Novas imagens de planetas extrasolares são “históricas”

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Quase despercebido na imagem que lembra o “Olho de Sauron”, onde a elipse é poeira cósmica, está um pálido ponto vermelho um pouco mais brilhante. É Formalhaut b, um planeta orbitando a estrela de Formalhaut, a 250 trilhões de quilômetros da Terra.

A imagem obtida através do telescópio espacial Hubble é um dos primeiros registros diretos confirmados de um planeta fora do sistema solar – um exoplaneta – orbitando uma estrela brilhante parecida com a nossa. E não é a única notícia astronômica sensacional da semana, ou melhor, do dia.

Isto porque os outros primeiros registros foram publicados também na mesma edição da revista Science de ontem, onde astrônomos apresentam outra descoberta que pode ser resumida em mais uma imagem fantástica:

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São mais três exoplanetas, aqui em órbita da estrela HR 8799. Isso mesmo, uma família de planetas em órbita, em outra imagem direta, óptica. Caso tivéssemos olhos suficientemente poderosos – com alguns metros de tamanho, quiçá – e aplicássemos mais alguns macetes, como nosso cérebro processar a informação visual com técnicas sofisticadas, bem, poderíamos ver tais planetas a olho nu. Um olho nu gigantesco.

“O último planeta gigante diretamente visual visto por comprimentos de ondas foi Netuno, em 1846”, conta o cientista Paul Kalas ao G1. “A  detecção ótica é como um prêmio porque ela é parte do espectro onde nós esperemos ver refletida luz de planetas maduros capazes de suportar vida", explica.

Planetas extrasolares vêm sendo detectados indiretamente há duas décadas (contam-se já mais de 300 detectados), e recentemente, imagens diretas já vinham sendo obtidas. Todas elas foram, contudo, de planetas orbitando estrelas de brilho tênue como anãs marrons. No fim de setembro, a primeira imagem óptica de um planeta obritando uma estrela brilhante como a nossa foi anunciada, mas o achado ainda precisa ser confirmado.

Estas novas imagens são as primeiras já confirmadas. “São história”, atesta o astrônomo Phil Plait, o Bad Astronomer, que já trabalhou com dados do Hubble em pesquisas desta natureza. Não posso deixar de traduzir suas palavras:

“Não há nada como uma imagem. Aí, com seus próprios olhos, você pode ver por si mesmo que outros planetas existem. Não são como a Terra, nem um pouco… são planetas gigantes, jovens e quentes que são provavelmente em sua maior parte gasosos e completamente inóspitos. Mas lá estão eles.

Em alguns anos, teremos mais imagens como essas. E ficaremos melhores nisto. Nossos telescópios ficarão maiores, nosso equipamento mais sensível, nossas ténicas aperfeiçoadas enquanto entendemos suas capacidades. E as imagens de outros planetas virão.

Quanto tempo antes de que vejamos o Santo Graal, a primeira imagem de um planeta terrestre, obritando uma estrela como o Sol na distância certa para água líquida banhar sua superfície? Pode levar mais uma década ou duas, mas anote minhas palavras: esse dia vai chegar. E quando chegar, bem, teremos que reescrever os livros de história de novo, não?”

Mais sobre a notícia histórica em português:

– G1: Cientistas ‘fotografam’ exoplanetas orbitando uma estrela pela primeira vez;
– Estadão: Descobertos mais quatro planetas fora do Sistema Solar;
– NASA (em inglês): Hubble Directly Observes a Planet Orbiting Another Star;
– Google News: Formalhaut.

A Evolução da Tecnologia

Dinossauros movidos a vapor atacados por dentes de sabre metálicos rumo a robôs humanóides desengonçados que se transformam em fembots que falam alemão?

É o empolgante comercial da Saturn germânica, com o slogan “A evolução foi difícil, mas agora está aqui”. Assista e baixe a versão de alta resolução aqui.

Zena Holloway

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Obras da fotógrafa inglesa Zena Holloway, especializada na beleza de imagens subaquáticas. Clique para conferir seu website (com alguns nus realmente artísticos, mas não seguros para o trabalho).

Kraak & Smaak: Squeeze me

Clipe bacana com flipbooks. Você também pode criar o seu.

Um exoesqueleto robótico nada charmoso

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Quando você escuta as palavras “exoesqueleto robótico” pensa em algo estiloso como isto, ou isto? Bem, o “dipositivo de ajuda para caminhar” acima, desenvolvido pela Honda, está um pouco mais próximo da realidade, ainda que seja menos atraente.

Diferente de outros protótipos, este que ainda é efetivamente um exoesqueleto capaz de estender e complementar nossas capacidades físicas não precisa ser amarrado ao corpo: basta calçar os sapatos e ajustar o assento.

O dispositivo pesa 6,5 Kg, possui dois motores e funciona por duas horas ajudando a sustentar o peso do corpo de forma natural.

Ainda que nada atraente. Neste ponto, lembra o Segway – um fascinante produto da tecnologia aplicada com certa utilidade, mas que ainda precisa de mais um tanto da marketing para ser bem visto fora do círculo daqueles que se empolgam com algo apenas porque é um fascinante produto da tecnologia aplicada.

Pelo menos não é o IT do Mr. Garrison.

Tela Azul da Morte

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Truck Bearing Kibble: quase tão bom quanto Perry Bible Fellowship.

A Água Benta de Aparecida

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Diz a lenda que a imagem da padroeira do país foi encontrada no século 18 no lodo do rio Paraíba do Sul por três pescadores que não conseguiam mais pescar o seu sustento. Seria um sinal divino, porque depois do encontro da pequena escultura de terracota, a fartura chegou aos pescadores.

Quão irônico não é que, hoje, o Santuário Nacional que reúne sete milhões de romeiros todos os anos, seja o grande poluidor do mesmo rio Paraíba do Sul.

“Os moradores ribeirinhos até batizaram de "esgoto dos padres" o cano de dejetos que desce do Santuário Nacional. "Quando chove ou nos fins de semana, é um fedor que ninguém agüenta", reclama a dona de casa Rita de Cássia Souza, de 41 anos. O quintal de sua casa fica ao lado da tubulação e a poucos metros de onde a prefeitura capta água para abastecer a cidade”.
Da notícia de 2002: “Uma água que faz milagres

Isso mesmo, de todas as suntuosas obras que foram aceleradas com doações privadas quando da visita do Papa no ano passado, ao investimento de dinheiro público local em infra-estrutura, todo o esgoto produzido pelos romeiros ainda é despejado no rio sem nenhum tratamento.

Em 2004, com uma Campanha da Fraternidade da CNBB tendo como tema a preservação da água, o Santuário anunciou que ajudaria a prefeitura a tratar o esgoto da cidade.

O que, pelo visto, não foi levado muito à frente, porque em abril deste ano o Santuário anunciou que estudos seriam feitos por 11 meses e as obras devem começar em… 2009. O anúncio na “Revista de Aparecida” é particularmente curioso:

“É importante salientar que, embora se trate de um projeto ambiental, o Santuário não dispõe de benefícios de verba pública, por ser compreendida como iniciativa privada. O Santuário reconhece sua responsabilidade moral de tratar o esgoto gerado e tem a intenção de fazê-lo.Por não se tratar de uma empresa de caráter industrial, gerando resíduos semelhantes ao de uma residência comum,o Santuário não possui responsabilidade legal de efetivar esse tratamento, de acordo com a legislação de Efluentes Industriais. Porém, o Santuário reconhece sua responsabilidade moral, assim como a social que hoje já mostra grandes frutos de seus projetos aplicados à área, e está se propondo a tratar o esgoto gerado em suas imediações”.

O interessante nesta história é que a reforma para a visita papal teria custado pelo menos 3 milhões, bancados pelo Santuário, mais 10 milhões bancados pela prefeitura. Os custos para criar um sistema de tratamento de esgoto para que o Santuário não jogue dejetos de 7 milhões de romeiros diretamente no rio em que se teria encontrado a padroeira nacional?

A nota de 2004 do Estado de São Paulo menciona o custo de R$ 4,8 milhões. Prioridades, prioridades.

Quão patético não é que se tenha investido tanto para receber o Papa, apenas para que seus dejetos tenham sido lançados diretamente no rio de onde veio a imagem que celebrou?

Se você conhece algum romeiro, e principalmente, se é católico e visita Aparecida, tome uma atitude. Nem uma Campanha da Fraternidade parece ter adiantado. É uma vergonha nacional.

[Dica de EntroNonEntro]

Física Quântica na TV Cultura

Confira acima um clipe de “O Discreto Charme das Partículas Elementares”, documentário criado pela TV Cultura a partir do livro homônimo para explicar o mundo das partículas elementares, celebrando o Dia Mundial da Ciência pela Paz e Pelo Desenvolvimento.

É amanhã, 10 de novembro, às 19:30h!

Antony Flew, ex-ateu, garante: “Deus Existe”

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“As provas inconstestáveis de um filósofo que não acreditava em nada” é o subtítulo deste livro de Antony Flew com Roy Varghese, Deus Existe” (Ediouro, 2008). E é exatamente aquilo que você não irá encontrar ao lê-lo.

Em um livro de quase duzentas páginas, é apenas na página 83 que encontramos a primeira rápida menção ao que levou o filósofo Flew a abandonar o ateísmo que nutriu desde a adolescência. Até então o filósofo se alonga ao contar detalhes de sua vida, indo desde as férias de sua infância com seu pai religioso, seu namoro e casamento, os trabalhos que publicou sobre a questão de deus e como foram recebidos. Tudo em detalhes, exceto aqueles sobre os argumentos por trás desses trabalhos, mencionados apenas de passagem em meio à profusão de datas e nomes de colegas, lugares, instituições.

Depois de tudo isso, você esperaria que a segunda metade do livro finalmente mergulhasse nas “provas incontestáveis”… no que, claro, estará enganado. Não há referências ou bibliogragia indicadas e os argumentos são expostos como um “porque sim”, ou melhor, como um “porque não”. Principalmente um “porque não”, uma vez que apesar de negá-lo explicitamente, as supostas provas defendem um deus das lacunas.

E é então que aqui, no quarto parágrafo, menciono finalmente as provas de Flew. E elas são… o criacionismo. O livro é uma defesa muito explícita do criacionismo, não apenas argumentando que a ciência não pode explicar a origem da vida e inteligência, como é fundamentalmente incapaz de lidar com a questão de “quem escreveu as leis da natureza”, como elas estão ajustadas para nós, e como alguma coisa pode ter vindo do nada. Não pode, “porque não”, a menos que tenha sido criada.

A primeira prova citada, naquela marcante página 83, é a complexidade do DNA. Posteriormente se apresenta mesmo o “teorema do macaco”, sobre como macacos batendo em um teclado nunca produziriam uma obra de Shakespeare, e como isso e algo mais provaria que a “única explicação satisfatória para a origem dessa vida ‘dirigida por um propósito e capaz de se reproduzir’, como a que vemos na Terra, é uma Mente infinitamente inteligente”.

Ao final desses “porque não” que seriam suas provas, Flew se declara “aberto à onipotência”, dando a entender que não só aceita agora como evidente e comprovada a existência de um deus aristotélico, como concede mesmo que a religião revelada, em particular a cristã, pode bem ser verdadeira.

Cede então a palavra a dois apêndices, o primeiro em que o executivo Roy Varghese refuta Dawkins, Wolpert, Harris e Stenger, e o segundo em que o bispo N.T. Wright mostra por que devemos acreditar que a Ressurreição de Jesus de fato aconteceu. Sim, você leu corretamente.

O próprio Flew encerra o livro com dois parágrafos sobre os argumentos de Wright sobre a ressureição, que vê como uma “explicação absolutamente maravilhosa, absolutamente radical e muito poderosa”. E termina falando sobre como Deus é poderoso. Amém.

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Os cabelos… que diferença!

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A astronauta Karen Nyberg fita o espaço enquanto seus cabelos esvoaçam dentro do novo laboratório Kibo na Estação Espacial Internacional (clique para uma versão em alta resolução direto da NASA).

Os cabelos de comercial de xampu, a janela para o vácuo do espaço e a leve curvatura do planeta azul com um detalhe de painéis solares… how cool is that?

Mais duas imagens na continuação.

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