INVASORAS…PERTO DE SI

A equipa do Projecto INVADER II solicitou-nos a divulgação da acção abaixo descrita.
Aproveito para agradecer publicamente a dois dos elementos desta equipa, a Professora Helena Freitas e Elizabete Marchante, as informações preciosas que me forneceram quando escrevi estes textos “Cidades sem pessoas – I

e “Cidades sem pessoas – II.

No âmbito do projecto “Ciência Viva – Divulgação sobre Espécies de Plantas Invasoras em Portugal” , o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra está a organizar um Campo de Trabalho Científico, a decorrer de 15 a 20 de Março de 2008, na Área de Paisagem Protegida da Serra do Açor. Mais informações em: www.uc.pt/invasoras
Imagem – Centro de Ecologia Funcional, Universidade de Coimbra

MEDE-SE AOS PALMOS – Nemicolopterus

Com uma envergadura dos membros anteriores de 25 cm (contra os quase 10 metros do Quetzalcoatlus), o novo pterossáurio chinês é um extremo, na sua pequenez, da variedade de formas de répteis gigantes do mesozóico.

O Nemicolopterus crypticus é uma nova espécie de pterossáurio cujas dimensões o colocam na galeria dos mais invulgares. Foi descoberto na famosa jazida de Liaoning, no nordeste da China, em rochas com 120 milhões de anos.
Apesar de juvenil, confirmado pela não fusão de alguns dos seus ossos, estava desprovido de dentes e, inferiram os paleontólogos chineses e brasileiros que o descreveram, a partir da estrutura das suas patas, que tinha hábitos arborícolas – alimentava-se nas árvores, possivelmente de insectos.

Apesar da maioria dos press-releases o referirem como um dinossáurio, a verdade é que têm tanto de dinossáurio como os seres humanos têm de paquidermes.
Os pterossáurios são répteis voadores, extintos no final do Cretácico e que, em conjunto com as aves e os morcegos, são dos animais que conseguiram aquilo que Ícaro desejava – voar!

VIDEO: Independent Television News Limited 2008

IMAGENS – Michael Skrepnick; Sergio Moraes/Reuters

REFERÊNCIAS: Wang et al. .2008. Discovery of a rare arboreal forest-dwelling flying reptile (Pterosauria, Pterodactyloidea)...Proceedings of the National Academy of Sciences

Evolução! Parabéns Darwin

Imagens – daqui e daqui

APARENTES INUTILIDADES, LENTAS VIRTUDES!

Sempre fui aconselhado a não confiar apenas na primeira impressão.
Que maturasse esse indício de realidade, que os sentidos também atraiçoam.

No caso dos Sorex palustris, musaranhos aquáticos, que à primeira vista parecem animais inofensivos e pouco lestos são, na realidade, predadores altamente preparados na captura de presas.

Diversos parâmetros de captura foram testados, entre detecção de forma, movimento e cheiro debaixo de água. Os autores do estudo utilizaram câmaras de alta-velocidade capazes de registar imagens na total escuridão, aptas para os mais subtis movimentos do Sorex palustris.
Este estudo, originário da Vanderbilt University, verificou que não existe diferença na taxa de captura de presas em ambientes com luz e em ambientes totalmente escuros, ou seja, estes musaranhos tanto caçam com luz, como sem ela.
Neste primeiro vídeo pode observar-se a captura de um peixe, visto em velocidade baixa e também em tempo real.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=RMgY_yc6DtM]

Num segundo vídeo, em ambiente privado de luz mas com a câmara a registar o espectro infra-vermelho, pode observar-se que os musaranhos identificam a forma de peixe (modelo), embora misturada entre muitas outras formas.
Não te adianta esconderes-te, peixinho…
De referir que estas imagens correspondem às primeiras investidas do musaranho, tendo-se observado, posteriormente, que os musaranhos já “verificavam” tratar-se de um modelo…

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=_zT64Kxd7CM]

Para além da forma, o Sorex palustris, verificou este estudo, também é capaz de detectar pequenos movimentos na água, originados por possíveis presas.
Neste vídeo, o musaranho, em ambiente privado de luz, detecta de novo a “presa”.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=eXe_Rh8megE]

No último vídeo, pode observar-se que o musaranho, utilizando bolhas de ar, detecta pelo cheiro se a potencial presa (modelo de gafanhoto) é verdadeira ou não.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=RamFM2LK26k]

Estes mesmos autores já tinham publicado, em 2005 e na revista Nature, que uma espécie de toupeira seria capaz de detectar presas pelo olfacto, debaixo de água. Para isso, bolhas de ar seriam libertadas e posteriormente capturadas pelo musaranho que, desta forma, identificaria as presas.

Por detrás deste aparente “bonacheirão” existe um predador muito sofisticado e com diversos recursos.

Referências:
Página descritiva do projecto de investigação

Catania, K. C., Hare, J. F. andCampbell, K. L. Water shrews detect movement, shape, and smell to find prey underwater. PNAS January 15, 2008, vol. 105, no. 2.

Catania, K. C., Remple, F. E. Asymptotic prey profitability drives star-nosed moles to the foraging speed limit. Nature, 433(7025), 519-22, 2005.

Vídeos

Imagem:
Do primeiro artigo

5 NOVOS DINOS – DINOS NOVOS 5

Nos últimos dias, foram publicadas 5 novas espécies de dinossáurios.

A saber:
-o herbívoro Sahaliyania elunchunorum, pertencente aos Hadrosauridae, do Cretácico superior da China;
-o herbívoro Wulagasaurus dongi, pertencente aos Hadrosaurinae, do Cretácico superior da China;
-o carnívoro Kryptops palaios, pertencente aos Abelisauridae, do Cretácico inferior do Níger;
-o carnívoro Eocarcharia dinops, pertencente aos Carcharodontosauridae, do Cretácico inferior do Níger;
– o saurópode (!!!), Tastavinsaurus sanzi, um Titanosauriformes, do Cretácico inferior de Espanha.
Ainda não confirmei a etimologia do novo saurópode mas parece-me dedicado ao professor José Luis Sanz. Se assim for, parabéns à equipa e ao “Pepelu”!!

Referências:

Kryptops palaios
http://www.app.pan.pl/acta53/app53-015.pdf
Sahaliyania elunchunorum e Wulagasaurus dongi

http://www.app.pan.pl/acta53/app53-047.pdf
Não tenho referência do Eocarcharia dinops

(ainda não publicado) Canudo, J. I., Royo-Torres, R. & Cuenca-Bescós, G. 2007. A new
Titanosauriformes sauropod: Tastavinsaurus sanzi gen. et sp. nov. from
the Early Cretaceous (Aptian) of Spain. Journal of Vertebrate
Paleontology

Imagem: M. Hettwer

Tafonomia, cartões de crédito fossilizados, cores caducas, dinossáurios, milhões de ziliões, paleontólogos, pele, répteis, mundos monocromáticos e…

…vertebrados, dodós, pigmentos, conchas, xistos de Burguess, espectros, reflexo, visão, predador, ultra-violeta, T-Rex, análogos modernos, púrpura, mimetismo, rãs, verde, paleobotânica, tecidos, ciência, fósseis, Antropocénico, geologia, “Plastocénico”, 3D, simetria, forma, função, neve, universos multidimensionais, matemática, futebol, pentágonos, monstros, graus de liberdade, atracção sexual, cartoons,…,
e…………………………………..
sobretudo…………………….
divertido e excelente divulgação científica!

BBC4 – Material World
Para ouvir – aqui (não liguem aos primeiros 30 segundos que são o final das notícias…)
Imagens – iStockphoto; BBC4; Andrew Parker, Natural History Museum

Divulgação e grafismo científico

Dois bons exemplos de divulgação científica (e grafismo) .
Clonagem e controle genético de substâncias alimentares são alguns dos temas que o Genetics and Public Policy Center fomenta a divulgação, num contexto de credibilidade científica, e numa área em que os mitos e confusões são “regra”.

Fonte – Genetics and Public Policy Center – as versões de alta resolução aqui

Aviões de papel no Espaço

Cientistas japoneses planeiam lançar aviões de papel para a Terra a partir da Estação Orbital Internacional.

Investigadores da Universidade de Tóquio testaram vários pequenos aviões, construídos com técnicas origami e feitos de papel especial, capaz de aguentar até 250ºC e ventos com velocidades até 7 vezes a velocidade do som.

A investigação pretende demonstrar que uma nave construída naquele material seria muito mais leve que o Space Shuttle e, assim, originaria uma muito menor resistência ao ar, e consequente aumento de temperatura, durante a reentrada na atmosfera terrestre.

http://www.reuters.com/resources/flash/includevideo.swf?edition=US&videoId=75709

Fonte: traduzido e adaptado da notícia da Reuters

Candidatura Ibérica a Património Mundial da UNESCO – jazidas de dinossáurio

Em relação a esta notícia – aqui – só poderei, para não ser acusado de opinar excessivamente sobre assuntos que me são tão próximos, acrescentar o seguinte:
faltou falar do papel absolutamente fundamental da investigação feita nos últimos 15 anos por Vanda Faria dos Santos e que culminou na sua tese de doutoramento Cum Laude.
Este trabalho é um dos exemplos de investigação que sai da esfera do conhecimento puro e entra na aplicação quotidiana, por intermédio da divulgação do património Natural (como eu gostaria de ver comentada esta frase por Desidério Murcho ou Ludwig Krippahl!).
Sem esse trabalho, não teria sido possível levar à preservação e musealização in situ da Pedreira do Galinha ou o conhecimento das jazidas de Vale de Meios, Carenque ou Pedra de Mua (no cabo Espichel).
É um trabalho que não é visível a olho nu mas que está lá.
É um trabalho feito quer no contacto com os políticos, quer no contacto com o grande público.
Mas, acima de tudo, é um trabalho de divulgação e protecção do património natural feito contra os bem pensantes ou apenas contra a ignorância, sejam da casa ou de fora dela.

Parabéns Vanda!

Imagens – National Geographic Portugal; gráfico de Carlos Marques da Silva e Vanda Faria dos Santos

A sangue frio…

Vida e morte a sangue frio.
A luta pela sobrevivência.
A nova série foi pico de audiências na televisão britânica.
Não, não é mais uma telenovela ou soap opera.
É “apenas” a nova série de História Natura da BBC – Life in cold blood – apresentada por Sir David Attenborough.
Estreou ontem no Reino Unido.
E em Portugal?
Fica um clip para aguçar o apetite…
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=HAMko913KXY]

“I am impressed by the fact that we know less about many modern [reptile] types than we do of many fossil groups.” – Alfred S. Romer

Imagens – BBC; The Open University