Museus de História Natural – visões paralelas
Ilustrações – Humor antigo, o meu obrigado a Medina Ribeiro; e daqui
Livros que ando a ler
Para além da quantidade absurda (no freio que lhe devia dar e não pela qualidade) de papers e livros da especialidade que ando a ler, circulam os seguintes livros à minha volta.
Obrigado pelo desafio de listagem feito Porfírio Silva.
Ciência ou Vodu
Robert Park, Editorial Bizâncio, 2002
Comprado recentemente nas promoções, comecei-o a ler na esperança que fosse um dos manuais que recorrentemente uso para desmistificar crenças, mitos, criacionismos e outros atentados à honestidade intelectual. O até agora principal manual desse tipo era “Porque é que acreditam as pessoas em coisas estranhas” do director executivo da Skeptics Society, Michael Shermer.
Este livro, escrito por um investigador e Professor de Física da Universidade de Maryland que, durante vários anos, foi também responsável de comunicação da Sociedade Americana de Física. Provavelmente esta função contribuiu para este livro, onde se analisa o processo de produção científica, com os seus inerentes erros, vícios e virtudes, num contexto sempre personalizado quer ao nível dos conceitos em causa quer das pessoas envolvidas.
Aliando esta metodologia à exploração e desmontagem de conceitos científicos alternativos ou erróneos, presentes na sociedade americana, Robert Park consegue (nos capítulos que li) manter o discurso muito interessante.
Para além do citado livro de Shermer, este vai constituir uma ferramenta de consulta para debates com Jónatas e outros que tais…
Vertigem Americana
Bernard-Henri Lévy, Caderno, 2007
Num interesseiro pedido, recebi este livro. Leio-o de forma avulsa e esporádica. Para compreender e aferir dos vários períodos que vivi naquele país. E também para poder ser um melhor advogado-do-diabo em discussões com amigos que odeiam Bush. Para compreender, de forma resumida, a viagem inspiradora para este livro de Alexis de Tocqueville, que percorreu os EUA no séc. XIX. em busca do esplendor da democracia americana.
O filósofo percorreu milhares de quilómetros e instituições diversas, entre prisões, hospitais, bares de beira de estrada e outros antros e não só na busca do que é ser América.
Seven deadly colours
Andrew Parker, Free Press, 2005
Comprado num alfarrabista de Londres, está dividido em poucos capítulos – sete, um para cada cor. Em cada um deles são apresentados exemplos naturais em que a cor tem um papel fundamental na sobrevivência dos seres vivos.
A cor é, neste livro, o conceito unificador do percurso evolutivo e de uma variedade de comportamentos adoptados pelos organismos.
Este é o segundo volume de uma trilogia dedicada à evolução da visão e da cor. O volume anterior “In the blink of an eye: how vision kick-started the big bang of evolution” incidia mais especificamente na evolução da visão no mundo animal.
Não serão propriamente audiobooks, no sentido em que não são livros propriamente ditos, mas antes crónicas de jornais, fundamentalmente as de Arnaldo Jabor. São deliciosas análises do humano, em especial do brasileiro, mas com generalização possível a todos os países. O Amor, a Vida e as Vacas, passam por lá e é tão bom passá-los no carro ou ouvi-los no MP3 enquanto se corre.
Igualmente desta fonte de palavra escuto a de Carlos Drummond de Andarde; curioso é que desde que comecei a ouvir audiobooks constatei que sou incapaz de ler poesia mas ouvi-la é mais do que um prazer.
Neste site podem encontrar-se, gratuitamente e em português, obras literárias digitais ou em áudio.
Viciado
Matt Richtel, editora Dom Quixote, 2007
Em alturas de maior trabalho preciso “desligar” o cérebro (aquilo que a maioria diz fazer com as leituras de Verão), nada melhor que um livro de suspense, num ambiente de intriga e gadgets. A acção passa-se em São Francisco mas transfere-se frequentemente para Silicon Valley.
Cumpre a função para que o comprei – ler em intervalos regulares e com efeitos terapêuticos.
Os que desafio em seguida são: João Moedas (Terra Que Gira); Miguel Marujo (Cibertúlia);
Escrita Rude e Tosca; QCrescente; Darren Naish (Tetrapod Zoology)
Mensagem
Apesar de ter odiado ter olhado pareceu-me que o devia divulgar.
Este tigre, fotografado duas vezes nos últimos meses, resistiu à cruel armadilha.
Resistiu não percebo como.
Mas resistiu.
Apesar do horror que causa, mesmo com a cadência ininterrupta de estímulos visuais da mesma natureza com seres humanos, que nos anestesiam, deixa uma mensagem de esperança.
Esperança que tal não volte a acontecer.
Para que não continuem a amputar a Natureza.
Fonte – Reuters
Foto – REUTERS/WWF/Handout
Não me comam o trabalho!
Camponeses comiam ossos de dinossauro
“Diversos camponeses do centro da China desenterraram mais de uma tonelada de ossos de dinossauro, que cozeram e moeram para usar na medicina tradicional, noticia hoje a imprensa chinesa.
Os camponeses acreditavam que os ossos pertenciam a dragões voadores e tinham poderes curativos, segundo o jornal oficial New Beijing Daily.
Até ao ano passado, os fósseis eram vendidos na província central de Henan como ossos de dragão por cerca de quatro renminbi (40 cêntimos de euro) por quilo, disse o cientista Dong Zhiming ao jornal Luoyang Daily.
Durante pelo menos duas décadas, conta Dong, o professor do Instituto de Paleontologia da Academia Chinesa de Ciências, «eles acreditaram que os ossos eram de dragões que voavam pelos céus».
Os ossos, ricos em cálcio, eram fervidos juntamente com outros ingredientes e dados às crianças como um tratamento para as vertigens e cãibras nas pernas.”
P.S. – Foto Dong Zhiming e a minha pessoa (Lufeng, 2006) – juro que não tínhamos comido nada neste momento…depois é que vieram, para a mesa, as larvas de vespa!!
Notícia- fonte
Longevidade
Ambos animais.
Ambos vivem.
E morrem.
Um mais rápido.
O outro mais lento.
Qual valerá mais ser vivida?
P.S.- Tartaruga – 250 anos
Gastrotricha – 3 dias