PS visual

Wordle: Moção PS 2009

A moção do PS – texto daqui – traduzida pelo Wordle.

Outra leitura, pelo Tagcrowd.
Curioso, como em ambas, a palavra “Educação” é tão difícil de encontrar…

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Aguardam-se comentários.

Inspiração – daqui

Imagem – daqui

Filosofia cara

Também eu procrastinei vagueando no mundo delicioso dos contratos públicos, i.e., para onde vai algum do nosso dinheiro.
Não me recordo como mas fui parar a este:
a Câmara de Lagoa efectuou a assinatura da Revista Portuguesa de Filosofia pela quantia de 4.524,00€.
Parece-me bem.
O preço é que me pareceu exagerado.
Mas que sei eu.
Consultando a secção de assinaturas da revista, constatei que para desfrutar dos 4 números anuais se deve gastar 47.50 €.
Regalei-me, então, por constatar que a Câmara Municipal de Lagoa distribuiu filosofia por 25 escolas do seu concelho.
Ou então que tinha 25 anos de pagamentos em atraso…
Hummm…alguém que me explique os 4.524,00€?

Quem quiser perder tempo pode consultar para onde vai o nosso dinheiro aqui.
Não me chamem má-língua mas estes dois contratos – aqui e aqui – são, no mínimo, estranhos.
Não sei…devo andar com o vírus “Nós por cá”.
Outra referência no jornal Público on-line

Descobertas

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ZkhjSNJLgc4]

O prazer de descobrir

Brinquedos

Informação recebida da Museu de Ciência da Universidade de Coimbra

Que ciência podemos aprender a partir das brincadeiras do dia-a-dia?
Por que é que um cientista e filósofo famoso como Descartes se deu ao trabalho de inventar um brinquedo?
Que segredos guardará?
E que mistérios esconde um objecto de decoração que foi originalmente criado pelo próprio Galileu Galilei? Estas e outras perguntas dão o mote à primeira edição da Ciência em Família de 2009.

O físico e professor da Universidad de Cantabria (Espanha) Julio Güémez é o primeiro convidado do ano do Museu da Ciência da UC, que dará a conhecer às famílias instrumentos “mágicos” como o mergulhador de Descartes e o termómetro de Galileu.

A sessão de 18 de Janeiro decorre das 11h às 12h no Museu da Ciência, instalado no antigo Laboratorio Chimico da Universidade de Coimbra, perto da Sé Nova (Largo Marquês de Pombal).

A participação nas sessões da Ciência em Família requer inscrição prévia, que pode ser formalizada através do número de telefone 239 85 43 50 ou do fax 239 85 43 59. O custo, que se reporta apenas à entrada no Museu, é de três euros por pessoa (1,50 euros para estudantes, professores, titulares de cartão jovem ou adultos a partir dos 66 anos; gratuito para docentes, alunos e funcionários da UC, crianças até aos 5 anos, sócios do ICOM, MC2P).”

Imagem – seleccionada por mim – daqui

Luso moods

Pelos vistos adoramos cães e jogadores da bola.
Um já ganhou.
O outro está em lista de espera.
E nós babamos.
Somos assim.

Imagem – do site do Público

Shhhhhhhhhhhhh…

Transcrito de Educação do meu Umbigo. Não poderia estar mais de acordo.

“A decisão final do processo disciplinar aos alunos da Escola do Cerco tem, independentemente de outros aspectos mais ou menos passíveis de discussão, um erro enorme e uma mensagem implícita profundamente perturbadora.

A aluna que filmou a ocorrência é quem levou o castigo maior (oito dias, em vez dos cinco para os alunos que praticaram os actos), alegadamente porque terá mentido sobre a gravação.

Pois, sim, sabemos…

Eu acredito mesmo no coelhinho da Páscoa.

A mensagem clara é: façam o que fizerem (batam, esfolem, intimidem, gozem, brinquem, desrespeitem) mas, por favor, não filmem e muito menos divulguem para que se saiba.

Note-se que os factos já eram do conhecimento do órgão de gestão da escola (que os conheceu no próprio dia), só sendo despoletado o procedimento disciplinar quando a situação transbordou para a opinião pública.

Absolutamente lamentável.”

Imagem – Mike Monteiro

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Faça a legenda; o que melhor lhe aprouver; nos comentários.

Imagem – sugestão de Sylvio Galvão, embora sem fonte.

Cidades sem pessoas II


(Publicado no jornal O Primeiro de Janeiro a 03/08/2007 – segunda e última parte)

Continuação de “Cidades Sem Pessoas I”

Os derrotados

Os perdedores biológicos do nosso abandono serão vários.
Sem a presença humana, as cidades e zonas próximas serão mais um ambiente a explorar. Manadas de vacas à solta serão um manancial meigo para lobos e raposas.
Estas serão uma fonte de alimento fácil para todo o tipo de predadores, que se aproximarão cada vez mais dos ambientes urbanos.
Cadáveres de , por alimentar, serão fonte de alimento para todo o tipo de necrófagos. Algumas das aves, como os corvos, habituais em ambientes urbanos mais a norte, invadirão inicialmente as urbes, alimentando-se das carcaças. Este ciclo será apenas momentâneo, uma vez que sem o factor humano presente a fonte de alimento em putrefacção condicionará aqueles vencedores fugazes.
As galinhas com sua capacidade de se geo-orientarem, recentemente descoberta, não encontrarão caminho para uma salvação evolutiva. Voadoras débeis, serão para o futuro sem humanos o que o Dodó foi para o séc. XXI humanos – uma recordação…
Mas e os odiados ratos e ratazanas?
Dependentes dos desperdícios alimentares humanos, estas espécies de mamíferos declinarão, servindo de refeição a vários predadores.
As baratas, de quem se diz serem capazes de sobreviver a um ataque nuclear, terão igualmente a vida difícil, pois os ambientes humanos aquecidos e com comida disponível terão desaparecido. Em especial no hemisfério norte, como atesta Alan Weisman no seu recente livro “World without us”, as fontes de calor permitem que aqueles insectos rastejantes vivam em cidades com Invernos rigorosos.
Outros, como gorgulhos e traças, anteriormente muito abundantes em quase todos os continentes, entrarão em declínio; as fontes de alimentos que as sustentavam (essencialmente cereais) acabarão pouco a pouco.
Uma incógnita evolutiva serão as formigas. Connosco partilhavam os ambientes citadinos, apossando-se de alguns dos nossos domínios. Carreiros de obreiras invadiam as casas, procurando todo alimentos para transportarem para as suas colónias. Contudo, devido ao seu carácter social, terão maior facilidade em se adaptar a ambientes desprovidos de sobras humanas.
No cômputo geral, verificar-se-á um acréscimo na biodiversidade bem como o lento restabelecimento das dinâmicas estruturais dos ecossistemas, dos ciclos biogeoquímicos e das alterações climáticas.

Marcas não vivas

As zonas florestadas das cidades, até agora remetidas a parques ou passeios, alastrarão por áreas cada vez maiores, contribuindo com galhos e folhas para que a matéria orgânica depositada no solo (ou no cada vez menor alcatrão disponível) seja abundante.
Todo este combustível orgânico será um potencial alimentador de incêndios, originados por relâmpagos ou por curto-circuitos dos sistemas eléctricos sem manutenção. Ao fim de alguns anos, os incêndios terão alterado o aspecto das cidades, destruindo construções e mobiliário urbano.
A estatuária, distintiva de qualquer ambiente citadino, será, pouco a pouco, tragada pelo correr do tempo. As estátuas, em especial as de calcário ou mármore, serão lentamente meteorizadas por chuvas carregadas de dióxido de carbono, que dissolverão o carbonato de cálcio de que são feitas.
Faces, membros e corpos serão arrastados pelas águas que caem do céu, levando as memórias de monarcas e poetas para os rios e o mar. Este fenómeno será geologicamente rápido, ou seja, escassas centenas de an
os.
O mesmo fenómeno ocorrerá nos revestimentos dos edifícios. O outrora imponente e belo granito polido dará lugar a uma estrutura que se desagrega – fenómeno originado pela alteração dos feldspatos em argilas.
A ponte sobre o Tejo, sem manutenção regular, entrará num processo de desagregação. Mesmo a sua estrutura reforçada, que outrora permitia a circulação de comboios, não evitará o seu colapso.
Segundo William Rathje, da Universidade de Stanford, arqueólogo especializado em desperdícios humanos, ao fim de 10000 anos ainda será possível ler os jornais do último dia dos seres humanos na Terra. Em ambientes anóxicos (sem oxigénio), como aqueles em que os j
ornais são cobertos por sedimentos, os constituintes do papel permanecem inalteráveis, à semelhança do que ocorreu com os papiros com mais de 3000 anos.

Ao fim de 15000 anos, os últimos de vestígios de edifícios serão tragados pelo avanço de glaciares que uma nova Idade do gelo originará.
Os níveis de dióxido de carbono só ao fim de cem mil anos atingirão níveis idênticos ao do período pré-industrial.
Apenas decorridos 35000 anos, terão desaparecido os últimos vestígios de chumbo, acumulados ao longo de dezenas de anos de utilização automóvel.
Passados dez milhões de anos, as únicas marcas da nossa fugaz passagem pelo planeta serão, por exemplo, estátuas de bronze, como a do Rei Dom José I, no Terreiro do Paço.
Apenas a sua forma contemplará o Tejo (ou o local onde este estaria) num planeta sem seres humanos…

Referências
Marchante, E., comun. pess.
Weisman, A. 2007. The World without Us. St. Martin’s Press.
Western, D. 2001. Human-modified ecosystems and future evolution. PNAS vol. 98 n.10 5458-5465.

Gostaria de agradecer a disponibilidade da Professora Helena Freitas do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, pela conselhos iniciais e disponibilidade.

Imagens
dos dois posts “Cidades sem pessoas” – links nas imagens)

Complexos

It is an old maxim of mine that when you have excluded the impossible, whatever remains, however improbable, must be the truth.

Arthur Conan Doyle, 1858 – 1930

Se é certo que o Ciência Ao Natural não desfruta dos milhares de visitantes que recebem, por exemplo, A Educação do Meu Umbigo ou o De Rerum Natura, também é verdade que tem fiéis leitores, fruto mais do apoio que o jornal Público lhe presta do que pelo mérito da minha prosa.
Assim sendo, é fácil observar a procedência e parte dos gostos dos visitantes que frequentam o espaço de divulgação que é o Ciência Ao Natural. É uma actividade que me dá gosto: ver quem me visita, que artigos prefere, etc.
Na 2ª feira, dia 5 de Janeiro de 2009, publiquei um post intitulado “Currículo Cívico“, onde chamava a atenção para a inusitada clareza de análise de Medina Carreira. Apelava para que o vídeo de uma entrevista fosse visto, particularmente numa parte que Medina Carreira disserta sobre o estado da Educação em Portugal.
E que aquela entrevista deveria ser escutada por todos os portugueses.
Mesmo pelo Sr. Primeiro-Ministro.
Curioso é que, no dia seguinte, constatei ter sido visitado demoradamente, algumas das visitas com mais de uma hora, por utilizadores quer da Ceger – Centro de Gestão da Rede Informática do Governo, quer da DGIDC – Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.

Se um post que tem como palavras-chave “Primeiro-Ministro”, “Educação” e “Medina Carreira” gera longas visitas dos referidos organismos governamentais, pergunto:
que tipo de visitantes institucionais terei quando rabiscar um post que tenha como palavras-chave “aloé vera”, “pirâmide” e “loucura”?

Imagens – daqui e daqui