doméstica Pode Ter a Chave para o Tratamento do Antraz
Pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, ao pesquisarem como um patógeno bacteriano ataca a Violeta Africana, uma planta doméstica comum, descobriram que um mecanismo usado pelo patógeno para retirar ferro da planta, é similar a um mecanismo usado pela bactéria do antraz quando esta ataca uma pessoa. A descoberta foi feita quando uma equipe de pesquisadores que estudava a Violeta Africana percebeu que o patógeno empregava uma certa enzima e um processo químico para se ligar ao ácido cítrico, um componente crítico para a ligação com o ferro para a bactéria. Bloqueando o processo, os pesquisadores foram capazes de impedir que a bactéria subtraisse o ferro e salvassem a planta.
Uma segunda equipe de pesquisadores da mesma universidade, então, estabeleceu uma correlação com um processo muito similar, usado pela bactéria do antraz para ligar o ácido cítrico para subtrair o ferro, como parte de seu processo infeccioso nas pessoas. Tanto as enzimas do antraz, como as da Violeta Africana reconhecem o ácido cítrico pelo mesmo processo, o que significa que uma estratégia comum pode ser usada para bloquear tanto o antraz como o patógeno da Violeta Africana, sustentam os pesquisadores. Os artigos sobre as Violetas Africanas e o Antraz foram publicados em Nature Chemical Biology e Chemical Communications, respectivamente.
O Sistema Elétrico Pode Manejar uma Energia Eólica Variável
Os ventos podem soprar com força, suavemente, não ventar de todo, ou qualquer coisa nesse intervalo. Um dos problemas para a integração de sistemas de energia eólica de larga escala é que os sistemas elétricos precisam de uma geração de energia confiável e estável. O conflito entre a variabilidade da energia eólica e a previsibilidade das usinas elétricas tradicionais pode ser gerenciado pela rede, conquanto previsões atualizadas dos ventos mantenham os gerentes da geração de eletricidade avisados quanto ao que em pela frente, de acordo com uma pesquisa realizada por um cientista da Universidade Delft de Tecnologia na Holanda. O pesquisador, Bart Ummels, descobriu que as usinas da Holanda são capazes de gerenciar as variações na demanda por eletricidade e a quantidade de energia eólica, usando as previsões de ventos. Empregando simulações, ele descobriu que há energia eólica suficiente para prover cerca de um terço das demandas de eletricidade da Holanda e a principal questão não é o que fazer quando o vento não sopra, mas o que fazer com o excedente da eletricidade gerada. Embora as usinas de energia tradicionais tenham, algumas vezes, de aumentar sua produção para suprir a falta de ventos, com mais frequência elas terão que diminuir sua vazão para criar espaço para a energia gerada por fontes eólicas. Ummels sugere que haverá um excedente tão grande de eletricidade gerada por usinas eólicas que a energia poderá ser vendida no mercado internacional de eletricidade.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
“Por dentro da Ciência” do Instituto Americano de Física (23/02/09)
O SEGREDO POR TRÁS DO OSCAR PARA EFEITOS VISUAIS — A TECNOLOGIA CONTOUR PARA CAPTURA DE REALIDADE
Por Emilie Lorditch
ISNS
COLLEGE PARK, Mariland — Quando o Oscar para efeitos visuais foi concedido na noite passada para Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron por “O Curioso Caso de Benjamin Button”, os ganhadores agradeceram à companhia MOVA em seu discurso de aceitação e a razão para sua gratidão é que a Tecnologia MOVA CONTOUR de Captura de Realidade foi a ferramenta secreta usada pelos ganhadores para escrever um página da história do cinema.
“Quando pessoas são inseridas em um mundo gerado em computador, isso nos dá a flexibilidade para criar o mundo que quisermos”, diz Steve Perlman, inventor do sistema MOVA CONTOUR e presidente ds Companhias Rearden com sede em San Francisco. “Você pode criar personagens gerados por computador que são indistinguíveis de verdadeiras pessoas”.
Por toda a última década, a tecnologia de captura de movimentos para filmes vem sendo usada para dar às personagens animadas por computador movimentos mais realísticos, mas a tecnologia tinha suas limitações. Exibir apenas o movimento de um ator, mas não ser capaz de capturar os pequenos detalhes de sua expressão facial, por exemplo, fazia com que esses personagens parecessem autômatos, em lugar de personagens vivos.
“Para realmente capturar os movimentos da face de alguém e transferir esses movimentos para um personagem animado, quando eles estão em primeiro plano e dizendo uma fala, é algo realmente difícil”, declara Ken Pearce, um cientista de computação da MOVA.
O Sistema MOVA CONTOUR de Captura da Realidade é uma melhoria significativa sobre as tecnologias de captura de movimento anteriores porque, em lugar de centenas de refletores ligados a um ator humano de forma a capturar os movimentos, o sistema CONTOUR usa um pó fluorescente que revela os detalhes de expressão facial da performance de um ator tais como uma sobrancelha arqueada ou pequenas linhas de um sorriso.
Quando montado em um estúdio, o sistema de câmeras especialmente projetadas do sistema CONTOUR filmam as expressões faciais de um ator durante uma representação ao vivo, tanto no claro como no escuro, com o uso de um rápido flash de luz pulsante – 100 vezes por segundo. Depois que a performance foi filmada, as imagens capturadas do ator são enviadas para um computador. Os pontos fluorescentes de rastreamento na face do ator criam um padrão que é usado para criar uma versão digital em três dimensões do ator. A seguir, se acrescenta os lugares onde a maquilagem não pode ser aplicada, como nos olhos e dentes. O resultado é uma performance digitalizada que parece igual à performance ao vivo.
A tecnologia CONTOUR pode ser usada não apenas para criar atores digitais realísticos, como também para criar cenários digitais que são exatamente iguais a um local verdadeiro. Embora permaneça o segredo de como Brad Pitt envelheceu ao contrário em “Benjamin Button”, não é segredo algum que as imagens que resultam em muitos ganhadores do Oscar são criadas por pessoas e tecnologias nos bastidores.
MAIS SOBRE COMO FUNCIONA A CONTOUR
http://www.mova.com/flash/
Segmento do site do ISNS Discoveries & Breaktroughs
http://www.aip.org/dbis/stories/2008/18140.html
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
Não dá para não comparar…
Fiquei com um gosto ruim na boca, depois de traduzir os dois últimos boletins “Por dentro da ciência” da AIP. Mesmo dando o devido desconto às patriotadas; considerando que a administração do Obama pode até não ser grande coisa: pior que a do W. Bush não será; conhecendo que os Estados Unidos podem exportar sua inflação, porque são eles que imprimem os dólares… não dá para não se sentir mal com o rumo diametralmente oposto que o governo brasileiro está dando às respostas governamentais à crise econômica.
Fica mais chato ainda depois dos anunciados cortes nas verbas do Ministério da Ciência e Tecnologia e do anúncio de demissões de pessoal na Embraer (cadê a Força Aérea comprando mais uns Tucanos e Bandeirantes para garantir a Embraer?… Vai dizer que a FAB tem todos os aviões que precisa?…)
E é extremamente desagradável ver que o Departamento de Energia dos EUA vai investir em “energia limpa”, enquanto que nosso ministro das Minas e Energia cogita de fazer usinas elétricas a carvão… Bom… O Ministro deles é um Prêmio Nobel, enquanto o nosso…
Sem falar nos investimentos previstos para o setor de transportes (nos EUA, é claro!…) Revitalização de ferrovias — notadamente no transporte de passageiros, o que, entre outras coisas, diminui o número de viagens aéreas — e reparos na malha rodoviária… Enquanto que aqui… deixa pra lá…
Olha só!… É muito bonitinho falar de desenvolvimento sustentável, de cessar o desmatamento das florestas, mas o fato é que a cura mais eficaz para esse tipo de coisa é a prosperidade. E não adianta colher safras monumentais se não há malha viária para escoar a produção. Não adianta ter um parque industrial com tecnologia de ponta, se falta energia (e as linhas de transmissão de eletricidade no Brasil?… Vão bem?…) e se o governo não cuida de manter essas empresas (sim, eu estou voltando ao caso da Embraer).
Eu nem argumento mais em favor da pesquisa e da ciência… Não dá para chegar a essa sofisticação quando coisas primárias como infraestrutura estão pegando forte e claro.
Falar de “redistribuição de riquezas” é ótimo para campanhas eleitoreiras eleitorais, mas, antes de redistribuir, é sempre bom lembrar de não dilapidar essas riquezas.
Enfim… “Chi fá, non sá”…
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (18/02/09) (2° Boletim)
A Nova Rede (de Distribuição de Energia)
O plano de estímulo para a modernização da [infra]estrutura elétrica é grandemente popular
Por Phillip F. Schewe
ISNS
O plano de estímulo para a economia de US$787 bilhões, assinado ontem pelo Presidente Barack Obama visa a criação de empregos e dar um “pontapé inicial” na regeneração da economia. Uma grande parte desse plano está na ênfase nas questões relacionadas com a energia: modernização da rede de energia elétrica, investimentos na pesquisa básica sobre energia, o desenvolvimento de novas baterias e células solares, e na promoção do uso eficiente da energia. Em outras palavras: o presidente está apostando que a futura saúde da economia da nação e o desenvolvimento de energia verde estão intimamente relacionados.
A Comissão de Finanças do Senado, fundamental na aprovação dos projetos de investimentos que compõem o pacote de estímulo à economia, fornece um sumário das quantias específicas, inclusive o seguinte, destinado ao sistema de energia:
• O melhoramento do sistema de transmissão de energia nacional fica com US$ 30 bilhões. Destes, US$ 11bilhões serão destinados a modernizar a rede de transmissão de eletricidade. Os investimentos na rede incluem verbas para a ampliação do sistema de linhas de transmissão, um sistema que, nos últimos vinte anos, tem ficado aquém das demandas de consumo de eletricidade, e torná-la mais confiável: a maior parte dos “apagões” teve origem na rede de transmissão.
Outras verbas do pacote de estímulo que são relacionadas com o melhoramento da rede incluem:
• Garantias de empréstimos para projetos de energia renovável ficam com US$ 6 bilhões. Muitos dos mais notáveis esforços para energias renováveis, tais como energia solar e eólica, percorreram grandes distâncias nos últimos anos, no aumento da eficiência e diminuição de custos, mas ainda respondem somente por uma pequena parte do “menu” da energia elétrica nacional. As garantias de empréstimos devem alavancar desenvolvimentos maiores e tornar possível a economia de escala que vem com um maior volume de negócios.
• Aumentar a eficiência energética dos edifícios federais e dos estados e municípios, fica com US$ 4,5 bilhões e US$6,3 bilhões, respectivamente. Perto de 70% da eletricidade é consumida em edifícios, para coisas tais como iluminação, aquecimento, refrigeração e ventilação. Começar com um programa massivo de melhoramentos nos edifícios governamentais dará o exemplo do que pode ser realizado. A meta é que grande parte ou todo esse investimento retorne, ao longo do tempo, na forma de economia dos gastos de energia e redução das poluentes emissões de carbono.
• Financiamentos para o manufatores para que desenvolvam e comercializem baterias mais eficazes, ficam com US$ 2 bilhões. A armazenagem química de energia em baterias é algo chave para coisas tais como telefones celulares e laptops, mas é também um componente crucial para a eletrificação de veículos.
• Projetos piloto para a captura de carbono ficam com US$ 3,4 bilhões. Mesmo com um forte programa de energia renovável em execução, a geração de eletricidade com combustíveis fósseis será um fato pertinente nos anos vindouros. Configurar as usinas de energia de forma que o dióxido de carbono possa ser extraído do combustível, antes da combustão, e armazená-lo seguramente sob a terra ou no fundo do oceano, mitigaria grandemente a emissão de gases de efeito estufa.
• Centenas de milhares de dólares a mais beneficiarão a atualização da rede de transmissão de energia elétrica, na forma de pesquisa científica básica por novos materiais, na exploração de novos métodos alternativos de geração de energia e na qualificação de profissionais para os muitos empregos que acompanharão essa esperada “revolução verde”.
Vários interessados fizeram comentários sobre a parte referente à rede de transmissão do plano de estímulo. Por exemplo, a Corporação de Confiança na Eletricidade da América do Norte (North American Electricity Reliability Corporation = NERC), a organização que supervisiona a transmissão de eletricidade nos Estados Unidos, Canadá e partes do México, endossou a provisão do pacote de estímulo para criar uma rede realmente “inteligente”. A NERC coordena as operações de uma rede de redes regionais que, por sua vez, integram as instalações e companhias fornecedoras de eletricidade — a mior parte delas, privada — que fornecem a eletricidade para residências e negócios.
Com efeito, a NERC serve como o “controle de tráfego aéreo” para a distribuição de eletricidade para centenas de milhões de pessoas. Em uma declaração recente, o presidente da NERC, Rick Sergel, sublinhou a importância do apoio federal para a construção de novas linhas de transmissão para transportar a carga crescente da eletricidade: “Nos apoiamos vigorosamente a ‘rede inteligente’ e provisões de garantias de empréstimos no pacote de estímulo à economia proposto e envisamos a futura discussão dos problemas que obstam o desenvolvimento dessa infraestrutura necessária, inclusive a localização e os custos para os projetos de transmissão”.
Muitas das provisões do plano de estímulo são apoiadas pelo IEEE ( = Institute of Electrical and Electronic Engeniers = Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos), uma organização internacional de engenheiros. Em um relatório recente, por exemplo, o IEEE encorajou a evolução em larga escala da frota de veículos nacional na direção dos modelos híbridos, parcialmente elétricos. Esta abordagem sugere carros e caminhões dotados de motores à gasolina, mas cada vez mais acionados por um motor elétrico, especialmente para curtos deslocamentos.
A eletrificação dos transportes cumpriria uma série de metas: diminuição da necessidade de importação de petróleo; a exploração de motores elétricos que transmitem a energia aos eixos motrizes de modo mais eficiente do que os motores de combustão interna; e a localização e redução da poluição, através do uso da rede elétrica geral que irá, no devido prazo, requerer métodos novos e mais limpos para a produção de energia. Para que essa eletrificação dos transportes seja possível, a rede terá que crescer e evoluir. Muitos elementos do plano de estímulo visam diretamente tal evolução.
O Edison Electric Institute, uma associação de diversas companhias de energia elétrica privadas, endossa entusiasticamente o plano de estímulo. O presidente do Instituo Edison, Thomas R. Kuhn, em observações feitas a poucos dias, declarou que o plano seria especialmente útil para a solução de áreas críticas dos negócios de energia elétrica: promovendo a eficiência energética, permitindo a criação de uma rede de transmissão de eletricidade “inteligente”, o advento dos veículos eletro-híbridos e o desenvolvimento de tecnologias de geração de energia com baixa geração, ou mesmo sem geração, de rastro de carbono.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (19/02/09)
(São dois boletins do ISNS, mais ou menos sobre o mesmo tema, publicados em 19/02/09).
19 de fevereiro de 2009
Energia “Verde” e “Limpa” Ganha Bilhões no Pacote de Estímulo (da Economia)
Por Jim Dawson
ISNS
Dinheiro para a climatização das residências para famílias de baixa renda, garantias para financiamento para projetos de energia eólica e solar, fundos para programas estaduais e locais de “energia limpa”, e recursos para pesquisas para energia de biomassa e geotérmica respondem por alguns dos bilhões de dólares do pacote de recuperação da economia que caem na categoria genérica de “energia verde”.
Os investimentos e benefícios fiscais contidos no pacote de estímulo de US$787,2 bilhões envolve tantos programas, em tantas áreas diferentes, que é difícil definir claramente quais são somente “verdes”, mas é possível dar uma visão geral.
Os investimentos em “energia verde” mais imediatos incluem mais de US$ 6 bilhões em fundos para os estados investirem em eficiência energética e conservação de energia, mas os detalhes sobre exatamente como os estados vão investir esse dinheiro ainda estão por ser definidos.
Uma análise dos números, vinda de diversas fontes que incluem os membros da Câmara e do Senado, organizações envolvidas com energia e meio ambiente, e organizações científicas, tais como a Associação Ameriacana para o Progresso da Ciência (AAAS), indicam que mais de US$ 4o bilhões vão para a “energia verde” de uma forma ou de outra.
Essa cifra não inclui os cerca de US$11 bilhões para a melhoria da rede nacional de eletricidade (vide o outro boletim do ISNS desta data), mas inclui US$ 9,3 bilhões para o desenvolvimento de sistemas ferroviários de alta velocidade intermunicipais e o melhoramento da eiciência da Amtrak. Sem contar os trens, os recursos para energia limpa montam a pouco mais de US$ 30 bilhões.
Os número se subdividem assim:
- US$6,3 bilhões para fundos de eficiência energética e conservação de energia dos estados. De acordo com o Senador Jeff Bingaman, (Democrata -Novo México), presidente da Comissão de Energia e Recursos Naturais, mutios estados e governos locais desenvolveram programas de energia limpa, porém, por causa da crescente crise econômica, agora carecem dos recursos financeiros para desenvolver e por para funcionar esses projetos. Os US$ 6,3 bilhões devem permitir que os estados e governos locais “acelerem rapidamente o desenvolvimento [dos programas] de energia limpa”, declarou Bingaman.
- US$6 bilhões para novas garantias de financiamentos para projetos de energia renovável, tais como os de energia eólica e solar. Os recursos também incluerm dinheiro para projetos de linhas de transmissão de eletricidade que permitirão que a energia gerada por usinas eólicas e solares se conectem à rede.
- US$5 bilhões para ampliar os fundos de financiamento para climatização de residências de famílias de baixa renda. O fundo de financiamento tem como meta tornar mais de um milhão de residências mais energeticamente eficientes, mediante melhor isolamento térmico, portas e janelas melhores e outros melhoramentos para maior eficiência. A climatização porde diminuir as contas de energia em até US 350 por ano por residência e, provavelmente, se constitui no retorno mais rápido de qualquer investimento em energia, dizem os experts.
- US$4,5 bilhões para aumento da eficiência energética em prédios do governo federal. De acordo com a Comissão, “o governo federal é o maior consumidor de energia do mundo” e realizar melhoramentos da eficiência energética dos prédios federais pode reduzir a conta de energia do governo em 25%.
- US$2,5 bilhões para pesquisas sobre eficiência energética e energia renovável para os programas do Departamento de Energia (DOE). Isso se subdivide em US$800 milhões para biomassa, US$400 milhões para energia geotérmica e US$1 bilhão para programas de pesquisa e desenvolvimento relacionados com tecnologias mais limpas para carvão, petróleo e gás, inclusive pesquisas sobre sequestro de carbono.
- US$400 milhões para estabelecer a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada sobre Energia (Advanced Research Projects Agency-Energy = ARPA-E) no Departamento de Energia. A ARPA-E tem como missão reunir equipes de cientistas de vários campos para, de acordo com sua regulamentação de criação, resolver “as necessidades mais urgentes da nação em energia, através de pesquisa de alto risco e o rápido desenvolvimento de tecnologias de transformação para energias limpas”.
- US$300 milhões para pesquisa relacionada com energia no Departamento de Defesa. Esses recursos são destinados a projetos de geração, transmissão, regulação, armazenagem e uso de energia renovável em instalações militares.
- US$500 milhões para a preparação de trabalhadores para carreiras nos campos de eficiência energética e energias renováveis. O Presidente Obama declarou que o pacote de estímulo, no todo, deve empregar 460.000 pessoas em programas relacionados com a energia e dobrar a quantidade de energia produzida por fontes alternativas nos próximos três anos.
- US$2 bilhões em financiamentos para a manufatura de sistemas de baterias avançados. Um dos problemas críticos no desenvolvimento de automóveis elétricos comercialmente viáveis é a eficiência das baterias. O melhor que a ciência e a indústria automobilística podem prometer, no momento, é um veículo elétrico com uma autonomia de menos de 80 km e, mesmo isso, para daqui a um mínimo de um ou dois anos. A indústria automobilística gastou milhões com a pesquisa sobre baterias, mas o progresso tem sido lento.
- US$1 bilhão para programas de eficiência energética que financiem combustíveis alternativos para caminhões e ônibus, e dêm início a uma infraestrutura de transportes que abranja automóveis elétricos e outros veículos. Cerca de Us$300 milhões desse total iriam para a repotencialização de velhos caminhões com a atualização de seus motores a diesel, enquanto outros US$300 milhões iriam para a aquisição pelos governos estaduais e locais de ônibus e caminhões acionados por gás natural comprimido. Cerca de US$300 milhões dos recursos proveriam compensações fiscais para consumidores que comprassem eletrodomésticos com maior eficiência energética.
- US$8 bilhões para o desenvolvimento de ferrovias de alta velocidade para promover o transporte ferroviário intermunicipal por toda a nação. Outros US$1,3 bilhões serão alocados para o sistema Amtrakde transporte de passageiros.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
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“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (18/02/09)
18 de fevereiro de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Uma Possível Ligação entre Enxaquecas, Derrames e Ataques Cardíacos
Mulheres que relataram sofrer de “enxaquecas com auras”, o que significa que elas vias luzes brilhantes ou padrões geométricos, e que também portavam certos genótipos (variações genéticas), tinham o dobro do risco de derrames e ataques cardíacos. A pesquisa, pubicada na última edição de Neurology, envolveu 4.577 mulheres que relatavam um histórico de enxaqueca e, desse grupo, 1.275 relatavam sofrer de enxaqueca com aura. As mulheres foram examinadas em busca de uma variante genética específica, chamada ACE, e não foi encontrada uma ligação entre as dores de cabeça das enxaquecas e um risco aumentado de derrames e ataques cardíacos. No entanto, os pesquisadores descobriram que as portadoras dos genótipos DD e DI tinham um risco significativamente maior. As que tinham um terceiro genótipo, chamado II, não corriam um maior risco. “A complexa relação entre essa variante genética, enxaqueca, derrame e doenças cardíacas tem sido o foco de vários estudos e os resultados tem sido controversos”, declara Markus Schurks, um pesquisador da Divisão de Medicina Preventiva do Brigham and Women’s Hospital em Boston. “Chegar ao fundo da questão de se há uma conexão e por que, pode auxiliar a desenolver meios para prevenir efeitos tais como derrames e doenças cardíacas, que são as principais causas de mortes nos Estados Unidos”.
Os Traços de Vida Mais Antigos na Terra são Contestados
Em uma discussão que está esquentando no mundo das ciências da Terra, os cientistas do Museu Sueco de História Natural e Centro Nórdico para a Evolução da Terra contestaram a afirmação de que os mais antigos traços da vida sobre a Terra têm 3,85 bilhões de anos e foram encontrados em um pequeno afloramento rochoso no Sudoeste da Groenlândia. Pela datação de rochas que contém grafite — os indícios de vida primitiva na forma de certo tipo de carbono — o novo artigo declara que “não há provas” que as rochas e o carbono sejam “mais antigos do que 3,76 bilhões de anos”. Embora haja pouca discordância sobre ser o carbono o indício de vida extremamente primitiva sobre nosso planeta, a dicussão é sobre a natureza das rochas intrusivas que permeiam a formação rochosa que contém o carbono. Essas rochas intrusivas foram datadas como tendo 3,85 bilhões de anos em 2006 por uma equipe internacional de cientistas, que alegaram que, porque as rochas carboníferas têm que ser mais velhas do que as rochas que, mais tarde, se intrudiram nelas, o carbono tinha que ser mais velho do que os 3,85 bilhões de anos.
Isso é importante porque se acredita que a Terra tenha sido extremamente hostil à vida entre 3,8 e 4,5 bilhões de anos passados, quando o planeta começou a se formar. A equipe sueca diz que as rochas intrusivas não são vulcânicas, como a equipe internacional afirmou, mas, em lugar disto, causadas pela atividade tectônica (movimento das Placas da Terra).
A “atividade tectônica” significaria que “a idade das rochas intrusivas é irrelevante para a datação do grafite”, argumentam os cientistas em seu artigo, publicado na revista da Geological Society. O mundo das Ciências da Terra espera por uma resposta da equipe internacional.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.